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História da Educação no Brasil: o Elitismo e a Exclusão no Ensino Lucila Ferreira Braga Educação Física- Licenciatura São Miguel do Oeste- SC SOUZA, Everton Aparecido Moreira de. História da educação no Brasil: o elitismo e a exclusão no ensino. Cadernos da Pedagogia. São Carlos, Ano 12 v. 12 n. 23 jul/dez 2018. Todos sabem que, no Brasil, há tempos, observa-se um descaso em relação a educação pública, privilegiando, desde a colonização a elite, que possui condições para incentivar um ensino de qualidade para seus filhos. Deixando claro uma dualidade educacional e não um sistema único, como deveria ser fincada a séculos. A educação de qualidade no Brasil sempre foi reservada a uma elite dominante, excluindo, assim, todo o resto do contingente populacional. Desse modo, veremos que a educação sempre utilizada como forma de perpetuação do status quo e nada mais faz do que reproduzira excludente divisão social. Para Duarte & Saviani (2012, p. 2) “o acesso ao conhecimento da- se de maneira profundamente seletiva”. Com tudo, podemos identificar pontos marcantes na educação brasileira que nos faram entender como foi a introdução de tal conhecimento, desde a colonização até os dias atuais, de como isso afetou e ainda afeta a toda a população brasileira. A Educação Colonial (1549-1822), que foi dividida em momentos, que durarão desde a chegada de Cabral até a Independência do Brasil. O primeiro momento, cujas características foram definidas, para preparação de todo território colonial para sua https://unoesc.mrooms.net/pluginfile.php/645843/course/section/343289/TEXTO%201_HIST%C3%93RIA%20DA%20EDUCA%C3%87%C3%83O%20NO%20BRASIL_O%20ELITISMO%20E%20A%20EXCLUS%C3%83O%20NO%20ENSINO.pdf https://unoesc.mrooms.net/pluginfile.php/645843/course/section/343289/TEXTO%201_HIST%C3%93RIA%20DA%20EDUCA%C3%87%C3%83O%20NO%20BRASIL_O%20ELITISMO%20E%20A%20EXCLUS%C3%83O%20NO%20ENSINO.pdf decorrente ocupação. Foi quando, deu-se início a catequização dos índios pelos franciscanos, sem muito êxito, pois tinham uma cultura bem diferente. Já no segundo momento, com a chegada da Companhia de Jesus, com um de seus integrantes o Padre José de Anchieta, um intelectual, que aprendeu a língua Tupi e com base em suas experiências, estabeleceu uma didática para que os índios aprendessem o idioma português. Esse processo de alfabetização, catequese, se deu melhor com os curumins do que com os índios mais velhos, que já tinham suas raízes culturais fincadas. Mas, a perseguição com o povo indígena era tão grande, que todos os esforços, feitos pelos jesuítas eram quase que em vão. Com esses acontecimentos, os padres, passaram a educar os filhos da elite, que eram os colonos portugueses. A Companhia de Jesus vai até 1759, onde se inicia o terceiro momento, que será definido pela dominação e distinção deixando a educação apenas para a alta sociedade. Houve-se um grande vazio educacional na independência, com a saída da Companhia de Jesus. Onde foram criados por Dom Pedro I concursos para incentivar a educação, mas não obteve sucesso. A Educação do Império será marcada, pois foi criada a 1° lei educacional do país, dando direito a criação de escolas de primeiras letras legitimando o ensino múltiplo como a arte de ensinar, com um único objetivo, de alfabetizar a todos de uma forma rápida. Também, em 1827, foram criados dois cursos de direito, situados em São Paulo e Recife, onde eram ofertados para elite escravocrata brasileira persistindo a hegemonia das famílias com poder aquisitivo maior. Com a renúncia de Dom Pedro I, mudando a administração de forma indefinida, também mudariam questões educacionais drasticamente. Anulando assim, o Inciso XXXII do artigo 179 da constituição de 1827, transferindo as províncias, deixando-as responsáveis financeiramente, mas elas eram diferentes umas das outras, e a educação sob suas responsabilidades fica a quem dependendo de como receberia o incentivo. E o Brasil, por sua vez, passava por graves problemas econômicos, deixando o ensino mais uma vez para a classe privilegiada, a elite. Nesse período, também foi criado colégio Dom Pedro II no RJ, concretizando assim, o elitismo e exclusão da educação. Somente essa escola tirava o certificado do ensino médio, e o curso de direito só poderia ser feito quem o tivesse, deixando claro que o incentivo educacional seria a dominação dos mais ricos para com os mais pobres. Com a criação do Ato Adicional de 1834, República Velha, as províncias já responsáveis pelo incentivo financeiro individual na educação, também seriam responsáveis para que cada uma delas orientassem suas próprias doutrinas educacionais. Em 1889, ano da Proclamação da República, a instituição popular foi mantida, porém, agora, sob responsabilidade do estado, antes, conhecida como província. Nesse período o estado que mais se destacou foi SP, com a ajuda de Caetano Campos e Rangel Pestana, reformularão o ensino, criando um agrupamento de quatro séries diferentes usando a progressão no ensino. Onde, o educando só passaria para a próxima série quando concluísse a série anterior. E os métodos utilizados para a aprendizagem eram as experiencias vividas pelos alunos. Outros estados adotaram também essa metodologia, pelo êxito que foi obtido. Mesmo assim, o alcance ao ensino básico continuou etilista, já que eles eram urbanos e foi uma época marcada pelos coronéis, pela política do café com leite pelo pacto dos governantes, deixando mais uma vez a educação para os ricos. Na Era Vargas o objetivo maior era centralizar tudo para as mãos do Estado, pois Vargas acreditava que deixaria- o mais poderoso, visando na educação como um dos meios mais fortes para conseguir tal feito. Em 1930, ele deu origem ao Ministro da Educação e da Saúde, de forma que, o Estado ditaria a política de Educação Nacional, contrário do que vinha acontecendo com o Ato Adicional de 1834. Utilizava a religião, escolas, leis, sindicatos, imprensa como aparelhos ideológicos para discriminar suas convicções. E na escola, ele via como principal meio de propagação, pois poderia moldar as crianças desde de cedo. Ocorreram reformas, onde, o ensino secundário de sete anos se transformou em ensino fundamental de cinco anos mais dois anos complementares, quando completava- se esse ciclo poderia ir para o ensino superior. Esses anos complementares eram cursados de maneira que os alunos já tivessem vivências com a profissão que fossem exercer. Essa época, também foi marcada pela divisão do Estado e da Igreja Católica, por serem entidades que poderiam andar por si só. A Igreja, por ser poderosa, conseguiu acrescentar nas grades curriculares o ensino religioso, assim impondo suas ideias, que pra tal foi uma grande vitória. Esse feito, desencadeou o Manifesto dos Pioneiro de 1932, sendo um dos principais acontecimentos da história da educação, reivindicando uma educação pública, obrigatória, gratuita e laica. Na questão laica, a igreja não concordava, uma vez que ela acreditava que para ser um cristão verdadeiro a educação vinha dos pais e da instituição religiosa, e que a educação básica poderia ser dispensada, pois o trabalho usava-se braços, não o alfabeto. Afirmando mais uma vez que, a educação não era para a classe desfavorecida, até porque a igreja acreditava que a educação só seria imprescindível, para àqueles que administrariam o rumo da sociedade futuramente. Gustavo Capanema, foi Ministro da Educação em caráter duradouro, responsável pela criação de projetos importantes que reorganizaram o ensino, que duram do Estado Novo até o período ditatorial. O ensino primário foi modificado ficando quatro anos obrigatórios mais um ano complementar. O ensino secundário ficou dividido em quatro anos de ginásio. Dando acesso à faculdade. Criando expetativas nas classes mais baixas que não seriam atendidas. O Manifesto dos Educadores “mais umavez convocados” é a reafirmação do Manifesto dos Pioneiros à educação nova, cm a proposta de uma escola pública, laica, obrigatória e gratuita. Durante a ditadura, com os militares comandando tudo, tivemos a mais infeliz reforma na questão educacional do país. O objetivo seria alfabetizar o maior número de brasileiros, numa época que não se podia expressar seus pensamentos restringindo a liberdade, para que entrássemos na fase como Brasil Potência. Mudando assim, a universidade e o ensino básico em 1° e 2° Grau. Nessa reforma ficou o 1° Grau com oito anos obrigatórios e o 2° Grau com três anos não obrigatórios. Porém, para que pudessem cursar uma universidade iriam precisar do 2° Grau. Revolucionou a educação brasileira de forma negativa, pois não se tinha estrutura para essas mudanças. Houve um aumento significativo de matriculas, mas não tínhamos escolas e nem professores suficientes para a demanda. Esse governo tão autoritário não durou muito tempo. O binômio elitismo e exclusão não desapareceu, ele ficou mais forte, dividindo de vez em escolas particulares (formando a elite que governará a direção do país e das indústrias importantes) e escolas públicas para todos (ineficiente por natureza, que formará quem irá trabalhas nas tais indústrias). A competição não é justa, quando se tem interesse em entrar em uma universidade, não se vê a valorização diante aos professores que são crucias para o desenvolvimento dos alunos. O desafio encontrado seria uma educação para todos, somente assim, uma democratização verdadeira ensino- educador. Educando o homem por completo. Mas, com um país voltado apenas para uma sociedade capitalista, elitista e cruel não se encontra saídas para essa reforma igualitária. A história da educação no decorrer dos anos mostra que não se teve de fato interesse, por parte do Estado, em incentivar uma educação para todos, deixando assim, até os dias atuais uma dualidade educacional, onde mostra a minoria (elite) se sobrepor na maioria (pobres). Deixando que cada sonho e desejo fique dentro de uma caixinha, onde não conseguiram abrir. O futuro educacional, para as pessoas sem um poder aquisitivo já fica fadado ao fracasso. O artigo em questão é recomendado como leitura a todo estudante de graduação, professores da educação básica, professores de educação superior e a todos que são apaixonados pela educação e sua trajetória em todo território nacional.
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