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Comunicação e Expressão - 1º Período

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1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
COMUNICAÇÃO E 
EXPRESSÃO
02
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, 
destacando-se pela oferta de cursos de 
graduação, técnico, pós-graduação e 
extensão, com qualidade nas quatro áreas 
do conhecimento: Agrárias, Exatas, 
Humanas e Saúde, sempre primando pela 
qualidade de seu ensino e pela formação 
de profissionais com consciência cidadã 
para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu-
ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis-
taram notas 4 e 5, que são consideradas 
conceitos de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
MISSÃO
Formar profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho, com elevado 
padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil-
idade, segurança e modernidade, visando à satis-
fação dos clientes e colaboradores.
 
VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
R E I TO R
GRUPO
MULTIVIX
R E I
03
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
EDITORIAL
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
Diretor Executivo 
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Conselho Editorial 
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente 
do Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima 
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Juliana Lima Barboza 
Tatiana de Santana Vieira
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Felix Soares
NEAD – Núcleo de Educação à Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Coordenação Geral de EAD
04
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
-
R E I T O R
APRESENTAÇÃO
DA DIREÇÃO
EXECUTIVA
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte do 
maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro 
de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São 
Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no 
mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos 
de graduação, pós-graduação e extensão de 
qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na 
modalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprovada 
pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência 
no Brasil, contando com sete unidades do 
Grupo entre as 100 melhores do País, a Multivix 
preocupa-se bastante com o contexto da 
realidade local e com o desenvolvimento do 
país. E para isso, procura fazer a sua parte, 
investindo em projetos sociais, ambientais e na 
promoção de oportunidades para os que 
sonham em fazer uma faculdade de qualidade 
mas que precisam superar alguns obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para 
o mercado de trabalho, com elevado padrão de 
qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segu-
rança e modernidade, visando à satisfação dos 
clientes e colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretor Executivo do Grupo Multivix
05
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
Olá, acadêmico(a)
Bem-vindo(a) à disciplina de Comunicação e Expressão, na qual iremos aprofun-
dar seus conhecimentos acerca de linguagem, língua e códigos comunicacionais 
da Faculdade Multivix – Serra.
Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, esta disciplina foi organizada 
em seis unidades, com temas e subtemas que, por sua vez, são subdivididos em 
seções (tópicos), atendendo aos objetivos do processo de ensino-aprendizagem.
Nesta disciplina, desenvolveremos estudos no campo da Língua Portuguesa e da 
Comunicação e procuraremos compreender as formas de expressão, a lingua-
gem e suas transformações com o passar dos tempos, assim como a inserção das 
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na sociedade contemporânea.
Detalharemos na disciplina os novos signos e códigos, bem como as formas de 
expressão em um contexto cada vez mais dinâmico. Para tanto, partiremos da 
premissa de que a expressão pressupõe, cada vez mais, um processo interacional. 
Cabe destacar que esse modelo interativo se aplica também ao estudo da disci-
plina de Comunicação e Expressão no ensino a distância, destacando que, para 
se realizar um bom curso, sua participação nos fóruns de discussão é de suma 
importância, para que os intercâmbios conceituais possam reverberar.
Esperamos que, até o final da disciplina você possa:
- ampliar a compreensão acerca da linguagem e do uso dos códigos linguísticos;
- conhecer os elementos da comunicação;
- identificar os níveis e as funções da linguagem na expressão e na comunicação;
- compreender a importância da classificação das mensagens escritas.
Para tanto, fiquem atentos aos conceitos e façam as atividades propostas.
Antes de iniciar a leitura, gostaríamos de solicitar a você que pare um instante e 
reflita acerca da importância de se observar as características comunicacionais e 
da comunicação na contemporaneidade.
Enfim, esperamos promover reflexões acerca do assunto e desejamos sucesso e 
bons estudos!
APRESENTAÇÃO
06
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
PLANO DE ENSINO
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Linguagem e língua: Conceito de linguagem e língua. Código. Variedades Lin-
guísticas. Dialetos e Registros. Norma padrão e norma popular. Ato comunicativo: 
Comunicação. Elementos da Comunicação. Funções da Linguagem. Ruídos na 
comunicação. Técnicas de Comunicação Oral. Leitura: Processamento da leitura. 
Concepções de Leitura. Estratégias de leitura. Processamento da escrita: Conceito 
de texto. Tipos textuais. Textualidade: Coerência textual. Coesão textual. Modelos 
de escrita: Escrita comercial. Escrita acadêmica. Escrita oficial.Tópicos gramati-
cais: Crase. Correção ortográfica. Palavras e expressões que oferecem dificuldade. 
Compreender o processo de comunicação nas organizações, utilizando adequa-
damente técnicas e instrumentos para o exercício da profissão.
Refletir acerca do funcionamento da língua por meio de textos, em situações con-
cretas de interação comunicativa, principalmente nas organizações. 
Aperfeiçoar o desempenho linguístico com o exercício tanto das práticas de lei-
tura e de interpretação de textos quanto da compreensão da funcionalidade dos 
elementos linguísticos.
Avaliar a importância da linguagem como garantia de nossa capacidade de comuni-
cação, ou seja, de compartilhar sentidos no dia a dia como agentes sociais.
Conhecer os elementos que condicionam os processos de produção e recepção 
de textos, bem como a eficácia dos processos de comunicação.
Compreender as noções de variedade e unidade linguística, assim como as cau-
sas mais comuns da ineficácia dos processos de comunicação.
Compreender o processo de leitura como atividade dinâmica e interativa entre 
autor, texto e leitor, na interpretação e na compreensão de sentidos.
Aplicar os diferentes enfoques sobre os processos de leitura e as estratégias de 
interpretação. 
07
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
OBJETIVOUNIDADE
Linguagem e língua01
Leitura03
Textualidade05
Ato comunicativo02
Processamento da escrita04
Modelos de escrita06
CRONOGRAMA DE CONTROLE DO ALUNO 
PRAZO PARA 
ENTREGA
UNIDADE 01 0402 0503 06
Planejar, eficientemente, um texto, considerando a função da escrita, suas estra-
tégias e, por fim, os processos de produção de um texto escrito.
Reconhecer os elementos que tornam um texto incoerente, o que inviabiliza o 
compartilhamento de sentidos e, consequentemente, desestabiliza o processo 
de comunicação. 
Utilizar, com eficácia, os mecanismos da coesão textual, isto é, as relações que 
se estabelecem entre os elementos linguísticos que funcionam na superfície do 
texto e que estabelecem seu sentido. 
Reconhecer as características e a funcionalidade dos principais modelos de escri-
ta comercial e oficial. 
Produzir, com eficácia, diferentes modelos de escrita técnica utilizados no âmbito 
profissional das instituições públicas e das empresas privadas.
08
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
SUMÁRIO
2UNIDADE
3UNIDADE
4UNIDADE
5UNIDADE
1UNIDADE DESENVOLVIMENTO 13
1.1 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO 13
1.2 LÍNGUA 18
1.2.1 – LÍNGUA E LINGUAGEM 18
1.2.2 A LÍNGUA É MUTÁVEL 19
1.3 GRAUS DE FORMALIDADE 26
DESENVOLVIMENTO 31
2.1 COMUNICAÇÃO 32
2.1.1 MODELOS DE COMUNICAÇÃO/ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 32
2.1.2 COMUNICAÇÃO E INTENCIONALIDADE DISCURSIVA 34
2.1.3 RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO 37
2.2 RESUMO 40
DESENVOLVIMENTO 43
3.1 CONCEPÇÕES DE LEITURA 43
3.2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA 44
3.3 FATORES DE COMPREENSÃO DA LEITURA 45
3.4 ESCRITA E LEITURA: CONTEXTO DE PRODUÇÃO E CONTEXTO DE USO 49
3.5 RESUMO 51
DESENVOLVIMENTO 54
4.1 CONCEITO DE TEXTO 54
4.2 RESUMO 58
DESENVOLVIMENTO 60
5.1 - COERÊNCIA TEXTUAL 60
5.2- COESÃO TEXTUAL 67
5.2.1 MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL 68
5.2.2 ESTRATÉGIAS DE COESÃO REFERENCIAL 69
5.2.3 COESÃO SEQUENCIAL 71
09
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
5.3 CONCLUINDO 73
5.4 RESUMO 74
DESENVOLVIMENTO 77
6.1 ESCRITA COMERCIAL 77
6.2 ESCRITA OFICIAL 80
6.3 RESUMO 87
REFERÊNCIAS 88
SUMÁRIO
6UNIDADE
10
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
 ICONOGRAFIA
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
11
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
UNIDADE 1
OBJETIVOS
Ao final desta unidade o aluno será capaz de:
• compreender os conceitos de língua e linguagem e diferenciá-los.
• diferenciar linguagem verbal, não verbal e mista.
• entender a definição de código e sua relação com a língua.
• conhecer e reconhecer variedades linguísticas.
• conscientizar-se da existência das variedades linguísticas.
• compreender as noções de norma padrão e norma popular.
• conscientizar-se de que cada modalidade das variedades linguísticas não é 
superior à outra.
12
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
1 DESENVOLVIMENTO 
Como salvar a dimensão soberba da comunicação, uma das mais belas do homem, 
aquela que lhe faz desejar entrar em relação com os outros, interagir com os outros? 
Nas palavras do sociólogo e pesquisador da área de comunicação, Dominique Wol-
ton, “[...] Como salvar a dimensão humanista da comunicação, quando triunfa sua 
dimensão instrumental?” (WOLTON, 2004, p. 28). Tais interrogações nos trazem uma 
perspectiva comunicacional dialógica e voltada para a potência na geração de laço 
social e estabelecimento de vínculos.
A comunicação é um processo social básico e primário, pois é a partir dela que se 
torna viável e possível a vida em sociedade. Ela preside, rege todas as relações hu-
manas, de modo que não há sociedade organizada sem comunicação. Dessa forma, 
está relacionada a um padrão cultural, a um modelo de cultura.
Para que a comunicação realmente possa se efetivar, é necessário o domínio da 
linguagem. Especialmente, de uma de suas formas: a língua. Devemos considerar, 
nesse contexto, tanto a língua na sua forma oral quanto na sua forma escrita. As di-
versas variedades linguísticas, bem como as narrativas imagéticas também devem 
ser consideradas, pois convivemos intensamente, na contemporaneidade, com a lin-
guagem visual. 
Sendo assim, nesta unidade, serão apresentados conceitos e reflexões que habilitem 
ao discente o uso da comunicação, da linguagem verbal e da linguagem não verbal 
de forma correta. É, portanto, de suma importância o estudo da linguagem, nos pro-
cessos de interação na contemporaneidade. 
1.1 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
É importante perguntar: em que consiste a linguagem? Na realidade, ela consiste 
em símbolos, que são representações de pessoas, eventos e de tudo o que ocorre 
conosco e ao nosso redor (WOOD, 2009, p. 103). Assim, toda linguagem é simbólica, 
entretanto nem todos os símbolos são linguísticos. No caso da linguagem não ver-
bal, estão inclusos símbolos que não são palavras, como expressões faciais, roupas e 
13
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
tons de voz, assim como imagens expressas pelo homem em suportes diversificados. 
Segundo Émile Benveniste (2005), a linguagem é um sistema de signos socializados. 
Símbolos que apresentam um sentido uniformizado em uma comunidade linguísti-
ca. A premissa de socialização explicitada remete a uma proposição comunicacional 
da linguagem. Quanto à menção “sistema de signos”, seu emprego refere-se à de-
finição de linguagem como um conjunto cujos elementos se determinam em suas 
inter-relações, ou seja, um conjunto no qual nada significa por si, mas tudo significa 
em função dos outros elementos. Dito de outro modo, o sentido de um termo, bem 
como o de um enunciado, é função do contexto em que ele ocorre (VANOYE, 2003, 
p. 21). Dessa forma, a linguagem é considerada fruto de aprendizagem social e refle-
xo da cultura de uma comunidade; além disso, seu domínio é primordial na inserção 
do indivíduo na sociedade.
Observeas imagens a seguir para exemplificar a ideia de uso da linguagem na co-
municação intermediada ou não por dispositivos eletrônicos.
14
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Figura 1 - Comunicação intermediada ou não por dispositivos eletrônicos
Figura 2 – Interação social
15
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
Observe que, tanto na comunicação entre as pessoas da Figura 1, mediada por dis-
positivos eletrônicos, quanto da Figura 2, há formas de comunicação. A diferença é 
que, na segunda imagem, os movimentos e gestos também auxiliam na construção 
de sentidos e são formas de expressão da linguagem.
A linguagem cria a realidade. Ao nomear as coisas, a linguagem as traz até a cons-
ciência humana. As linguagens têm características particulares. Dividem-se em dois 
grupos: a linguagem verbal e a não verbal. A linguagem verbal tem por unidade a 
palavra. A não verbal, por sua vez, tem outros tipos de unidades: gestos, imagens, 
desenhos, pinturas etc. Quando há, em um texto, linguagem verbal e não verbal, di-
zemos que existe a linguagem mista. Observe os exemplos a, b, c.
a) Desenho: linguagem não verbal
Figura 3 – Linguagem não verbal 
16
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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b) Poema: linguagem verbal
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento [...]
O Soneto de Fidelidade de Vinícius de Morais corresponde a um exemplo de lingua-
gem verbal, por meio de palavras.
c) Quadrinho: linguagem mista (verbal+não verbal)
Na comunicação diária, uti-
lizamo-nos de meios que 
dispensam o uso da palavra. 
Nossos gestos e olhares são 
provas disso. A maneira como 
nos vestimos e até como nos 
portamos nos variados am-
bientes que frequentamos 
também serve para comuni-
car aos que nos observam mo-
dos de ser. Assim, podemos 
naturalmente concluir que 
há, no cotidiano, uma mistura 
natural de linguagens. Temos 
por hábito utilizar a lingua-
gem verbal, juntamente com 
a não verbal, como forma de 
estabelecer comunicação.
Figura 4 – Linguagem mista
17
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
1.2 LÍNGUA
As línguas sempre refletem a diversidade de condições históricas e socioculturais em 
que são utilizadas. Para Vanoye (2003, p. 21), as línguas são casos particulares de um 
fenômeno, a linguagem, que é estudada pela linguística geral. Embora não exista a 
linguagem verbal universal, a linguística geral esforça-se no sentido de isolar e estu-
dar as características comuns das diferentes línguas. 
A língua é um código, formado por palavras e leis combinatórias, por meio das 
quais as pessoas se comunicam e interagem entre si. Quanto maior o domínio 
que temos da língua, maiores são as possibilidades de termos um desempenho 
linguístico eficiente.
1.2.1 – LÍNGUA E LINGUAGEM
Um dos principais conceitos para diferenciar língua e linguagem vem de um impor-
tante linguista, considerado o pai da Linguística Geral, Ferdinand de Saussure (2006). 
Para o estudioso, a linguagem é de natureza heterogênea, portanto, é multiforme, 
além disso, pertence ao domínio individual e social. O que tudo isso quer dizer? 
Heterogênea significa que assume mais de uma forma. Então, pode ser verbal, não 
verbal, feita por meio de gestos e movimentos. É, portanto, multiforme, pois assume 
mais de uma forma. A linguagem pode ser de domínio individual (uma pessoa iso-
lada pode conceber símbolos para compreender o mundo) e social (várias pessoas 
usam os mesmos símbolos). 
Para Saussure (2006), a língua é um produto social da linguagem, sendo assim, é 
sempre algo adquirido e convencional. Ou seja, uma comunidade de pessoas preci-
sa atribuir o mesmo sentido aos mesmos símbolos. Por exemplo, em língua portu-
guesa, o símbolo verbal GATO representa o animal doméstico felino. A língua é um 
sistema homogêneo: tem uma única forma e, portanto, é estável. 
18
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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1.2.2 A LÍNGUA É MUTÁVEL
A mutabilidade das línguas é enorme e resulta da dinâmica da história, da própria 
vida, das relações sociais e até da maneira de ser de cada indivíduo. Um exemplo são 
as chamadas línguas mortas, ou em desuso, como o latim. A língua evolui, transfor-
mando-se, e os processos de globalização, os avanços tecnológicos, têm intensifica-
do as variações linguísticas. A fala também se modifica de acordo com a história de 
cada indivíduo, suas intenções, sua formação escolar, sua cultura, com as influências 
que ele recebe do grupo social ao qual pertence (SAUSSURE, 2006).
Algumas palavras perdem ou ganham sílabas, como é o caso do pronome de trata-
mento “Vossa Mercê” que passou por transformações tornando-se “Você”. Quem sabe 
daqui a alguns anos já teremos a palavra Cê no dicionário? Além disso, novas palavras 
surgem de acordo com as necessidades, incluindo os empréstimos de outras línguas 
com as quais a comunidade linguística mantém contato, denominados estrangeiris-
mos (empréstimos linguísticos provenientes de línguas estrangeiras, em diferentes 
épocas). A palavra “bife”, por exemplo, veio do inglês beef; a palavra “abajur” veio do 
francês abat-jur, dentre milhões de exemplos possíveis. 
Também é importante pontuar que a convergência digital, o desenvolvimento das 
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), com o uso da internet e das redes 
sociais, tem potencializado a mutabilidade linguística. A internet propiciou o surgi-
mento e o empréstimo de novas palavras (digitar, teclar, twittar, facebook, blogueiros); 
outras, porém, deixam de ser utilizadas, gradativamente, como é o caso de datilografar.
• SIGNO 
Vanoye (2003, p.21) define signo como uma noção básica na linguística. Signo é 
a menor unidade dotada de sentido em um código dado. Decompõe-se em um 
elemento material, perceptível: o significante, e em um elemento conceitual, não 
perceptível, o significado. O referente é o objeto real ao qual remete o signo em uma 
instância de enunciação.
Exemplo: vamos pensar em maçã.
Significante: o som da palavra, a união de fonemas que forma o vocábulo maçã.
Significado: ideia de uma determinada fruta específica.
Referente: a fruta real que existe. 
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
• CÓDIGO
Código é um conjunto de regras que permi-
te a construção e a compreensão de men-
sagens. É, portanto, um sistema de signos. 
A linguagem é, por conseguinte, um dentre 
outros códigos (VANOYE, 2003, p. 22).
A linguagem verbal é um código, porém, di-
ferente dos demais, apresenta características 
únicas (SAUSSURE, 2006). Uma delas é a de 
falar acerca dos signos que constituem ou-
tros signos, ou seja, pode explicar a arbitra-
riedade que existe entre significante e signi-
ficado. Outra possibilidade é fazer jogos de 
sentido, criando ambiguidades, metáforas, 
brincadeiras de palavras, novas significações. 
Percebe-se que o significado das palavras, 
embora possa parecer algo fixo, não o é, já que 
a língua é viva: as palavras nascem, crescem, 
evoluem, podem mudar de forma e de senti-
do e até desaparecer de determinado idioma. 
A imaginação do homem também pode con-
tribuir para ampliar o significado das palavras 
e ela deixa de significarapenas a ideia origi-
nal, que é aquela básica e objetiva. Daí os conceitos de denotação e conotação.
• DENOTAÇÃO/CONOTAÇÃO
Referem-se ao sentido das palavras da língua. Denotação é a designação do objeto 
ao qual remete o significante, ou seja, é o sentido imediato, possível de localizar ra-
pidamente em um dicionário. Conotação faz referência a tudo que um termo possa 
sugerir, clara ou vagamente (varia de pessoa para pessoa e conforme o espaço e o 
tempo). Nessa categoria, estão as metáforas e a linguagem figurada. (KOCH, 2009). 
No caso do signo maçã, 
diversos significantes (um som, 
ou melhor, uma combinação 
de sons ou uma combinação 
gráfica) correspondem a 
um significado (o conceito 
de maçã), que, por sua vez, 
designa uma classe de 
referentes: maçã do amor, 
doce de maçã, maçã argentina. 
Há casos em que um mesmo 
significante pode remeter a 
vários significados: folha (pode 
remeter à folha de árvore ou 
à folha de caderno). Nesses 
casos, o contexto elimina a 
ambiguidade.
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Dominar bem uma língua não significa apenas conhecer seu vocabulário; é preciso 
também ter domínio de suas leis combinatórias. Conhecemos o sentido de cada 
uma das palavras deste enunciado:
Na foi comunidade Amazônica descoberta indígena
Porém ele nada significa para nós, porque não foram respeitadas as leis de combina-
ção das palavras. Veja como o enunciado ganha sentido se combinarmos as palavras 
desta forma:
Foi descoberta comunidade indígena na Amazônia.
Para compreender melhor a relação dos signos na constituição da linguagem, vamos 
explicar as três características dos símbolos, conforme assinala Wood (2009, p. 104-108).
a) Arbitrariedade – a linguagem é arbitrária, o que significa que os símbolos verbais 
não são intrinsecamente relacionados com o que representam. 
Exemplo: sala de bate-papo não tem nenhuma relação natural com espaços para 
interação dentro de comunidades virtuais específicas. Dessa forma, não há nenhuma 
regra que diga que o termo “mesa” faça referência ao objeto que consideramos 
ser uma mesa. É apenas um convenção. É disso que se trata a arbitrariedade. A 
linguagem também muda à medida que inventamos novas palavras ou atribuímos 
novos significados a palavras existentes. 
Quando determinada palavra é utilizada com um sentido diferente daquele que 
lhe é comum, estamos diante de uma linguagem conotativa. Além de ser bastante 
explorada na Literatura, a conotação é empregada em letras de músicas, anúncios 
publicitários, conversas do nosso cotidiano etc.
Para demonstrar que tanto a conotação quanto a denotação são bastante exploradas 
no nosso dia a dia, leia o exemplo a seguir:
Ex: Marina quebrou a cara.
Observe que, no exemplo, podemos interpretar o enunciado de duas maneiras: 
entender que Marina sofreu algum acidente e fraturou o rosto ou que ela não se deu 
bem em determinada situação.
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
b) Ambiguidade – a linguagem é ambígua, ou seja, não tem significados bem defi-
nidos e precisos. A linguagem é a mesma, mas seu sentido muda, dependendo de 
experiências, interesses, identidade e formação pessoal. A ambiguidade relaciona-se 
aos aspectos culturais. 
Exemplo: cachorro pode se referir a determinado animal de quatro patas ou, em 
algumas culturas, dar nome a um alimento.
c) Abstração – a linguagem é abstrata, ou seja, as palavras não são os fenômenos 
concretos ou tangíveis aos quais elas se referem. Elas representam esses fenômenos 
– ideias, pessoas, eventos, objetos, sentimentos e assim por diante –, mas não são as 
coisas que representam. À medida que a linguagem se torna cada vez mais abstrata, 
o potencial de confusão aumenta rapidamente. Exemplo: a comunicação em geral 
utiliza uma linguagem altamente genérica e abstrata para descrever grupos de pes-
soas – juventude urbana, imigrante, terceira idade etc.
O Gigolô das palavras 
Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa 
mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o 
estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra 
língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da 
pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal pro-
fessor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, 
e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às 
pressas, minha defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão!”). Mas os alunos desfizeram 
o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem 
entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então va-
mos em frente.
LEITURA COMPLEMENTAR
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Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que 
deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gra-
mática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é 
uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessaria-
mente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo mas é claro, certo? O im-
portante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover... Mas 
aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A 
Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de inte-
resse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. 
Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros 
da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles 
só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão 
e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não 
informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada, não 
tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha im-
plicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sem-
pre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a 
Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total 
inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas 
exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, 
as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. 
Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto pas-
sageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na 
sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que 
outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de 
outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. 
São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão 
ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as 
com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra 
seria a sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em 
sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e 
colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramáticaprecisa apanhar 
todos os dias pra saber quem é que manda.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. O gigolô das palavras. In: ______. Para gostar de ler. Luis Fer-
nando Verissimo: o nariz e outras crônicas. 10. ed. v. 14. São Paulo: Ática, 2002. p. 77-78.
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Apesar de uma língua ser uma construção social e sofrer padronizações para se tor-
nar o mais uniforme possível, sempre haverá variação em seu uso. Ou seja, a variação 
“sempre existiu e sempre existirá, independentemente de qualquer ação normativa. 
Assim, quando se fala em ‘Língua Portuguesa’ está se falando de uma unidade que 
se constitui de muitas variedades [...]” (BRASIL, 1998, p. 29). É preciso destacar que 
as variações de uma língua ocorrem de acordo com condições/peculiaridades de 
natureza social, cultural, regional ou até histórica. 
Gorski e Coelho (2010) destacam que há três importantes tipos de variações linguís-
ticas: variação regional ou geográfica, variação social e variação estilística. Vamos nos 
ater um pouco em cada uma delas.
Variação Regional: é aquela que acontece por razões geográficos. Por exemplo, o 
sotaque Gaúcho falado no Rio Grande do Sul, o sotaque baiano falado na Bahia etc. 
Variação Social: essa variação (também conhecida como variação diastrática - GOR-
SKI; COELHO, 2010) está relacionada a fatores econômicos, a classes sociais e ao 
acesso à educação. Também podem influenciar fatores como o sexo, a idade, o grau 
de escolaridade, a profissão do indivíduo. Segundo Gorski e Coelho (2010), são exem-
plos típicos de variação social: a vocalização do -lh- > -i-, como em “mulher/muié”; 
“blusa/brusa”; “cantando/cantano”; a concordância nominal e verbal, como em “os 
meninos saíram cedo/os menino saiu cedo”.
Variação estilística: também chamada de registro. Manifesta-se nas diferentes situ-
ações comunicativas que nos envolvem todos os dias. Por exemplo, em casa, com 
familiares e amigos íntimos, usamos uma variação da língua mais coloquial, mais 
despreocupada. Em situações formais, como uma entrevista de emprego, é mais 
indicado o uso de uma linguagem mais cuidada e elaborada – o registro formal. Al-
gumas esferas de comunicação vão exigir um uso diferenciado da língua – a igreja, o 
clube, o tribunal, dentre outros possíveis exemplos. 
Gorski e Coelho (2010, p. 77) destacam que “tanto a variação geográfica como a 
variação social estão intimamente associadas às forças internas que promovem ou 
impedem a variação e a mudança e à identidade do falante”. Ou seja, ao abrir a boca 
e falar, um sujeito pode revelar muitas informações sobre si, como a sua região de 
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origem; “como se ele, pela sua forma de falar, se identificasse como pertencente ou 
não a determinada comunidade e a determinado grupo social” (GORSKI, COELHO, 
2010, p. 77). 
É nesse contexto que pode acontecer o preconceito linguístico, que diz respeito ao 
julgamento, com preconceito, da forma de falar de um indivíduo. 
Onde se fala melhor o português no Brasil?
Como vimos, as variações linguísticas são normais e podem ser de diferentes nature-
zas: geográficas, sociais ou estilísticas. Portanto, é absolutamente inadequado eleger 
uma maneira de falar como superior às demais, principalmente quando estivermos 
nos referindo a sotaques (GORSKI; COELHO, 2010) . 
Aprendemos nossa língua em casa, no contato com a família, imitando o que ouve e 
apropriando-se do vocabulário e das leis combinatórias da língua. Exercitamos tam-
bém o aparelho fonador para produzir sons que se transformam em palavra, frases e 
textos inteiros. Dessa forma, é preciso levar em conta que 
[...] Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma lín-
gua nacional, notam-se diferenças de pronúncia, de emprego de palavras, 
de morfologia e de construções sintáticas, as quais não somente identifi-
cam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões, como 
ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala. Não existem, 
portanto, variedades fixas: em um mesmo espaço social convivem mescla-
das diferentes variedades linguísticas, geralmente associadas a diferentes 
valores sociais (BRASIL, 1998, p. 29). 
Por isso, temos de compreender as diferentes manifestações da língua e evitar ações 
de preconceito linguístico. É importante ter consciência das diferentes variedades 
da língua e, também, do valor social que manifestam as formas em variação. Desse 
modo, a pergunta “Onde se fala o melhor português do Brasil?” é absolutamente 
inadequada: não há maneira melhor ou pior, certa ou errada. Entretanto, quando 
estivermos em situações de formalidade, alguns usos da língua precisam ser obser-
vados. Nesse caso, estaremos diante de um uso adequado ou inadequado da língua, 
não de um “pior” ou “melhor”. 
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
1.3 GRAUS DE FORMALIDADE
Formal - linguagem cuidada, na variedade culta e padrão. 
Exemplos: artigos acadêmicos, notícias, informativos, dicionários. 
Na linguagem formal, observamos a aplicação de regras gramaticais, lexicais, orto-
gráficas e a maior precisão vocabular possível. 
Existem situações comunicativas de maior formalidade, como um tribunal, uma en-
trevista de emprego, uma entrevista com autoridade. 
A linguagem formal sempre trará a norma padrão da língua, aquela manifestada nas 
gramáticas, nos dicionários. 
Linguagem coloquial, informal ou popular – ocorre quando a língua se manifesta 
naturalmente de forma coloquial e despreocupada com regras específicas da gra-
mática. 
Exemplo: conversas em redes sociais, bilhetes. 
Existem situações comunicativas de maior coloquialidade, como conversa entre amigos. 
A linguagem coloquial trará como norteadora a norma popular da língua, baseada 
no uso direto das situações comunicativas. 
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Texto 1:
Todo mundo fala errado?*
Lya Luft
Frequentemente se ouve alguém afirmar, desamparado, que “todo mundo fala erra-
do”. Se apenas observarmos superficialmente, poderemos achar que a afirmação está 
correta. É verdade: ninguém ou quase ninguém fala “certo”. Talvez devêssemos então 
indagar o que é falar “certo”. A maioria das respostas será que é “falar como está nas 
gramáticas”, isto é: todo mundo deveria usar, com naturalidade e frequência, as formas 
mais sofisticadas da chamada língua-padrão. Nesse caso, diríamos aos amigos, aos fi-
lhos, aos empregados coisas como na página seguinte:
- Maria, viste meu filho na escola?
- Não, Teresa, vê-lo-ei amanhã somente.
Ou ainda:
- Poderias dizer-me aonde irás esta noite?
- Dir-te-ei unicamente quando tiver regressado.
E ainda coisas deliciosas, como:
- Que pensais da cultura dos nossos universitários?
- Não vos posso dar essa resposta, porque seria demasiado desanimadora.
Ora, dirão os meus leitores, que linguajar mais horrível. Que pedantismo, que erudição 
falsa, que inadequação à nossa realidade. Ninguém fala assim. Enfim uma observação 
inteligente: ninguém fala assim, porque essas formas, e muitas outras que não estão 
nos livros, não se usam. Tornaram-se arcaicas, pertencem a um nível de linguagem 
culto formal, que se aceita, com dor nos ouvidos, em discursos, em sermões de igreja 
(e olhe lá! Pelo que nossa liturgia e posturas na Igreja andam evoluindo, em breve a 
música religiosa será considerada blasfêmia...). São formas apenas aturadas, como se 
aturam trastes velhos pela casa, enquanto não sabemos onde os colocar. Isso significa 
que aquilo que os mais ingênuos julgam ser a maneira correta de falar,não passa de 
fórmula livresca, seca, sem vida. Mas não é, nem de longe, o que devemos empregar 
LEITURA COMPLEMENTAR
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SUMÁRIO
1.4 RESUMO
• A linguagem é um sistema de signos utilizado para o estabelecimento da co-
municação. 
• A linguagem é dividida em verbal e não verbal.
• A língua é um código que permite a comunicação entre as pessoas, por meio 
de um sistema de signos e combinações.
• Há dois tipos básicos de variação linguística: os dialetos e os registros.
• A norma popular refere-se a todas as variedades linguísticas diferentes da nor-
ma padrão, esta é caracterizada como prestigiosa, utilizada em situações for-
mais, em sua maioria, por falantes escolarizados.
• Existem três graus de formalidade formal, informal e coloquial
diariamente, muito menos na fala. Pois na língua se distinguem duas maneiras de 
registrar o pensamento: a fala, registro primeiro, e a escrita, registro segundo, isto é, re-
gistro da fala. Observando isso, podemos concluir que a escrita é que deve reproduzir a 
fala, e não vice-versa. Assim não é correto que devêssemos falar como se escreve, mas 
deveríamos, isso sim, escrever como se fala, o que é impossível por uma série de moti-
vos, um dos quais o de ser a escrita um código determinado por decretos oficiais. Por 
isso, não é correto somente o que está “nos livros”.
Mas há outros aspectos, como a linguagem ser um comportamento social do homem. 
Não se usa um calção em uma conferência, nem terno e gravata para ir à piscina (entre 
amigos), como não se fala de maneira descontraída em uma conferência. Na escrita, 
para aprendermos realmente a escrever, é necessário um treinamento intenso, pois o 
código é mais complicado, obedece a regras fixas e rígidas. Nadar se aprende nadando; 
guiar se aprende guiando; falar se aprende falando, e escrever se aprende escrevendo 
e lendo, para internalizar estruturas. O assunto linguagem é complexo demais para ser 
tratado num artigo, e todos os livros escritos a respeito ainda nos deixam saudavelmen-
te curiosos e perplexos.
*LUFT, Lya. Todo mundo fala errado? In: SMITH, Marisa Magnus; MOREIRA, Maria Eunice; 
BOCCHESE, Jocelyne da Cunha (Org.). ENADE comentado: letras 2011. Dados eletrôni-
cos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2013. 122p.
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ANOTAÇÕES
LEITURA COMPLEMENTAR
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. Português do Brasil: a variação que vemos e a variação 
que esquecemos de ver. In:______. O português da gente: a língua que estudamos e a 
língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006. p. 151-196.
Os autores tratam da incapacidade que o falante da Língua Portuguesa tem de lidar com 
situações cotidianas que afetam diretamente o uso da língua. Além disso, Ilari e Basso 
asseveram que a língua está à mercê de mudanças e variações irremediavelmente.
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SUMÁRIO
UNIDADE 2
OBJETIVOS
Ao final desta unidade, esperamos que o aluno seja capaz de:
a) compreender o conceito de comunicação e seus elementos.
b) reconhecer a importância da comunicação no ambiente acadêmico e 
profissional.
c) entender as funções da linguagem no discurso.
d) conscientizar-se de que o conhecimento das funções da linguagem 
pode propiciar a melhoria na produção oral e escrita.
e) compreender os ruídos da comunicação e evitá-los no processo comunicativo.
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2 DESENVOLVIMENTO
Devido à comunicação ser um mosaico composto de processos peculiares, que de-
mandam o desenvolvimento de habilidades perceptivas e expressivas, as quais ne-
cessitamos compreender e explorar em nosso cotidiano de convivência social, é in-
dispensável estudar a comunicação em todas as suas modalidades: comunicação e 
autoimagem, comunicação nos relacionamentos pessoais, comunicação em grupos 
e equipes, comunicação nas organizações, comunicação pública, comunicação de 
massa e tecnologias da comunicação.
Diversos estudiosos da linguagem reconhecem no processo comunicativo um pa-
pel relevante. Nem sempre, porém, a função comunicativa da linguagem foi assim 
reconhecida. Saussure foi considerado o criador da Linguística, que atribuiu à lín-
gua a função de instrumento comunicacional. Anteriormente, a língua era vista 
como representação do pensamento, não tendo a função de transmitir informa-
ções. Reconhecendo a importância atual da comunicação para as diversas orga-
nizações, trabalharemos, nesta unidade, o conceito, os elementos e as funções da 
linguagem na comunicação.
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
2.1 COMUNICAÇÃO
A comunicação é um processo sistêmico no qual as pessoas interagem com símbo-
los e por meio deles para criar e interpretar significados. A comunicação tem quatro 
elementos centrais, segundo Wood (2009, p. 37-40):
Processo – a comunicação é um processo, o que significa que é contínua 
e dinâmica. É difícil dizer quando a comunicação começa e quando ter-
mina, pois o que ocorre antes de falarmos com alguém pode influenciar a 
interação, e o que ocorre em um contato específico pode afetar o futuro. A 
comunicação está em constante movimento, evoluindo e mudando conti-
nuamente. Não é possível congelar a comunicação.
Sistemas – a comunicação ocorre dentro de sistemas. Um sistema consiste 
em partes inter-relacionadas que afetam umas às outras [...]. Pelo fato de 
as partes de um sistema serem interdependentes e interagirem continu-
amente, uma alteração em qualquer uma delas altera o sistema como 
um todo. Os sistemas tentam manter o equilíbrio, mas são incapazes de 
sustentá-lo.
Símbolos – a comunicação é simbólica. Não temos acesso direto aos pen-
samentos e sentimentos dos outros. Usamos, portanto, os símbolos, que 
são representações abstratas, arbitrárias e ambíguas (como vimos na Uni-
dade I) de outras coisas. Podemos simbolizar o amor dando um anel, ou 
dando um abraço apertado em alguém. A comunicação humana envolve 
interações com símbolos e por meio deles.
Significados – estes representam o coração da comunicação. Os significa-
dos são o sentido que conferimos aos fenômenos, ou o que eles significam 
para nós. Não encontramos significados na experiência em si. Em vez disso 
usamos símbolos para criar significados. De modo geral, construímos ati-
vamente o significado por meio de interação com os símbolos. 
2.1.1 MODELOS DE COMUNICAÇÃO/ELEMENTOS DA 
COMUNICAÇÃO
Assim ocorre a comunicação: o EMISSOR envia uma MENSAGEM CODIFICADA por 
meio de um CANAL ao RECEPTOR, com o qual compartilha do mesmo CONTEXTO 
(JAKOBSON, 1991). Observe o processo comunicativo ilustrado no quadro a seguir.
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• Locutor (emissor): aquele que diz algo a alguém.
• Interlocutor (receptor): aquele com quem o locutor se comunica.
• Mensagem: é o texto, o que foi transmitido entre os interlocutores.
• Código: a convenção social que permite ao interlocutor compreender a mensagem.
• Canal: o meio físico que conduz a mensagem ao receptor.
• Referente: o assunto da mensagem.
Fonte: adaptado de Jakobson (1991)
Para compreender melhor os elementos da comunicação, observe o texto a seguir.
Caro Jorge, 
Amanhã não poderei ir à aula. 
Por favor, avise ao professor que entregarei o trabalho na semana que vem. 
Joaquim.
O texto, como podemos observar, é o bilhete de Joaquim para Jorge. Em relação aos 
elementosda comunicação, podemos considerar: 
• Locutor (emissor): Joaquim
• Interlocutor (receptor): Jorge.
• Mensagem: o texto que está escrito no bilhete, o qual Jorge precisa ler para 
fazer o favor solicitado por Joaquim. 
• Código: Língua portuguesa na modalidade escrita e formal.
• Canal: um bilhete escrito.
• Referente: o assunto, que, no caso, é o fato de Joaquim não ir à aula e precisar 
de um favor de Jorge. 
Observe que todos os elementos são fundamentais para que a comunicação real-
mente se efetive! 
QUADRO 1 – ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
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SUMÁRIO
2.1.2 COMUNICAÇÃO E INTENCIONALIDADE 
DISCURSIVA
A intencionalidade discursiva diz respeito às intenções explícitas ou implícitas exis-
tentes nos enunciados. Observe o exemplo:
A mãe para o filho, que entra com os pés cheios de lama: 
- “Marcelo, eu acabei de limpar o chão da sala”.
A intenção implícita da mãe é dizer ao filho para que ele não suje o chão da sala 
entrando com os pés cheios de lama. A mãe deseja, portanto, que seu filho tome 
algumas destas atitudes a fim de manter o chão limpo: limpar os pés antes de entrar, 
limpar a sujeira que fez no chão etc.
Dessa maneira, o modo como cada falante da língua utiliza a linguagem articulada 
depende do objetivo que pretende atingir, isto é, da intenção discursiva: explicar 
algo, informar, influenciar outra pessoa, expressar seus sentimentos etc.
Assim, o indivíduo: 
SELECIONA » ORGANIZA » COMBINA AS PALAVRAS CONFORME SUA INTENÇÃO 
COMUNICATIVA
Nesse contexto, as intenções discursivas podem ser nomeadas como funções da lin-
guagem. Isso quer dizer que, para cada elemento da comunicação, há uma função 
da linguagem específica. O linguista Roman Jakobson (1991) propôs um esquema 
das funções da linguagem a partir dos elementos da comunicação: 
EMISSOR
Função 
Emotiva
RECEPTOR
Função
Conativa
REFERENTE: Função Referencial
MENSAGEM: Função Poética
CANAL: Função Fática
CÓDIGO: Função Metalinguística
Figura 5 – Funções da linguagem - Fonte: adaptado de Jakobson (1991).
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A linguagem sofre variações de acordo com a situação e assume funções que levam 
em consideração o que se pretende transmitir, bem como os efeitos que se espera 
obter com o que se transmite. A partir dessas considerações, analisar as funções da 
linguagem nos textos alheios contribui para a descoberta dos objetivos que direcio-
naram sua elaboração. Aplicá-las aos nossos textos ajuda-nos a planejar melhor a 
comunicação, que se torna, portanto, eficiente.
Segundo essa perspectiva, existem seis funções de linguagem. Vamos conhecer cada 
uma delas.
Função Referencial ou denotativa (referente) – o objetivo é traduzir a realidade (o 
referente), informando com o máximo de clareza possível. Nos textos científicos e 
alguns jornalísticos, predomina essa função. Ela é a que se volta para a informação, 
para o próprio contexto, na intenção de transmitir dados da realidade de uma forma 
direta e objetiva. Nessa função, prevalece normalmente o texto escrito em terceira 
pessoa, com palavras empregadas no sentido denotativo, como em trabalhos cientí-
ficos e noticiários jornalísticos. É a função mais utilizada na comunicação e é comum 
vê-la associada a outras funções. 
Exemplo: grande maioria das notícias e reportagens. 
Função Emotiva ou expressiva (emissor) – o objetivo é expressar emoções, senti-
mentos, estados de espírito. O que importa é o emissor, por isso, o predomínio do 
registro em primeira pessoa.
Exemplos: alguns poemas, relatos em primeira pessoa, diários. 
Função conativa ou apelativa (receptor) – o objetivo é convencer o receptor a ter 
determinado comportamento, por meio de uma ordem, uma invocação, uma exor-
tação, uma súplica etc. Essa função centra-se no receptor. É persuasiva e se configura 
como uma ordem ou apelo, procurando modificar no receptor ideias, opiniões e 
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SUMÁRIO
Exemplo: algo que ocorre em um diálogo de telefone. Veja: 
- Alô, Maria, como vai?
- Oi, José, vou bem!
- Você está melhor, Maria?
- Já disse que sim!
- Eu também estou bem... Você está bela!
- Ah, bem, é que eu...
- Tá certo! Então... vou desligar.
estados de ânimo. As propagandas e os discursos autoritários abusam dessa lingua-
gem. Ela se caracteriza pelo uso de verbos no imperativo, pela utilização de vocativos 
e da segunda pessoa.
Exemplos: propagandas, publicidade, campanhas publicitárias. 
Função Fática (canal) – o objetivo é apenas estabelecer, manter ou prolongar o con-
tato (por meio do canal) com o receptor. As expressões usadas nos cumprimentos, ao 
telefone ou em outras situações apresentam esse tipo de função. A palavra fático sig-
nifica ruído, rumor.É a função utilizada para abrir, fechar ou, simplesmente, testar a efi-
ciência do canal usado na comunicação, estabelecendo, prolongando ou testando-o.
Função Metalinguística (código) – o objetivo é o uso do código para explicar o pró-
prio código. A língua, por exemplo, é um código; os sinais de trânsito são outro. Me-
talinguagem são textos que interpretam outros textos. Utiliza-se a linguagem para 
falar dela própria. Uma gramática, um dicionário, esta apresentação, uma explicação 
oral acerca do uso da língua ou quando procuramos explicitar com outras palavras o 
que foi dito anteriormente são exemplos desta função.
Exemplo: dicionários. 
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Função Poética (mensagem) – o objetivo é dar ênfase à elaboração da mensagem. O 
emissor constrói seu texto de maneira especial, realizando um trabalho de seleção e 
combinação de palavras, de ideias ou de imagens, de sons e/ou de ritmos. Explora-se 
bastante a conotação. Uma das características da poesia é nos remeter, por meio 
da sonoridade de seus versos, a uma ideia acerca de algo do que o texto fala. É na 
composição rítmica, mas também nos sons dos fonemas que essa construção se dá. 
É centrada na mensagem, na seleção, na combinação das palavras e da estrutura do 
texto, buscando construí-lo de forma original, criativa e inovadora. É comum o uso de 
figuras de linguagem e recursos poéticos. É importante ressaltar que a função poéti-
ca não é exclusiva da poesia, sendo também encontrada em anúncios publicitários.
Exemplo: a grande maioria dos textos literários. 
2.1.3 RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO
Para que uma situação de comunicação ocorra efetivamente, é necessário que todos 
os ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO - locutor, interlocutor, mensagem, canal, código 
e contexto - estejam presentes. Porém pode haver situações em que um ou mais 
elementos sofram interferências, gerando RUÍDOS.
Assim, o ruído é toda interferência indesejável que atrapalha a transmissão e a com-
preensão de uma mensagem. 
Exemplos: o barulho de uma sirene durante um diálogo; muitos erros de português 
em um texto escrito; caligrafia ruim; o boato etc. 
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SUMÁRIO
RUÍDOS QUE CRIAM BARREIRAS NO ATO DE COMUNICAÇÃO
1- O receptor não dedica suficiente atenção e concentração para a recepção da 
mensagem, gerando mal-entendidos.
Exemplo: Um funcionário informa o resultado da reunião com um cliente, Sr. Ricardo, 
ao supervisor, que não deixa de ler e-mails enquanto ouve e, por isso, não dá a menor 
atenção à fala do funcionário. 
O funcionário sai da sala e toca o telefone, é o Sr. Ricardo; como o supervisor não 
prestou atenção, o funcionário não entende o que está acontecendo e deixa o Sr. 
Ricardo muitonervoso.
2- O emissor ou o receptor não tem domínio completo do código utilizado.
Exemplo: Imagine um vendedor gritando a plenos pulmões a seguinte frase: 
- Olha a tapioca, olha a tapioca, fazida na hora. Pida! Pida!
Provavelmente, sua intenção é fazer com que seu produto desperte o interesse das 
pessoas. Entretanto a forma que ele enuncia denota que o código (língua portuguesa) 
não é totalmente dominado pelo emissor na sua modalidade padrão. E no momento 
de convencer pessoas a comprar produtos, usar a forma culta poderia ser mais efetiva 
para o ato comunicativo. Assim, corre-se o risco de muitas pessoas não entenderem 
a intenção comunicativa (para comprar e pedir por tapioca) e, assim, a comunicação 
não se efetivar. 
3- O canal sofre interferências, o que impossibilita a perfeita transmissão da men-
sagem.
Exemplo: Durante uma reunião em uma sala próxima à rua, o gerente interrompe a 
fala cada vez que o barulho da britadeira começa. 
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4- O emissor e o receptor têm percepções diferentes do contexto da comunicação, 
ou o receptor o desconhece.
Exemplo: Em uma reunião de uma empresa, um executivo elogia uma colega e a 
chama de mulherão. Ela, porém, se ofende e sai da sala. 
Para o emissor, isso pode ter sido um elogio, mas, de acordo com o contexto e com a 
forma como foi enunciada, a palavra pode ser interpretada de outra maneira, como 
acontece no exemplo posto. 
5 - O receptor não consegue clarificar qual a principal mensagem do texto.
Exemplo: textos confusos, sem coesão, sem coerência, que impedem a interpretação. 
Com o objetivo de ter uma locução mais clara:
evite mensagens soterradas por um monte de informações secundárias, as quais 
impedem que o assunto principal seja entendido com clareza. 
evite carga excessiva de dados e fatos, pois o excesso deixa a transmissão seriamente 
comprometida, exigindo esforço e capacidade maiores do receptor para acompanhar 
o raciocínio. 
6 - Redundância
Não chega a perturbar a transmissão da mensagem, mas torna o texto extenso e 
cansativo, podendo levar o receptor a se desinteressar pela informação. A repetição 
de termos objetiva a clareza e a prevenção de possíveis equívocos na mensagem; no 
entanto, quando se usa repetidamente esse recurso, pode-se prejudicar a compre-
ensão pelo excesso.
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SUMÁRIO
2.2 RESUMO
• Conceito de comunicação.
• Elementos da comunicação: emissor, receptor, código, referente, mensagem e 
canal.
• Funções da linguagem: emotiva, apelativa, fática, metalinguística, poética e re-
ferencial.
• Ruídos na Comunicação.
• Tipos de ruídos.
1) CHALHUB, Samira. Funções da linguagem. 7.ed. São Paulo: Ática, 1995. 
O livro de Chalhub aborda as funções da linguagem de modo bem detalhado. Além 
disso, a autora discute que as mensagens exploram uma ou mais funções, explicitando 
que o predomínio de uma delas é extremamente relevante na construção do objetivo 
de uma comunicação.
2) Nós na fita 
Trecho da comédia de Leandro Hassum e Marcius
Melhen em que tratam da redundância.
INDICAÇÃO DE VÍDEOS E LEITURA
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ANOTAÇÕES
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SUMÁRIO
UNIDADE 3
OBJETIVOS
Ao final desta unidade, o aluno será capaz de:
• conhecer as estratégias de leitura, a fim de aperfeiçoar a capacidade leitora.
• conscientizar-se das concepções de leitura.
• entender os objetivos da leitura, bem como suas funções sociais.
• compreender a pluralidade de leituras que um texto pode propiciar.
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3 DESENVOLVIMENTO
A leitura ocupa um importante papel em nossas vidas por motivos infinitos. É por 
meio dela que desenvolvemos o conhecimento de mundo, vivemos experiências 
novas e nos formamos como indivíduos. Ela é, também, uma importante habilidade 
a ser desenvolvida pelo estudante, a fim de ampliar seus horizontes, o mercado de 
trabalho, o crescimento individual etc. Por isso, dedicamos uma unidade desta apos-
tila para que você, aluno(a), conheça mais a respeito dessa competência primordial 
ao ser humano.
3.1 CONCEPÇÕES DE LEITURA
A leitura é o resultado de uma série de convenções que uma comunidade estabe-
lece para a comunicação entre seus membros e fora dela. Aprender a ler e ser leitor 
são práticas sociais que medeiam e transformam as relações humanas (COSSON, 
2011, p. 40). As concepções (conceitos) de leitura são decorrentes das concepções de 
sujeito, de língua, de texto e de sentido. Há três concepções de leitura - com foco no 
autor, com foco no texto e com foco na interação autor-texto-leitor.
Foco no autor
A língua, nessa concepção, é vista como representação do pensamento. O sujeito é 
psicológico, individual dono de sua vontade e de suas ações. Assim, o interlocutor 
deve captar a mensagem do locutor da maneira como foi mentalizada por este. O 
texto é visto como um produto do pensamento do autor. Portanto, a leitura é enten-
dida como atividade de captação de ideias do autor, sem levar em conta as experi-
ências e os conhecimentos do leitor (KOCH; ELIAS, 2010).
Foco no texto
A língua é observada como estrutura, como código. O sujeito é “assujeitado” pelo 
sistema (não de forma consciente). O texto é produto da codificação de um emissor, 
a ser codificado pelo ouvinte, bastando a este o conhecimento do código usado. A 
leitura é focada no texto. Cabe ao leitor reconhecer os sentidos das palavras e das 
estruturas do texto (KOCH; ELIAS, 2010).
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SUMÁRIO
Foco na interação autor-texto-leitor
A concepção de língua é interacional. Os sujeitos são construtores sociais que inte-
ragem, dialogam com o texto. O sentido é construído na interação texto-sujeitos. A 
leitura é uma atividade interativa complexa de produção de sentidos. É uma ativi-
dade na qual se consideram as experiências e os conhecimentos do leitor. A leitura 
do texto exige do leitor bem mais que o conhecimento do código linguístico (Língua 
Portuguesa) (KOCH; ELIAS, 2010).
3.2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA
O que é ler? Ler nada mais é do que decifrar símbolos e atribuir significados a eles. 
É por meio da leitura que decodificamos textos, dessa forma, é seguro pontuar que 
é lendo que aprendemos, é lendo que construímos conhecimento e descobrimos 
melhor o mundo que nos cerca. 
Para entender melhor o que é leitura, vamos visitar o conceito de Leffa (1996), que 
considera a leitura uma forma de representação, já que, quando lemos, entende-
mos melhor nossa realidade, não tendo aceso ao real, mas sim a representações 
da realidade: 
A leitura não se dá por acesso direto à realidade, mas por intermediação 
de outros elementos da realidade. Nessa triangulação da leitura o elemen-
to intermediário funciona como um espelho; mostra um segmento do 
mundo que normalmente nada tem a ver com sua própria consistência 
física. Ler é portanto reconhecer o mundo através de espelhos. Como esses 
espelhos oferecem imagens fragmentadas do mundo, a verdadeira leitura 
só é possível quando se tem um conhecimento prévio desse mundo (LE-
FFA, 1996, p. 10).
Como a leitura é fundamental, todo leitor competente tem estratégias de leitura. 
Estratégias de leitura também podem ser consideradas planos flexíveis que apre-
sentam grande adaptação às mais diversas situações comunicativas presentes nos 
textos,facilitando a compreensão dos leitores. 
Ler diz respeito a procedimentos de ordem elevada, que envolvem o cognitivo e o 
metacognitivo. Não são técnicas precisas, tampouco receitas infalíveis ou habilida-
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des específicas. O que caracteriza a mentalidade estratégica é a sua capacidade de 
representar e de analisar os problemas e a flexibilidade para encontrar e buscar so-
luções. Trata-se mais de fomentar as competências leitoras dos sujeitos (SOLÉ, 1998, 
p. 69-70). Destacamos quatro principais estratégias: seleção, antecipação, inferência 
e verificação; essas estratégias são retiradas dos estudos de Goodman (1987) e Me-
negassi (1995).
SELEÇÃO
O leitor precisa selecionar quais as informações são mais importantes. Pela relevân-
cia, escolhe algumas informações para interpretar e reter. 
ANTECIPAÇÃO
Antecipar significa adiantar sentidos. Então, a antecipação se realiza nas hipóteses 
de leitura criadas pelo leitor, seja antes ou durante a leitura. Ele tenta antecipar o que 
está por vir e tentará comprovar suas hipóteses. Uma vez comprovadas, o leitor estará 
satisfeito por estar compreendendo o que lê. Caso não tiver uma hipótese compro-
vada, o leitor terá que rever sua compreensão e, assim, terá de trocar de estratégia 
ou hipótese. 
INFERÊNCIA 
A partir de informações postas no texto, o leitor é capaz de inferir outras. A inferência 
acontece quando o que está posto no texto ativa os conhecimentos de mundo dos 
leitores. 
VERIFICAÇÃO
É quando o leitor comprova ou refuta todas as suas antecipações e inferências. A 
verificação que faz com que o leitor ajuste a sua interpretação do texto. 
3.3 FATORES DE COMPREENSÃO DA LEITURA
Quais fatores auxiliam na compreensão do que lemos? Podemos destacar etapas 
que podem auxiliar na leitura de textos e aspectos gerais importantes. 
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SUMÁRIO
a) Etapas de análise de texto:
No momento de analisar um texto, seja ele da natureza que for, quatro passos pode-
rão ser executados. 
Primeiro passo: decodificação. O texto é lido e as letras formam um sentido 
compreensível. 
Segundo passo: compreensão. Uma primeira leitura por meio de uma visão 
panorâmica permite que o leitor busque esclarecimentos para melhor compre-
ensão do texto. Ele entende o assunto e o tema e compreende o vocabulário.
Terceiro Passo: interpretação. Quando as informações do texto podem ser rela-
cionadas com outros conhecimentos. A busca de dados a respeito do autor do 
texto pode auxiliar nessa etapa. 
Quarto Passo: retenção. As informações mais importantes serão memorizadas. 
b) Questões a serem observadas no texto:
O momento da leitura está imbricado ao momento que um texto foi produzido. 
Koch (2006) aponta que um texto é compreendido a partir de uma intensa atividade 
interativa que envolve três fatores: o produtor, o texto e o leitor. Observe, a seguir, a 
relação que podemos traçar entre esses fatores:
Quadro 2 – Elementos do ato de Leitura
Produtor/Planejador
O texto
O leitor
É o indivíduo responsável pela organização dos sentidos 
do texto. Isso é operacionalizado por meio de sinalizações 
textuais (indícios, pistas, marcas).
A materialidade do texto (seu gênero, estilo, marcas de 
autoria) são pistas deixadas pelo autor para a construção 
de sentidos. Porém, as informações que estão no texto 
podem ser relacionadas com leituras anteriores de cada 
leitor e, assim, construir novos sentidos. 
Constrói efetivamente os sentidos apresentados no texto 
a partir da leitura.
Fonte: Adaptado de Koch (2006).
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Em suma, trata-se de aplicar estratégias de leitura e, também, de colocar em prática 
os quatro passos para a análise do texto. Vamos ver um exemplo prático? Veja, a se-
guir, que transcrevemos um miniconto do autor Dalton Trevisan. 
NO VELÓRIO
No velório, a viúva:
- O que separou a gente foi a morte.
- Coragem, Maria. 
Um longo suspiro.
- A vida dele acabou...
- ...
- ...e a minha hoje começa!
Dalton Trevisan
Vamos observar os três fatores envolvidos na produção do texto? 
• Autor: Dalton Trevisan. Para compreender a obra, convém pesquisar acerca do 
autor, entender suas publicações e, dentro do possível, conhecer sua biografia. 
• Texto: ler e entender o texto que está diante do leitor (um miniconto literário).
• Leitor: o leitor precisa saber se tem leituras anteriores que o auxiliam na inter-
pretação do conto. 
Agora, vamos aplicar os quatro passos da análise de um texto? 
• Primeiro passo: na decodificação do texto, o leitor precisa juntar as letras, fone-
mas, vocábulos e entender a colocação das frases. No caso do miniconto, preci-
sa entender, também, o que é um travessão e o que são reticências. 
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SUMÁRIO
• Segundo passo: para compreender esse texto, é necessário entender o funcio-
namento de um miniconto, ou seja, uma unidade narrativa com tamanho res-
trito; o mínimo de palavras, com o máximo de sentidos. Também, é preciso 
que o leitor entenda o significado social dos termos velório e viúva, pois é essa 
compreensão que permitirá que o miniconto seja resumido. 
• Terceiro passo: para interpretar o conto, o leitor precisa relacionar o seu conhe-
cimento de mundo com as informações que o texto apresenta. Assim, ao ver a 
palavra velório, vai mobilizar o significado que velório apresenta na nossa cul-
tura: uma ocasião solene, em que se espera que a viúva enlutada esteja triste. 
O final do conto pode ser surpreendente para o leitor, mas é sua compreensão 
que pode fazer com que várias interpretações surjam. Pela leitura, percebemos 
que a morte do marido não é algo a se lamentar, e sim motivo de comemora-
ção. O leitor ao interpretar o conto pode elencar razões que possam explicar a 
frase final da viúva. 
• Quarto passo: a retenção pode estar relacionada tanto à compreensão quanto à 
interpretação. O primeiro tipo de retenção pode fazer com que o leitor memo-
rize quais são as características de um miniconto. A retenção do segundo tipo, 
por sua vez, pode fazer com que o leitor tenha outra percepção sobre velórios 
e viúvas e tenha uma opinião a respeito da parte da obra do autor, Dalton Tre-
visan. Outras retenções são possíveis de acordo com as interpretações de cada 
leitor. 
A partir disso, vamos relacionar a leitura do texto analisado com as estratégias de 
leitura que exploramos no nosso estudo. 
SELEÇÃO
O miniconto é um gênero conciso, então, não há muitas possibilidades de selecionar 
informações. Na leitura, porém, alguns vocábulos são importantes para a construção 
dos sentidos, como velório, viúva, vida, começa. Esses termos são encadeadores de 
sentido e precisam ser selecionados pelos leitores. 
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ANTECIPAÇÃO
O texto possibilita várias antecipações:
1. ao ler a palavra velório, o leitor pode antecipar que o miniconto abordará a dor 
da perda.
2. ao compreender o termo viúva, o leitor pode antecipar que ela está triste e en-
lutada por perder o marido. 
3. a construção “coragem, Maria” permite que o leitor reforce as antecipações an-
teriores, pois parece ser alguém amparando o pranto da viúva.
INFERÊNCIA
A leitura do conto também possibilita várias inferências. A partir do diálogo da viúva, 
o leitor pode inferir qual era o relacionamento dela com o falecido. Como os três 
pontos pode inferir que o interlocutor da viúva ficou em suspense com a respostaque ela estava por dar. O final do miniconto possibilita outras inferências relaciona-
das aos motivos de a viúva ter feito a afirmação que fez. 
VERIFICAÇÃO
Após fazer antecipações e inferências, o leitor, no ato da leitura, vai fazendo verifica-
ções. No decorrer da leitura, perceberá que a sua primeira percepção acerca da pa-
lavra velório não se confirma, a viúva não lamenta a morte do marido. Isso desmonta 
uma possível hipótese de leitura, obrigando o leitor a rever os sentidos que estava 
atribuindo ao texto. 
3.4 ESCRITA E LEITURA: CONTEXTO DE 
PRODUÇÃO E CONTEXTO DE USO
Depois de escrito, o texto tem uma existência independente do autor. Entre a pro-
dução do texto escrito e sua leitura, pode passar muito tempo, as circunstâncias da 
escrita (contexto de produção) podem ser diferentes das circunstâncias da leitura 
(contexto de uso), fato esse que interfere na produção de sentido (KOCH; ELIAS, 2010.
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SUMÁRIO
Quadro 3 – Passos para interpretação de texto
Passo a passo para uma boa interpretação de texto
1. Ler todo o texto, para ter uma visão geral do assunto.
2. Se encontrar palavras desconhecidas na primeira leitura, não a interrompa, vá até o fim.
3. Ler o texto pelo menos três vezes.
4. Voltar ao texto todas as vezes que precisar. Aplicar as quatro etapas de análise (deco-
dificação, interpretação, compreensão e retenção). 
5. Esclarecer e compreender o vocabulário (procure as palavras no dicionário, se preciso).
6. Dividir o texto em parágrafos, fazer a leitura e sublinhar as partes mais importantes.
7. Anotar, ao lado de cada parágrafo, o que você compreendeu da leitura.
8. Pensar na ideia de que o autor quer defender, criticar ou refletir.
9. Identificar personagem, espaço, enredo e tempo, caso seja uma narrativa.
10. Relacionar as ideias e os fatos do texto ao conhecimento de mundo que você já tem.
11. Anotar as dúvidas e discutir com algum colega a compreensão que fez do texto.
Fonte: adaptado de Koch e Elias (2010); Leffa (1996). 
A leitura, de um modo geral, é fundamental 
para a formação, pois, segundo Petit (2009, 
p. 13), “a leitura tem o poder de desper-
tar em nós regiões que estavam até então 
adormecidas”. Além disso, “ela contribui 
para que crianças e adolescentes encami-
nham mais no sentido do pensamento do 
que da violência. 
Em certas condições, a leitura abre possibi-
lidades onde parecia não existir margem de 
manobra”. A leitura possibilita a construção 
de subjetividades, juntamente a um enten-
dimento do mundo. 
Ler para quê?
Para obter informações.
Resolver problemas práticos do dia a 
dia.
Satisfazer curiosidades.
Passar o tempo.
Ter momentos de lazer.
Coletar argumentos e dados.
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3.5 RESUMO
Concepções de leitura.
Objetivos da leitura.
Funções sociais da leitura.
Importância da leitura.
Estratégias de leitura.
Passos para uma boa interpretação de texto.
SUGESTÕES DE LEITURA
1) KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São 
Paulo: Contexto, 2006. 
As autoras aprofundam a noção de leitura, abordando que, ao exercer essa atividade, exige-se 
mais do que o simples conhecimento linguístico compartilhado pelos interlocutores.
2) TATIT, Luiz. Abordagem do texto. In: FIORIN, José Luiz (Org.). Introdução à linguística: I – 
objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2003. p. 187-209.
Aborda a passagem do estudo das frases para o estudo dos textos.
2) PETIT, Michèle. Leituras: do espaço íntimo ao espaço público. São Paulo: Editora 34, 2013. 
São ensaios que destacam a leitura para assegurar um espaço, próprio, íntimo e privado. 
3) SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre, Ed. Artmed, 1998.
A obra de Solé traça uma importante reflexão sobre a importância da leitura e as possíveis 
estratégias para a interpretação e compreensão de textos. 
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UNIDADE 4
OBJETIVOS
Ao final desta unidade, o aluno será capaz de:
• compreender a noção de texto.
• entender a noção de tipo textual.
• conhecer os tipos textuais.
• compreender o que é um gênero textual.
• diferenciar texto verbal e não verbal.
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SUMÁRIO
4 DESENVOLVIMENTO
Nesta unidade, dedicamos nosso estudo à noção de texto, importantíssima para o 
estudante que quer desenvolver e aperfeiçoar sua produção escrita. Será apresenta-
da a definição de texto, bem como alguns conceitos relacionados a texto (contexto 
discursivo, discurso etc.). Além disso, é fundamental estudar os tipos textuais mais 
presentes no cotidiano e seu papel na constituição dos gêneros textuais. 
4.1 CONCEITO DE TEXTO
Texto – vem do latim texere (construir, tecer), cujo particípio passado textus também 
era usado como substantivo e significava ‘maneira de tecer’, ou ‘coisa tecida’, e, ain-
da mais tarde, ‘estrutura’. Foi por volta do século XIV que a evolução semântica da 
palavra atingiu o sentido de ‘tecelagem ou estruturação de palavras’, ou ‘composição 
literária’, e passou a ser usado em inglês, proveniente do francês antigo texte (FER-
REIRA, 2009).
Tipos são formas de usar a linguagem que podem ser expressas nos textos. Podem 
ser cinco: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção. Um gênero pode 
ter mais de um tipo em sua composição. Por exemplo, um artigo de opinião é mar-
cadamente dissertativo, mas pode ter uma pequena história em sua constituição. 
A narração é o relato de fatos contados por um narrador, envolvendo personagens, 
localizadas em um tempo e em um espaço. Já a argumentação, também chamada 
de dissertação, é a expressão de opinião a respeito de um assunto. Exposição é a sim-
ples menção de uma situação ou comentário. Descrição é o registro de característi-
cas de objetos, de pessoas, de lugares. Injunção é a tentativa de convencer alguém 
a fazer algo. 
Os tipos de textos são articulados em gêneros textuais. Gêneros textuais são as for-
mas básicas em que os textos circulam em sociedade, como cartas, reportagens, 
bulas, ofícios, notícias, contos, poemas, propagandas, e-mails, dentre outros. 
Os gêneros são infinitos, pois eles se definem pela função social. Marcuschi (2010, p. 
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
23) descreve-os como “textos materializados que encontramos em nossa vida diária 
e que apresentem características sociocomunicativas definidas por conteúdos, pro-
priedades funcionais, estilo e composição característica”.
Compreendemos e agimos no mundo por meio de gêneros. Quando conversamos 
com amigos, lemos notícias, falamos em aplicativos, estamos manipulando gêneros 
textuais. 
Um texto é sempre verbal?
Um texto pode ser formado apenas pela linguagem verbal (uma notícia) ou apenas 
pela linguagem não verbal (um desenho, uma pintura). Ainda, pode ser formado 
pelo cruzamento de mais de uma linguagem: verbal e não verbal (história em qua-
drinhos). Um texto sempre será uma totalidade que tem sentido completo. 
Nessa perspectiva, um anúncio publicitário, uma notícia de jornal, uma frase pichada 
no muro, um artigo de opinião serão textos se tiverem sentido completo. O sentido 
completo só é possível se considerarmos todas as partes do texto. 
Outro ponto fundamental para o conceito de texto é o contexto. O que é contex-

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