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Polarização e Fanatismo político no contraponto da teoria da ação comunicativa de Jurgen Habermas

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1
POLARIZAÇÃO E FANATISMO POLÍTICO NO CONTRAPONTO DA TEORIA DA AÇÃO
COMUNICATIVA DE JÜRGEN HABERMAS 1
Joice Rosa Machado 2
RESUMO
A proposta do presente artigo é a partir de notícias entender o que é o processo de polarização
política, assim como pesquisar sobre significados de fanatismo e extremismo político. Sendo assim
poder estabelecer o contraponto com a teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas para
propor uma forma civilizada de debate político que possibilite a construção de cidadania democrática
na busca do bem comum.
Palavras-chave: Polarização Política. Extremismo Político. Fanatismo Político. Dignidade Humana
ABSTRACT
The purpose of this article is to understand what the process of political polarization is based on news,
as well as to research the meanings of fanaticism and political extremism. Thus, to be able to
establish a counterpoint with Jürgen Habermas' theory of communicative action to propose a civilized
form of political debate that enables the construction of democratic citizenship in the pursuit of the
common good.
Keywords: Political Polarization. Political Extremism. Political fanaticism. Human dignity
2 Discente do curso de Filosofia do Grupo Educacional IBRA. E-mail:joicerosam@gmail.com
1 Artigo apresentado em Julho de 2022 ao Curso PRO- FOP/ ETP Filosofia - IBRA , como requisito
parcial à obtenção do título de Licenciado em Filosofia.
2
1. INTRODUÇÃO
O debate e enfrentamento em função de tendências políticas faz parte de nosso
cotidiano e tende a tornar-se ainda mais acalorado em época de eleições. O problema
no entanto é quando se formula um quadro de polarização, fanatismo e radicalização
política que resulta em discriminação, violência, falta de respeito e razão.
Queremos então revisar alguns conceitos como Polarização política, Fanatismo,
Extremismo político, Dignidade humana e a teoria da ação comunicativa de Habermas
para analisar as tendências políticas sob o prisma filosófico que aborda o uso da
comunicação racional e valorização da dignidade humana para a busca de uma ação
cidadã democrática.
O problema consiste no questionamento da polarização, onde o uso da
racionalidade deve visar o respeito à dignidade humana, possibilitando o diálogo, o
respeito e busca de alternativas para um contexto de fúria e desrespeito que se
desenha na disputa política.
A coleta de informações possibilitou a leitura e análise de sites que além de
questões políticas, teorias filosóficas, pesquisas, artigos e também notícias
possibilitaram construir uma revisão bibliográfica com texto dissertativo expositivo.
O objetivo é apresentar um contraponto à polarização política através da teoria
da ação comunicativa de Habermas, possibilitando alternativas que viabilizem o debate
político de forma racional, inteligente, civilizada e democrática. Levando em
consideração o respeito à dignidade humana.
3
2. DESENVOLVIMENTO
O quadro político brasileiro na atualidade mostra a ascensão conservadora,
demonstrando elementos de polarização e até fanatismo político. Buscaremos na
teoria da ação comunicativa do filósofo Jürgen Habermas, perceber caminhos para a
busca de soluções da problemática. Para tanto precisamos entender alguns conceitos,
como Polarização política e Fanatismo político.
Polarização política pode referir-se à divergência ou ao aumento da divergência
entre atitudes políticas de extremos ideológicos. Pode ocorrer na população em geral
ou dentro de certos grupos ou instituições. Quando a polarização é negativa e violenta
pode inviabilizar o processo democrático.
A polarização é tanto um estado, como um processo. Como um estado,
refere-se ao grau em que as opiniões sobre uma questão estão opostas em
relação a um limite máximo teorético. Como processo, refere-se ao aumento de
tal oposição ao longo do tempo. Paul DiMaggio3
A polarização popular ocorre quando a atitude de um eleitorado em relação a
questões políticas, as políticas governamentais e a determinadas figuras públicas é
claramente dividida em linhas partidárias. Em cada extremo é questionada a
legitimidade moral do outro. Um lado e suas ideias são vistos pelo outro como ameaça
ao seu estilo de vida ou à nação como um todo. Alguns cientistas políticos baseiam os
dados sobre polarização a partir de pesquisas de opinião e intenção de voto, outros
fatores que podem interferir na polarização política podem ser a localização geográfica
e o nível de renda dos grupos divergentes.
O fanatismo é um estado psicológico de fervor excessivo , irracional e
persistente por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivação de
natureza religiosa ou política. Resume-se por uma apaixonada adesão a uma causa.
Segundo LAGO (2020), os fanáticos políticos são incapazes de conjugar
esforços, interagir civilizadamente, respeitar adversários(reais e imaginários) porque
negam a estes o valor mais elementar: a dignidade humana.
3 DiMaggio, Paul; Evans, John; Bryson, Bethany(01/11/1996) Have Americans' Social Attitudes become
more polarized? Journal of Sociology Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/polarizacao-politica
https://pt.wikipedia.org/wiki/polarizacao-politica
4
No Brasil o crescimento da polarização política ao longo do período de
redemocratização da década de 1990 já era perceptível, onde os candidatos mais
fortes nas eleições presidenciais representavam o Partido dos Trabalhadores (PT) e o
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), porém a grande polarização política
foi consequência da crise econômica e política iniciada em 2014. Durante a eleição
presidencial de 2014, intensificou-se as animosidades entre o Partido dos
Trabalhadores(PT) considerado à esquerda que estava no poder e a nova direita que
se organizava. Surgem novos movimentos liberais e conservadores, com atuação de
pensadores e influenciadores digitais com ideário voltado para a direita. A expressão
de tal movimento foi a eleição para presidente do deputado Jair Bolsonaro em 2018.
Segundo a cientista política Tatiana Vargas Maia (2020), afirma que a política
brasileira sempre foi assim:
A política brasileira sempre foi assim: o que mudou é que no início do século
XX até meados de 2014, vivemos um período liberalizante em termos de
valores, política e sociedade. O movimento viabilizou-se por meio de uma série
de programas sociais que buscaram ampliar a participação de grupos
historicamente marginalizados, como as minorias étnico-racial, as mulheres e a
população LGBTQI+. O movimento foi insuficiente, mas representativo na
história brasileira quando falamos em cotas nas universidades públicas, na
ampliação do investimento no ensino superior, na rearticulação de movimentos
feministas e até na própria pluralidade do discurso público brasileiro. A
explicação para a atual situação tem mais a ver com a reação do que com a
ação. É um movimento de pessoas que sempre estiveram no poder atuando
contra o projeto progressista.
Entre 2013 e 2016, no âmbito legislativo, já surgiam várias ações que
demonstravam essa resposta conservadora, alguns exemplos são o projeto de
Lei 5069 - sobre cuidados pós-violência sexual em hospitais, baseado em um
discurso conservador sobre os direitos reprodutivos femininos-, a Escola sem
partido e o Estatuto da Família.
O contexto de polarização após a eleição de Jair Bolsonaro foi montado. Entre
esquerda ou direita o espectro autoritário está presente. Desde 2019, em seu
primeiro ano de gestão, o presidente já tencionava as instituições.
Realmente um país que sua história teve 388 anos de escravidão negra, política
gerenciada por grandes proprietários rurais brancos, é normal pensar como a política,
cultura, sociedade reflete o patriarcalismo, o patrimonialismo, o machismo, o
preconceito e o racismo. Na verdade, a estrutura sempre foi dos donos históricos do
poder. O Brasil passou por muitos períodos autoritários ao longo de sua história, o que
confere uma maior dificuldade de assimilar uma cultura política democrática.
Segundo CEOLIN (2017), a culturaé construída socialmente, é transmitida
através do convívio social. É algo aprendido pelo indivíduo no decorrer da vida, pode
5
ser transmitido por várias gerações, de costumes, valores e cultura oral. O ponto
positivo é que a cultura pode ser transformada, as pessoas podem criar novas formas
de expressão e modificar um contexto tradicional. Assim a cultura política pode e deve
ser transformada quando o tradicional quebra com a participação democrática e rompe
com o diálogo e respeito. Mesmo que a cultura política brasileira tenha um forte
vínculo autoritário, pois existem regulamentos que autorizam a participação popular na
política, seja criando leis, audiências e consultas públicas, plebiscitos e referendos,
além de consultas às plataformas que mostram os gastos públicos, e para onde foram
direcionadas as verbas públicas. O que nos falta é a informação, para o real
empoderamento como cidadão.
Em uma pesquisa feita em 2015 sobre o que os brasileiros pensavam sobre
política e seus governantes observou-se os seguintes dados:
● POUCO DEMOCRÁTICA: somente 32% dos brasileiros preferiam a
Democracia e 55% dos brasileiros não se importaram em viver um
governo não democrático desde que resolvesse os problemas
econômicos;
● BAIXA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA: onde 42% acompanha com alguma
regularidade acontecimentos relacionados a política nacional;
● EQUILÍBRIO DIREITA X ESQUERDA, PREDOMÍNIO DO CENTRO:
onde 24% se declararam de direita e 23% de esquerda, onde 38% da
população se declarou de centro;
● DESCRENÇA NOS PARTIDOS POLÍTICOS E NA POLÍTICA: 13%da
população se sente representada pelo Congresso Nacional. Somente
9% dos brasileiros acreditam que os governantes atuam em benefício do
povo;
● LAICIDADE E LIBERDADE RELIGIOSA: 63% dos brasileiros concordam
que o governo não deve promover valores religiosos. E 55% dos
brasileiros concordam que líderes políticos devem ter alguma influência
na política do país.
Segundo o Democracy Index (Unidade de Inteligência do The Economist) O
Brasil é uma Democracia Imperfeita e ficou no 49º lugar no ranking das
democracias no mundo, no relatório de 2020. Os critérios utilizados foram: o
processo eleitoral, pluralismo nas eleições, funcionamento do governo, a
participação política, a cultura política do país e as liberdades civis.4
Historicamente não temos a participação e a cultura política como ênfase em
nosso dia a dia, nos processos educacionais ou questões para debate e informação
que estimulem a convivência cidadã. É o que reflete a pesquisa, assim o caminho
existe, só não é estimulado a trilhar e descobrir novas possibilidades de participação.
4 Latinobarômetro, 2016/ Pew Research Center (1995-2015)/Revista Saber Eletrônico/The
Economist/Democracy Index,2018. Disponível em: https://www.politize.com.br Acesso em 30/06/2022.
https://www.politize.com.br
6
Mas o que se observa de forma mais preocupante é o extremismo político,
frequentemente associado ao dogmatismo, ao fanatismo e à tentativa de imposição de
estilos e modos de vida, bem como a negação de valores vigentes, somada a
ignorância estimulada da população em geral. O extremismo resulta no fechamento ao
diálogo e negociação. Percebemos a divulgação de tais comportamentos na mídia, nas
redes sociais, ou no discurso dos governantes que pregam a discórdia e ofensas,
fomentando o embate e a irracionalidade.
O extremismo indica a tendência a um comportamento ou modelo de ação
política que rejeita as regras de uma comunidade política, não se identificando com
finalidades, valores e instituições democráticas. O comportamento desses grupos se
caracteriza por práticas violentas, que rejeitam os vínculos formais da transformação do
conflito em controvérsia própria da tradição parlamentar.
O extremismo ocorre em períodos de intensa mobilização social, transformação
econômica e institucional; emana de estamentos sociais sujeitos a uma repentina
perda de status ou redução drástica de influência política, buscando a retomada de
tradicionais prerrogativas político-sociais. Um exemplo do extremismo foi o que ocorreu
através da internet que virou palco de guerra entre quem é da esquerda e da direita
trocando ofensas e excluindo quem não concorda com determinado político ou partido.
Segundo LAGO (2020), o perigo do fanatismo político que faz crescer a
desumanização de segmentos da população. Ao excluir grupos específicos, os
fanáticos políticos limitam a capacidade de empatia entre outros cidadãos, levando à
justificação do tratamento desumano, da repressão da liberdade.
Observando questões da atualidade nos deparamos com as afirmações da
Chefe de Direitos Humanos na ONU, Michelle Bachelet, que demonstra preocupação
diante das eleições no Brasil.
Em discurso nesta segunda 13/06/2022, Michelle Bachelet disse estar
preocupada com “ataques contra congressistas e candidatos-especialmente
afrodescendentes, mulheres e membros da comunidade LGBTQI+ frente ao
pleito de outubro.” Em discurso na abertura do Conselho de Direitos Humanos
da ONU, em Genebra, a ex-presidente chilena disse que tais fatos são motivos
de preocupação: "Eu peço que as autoridades garantam os direitos
fundamentais e às instituições independentes”. declarou Bachelet que também
pontuou casos recentes de violência policial e racismo estrutural no país. Em
sua fala , ela também disse estar “alarmada pelas ameaças contra
7
ambientalistas, defensores dos direitos humanos e contra a população
indígena.”5
A preocupação traz a luz do elemento básico para com o respeito à dignidade
humana que segundo a Declaração dos Direitos Humanos (ONU- 10/12/1948), em seu
artigo I - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Dotados de razão e consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade. A Constituição Federal Brasileira de 1988, também estabelece a
dignidade humana como um dos fundamentos da República Brasileira.
Segundo LAGO (2020), no conceito de Dignidade Humana e a utopia realista
dos Direitos Humanos (2010), o filósofo Jürgen Habermas argumenta que apesar da
ideia de dignidade humana remontar à antiguidade e adquirir sua acepção
contemporânea na obra do filósofo Immanuel Kant, sua forma jurídica surge após a 2ª
Guerra Mundial, como reação aos crimes em massa cometidos pelos regimes
totalitários.
Para Habermas dignidade humana é entendida como valor intrínseco, situado no
centro de uma Ética da espécie humana, conjuntamente com a igualdade de condição
de participação- ou simetria-, naturalmente inclinado à universalidade.
Segundo o Dicionário jurídico o conceito de dignidade humana é uma qualidade
inerente ao ser humano, que o protege contra todo tratamento degradante e
discriminação odiosa, o assegurando condições materiais mínimas de sobrevivência.6
Segundo SIRONI (2013), Jürgen Habermas busca legitimar o direito dentro de
um Estado Democrático através da teoria da ação comunicativa, pois uma norma só
se torna direito positivo quando ela obtém força através de um procedimento válido
perante e quando se legitima pela aceitação social.
Sendo assim a norma democrática deve assegurar a dignidade da pessoa
humana, onde somente assim o cidadão poderá ser livre para participar do processo
legislativo, tornando-o democrático.
Na proposta de Habermas é através da comunicação que as relações humanas
são fundamentadas, modelando as condutas humanas. Assim o agir comunicativo deve
6 Dicionário Jurídico-Direito.net. Disponível em: https://www.direitonet.com.br Acesso em 01/07/22
5 LOPES, Leo. Chefe de Direitos Humanos da ONU demonstra preocupação diante das eleições no
Brasil.CNN São Paulo 13/06/22 Disponível em:https://www.cnnbrasil.com.br Acesso em 28/06/22.
https://www.direitonet.com.br
https://www.cnnbrasil.com.br
8
ser voltado para o entendimento na construção da democracia. Pois é pela
comunicação que o cidadão alcança a liberdade, porém a comunicação deve prever a
aceitação, o respeito à verdade, a correção e sinceridade.
Na teoriade Habermas, é a razão comunicativa, o discurso, que vai iniciar a
construção de um direito legítimo através do princípio da democracia. A racionalidade
discursiva na construção do direito é o exercício do princípio da democracia e a fonte
de legitimidade do direito.
É preciso questionar a polarização vigente que persegue os que considera
inferiores, inaptos e desprovidos de direitos. É fazer valer a norma democrática que
assegura a dignidade da pessoa humana. Assegurar a dignidade do cidadão. Onde a
comunicação parte do direito à dignidade humana assegurada pelos Direitos Humanos;
partindo do pressuposto que o diferente merece respeito e direito de opinar, participar
e contribuir para ações positivas que busquem o bem comum.
9
3. METODOLOGIA
A revisão bibliográfica com texto dissertativo expositivo utilizou como referência
a obra de Fernanda Menegotto Sironi, A dignidade da pessoa humana como
pressuposto para a legitimidade do direito democrático(2013); a obra de Maria Augusta
Salin Gonçalves, Teoria da ação comunicativa de Habermas (1999). Assim como a
obra de Jürgen Habermas, Discurso filosófico da modernidade (2000)
Partindo de notícias, comentários políticos e artigos publicados em sites de
notícias para analisar o quadro político da atualidade no país. Buscando então
identificar o que se configura de Polarização Política. Utilizando dicionários de política e
direito para utilizar e identificar termos como Polarização política, extremismos,
fanatismo político e dignidade humana.
A pesquisa quanto a sua natureza explicativa pois pretende justificar os fatores
que levaram a pesquisar sobre a polarização política em contraponto da teoria da ação
comunicativa de Jürgen Habermas. Procurando relacionar a teoria e a prática no
processo de pesquisa.
Quanto aos resultados, a pesquisa pretende evidenciar seu caráter qualitativo,
visto que estuda aspectos subjetivos de fenômenos sócio-políticos e a própria interação
com o comportamento humano. Seu tempo de análise é contemporâneo, na sociedade
brasileira, demonstrando aspectos da cultura política e fundamentos
histórico-filosóficos que ainda norteiam a política brasileira.
10
4. CONCLUSÃO
A disputa política de uma maneira geral identifica partidos, ideologias e seus
seguidores. Porém a polarização política reflete em um aumento das divergências e
atitudes extremas. Pode apresentar aspectos positivos quando induz o debate
democrático, mas pode ser negativa quando é negado o diálogo, o respeito à dignidade
humana. O extremismo e fanatismo podem levar a consequências violentas,
irracionais, incivilizados, onde discursos autoritários, intimidatórios provocam
linchamento virtual, com a banalização da violência e desrespeito. Quando as
instituições democráticas são desrespeitadas, humilhadas e desacreditadas.
Observa-se que o Brasil apresenta uma forte herança histórica de desmandos,
autoritarismos, sistemas políticos ditatoriais que desmobilizam a participação popular.
Não existe incentivo nas escolas para a participação política, não existe valorização de
processos democráticos e a própria população apoia governos não democráticos
desde que acabem com os problemas econômicos. As informações sobre regulações e
participação popular não são informados, muito menos esclarecidos e divulgados. Os
setores políticos, econômicos e sociais que sempre foram beneficiados pelo poder ,
sempre usam da força para permanecer no poder, garantindo seus direitos e com isso
crescem as desigualdades sociais, a exploração da mão de obra, dos recursos
naturais. Nem de direita e nem de esquerda, o que se visualiza é o mesmo de sempre
que não quer perder vantagens políticas, econômicas sem se importar com
sustentabilidade das relações sociais e econômicas.
Na teoria da ação comunicativa, o que se deve assegurar na norma democrática
é a dignidade da pessoa humana, pois é onde o cidadão poderá ser livre para
participar do processo político-legislativo para exercer a democracia. Pois a
comunicação segundo Habermas é a fundamentação das relações humanas,
delineando condutas humanas. Cabe a setores ligados à educação e cultura,
juntamente com a mídia e as redes sociais investir em conhecimento sobre a teoria da
ação comunicativa. É um longo processo e demanda de vários estudos, voltados para
o respeito à dignidade humana e a solidariedade como prega o Artigo I dos Direitos
Humanos( ONU-1948). Somente o diálogo, visualizando o respeito aos outros, pode
promover ações positivas para o bem comum.
11
REFERÊNCIAS
BAQUERO, Marcello. Desafios da Democratização na América Latina. Porto Alegre:
Editora da UFRGS, 1999.
BELIGNI, Silvano. Extremismo. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola;
PASQUINO,Gianfranco. Dicionário de Política. 2ª ed. Ed. Univ. de Brasília, 1986.
CEOLIN, Monalisa e ENRICONI, Louise. Cultura Política no Brasil (28/09/2017).
Disponível em: <https://www.politize.com.br> Acesso em 26/06/22
GONÇALVES, Maria Augusta Salin. Teoria da Ação comunicativa de Habermas:
Possibilidades de ação educativa de cunho interdisciplinar na escola. Educação &
Sociedade, ano XX, nº 66, abril/99.
HABERMAS, Jürgen.Discurso Filosófico da Modernidade. São Paulo: Martins
Fontes, 2000
LAGO, Davi. A lógica desumanizadora do fanatismo político.Blog de notícias da
Revista Veja (20/09/2020). Disponível em: <https://veja.abril.com.br> Acesso em
27/06/22
LOPES, Leo. Chefe de direitos humanos da ONU demonstra preocupação diante das
eleições no Brasil (13/06/22). Disponível em: <https:www.cnnbrasil.com.br> Acesso em
28/06/22
MARINELLI,Isabela. Como entender a crise política em que o Brasil está
mergulhado.(17/07/2020) Revista Cláudia Disponível em:<
https://claudia.abril.com.br/política-poder/como-entender-a-crise-política> Acesso em
25/06/22
Polarização Política. Disponível em:<https://wikipedia.org/wiki/polarizacao-politica>
Acesso em 25/06/22
SIRONI, Fernanda Menegotto. A dignidade da pessoa humana como pressuposto para
a legitimidade do direito democrático. (02/07/2013) Disponível
em:<https://jus.com.br/artigos/24842> Acesso em 28/06/22
https://www.politize.com.br
https://veja.abril.com.br
http://www.cnnbrasil.com.br
https://claudia.abril.com.br/pol%C3%ADtica-poder/como-entender-a-crise-pol%C3%ADtica
https://wikipedia.org/wiki/polarizacao-politica
https://jus.com.br/artigos/24842