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3 - Linguagem Coloquial e a Norma padrão da Língua Portuguesa

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Linguagem Coloquial e a Norma padrão 
da Língua Portuguesa 
Dominar uma língua possibilita aos indivíduos o poder de fazer parte 
de uma sociedade de maneira ativa, a fim de se comunicar, se informar, 
defender seus direitos e seu ponto de vista, frente às inúmeras situações 
de comunicação que nos deparamos diariamente.
O ensino da fala não é uma competência privilegiada no ensino de 
língua portuguesa das escolas. Quando se tentou ensiná-la, foi de maneira 
inadequada, tentando consertar o “erro” por parte do estudante, reforçou-
se ainda mais o preconceito com os indivíduos que falavam diferente à 
variedade linguística prestigiada. (PCNs, 1997)
REFLITA:
 Você já parou para pensar se existe uma forma certa de 
falar? Por que aprendemos na escola determinadas regras 
e conceitos, se no dia a dia, fazemos uso da palavra de 
maneira diferenciada?
Por isso, agora veremos a diferença entre a linguagem coloquial, 
presente nas diversas variedades da nossa língua e por fim, compreenderemos 
o que compreende a norma padrão da língua portuguesa.
As variedades linguísticas na língua 
portuguesa
É dever da educação proporcionar estratégias de combate às 
diferenças, cujo respeito seja contemplado nesses espaços. No que se 
refere ao ensino da Língua Portuguesa, a escola deve agir de maneira a 
se livrar dos paradigmas de falar certo ou errado, pois haverá sempre o 
seguinte questionamento: O falar correto deveria ser embasado no modo 
correto de escrever?
Para tanto, caberá ao professor considerar o contexto da 
comunicação. Ele será o responsável por balizar o falar e como fazê-
Língua Portuguesa e Gramática Histórica
23
lo, para quem fazê-lo. Assim, não nos restringiremos a um modelo 
educacional que visa apenas o ato de corrigir, mas capaz de demonstrar 
a adequação das circunstâncias de comunicação.
Seguindo o que dispõem os PCNs (1997), em suma, a utilização 
eficaz da linguagem ocorre quando falar bem e adequadamente é 
produzir o efeito pretendido. Ao longo dos anos, o estudante deverá 
desenvolver capacidades que o possibilitem o conhecimento de diferentes 
manifestações culturais. Com isso, espera-se que ele seja capaz de se 
posicionar, compreender, aplicar e transformar cada uma delas de acordo 
com a necessidade de utilizá-las.
Dessa maneira, ao entrar em contato com a gama de diversidade 
de uma sala de aula, será possível torná-la em um espaço multicultural, 
como tantos outros que a vida cotidiana nos oportuniza. O que caberá à 
escola ensinar no âmbito da oralidade é demonstrar que os grupos sociais 
fazem diferentes usos da linguagem, como por exemplo, preparar o aluno 
a perceber a importância da fala adequada ao contexto, principalmente 
em situações formais, que ocorrerão ao longo da sua vida, tais como uma 
entrevista de emprego, seminários, debates, entre outras.
Até a chegada dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação 
pouco se discutia sobre as concepções de ensino de língua nas escolas 
brasileiras, no que tange à diversidade linguística que abrange todo o 
território brasileiro.
É inevitável que o ensino de Língua Portuguesa seja realizado 
a partir da gramática normativa. Todavia, o preconceito proveniente da 
diversidade linguística deve ser combatido na escola. Nesse sentido, 
cabe ressaltarmos que são inúmeras as causas do preconceito linguístico, 
pois são diversas as variações, sejam sociais, regionais, profissionais, de 
gênero, entre outros fatores.
Língua Portuguesa e Gramática Histórica
24
Figura 1: Os diferentes tipos de variações linguísticas.
 Fonte: Elaborado pela autora, 2019.
Há de se considerar que para qualquer brasileiro se torna um 
grande esforço escrever de acordo com a norma padrão, uma vez que 
na oralidade utiliza-se a linguagem coloquial. Geralmente é do professor 
de língua materna o papel de identificar e corrigir as incoerências dos 
processos fonológicos dos alunos e por isso, considera-se a tarefa como 
árdua e de difícil execução.
Quando se tem o entendimento de que as produções textuais não 
devem ter como objetivo principal o ensino das regras gramaticais da 
gramática normativa, isso resultará em um processo de ressignificação 
do ensino da escrita, cujos alunos se tornam sujeitos agentes do seu 
meio social. Por essa razão, há alguns anos o termo “redação” vem sendo 
substituído por “produção textual (ou de textos)”, pois a prática da escrita 
de textos é algo que deve ocorrer de maneira processual (Passarelli, 2012).
Assim, o aluno precisa ser estimulado e incentivado a escrever 
com a sua própria identidade. O professor, todavia, deverá perceber as 
limitações do estudante e do ambiente ao qual ele pertence ao conduzir 
atividades de escrita. Toda aprendizagem ocorre quando acontece uma 
mudança de postura e de comportamento. 
Isso ocorre porque, muitas vezes, são os professores escolhem 
textos de acordo com seus conhecimentos e suas preferências. Ao aluno 
não é permitido discutir ou fazer escolhas do gênero, nem do tipo de texto 
a ser lido. Ainda que os textos clássicos, por exemplo, tenham valor no 
Língua Portuguesa e Gramática Histórica
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ensino, é inegável que os professores também necessitam trabalhar com 
leituras pertencentes ao cotidiano do aluno.
Por essas razões, entende-se que a sala de aula deve ser 
considerada um espaço de construção, cuja interação entre as partes, 
professores e alunos é fundamental na descoberta das necessidades 
reais dos estudantes, sejam elas na formação de leitores competentes, 
no uso da linguagem adequada ao contexto de comunicação, mas 
principalmente na valorização dos alunos como sujeitos sociais.
O ensino de língua portuguesa e a norma 
padrão
Conforme verificamos, a língua portuguesa apresenta diferentes 
variedades. No entanto, o ensino da língua nas escolas brasileiras segue 
as regras do que chamamos de norma padrão. O objetivo principal de se 
optar por este conjunto de regras está na intenção de seguir um modelo, 
cujas escolas de todo o Brasil possam seguir uniformemente. 
A partir do uso da norma padrão, busca-se eliminar e/ou diminuir 
o maior número de desvios encontrados na comunicação dos falantes 
da língua portuguesa. No entanto, ainda se questiona muito a adequação 
da norma padrão do português no ensino brasileiro, uma vez que ela é 
para muitos, considerada uma forma de prestígio, cuja maior parte da 
população brasileira não faz uso. O conjunto de regras pertencentes à 
norma padrão da língua portuguesa ainda se restringe às classes sociais 
mais elevadas ou às pessoas com maior nível de escolaridade.
Por essas razões, mesmo sendo a língua portuguesa a língua 
materna dos brasileiros, muitas pessoas ainda desconsideram a 
importância de aprendê-la ou não demonstram interesse ou vontade de 
dominá-la.
Entende-se por norma padrão a norma gramatical, baseada na 
gramática tradicional e normativa da língua portuguesa.
De acordo com Bagno (1999, p. 9) “A língua é um enorme iceberg 
flutuando no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de 
Língua Portuguesa e Gramática Histórica
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descrever apenas uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta”. 
Por isso, mesmo que se ensine a escrever de acordo com as regras da 
ortografia oficial, não é eficaz fazer isso tentando criar uma língua “artificial”, 
discriminando e considerando as demais pronúncias como algo “errado” 
(Bagno, 1999).
Nosso país apresenta um vasto território multicultural, por isso 
não existe nenhum tipo de variedade, seja ela regional, social, temporal 
ou situacional considerada mais certa ou mais errada. Assim, conforme 
afirma o linguista Marcos Bagno (1999), a sociedade brasileira necessita 
democratizar o saber linguístico, dando voz, principalmente àqueles que 
se calam porque acreditam não saber a sua própria língua materna.
Enquanto isso, a norma padrão se faz necessária para aproximar, 
cada vez mais as diferentes formas de uso da língua. Mas nofim das 
contas, o principal objetivo da comunicação e se comunicar.
Língua Portuguesa e Gramática Histórica
	Linguagem Coloquial e a Norma padrão da Língua Portuguesa 
	As variedades linguísticas na língua portuguesa
	O ensino de língua portuguesa e a norma padrão

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