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APOSTILA COMPLETA DE DENTÍSTICA I

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TAÍS ALBANO 
DENTÍSTICA I 
Taís Albano Lacerda Silva – Odontologia Unifenas XLIV 
 
 As cavidades podem ser patológicas ou terapêuticas. A cavidade patológica possui formas e dimensões 
irregulares, causada pela destruição dos tecidos duros. Já a cavidade terapêutica está relacionada ao preparo 
cavitário, sendo, assim, o resultado da remoção da cárie. Os preparos cavitários possuem formatos irregulares. 
 
OBJETIVOS DO PREPARO CAVITÁRIO 
➢ Remover “todo” o tecido cariado (em algumas situações hoje existem possibilidades de não se remover 
todo o tecido cariado). 
➢ Obter formas precisas. 
➢ Promover proteção mútua. 
➢ Impedir recidiva de cárie. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES 
 - Quanto à finalidade: 
 > Terapêutica: resultado da remoção total da cárie, deixando o dente em condições de receber material 
restaurador direto. 
 > Protético: tem como objetivo suportar uma prótese. Pode-se haver a necessidade de fazer o preparo em 
dente saudável, visando a sustentação do dente protético adjacente. 
 
 - Quanto à quantidade de faces em que ocorre o preparo: 
 > Cavidade simples: quando atinge apenas uma face do dente (qualquer face). 
 > Cavidade composta: quando atinge duas faces do dente. 
 > Cavidade complexa: quando atinge três ou mais faces do dente. 
 
 - Quanto às faces envolvidas: 
 > Cavidade oclusal: atinge apenas a oclusal. Quanto ao número de faces, é uma cavidade simples. 
 Pode ser mésio-oclusal, ocluso-distal, etc... A ordem não é fixa, mas normalmente se usa falar da mesial para 
a distal. 
 
 PAREDES são os limites das cavidades. Existem as paredes circundantes (laterais) e cada uma possui um 
nome, que está relacionado à face que está mais próxima (mesial, distal, vestibular, lingual, palatina, oclusal, gengival 
ou cervical). As paredes de fundo são chamadas de pulpar (paralela à oclusal) e axial (paralela ao longo eixo do 
dente). 
 
 O hidróxido de cálcio age por contato. Quanto mais próximo estiver da parede axial e pulpar, melhor ele 
induzirá a formação de dentina, pois estará mais perto da polpa. 
 TAÍS ALBANO 
 
 ÂNGULOS são linhas ou pontos resultantes da união de duas ou mais paredes. São divididos em: 
➢ Ângulos diedros: formados pelo encontro de duas paredes 
- Primeiro grupo: formado pela união das paredes circundantes (vestibular, lingual, mesial, distal, cervical, 
incisal ou oclusal). Encontro da mesial com vestibular: mésio-vestibular ou vestíbulo-mesial; vestibular 
com distal: disto-vestibular ou vestíbulo-distal e assim por diante. 
* Exemplo: em uma cavidade ocluso-distal, não haverá formação de ângulo com a parede distal, visto que 
ela foi perdida no momento do preparo cavitário. 
 
- Segundo grupo: formado por uma parede circundante e uma parede de fundo. 
 
 
 
 TAÍS ALBANO 
 
- Terceiro grupo: formado pela união das paredes de fundo da cavidade. 
 
Geralmente, o ângulo áxio pulpar deve ficar arredondado para favorecer a distribuição de forças do material 
restaurador, principalmente do amálgama. 
 
➢ Ângulos triedros: formados pelo encontro de três paredes. 
 
 
 
 
 TAÍS ALBANO 
 
➢ Ângulo cavo-superficial: formado pela junção das paredes da cavidade com a superfície externa. É o 
limite interno-externo. É a “beirada” do preparo. É o limite da margem restauradora e de adesão. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DE BLACK 
 Considera as áreas do dente que apresentam maior suscetibilidade à cárie, ou seja, locais retentivos (fóssulas, 
cicatrículas, fissuras, áreas cervicais, entre outros). 
➢ Classe I: regiões de má coalescência (união/vedamento) do esmalte. Locais que apresentam cicatrículas 
e fissuras. Ocorre na oclusal de pré-molares e molares, 2/3 da porção oclusal da face vestibular dos 
molares inferiores, 2/3 oclusais da face palatina dos molares superiores e palatina dos incisivos e caninos 
superiores. 
 
➢ Classe II: faces proximais de pré-molares e molares. Caso estenda para a oclusal, continua sendo classe 
II. Nos molares, SEMPRE que envolver faces proximais será classe II. 
 
 TAÍS ALBANO 
➢ Classe III: faces proximais dos dentes anteriores sem comprometimento do ângulo incisal. 
 
➢ Classe IV: faces proximais dos dentes anteriores com comprometimento do ângulo incisal. 
 
➢ Classe V: acontece no terço cervical ou gengival das faces livres de todos os dentes. 
 
 
 
 
 TAÍS ALBANO 
INSTRUMENTAIS 
➢ Cortantes rotatórios: brocas usadas na caneta. É necessário apresentar: 
- Torque: força que o instrumental tem para resistir à pressão sem ter seu movimento interrompido. 
- Concentricidade: capacidade do instrumental de girar em seu próprio eixo (simetria). 
- Calor friccional: diretamente proporcional à pressão de corte, velocidade de rotação e área de contato. 
Deve ser baixo, gerado pelas brocas e pontas diamantadas novas, pois fazem geração de calor menor por 
ter menor necessidade de pressão e maior velocidade. 
- Corte ou desgaste: usam-se brocas (promovem corte – lâminas na ponta – cortam melhor estruturas 
mais plásticas, como a dentina) e pontas diamantadas (desgaste – grânulos na ponta ativa – desgastam 
melhor estruturas mais duras, como o esmalte e restaurações). 
 
 
➢ Cortantes manuais: complementam a ação dos instrumentos cortantes rotatórios. Quanto mais angulado 
o instrumental, mais posterior será seu uso. 
- Machados: clivam e planificam as paredes vestibular e lingual na caixa proximal dos preparos de classe II. 
Essa regularização serve para remover prismas de esmalte que atrapalham na sustentação do preparo. 
Também planificam a superfície dentinária. 
- Recortadores de margem: a diferença com os machados está na ponta da lâmina, pois é angulada. O nº 28 
é usado para a mesial e o nº 29 para a distal. 
- Colheres de dentina: utilizadas para remoção de tecido cariado. 
 
CÁRIE: DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO PREVENTIVO RESTAURADOR 
 É uma lesão progressiva e localizada. Foi por muitos anos considerada como uma doença infectocontagiosa, 
porém, ela varia de acordo com os hábitos dietéticos, com o autocuidado do paciente e com os determinantes sociais. 
É o resultado de um desequilíbrio decorrente de um processo dinâmico de perda e ganho de minerais. 
No passado, a Odontologia era extremamente imediatista, intervencionista e curativista. No futuro, o foco é 
manter uma Odontologia muito mais preventiva, interceptativa e estética. 
A tríade de Keyes envolve três fatores: hospedeiro, microbiota e dieta. Porém, depois foi modificada, 
adicionando um quarto fator: o tempo. 
Processo de desmineralização (cáries ultraestruturais): acontece em todas as pessoas no momento em que 
a perda de desmineralização é maior que a remineralização (logo após a refeição). 
 
Mancha branca ativa surge quando há perda dos minerais, o que causa um espaço entre os prismas do 
esmalte, fazendo com que entre mais saliva naquele local. Ao secar a mancha branca com jato de ar, há uma mudança 
 TAÍS ALBANO 
no brilho da superfície dentária, visto que o líquido que estava dentro do esmalte saiu. Lesão de mancha branca ativa 
pode ficar inativa graças à formação de hidroxifluorapatita. Mancha branca ativa é uma cárie aguda. 
A ligação do esmalte com a dentina é feita através de hemidesmossomos, por justaposição. 
Na região oclusal, normalmente as lesões de cárie são mais profundas do que largas. Já nas faces proximais 
ou livres as lesões de cárie são mais amplas do que profundas. 
Lesão de cárie crônica: começa com um ponto, se desenvolve lentamente, abre como um triângulo e ao 
chegar na junção amelodentinária, há a ativação dos prolongamentos odontoblásticos, que ativam a polpa na função 
de hipermineralizar essa superfície. Há uma anastomose dos túbulos dentinários, diminuição do volume pulpar, 
aumento da espessura dentinária e a distância da polpa à lesão de cárie fica maior. 
➢ Formato da lesão de cárie na oclusal: triângulo base com base. 
➢ Formato da lesão de cárie nas faces proximais e livres: triangulo ápicecom base. 
➢ Lesões de cárie restritas ao esmalte: fluorterapia e proservação. 
➢ Lesões de cárie com comprometimento dentinário: restauração. 
 
 
 
 TAÍS ALBANO 
PRÍNCIPIOS BIOMECÂNICOS DO PREPARO CAVITÁRIO 
Função do preparo cavitário: devolver a forma, função e estética do dente. 
Finalidades do preparo cavitário: eliminar o tecido patológico, estender as margens da cavidade a locais de 
relativa imunidade à cárie, conferir à cavidade formas que permitam ao dente receber e reter o material restaurador 
e sempre que possível manter a polpa viva. 
Regras do preparo cavitário: remover totalmente o tecido cariado, deixar as paredes da cavidade suportadas 
por dentina sadia ou por materiais com igual função, tentar sempre conservar a maior quantidade de tecido sadio 
possível desde que proporcione paredes cavitárias planas e lisas e deixar o preparo cavitário limpo e seco. 
 
 TEMPOS OPERATÓRIOS (para amálgama, adaptado para resina) 
I – Forma de abertura da cavidade: expõe lesão de cárie. 
➢ Cárie pequena: caso tenha um pontinho pequeno, usa-se uma ponta diamantada para fazer o acesso 
inicial, removendo o esmalte danificado. Ao chegar na dentina, usa-se uma broca esférica em baixa 
rotação para fazer o corte da dentina. 
- Brocas carbide 170, 245, 320 e 330: possuem a base mais larga. Usá-las dá um caráter de auto retenção 
ao preparo, pois as paredes ficam convergentes para a oclusal. Essa técnica é mais necessária para 
preparo com amálgama, pois a resina depende mais do sistema adesivo. 
➢ Cárie ampla: já possui a abertura e o contorno definido. 
II – Forma de contorno: feita ao mesmo tempo em que a abertura é feita. Define a área que será inclusa no 
preparo. Engloba todo o tecido cariado. O esmalte sem suporte (dentina) sempre deve ser removido nos preparos 
para amálgama, pois ele fica friável. Ou seja, os preparos em resina são mais conservadores do que os preparos em 
amálgama, já que neles não é necessário remover todo o esmalte sem suporte. 
- Idade do paciente: paciente jovem possui mais volume de gengiva e de osso e, por isso, o preparo será 
subgengival ou intrassulcular. Já no paciente adulto, o preparo fica a nível gengival. Quanto ao paciente idoso, o 
preparo ficará supragengival. Quanto mais velho o paciente, mais remodelação e perda óssea ocorrerá naturalmente. 
III – Remoção de dentina cariada: faz a remoção de tecidos desorganizados, que geralmente estão 
amolecidos. Usar brocas carbide pois elas possuem limas. A broca escolhida deve possuir tamanho compatível com 
o tamanho da cavidade. 
IV – Forma de resistência: paredes circundantes planas e paralelas entre si e perpendiculares à parede pulpar. 
Ângulos diedros de segundo grupo arredondados favorecem a distribuição de força, aumentando a resistência do 
preparo. A parede gengival plana e paralela à parede pulpar também favorece a distribuição de forças, 
principalmente do amálgama. 
V – Forma de retenção: consiste em evitar o deslocamento da restauração principalmente graças à força de 
tração. A retenção friccional é dada pelo atrito, a retenção química é dada pelo condicionamento ácido e a rentenção 
mecânica é dada pelo sistema adesivo, pois a fotoativação forma os prolongamentos de adesivo fotoativados dentro 
dos prismas de esmalte descalcificados e dos túbulos dentinários abertos. 
VI – Forma de conveniência: dá ao preparo facilidades de acesso. Ex.: ergonomia, remoção do excesso de 
saliva, remoção do tecido hiperplásico, etc. Ocorre durante todo o processo de criação do preparo. 
 VII – Forma de acabamento das paredes de esmalte: consiste em alisar as superfícies das paredes com os 
recortadores de margem, machados, etc. 
VIII – Forma de limpeza da cavidade: feita com agentes não desmineralizantes (germicidas – clorexidina e 
água oxigenada a 2%; detersivos – tergentol; alcalinizantes – produtos à base de hidróxido de cálcio) e 
desmineralizantes (ácidos – ácido fosfórico; EDTA 10%; ácido poliacrílico) que removem a smear layer. 
 TAÍS ALBANO 
ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO 
Compreende o conjunto de procedimentos que têm a finalidade de eliminar a umidade, proporcionar 
condições assépticas para o tratamento e restaurações dos dentes conforme as indicações dos materiais a serem 
empregados. 
 
ISOLAMENTO ABSOLUTO 
É o único meio de se conseguir um campo totalmente livre de umidade. Deve-se gastar no máximo cinco 
minutos para fazer o isolamento absoluto. As vantagens são: 
➢ Retração e proteção dos tecidos moles; 
➢ Melhor acesso e visibilidade; 
➢ Condições adequadas para inserção dos materiais; 
➢ Auxilia no controle de infecções; 
➢ Redução do tempo de trabalho; 
➢ Trabalho em condições assépticas; 
➢ Proteção para o paciente e para o profissional. 
 
Material e instrumental: kit clínico, grampos, alicate perfurador, pinça porta grampo, arco de Yang, lençol 
de borracha, sugador, lamparina, bastão de godiva, fio dental, lubrificante a base de água e caneta. 
O arco de Yang tem uma curvatura que será colocada sobre o queixo, e a abertura superior é colocada voltada 
para o nariz do paciente. Caso a curvatura seja invertida, a posição fica ruim. Deve-se fazer marcações no lençol de 
borracha com caneta permanente de ponta fina no centro de todos os dentes que serão inclusos no isolamento. O 
isolamento mínimo é de 3 dentes. 
Grampos: 200 a 205 para região de molares, 206 a 209 para pré molares e 210 e 211 para dentes anteriores 
(convencionais com asa). 
Sequência: pegar o arco, colocar o lençol de borracha, fazer as marcações, testar o grampo e fazer a 
perfuração do lençol de borracha para poder instalar na boca. 
 
A alça do grampo deve ficar virada para a distal. Para colocar o grampo, é necessário esticar o lençol. Para 
remover o lençol de borracha, é necessário utilizar uma pinça e puxar com muito cuidado. 
Técnica do grampo sem asa: esse grampo não possui uma projeção lateral. É colocado primeiro, depois 
coloca-se a borracha e o arco. Indicado para dentes que têm menor retenção, coroa clínica curta, dificuldade de 
abertura de boca, etc. Ajuda a posicionar na região cervical, fazendo afastamento gengival, e segura o lençol de 
borracha. 
 TAÍS ALBANO 
ISOLAMENTO RELATIVO 
Mantém a maior proteção possível, sem isolar absolutamente. Usado em procedimentos de curta duração, 
em sistemas não adesivo, colagem de bracket e outros. Feito com roletes de algodão, que são colocados no fundo 
do saco vestíbulo. Os roletes de algodão devem ser renovados ao longo do procedimento. 
O fio retrator é um fio trançado que é introduzido no sulco gengival e que ajuda juntamente ao isolamento 
relativo a diminuir o fluxo de fluido crevicular. 
 
PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO PULPAR 
 Uma dentina esclerótica é uma dentina reacional, ou seja, a dentina é formada a partir de uma reação pulpar 
à um estímulo externo, que leva à diminuição dos prolongamentos odontoblásticos, ao fechamento dos túbulos 
dentinários e à maior deposição de dentina nos túbulos dentinários (geralmente ocorre em cáries crônicas). Nem 
sempre quando há exposição pulpar é necessário fazer tratamento endodôntico. 
 
 CONDIÇÕES PARA O SUCESSO: 
➢ Classificar o paciente para direcionar o melhor atendimento; 
➢ Promover procedimentos operatórios de remoção do agente agressor, total ou parcialmente. Isso ajuda 
no controle da infecção e no isolamento da polpa. É necessário impermeabilizar a dentina e vedar bem 
para que não haja maiores danos à polpa; 
➢ Aplicação de material que estimule os processos biológicos de restauração dentinária; 
➢ Restauração da cavidade para proteger a área tratada da infiltração bacteriana. 
 
*** Quando o dente está cariado, mas só dói com estímulos de calor, é um bom sinal, pois provavelmente 
a polpa poderá ser mantida viva após o procedimento. *** 
 
Em situações em que há pequena exposição pulpar após a limpeza da cavidade, o hidróxido de cálcio não é a 
melhor opção para forrar a cavidade, jáque ele é hidrossolúvel, então ao encontrar em contato com o sangue jorrado 
pela exposição pulpar e/ou a saliva ele pode criar uma camada que se tornará irregular por causa da umidade, não 
chegando ao objetivo final esperado. 
Os materiais de proteção pulpar são os: cimento de hidróxido de cálcio, cimento de ionômero de vidro, 
cimento de óxido de zinco e eugenol, verniz cavitário, MTA e dentina. 
Para dentes anteriores, usa-se resina microparticuladas, já que elas têm muito conteúdo orgânico, o que 
favorece o polimento. Já as partículas nanométricas são muito pequenas, e isso melhora a resistência, sendo 
indicadas para dentes posteriores. 
Em cavidades muito profundas, aplica-se o ácido fosfórico para a remoção da smear layer, o que deixa os 
túbulos dentinários abertos. Após isso, faz-se a lavagem e a secagem, aplicando o adesivo de dois passos: ácido 
fosfórico e primer adesivo. No primer adesivo, existem monômeros hidrofóbicos e hidrofílicos. A parte hidrofílica se 
mistura com a umidade que sai dos túbulos, permitindo a evaporação da umidade. Isso deixa a superfície mais seca, 
permitindo que a parte hidrofóbica se posicione e seja possível fazer a fotoativação. 
Quando os túbulos dentinários forem muito profundos, a parte hidrofóbica pode não se fotopolimerizar 
corretamente, não formando uma camada homogênea graças ao excesso de umidade. Assim, a restauração fica 
irregular, e quando o paciente morde, há uma compressão da resina, comprimindo os túbulos dentinários e gerando 
uma movimentação de líquido intratubular, causando dor graças à terminação nervosa. 
 TAÍS ALBANO 
Então, é necessário que o adesivo vede totalmente a dentina (o que é difícil em dentina profunda) ou faz-se 
preciso impermeabilizar a dentina, e para isso utiliza-se ionômero de vidro que alcança a parte profunda. 
 O MTA (agregado de trióxido mineral) é mais indicado para locais em que há umidade (exposição pulpar, 
perfuração radicular, etc.) pois ele é um cimento que toma presa sob umidade. Porém, em situações como essas é 
melhor colocar o ionômero de vidro, visto que ele dá a condição de ter liberação de flúor, que pode ser um fator de 
melhoria por ser anticariogênico em casos de falhas adesivas no futuro. 
Quando o paciente volta ao consultório queixando-se de sensibilidade pós operatória, é necessário pensar 
nas coisas mais simples como, por exemplo, fazer o ajuste oclusal e o polimento coronário visando a retirada de 
possíveis contatos prematuros. Caso a sensibilidade continue, é necessário refazer a restauração com uma camada 
híbrida, que faz a impermeabilização dentinária. O adesivo auto condicionante pode ser uma opção, pois ele mantém 
a smear layer, fazendo tratamento da superfície que levará à penetração do adesivo e à formação de uma camada 
híbrida menos espessa e mais homogênea. 
Para o preparo de uma cavidade com resina, após a abertura e com o dente isolado, aplica-se o condicionador 
ácido sem material de proteção pulpar caso a cavidade seja média ou pequena e sem comprometimento da dentina. 
Não se usa o material pois o adesivo funciona como protetor pulpar. 
Primeiro, aplica-se o condicionador ácido fosfórico que faz a remoção total da smear layer. Depois, o adesivo 
é colocado, e a parte hidrofílica remove a umidade e a parte hidrofóbica penetra na dentina. Faz-se a fotoativação e 
coloca-se a resina. É necessário remover a smear layer em casos de restauração com resina e sistema adesivo de dois 
passos, pois ela interfere diretamente na adesão. 
Já no adesivo auto condicionante, não é usado ácido fosfórico, já que o primer acidificado faz o 
condicionamento parcial da superfície dentinária, e sobre a superfície tratada (smear layer) aplica-se o adesivo. Esse 
tipo de adesivo não remove a smear layer e, consequentemente, mantém os túbulos dentinários vedados, e a 
aplicação do adesivo forma uma camada híbrida com menor espessura e maior chance de homogeneidade. 
*** A smear layer e o adesivo podem ser considerados como protetores pulpares. A camada hibrida é uma 
zona de interdifusão do adesivo com a dentina. *** 
Já para o amálgama, não é feito o condicionamento ácido, apenas limpeza de superfície com água oxigenada, 
clorexidina, etc. Aplica-se o verniz, que além de ser considerado protetor de cavidade é um impermeabilizante por 
causa da impregnação dos íons metálicos, e restaura em cima, sem remoção da smear layer. Por ser uma camada de 
restos, a smear layer será mantida, já que o amálgama depois de condensado não favorece a penetração de 
contaminantes. 
*** Hoje em dia, na maior parte das vezes, o adesivo é usado como material de adesão e proteção pulpar 
e o ionômero de vidro é usado como material de impermeabilização dentinária. *** 
 Ao fazer a proteção pulpar com o sistema adesivo, tem-se a formação de uma camada híbrida. Existem os 
sistemas adesivos convencionais (que usam ácido + sistema adesivo), sistemas adesivos auto condicionantes (não 
usa ácido fosfórico originalmente e possui um primer ácido e um adesivo separado e um auto condicionante tudo 
em um, que possui condicionador, primer e adesivo em apenas um frasco. 
 O sistema adesivo pode ser usado em união com o hidróxido de cálcio quando estiver em uma camada 
profunda de dentina, visando a indução de dentina secundária. Essa camada deve ser pequena, e sobre ela aplica-se 
o cimento de ionômero de vidro, pois o sistema adesivo necessita da aplicação de ácido e de uma lavagem da 
cavidade, e, pelo cimento de hidróxido de cálcio ser hidrossolúvel, é necessário a aplicação de um protetor para que 
ele não se solubilize após a lavagem. O ionômero de vidro fará a vedação e impermeabilizará a área escurecida, 
ajudando na parte estética da restauração. 
 Dentina escurecida significa que o estímulo negativo fez com que a dentina superficial da polpa aumentasse 
sua espessura, diminuindo a quantidade de polpa. Assim, os túbulos dentinários que possuíam prolongamentos 
odontoblásticos sofreram estreitamento e anastomose, resultando em tratos mortos, que são restos dos 
prolongamentos odontoblásticos que ficaram aprisionados nos túbulos dentinários e que ficam escurecidos. Ou seja, 
 TAÍS ALBANO 
no corte histológico, os túbulos dentinários se apresentarão fechados, os prolongamentos não estarão mais ali e 
existirão filamentos que ali ficaram mortos, graças à reação de proteção. 
 Essa dentina esclerosada pode ser diferenciada da dentina afetada pela textura. A dentina afetada possui 
consistência amolecida, menos amolecida que uma dentina da primeira e da segunda zona, e que se forçada é 
possível remover com relativa facilidade, sendo ainda mineralizada. Já a dentina esclerosada seria uma camada pós 
terceira zona, que fica mais rígida, mais consistente, sem umidade e sem túbulos dentinários abertos, sendo uma 
área ruim para adesão, ou seja, o ácido reage mal a essa estrutura, possuindo pouca penetração do adesivo nessa 
região. A dentina terciária ou reacional é a dentina que se formou a partir do estímulo da camada odontoblástica 
superficial. 
 Para colocar sobre a dentina esclerosada, é recomendado o uso de ionômero de vidro modificado por resina 
que se apresentam em uma única pasta, aplicando-a na cavidade, polimerizando e aplicando a resina, ganhando 
tempo de trabalho. 
 Dentina preta escurecida embaixo do amálgama e do hidróxido de cálcio significa que a dentina reagiu, não 
sendo necessário colocar hidróxido de cálcio na restauração que será feita em cima da antiga. 
 Em casos de dente fraturado, existe uma classe IV. Dentina fraturada apresenta túbulos dentinários expostos 
e abertos, já que não houve formação da smear layer. 
 
 DIAGNÓSTICO DA CONDIÇÃO PULPAR 
 Pode ser feito através da anamnese, do exame clínico (inspeção, exploração, palpação, percussão), dos testes 
objetivos de diagnóstico e do exame radiográfico. 
 
 POLPA POTENCIALMENTE REVERSÍVEL 
 É aquela em que o paciente tem quadro de dor, sintomatologiae a polpa tem grandes chances de voltar ao 
normal. Nesses casos, a resposta depende das condições do paciente e da doença cárie. 
➢ A dor é causada por estímulos, além de ser momentânea, desaparecendo quando o estímulo é removido. 
➢ À percussão, geralmente a resposta será negativa, a menos que haja um trauma oclusal que levou ao 
desenvolvimento de uma pericementite. 
➢ Apresenta cor normal. 
➢ A história clínica pode apresentar procedimento odontológico realizado há pouco tempo. 
➢ A radiografia apresenta periápice negativo, podendo evidenciar pequenas lesões de cáries ou 
restaurações na coroa clínica. 
 
POLPA PROVAVELMENTE IRREVERSÍVEL 
➢ A dor é espontânea, sugerindo tecido pulpar necrosado. 
➢ A dor é persistente, continuando mesmo após os estímulos. 
➢ A dor é intermitente, espontânea e de curta duração. 
➢ A dor é pulsátil, pois existem áreas de pressão intrapulpar aumentadas. 
➢ A dor geralmente é reflexa, em que o paciente não sabe indicar exatamente onde dói. 
➢ A dor é apresentada em decúbito, dada devido ao aumento da pressão sanguínea. 
➢ À percussão, a resposta será positiva, dada geralmente por um quadro de pulpite. 
➢ A história clínica desse paciente apresentará grandes restaurações, perdas dentárias, etc. 
➢ A cor fica alterada, se apresentando mais escura (acastanhada). 
➢ O periápice apresenta-se negativo nos estágios iniciais do processo degenerativo, e nos estágios 
avançados o periápice se apresenta positivo. 
 TAÍS ALBANO 
 
Trabalhar com brocas velhas e pontas diamantadas velhas, com muita pressão, baixa irrigação e alta 
temperatura pode causar danos à polpa. 
 
COMO MINIMIZAR O TRAUMA DO PREPARO CAVITÁRIO: 
➢ Utilizar instrumentos rotatórios novos; 
➢ Refrigeração abundante; 
➢ Aplicar menor pressão de corte; 
➢ Realizar corte intermitente; 
➢ Hidratação constante da cavidade; 
➢ Minimizar a secagem com ar para evitar mais um estímulo ao dente. 
Procedimento restaurador: condicionamento ácido, hibridização e restauração. Uma falha na adesão pode 
causar irritação pulpar. 
 
 Fatores que orientam as estratégias de proteção do complexo dentinopulpar: profundidade cavitária, 
qualidade e tipo de dentina remanescente, idade do paciente e material restaurador. 
 
 O hidróxido de cálcio deve ser colocado pontualmente, na região mais profunda (5), já que ela está mais 
próxima da polpa e induzirá a formação de dentina. Nas regiões 4 e 5, será colocado o ionômero de vidro para fazer 
vedação. Já nos pontos 1, 2 e 3, caso for restauração em resina, o próprio sistema adesivo já é efeito, e em 
restaurações com a amálgama apenas o verniz cavitário já resolve. 
 Numa cavidade de área 1, é interessante colocar apenas o sistema adesivo, visto que não haverá espaço para 
o ionômero de vidro. Já na profundidade 2, é basicamente a mesma coisa. Quanto à 3, já é interesse adicionar o 
ionômero de vidro. Deve-se avaliar se o espaço restaurador é propício para a restauração, pois é necessário deixar 
um espaço para a adição da resina. 
 TAÍS ALBANO 
 O hidróxido de cálcio será usado de forma pontual. O ionômero de vidro será usado em camadas finas para 
vedamento dentinário e regularização pulpar. 
 Porém, em uma restauração provisória, pode-se forrar com hidróxido de cálcio e encher com ionômero de 
vidro. Após quarenta dias, remove-se na porção superficial parte do ionômero, mantendo-o até a profundidade 3, 
fazendo com que ele faça vedamento da porção mais profunda da cavidade. 
 
 A smear layer possui como vantagens a redução da permeabilidade a fluidos bucais e produtos tóxicos, 
redução da difusão e prevenção da penetração bacteriana nos túbulos dentinários. Como desvantagens: permeável 
a produtos bacterianos, interfere com a adesão de alguns materiais odontológicos e serve como depósito de 
bactérias e seus produtos. 
 
PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR 
 Fatores a serem observados: o grau de comprometimento pulpar e a profundidade de lesão. Na proteção 
indireta, não houve exposição pulpar, pois o próprio organismo induziu a formação de dentina secundária. Já na 
proteção direta, o material colocado precisa induzir a formação de dentina secundária, visto que houve exposição 
pulpar, buscando vedá-la. 
 
Numa condição de dentina sadia, pode-se colocar em um preparo cavitário profundo cimento de hidróxido 
de cálcio e cimento de ionômero de vidro e restaurar normalmente. Já numa cavidade média, sem esclerose 
dentinária, coloca-se ionômero de vidro ou apenas sistema adesivo. A escolha é feita pela proximidade da polpa; 
caso a lesão esteja próxima da polpa, coloca-se hidróxido de cálcio e ionômero. Se for de média profundidade para 
rasa, o sistema adesivo tem condições de fazer um vedamento adequado desde que usado da forma adequada. 
 TAÍS ALBANO 
 Em uma restauração antiga de amálgama, após a remoção da amálgama foi encontrada uma dentina 
reacional. Isso quer dizer que a melhor proteção pulpar já existe, ou seja, não é necessário induzir produção de 
dentina. Pode-se colocar apenas ionômero de vidro ou sistema adesivo (porém, esse adere mal sobre esse tipo de 
dentina). O melhor a se fazer é vedar com ionômero de vidro e passar o sistema adesivo por cima. 
 Após a colocação do ionômero de vidro, o ácido será colocado sobre a dentina e o esmalte que estão livres 
para adesão. Já o adesivo será colocado nas paredes circundantes e no ângulo cavo superficial. Porém, se colocá-los 
sobre tudo, não há problema. 
 As micro infiltrações que fazem o ionômero de vidro liberar flúor podem gerar falha adesiva, prejudicando a 
restauração. Mas essas falhas não ocorrerão em toda a restauração ao mesmo tempo, além do efeito anticariogênico 
do flúor que está como base ajuda a minimizar a recidiva de cárie. 
 
 
 
Remove-se maior parte possível da cárie, principalmente as paredes circundantes e coloca cimento de hidróxido de 
cálcio no ponto mais profundo. Depois, adiciona-se ionômero de vidro e fecha a cavidade. Após 45-60 dias, caso o 
paciente não tenha apresentado sintomatologia dolorosa, remove-se todo o material provisório e termina o 
preparo, removendo o tecido desorganizado e, frente à dentina esclerosada, faz-se o tratamento restaurador. 
 
 
 TAÍS ALBANO 
Na exposição pulpar, deve ser colocado pó ou pasta de hidróxido de cálcio, pois o cimento de hidróxido de cálcio 
quando colocado sobre a umidade da polpa será solubilizado. Depois, adiciona-se cimento de hidróxido de cálcio e 
ionômero de vidro, terminando a restauração. Nesse caso, não se espera 45-60 dias, para não correr o risco de uma 
recontaminação pulpar ao abrir o dente novamente. 
 
 Em polpa provavelmente reversível, sairá um sangue vermelho que será contido após a lavagem com soro 
fisiológico. Pode-se colocar uma bolinha de algodão com uma substância corticoide que ajudará a limpar a superfície 
e diminuir o sangramento. Sobre a polpa, coloca-se a pasta ou pó de hidróxido de cálcio, depois o cimento de 
hidróxido de cálcio e logo após o ionômero de vidro, restaurando posteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 TAÍS ALBANO 
SISTEMAS ADESIVOS 
Os sistemas adesivos possuem três funções: promover resistência ao preparo, distribuir tensão ao longo da 
superfície de colagem e selar a interface, a fim de prevenir micro infiltrações. O sistema adesivo é uma película ou 
filme que se formará entre esmalte/dentina e material restaurador. A adesão é uma força de atração entre duas 
superfícies de composições moleculares diferentes e que pode ser mecânica ou química. 
➢ Química: é dada através do condicionamento ácido, que fará a descalcificação da superfície, favorecendo 
a adesão. 
➢ Mecânica: o processo químico leva à descalcificação, à abertura dos túbulos dentinários e à remoção de 
smear layer, fazendo com que o adesivo tenha penetração na superfície. Após a secagem, o sistema 
adesivo será aplicando, e posteriormente será feita a fotoativação. Assim, serão gerados os tags ou micro 
tagsde adesivo, que formarão as retenções mecânicas, que favorecem a adesão. 
 
REMOÇÃO DE RESTAURAÇÕES ANTIGAS 
➢ Restaurações antigas retidas e aderidas: ângulo cavo-superficial está bem tampado. 
➢ Restaurações antigas apenas retidas: podem levar à entrada de microrganismos, já que haverá a 
passagem de fluidos contaminados no local. Isso pode causar infiltrações (recidiva de cárie). 
 
PASSO A PASSO DA APLICAÇÃO DO SISTEMA ADESIVO 
 Primeiro, faz-se o condicionamento ácido, que será responsável por limpar a cavidade e promover a abertura 
de micro poros (micro tags), que aumentarão a energia de superfície, favorecendo o molhamento. O molhamento é 
o primeiro passo para que a adesão tenha sucesso. Então, aplica-se o adesivo sobre a dentina condicionada (após a 
aplicação do ácido fosfórico), e ele se espalhará nos túbulos dentinários (caso esteja sendo aplicado na dentina), 
permeando toda dentina entre os túbulos dentinários, formando os tags e micro tags (que são filamentos de adesivo), 
e posteriormente será feita a fotoativação, chegando novamente à retenção mecânica. Essas retenções em esmalte 
e dentina são micromecânicas. 
 A adesão será mais forte no esmalte, pois nele não há colágeno e nem túbulos dentinários (que geram 
umidade e possuem prolongamentos odontoblásticos), além de possuir baixa quantidade de água, podendo secar 
bastante sem causar comprometimento do resultado final. Já na dentina há muito colágeno e muita umidade, 
principalmente nas camadas mais profundas, além de haver uma grande interferência entre secagem e desidratação. 
Ou seja, a umidade da dentina interfere na retenção do sistema adesivo. A chance de ter uma adesão ao esmalte 
com maior longevidade e estabilidade é maior. Quanto mais esmalte no ângulo cavo superficial, melhor. 
 Ao fazer uma secagem extrema de uma dentina superficial que foi condicionada, haverá o colabamento das 
fibras colágenas. No corte histológico, serão visualizados túbulos abertos, e o adesivo penetrará nos túbulos, mas 
não conseguirá penetrar na dentina que fica entre os túbulos dentinários. 
 Já numa dentina profunda que foi desidratada, ao aplicar o sistema adesivo, os muitos túbulos dentinários 
formarão muitos tags de adesivo, que na teoria favoreceriam uma boa adesão, porém, esses muitos tags de adesão 
apresentam espaços entre os prismas de esmalte, desfavorecendo a adesão. Essa dentina desidratada também perde 
o volume dos prolongamentos odontoblásticos, e ao cessar o estímulo, esses túbulos tentarão voltar ao volume 
normal, e eles não conseguirão, pois esses espaços foram preenchidos pelo sistema adesivo (tags que penetram no 
túbulo dentinário), não voltando ao normal, podendo gerar pressão pulpar, que faz com que a terminação nervosa 
fique sensível à compressão. Quando o paciente morder, ele fará a compressão do túbulo, gerando a movimentação 
de líquidos intra tubulares que irão comprimir o prolongamento odontoblástico que está com o espaço diminuído. 
 Além de preocupar com a retenção química e mecânica do sistema adesivo, deve-se preocupar com a 
fotopolimerização que formará tags e micro tags e que fará a contração de polimerização. Dependendo da 
intensidade da contração, pode ocorrer uma perda da capacidade de adesão. 
 TAÍS ALBANO 
 Capacidade de molhamento: é a capacidade do adesivo de umedecer o aderente. Depende da viscosidade 
do adesivo e da qualidade do substrato. Capacidade do material de se espalhar sobre o esmalte ou dentina. Quanto 
maior o molhamento, maior a adesão. 
Energia de superfície: favorece o espalhamento do adesivo. É aumentada através do condicionamento ácido, 
tirando os impedimentos da superfície. 
 Ângulo de contato: é formado entre o adesivo e o substrato. O ideal é que esse ângulo seja igual a zero, para 
que aumente a adesão. 
 Os sistemas adesivos convencionais de dois passos são os mais usados e têm como vantagem a simplificação 
de técnica de trabalho (ácido fosfórico + primer adesivo). Ao aplicar o adesivo, deve-se lembrar que esse adesivo 
possui moléculas ambifílicas (hidrofílico e hidrofóbico). Prime e bond: sistema adesivo que possui muito solvente e 
pouca porção resinosa. Seu solvente é a acetona que tem evaporação rápida, ou seja, deixá-lo aberto faz com que 
ele tenha mais monômeros e, ao ser aplicado, sua capacidade de molhamento piora, penetrando de forma inferior 
na dentina. Possuem boa capacidade adesiva tanto na dentina quanto no esmalte. 
 Por possuir grande quantidade de água, a dentina condicionada deve ser mantida úmida para assegurar a 
formação da camada híbrida. Malformação da camada híbrida com condicionamento da dentina gera a abertura dos 
túbulos dentinários, fazendo com que o líquido passe por ali, causando compressão e descompressão do ligamento 
nervoso devido à má permeação do sistema adesivo. Então, se necessário, usa-se hidróxido de cálcio e CIV para evitar 
esse problema sensitivo. 
 Entretanto, se houver água em excesso na dentina, pode haver infiltração no futuro, graças à falta de adesão. 
Portanto, a aplicação do primer é importante para manter a rede de colágeno hidratada ao mesmo tempo que 
remove o excesso de água. 
O sistema adesivo auto condicionante funciona melhor na dentina. Para fazer boa adesão ao esmalte, faz-
se condicionamento ácido. Esse tipo de adesivo (sem ácido fosfórico) tem menor energia de superfície na dentina. 
Para proporcionar adesão, o auto condicionante modificará a superfície e permitirá a adesão. Isso não quer dizer que 
ele tem menos molhamento. Na prática, ele possui uma boa capacidade adesiva em dentina e baixa em esmalte. Ao 
associar esse adesivo ao ácido fosfórico, permite-se boa adesão, também, ao esmalte. Esse tipo de sistema adesivo 
ainda não é 100% usado já que foge da técnica cotidiana por não usar o ácido. Ele não remove a smear plug ou smear 
in, permitindo uma proteção dos túbulos, diminuindo a sensibilidade pós tratamento. 
 A grande vantagem do adesivo de três passos é que cada etapa funciona separadamente. O ácido condiciona 
a superfície, o primer prepara para a adesão e o adesivo remove a smear layer, favorecendo a adesão. Ao usar esse 
tipo de sistema adesivo no esmalte, não é necessário o uso de primer, já que o esmalte possui pouca água, 
possibilitando uma boa adesão do sistema adesivo. Alguns sistemas adesivos são chamados de agentes de ligação 
por possuírem apenas o adesivo, sem contar com o primer. Para dentina, esses sistemas adesivos não são bons. 
 
 REMOVER OU NÃO REMOVER A SMEAR LAYER? Em uma restauração com resina, remove-se a smear layer. 
O adesivo auto condicionante não remove totalmente a smear layer, fazendo tratamento da superfície. Já o sistema 
adesivo convencional precisa remover a smear layer. 
 
 FORMULAÇÕES DOS SISTEMAS ADESIVOS 
➢ Sistema adesivo convencional: primer+adesivo e ácido fosfórico separado. 
➢ Sistema adesivo multipassos ou três passos: ácido fosfórico separado, primer isolado para fazer preparo 
de superfície e adesivo separado. Primer só tem componentes hidrofílicos, e o adesivo só tem 
componentes hidrofóbicos. 
➢ Sistema adesivo autocondiconante: pode ser de um passo, que em um frasco, há tudo o que precisa 
para a adesão (material acídico, hidrofílico e de adesão) e de dois passos que tem um primer ácido que 
 TAÍS ALBANO 
estando isolado do adesivo tem condição melhor de preparar a superfície dentinária. Nos dois tem que 
usar o ácido no esmalte. Indicado para lesões de abfração, recessão gengival, exposição dentinária 
cervical e sensibilidade em geral. 
➢ Sistema adesivo universal: usado para esmalte, dentina, restaurações diretas e indiretas. Proposta de 
uso para tudo, têm maior versatilidade. Pode ou não usar o ácido fosfórico. Não há um estudo 
longitudinal de grande tempo para saber se eles estão sendo bons ou não. Propostos para serem usados 
em restaurações indiretas, substituindo a porcelana. 
 
ESTÉTICA E SELEÇÃO DE CORES 
É necessário usara escala de cores Vita para ter referência de qual cor será utilizada. O dente é policromático, 
e o material restaurador monocromático. Na odontologia, as cores podem ser definidas com base no matiz. A 
tradicional escala de cores Vitapan Classical conta com quatro grupos de matiz: A (amarelados), B (brancos), C 
(acinzentados) e D (amarronzados). Nos dentes naturais, os matizes variam entre amarelo e vermelho e são mais 
facilmente percebidos na região cervical, devido a menor espessura do esmalte. Na região incisal, muitas vezes 
podem ser percebidas variações de azul e violeta, em virtude da translucidez e opalescência do esmalte. 
Croma é a segunda dimensão da cor, sendo a característica que descreve a saturação ou intensidade de um 
determinado matiz. Na escala de cores vita, o croma é o número que acompanha a letra. Está relacionado à dentina. 
O esmalte age como um filtro, e o croma costuma aumentar de forma progressiva à medida em que a espessura de 
esmalte diminui. É necessário hidratar o dente do paciente para conseguir observar qual a cor certa para usar no 
dente do paciente. 
O valor representa a luminosidade da cor e é a qualidade pela qual distinguimos uma cor clara de uma cor 
escura. Está relacionado à quantidade de cor branca que existe. 
A fluorescência faz parte do material restaurador, e é a capacidade do material de absorver luz de um 
comprimento de onda e emitir luz de comprimento de onda diferente em resposta. 
A escolha da cor é feita com ou sem isolamento absoluto, sob luz natural, com os dentes úmidos, antes ou 
depois do preparo cavitário, fazendo a seleção de cor através da escala e confirmando pela cor da resina. A 
fotoativação é opcional. 
 
RESINAS COMPOSTAS 
A estética, de uma forma geral, dentro dos consultórios, é dada pelas resinas compostas, que foram 
desenvolvidas para resolver problemas estéticos da vida diária. Princípios gerais do preparo: abertura/contorno, 
remoção da dentina cariada, resistência, retenção/estabilidade, conveniência, acabamento das paredes, limpeza da 
cavidade. Quando se usa resina, muda a adesão e a estabilidade. Além disso, também muda que o preparo tem uma 
forma que se limitará à remoção do problema. 
 
RESTAURAÇÕES EM DENTES ANTERIORES 
O ângulo cavo-superficial será definido, sem bisel ou não, a espessura mínima de resina, ângulos internos 
arredondados, o que facilita a acomodação da resina nas cavidades. 
Classe III: ângulos diedros arredondados, menor extensão vestibular possível (preservar esmalte ao máximo), 
acesso pela palatina, manter o ponto de contato sempre que possível para facilitar a restauração. Pode ser feito o 
biselamento do ângulo cavo-superficial, além de fazer a separação do dente vizinho com uma tira metálica. 
BISELAMENTO = arredondamento do ângulo cavo-superficial para aumentar a área de adesão, facilitando a 
estética, aumentando a linha de esmalte exposta, favorecendo a transição entre resina e dente, ou seja, na região 
do bisel é possível colocar a resina na parte interna do preparo e fazer uma transição da parte interna para a 
 TAÍS ALBANO 
superfície do esmalte sem que haja um degrau, discrepância de cor, fazendo uma transição de cor suave da resina 
para o dente. 
 
RESTAURAÇÕES EM DENTES POSTERIORES 
Não se faz o biselamento na região oclusal, pois pode gerar uma camada de resina fina sob a área de 
biselamento, podendo causar enfraquecimento dessa região. Nesse local, se houver uma carga direta numa resina 
delgada, pode haver fraturar. 
 
➢ Fatores negativos do biselamento: aumenta o desgaste dentário, causa fragilidade nas áreas de contato, 
o esmalte fica sem suporte dentinário e há um aumento da extensão da cavidade. 
 
O mais importante do bisel é criar um efeito de transição de cores entre o esmalte e a resina. Ele tem como 
vantagens proporcionar um melhor vedamento, gerar uma maior retenção e aumentar a distância do ângulo cavo-
superficial até a dentina. 
 
Para fazer o preparo cavitário com resina em dentes posteriores classe V, pode-se colocar uma tira de metal 
para fazer a delimitação proximal. Usa-se uma ponta diamantada que é esférica, usando o tamanho compatível com 
a cavidade a ser trabalhada. Depois de desgastada a restauração, usa-se uma broca carbide para remover a dentina 
desorganizada/cariada, e o biselamento será opcional. Depois, é feito o condicionamento ácido e remoção dos 
excessos da umidade (secagem sem desidratação), aplicando o sistema adesivo em uma ou duas camadas. Faz-se a 
fotoativação e aplicação da resina por incrementos. A quantidade de incremento usada depende do tamanho da 
cavidade. Depois da polimerização final, é feita a remoção dos excessos com lâmina de bisturi. Posteriormente, é 
feito o acabamento imediato e polimento de preferência em outra sessão. 
 
RESTAURAÇÕES ADESIVAS DIRETAS COM RESINAS COMPOSTAS EM DENTES POSTERIORES 
 Uma restauração em resina deve ser bem feita para ter uma alta durabilidade. Ela é muito indicada para 
selamento de cicatrículas e fissuras (proteção mútua – quanto mais dente houver protegendo a restauração, melhor). 
Restaurações de lesões de cárie pequena ou média ou, que haja bastante esmalte e dentina para promover proteção 
mútua. 
 Limitações: pacientes que tenham qualquer tipo de estrese oclusal excessivo (bruxismo, por exemplo), 
quando há impossibilidade de isolamento, especialmente em classe II, pois a parede gengival estará próxima à 
gengiva, com muito fluido crevicular, dificultando o controle de umidade. A região que mais sofre com infiltração é 
a região cervical, pois esses pacientes têm alto índice de desenvolver a doença cárie já que há ausência de esmalte. 
 Vantagens: preparo conservador limitado à remoção da lesão cariosa, estética, reforço do remanescente 
dental, facilidade de reparo, custo inferior comparado às restaurações indiretas. 
 Desvantagens: contração de polimerização das resinas compostas (utiliza-se a técnica incremental); 
resistência ao desgaste das resinas compostas. 
 Para dentes posteriores, usam-se resinas híbridas, micro-híbridas e nanoparticuladas. As resinas 
microparticuladas são indiadas apenas para dentes anteriores em áreas que não haja contato oclusal. 
MIcroparticuladas: maior durabilidade e melhor polimento. Escultura deve ser feita enquanto está esculpindo, e não 
fazendo o polimento. 
 Usa-se uma ponta diamantada para fazer o acesso, removendo o esmalte sem suporte. Ao chegar na dentina, 
usa-se broca laminada, com tamanho compatível com a cavidade. Fazer ângulos internos arredondados favorece a 
 TAÍS ALBANO 
distribuição de forças. Faz-se o condicionamento do esmalte por 30 segundos com o ácido (15 no esmalte, 15 na 
dentina). Ao aplicar o adesivo, não pode colocar em excesso, senão empoça na cavidade, e caso ele fique muito 
espesso não favorecerá a adesão, comprometendo a resistência. 
Contração de polimerização: é a tendência de as paredes fazerem adesão e a resina fazer contração para o 
centro do material. O adesivo puxa a resina para as paredes. Forças contrárias – causam estresse. 
 
FATOR DE CONFIGURAÇÃO CAVITÁRIA: Fator C = 5/1. É um fenômeno gerado a partir da contração. Mostra 
que na Classe I, caso haja cinco paredes para adesão (M, D, V, L e P) e seja adicionado adesivo em todas elas, haverá 
uma concorrência pela adesão. Quer-se adesão, mas não que as paredes concorram ao mesmo tempo. A superfície 
oclusal não concorre pela adesão. Tem que ser a menor quantidade de paredes concorrentes possível para ter certeza 
que terá uma área adesiva e uma área para liberar o estresse de contração. Se colocar incremento único pode gerar 
falhas na parede pulpar – sensibilidade, falhas de esforço excesso, micro trincas em volta da restauração. 
Técnica incremental: diminui o fator C. Colocar primeiro incremento para fazer a dentina, depois colocar 
para fazer esmalte. Coloca resina, polimeriza pela metade do tempo, pois quando colocar a outra camada,a outra 
receberá mais fotopolimerização. Na última camada polimeriza por mais tempo. 
 
Resinas BULK: incrementos de até 4mm mais a cobertura. São mais fluidas. Suportam o estresse funcional 
oclusal. Favorecem o tempo restaurador na metade ou até menos. Considerando que a polimerização seja de 20s 
em 4mm, o tempo fica reduzido. Mais translúcida para garantir passagem de luz e melhor fotopolimerização, tendo 
cor não ideal (mais clara). Deve-se usar um bom fotopolimerizador. 
 
ACABAMENTO E POLIMENTO EM RESTAURAÇÕES DIRETAS 
 É o procedimento que “fecha” o tratamento restaurador. É feito após a remoção do isolamento absoluto. O 
polimento tem como finalidade reduzir a aspereza das restaurações, obter uma superfície consideravelmente lisa, 
regularizar as bordas da restauração, refinar a escultura, corrigir a oclusão (quando necessário), aumentar a 
resistência do amálgama à corrosão, melhorar o desempenho clínico das restaurações e dificultar o acúmulo de 
biofilme sobre a restauração. 
 Para amálgama, usam-se as borrachas abrasivas que são usadas no contra-ângulo para fazer o polimento. 
Para resina, existem diversas formas de se obter o acabamento e polimento. Entretanto, esse procedimento de 
acabamento e polimento em restaurações feitas com resina são indicadas em uma segunda sessão, pois a resina é 
elástica

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