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sumario 1. Ética médica...........................................................................3 2. PRONTUÁRIO..............................................................................6 3. RELAÇÃO MÉDICO E PACIENTE........................................................8 4. BIOSSEGURANÇA........................................................................11 5. ANAMNESE...............................................................................14 6. ectoscopia.............................................................................18 7. FÁCIES...................................................................................23 8. sinais vitais.........................................................................29 9. EXAME FÍSICO DO TÓRAX...........................................................35 9.1 .exame do precórdio...........................................................38 9.2 .exame do sistema circulatório..........................................41 9.3. exame dos linfonodos.......................................................44 9.4 .exame do aparelho respiratório.........................................47 10 exame FÍSICO DO ABDOME.............................................................55 3 ETICA MEDICA O QUE É ÉTICA? É aquilo que pertence ao caráter ou modo de ser; é a conduta segundo a MORAL, em que vê as atitudes pela RAZÃO. Essas atitudes podem ser: Conscientes – indivíduo Voluntárias – sociedade Valores que definem o que: QUERO – POSSO – DEVO Porque nem tudo que eu quero eu posso Nem tudo que eu posso eu devo; E nem tudo que eu devo eu quero. O que é a moral? É aquilo que é transmitido de geração para geração (hábitos, costumes, tradições...), em que vê as atitudes pelos VALORES. O QUE É ÉTICA MÉDICA? É a conduta médica centrada na pessoa enferma. Respeita a dignidade – reconhece os sentimentos morais e religiosos; Reconhece os valores – reconhece as necessidades materiais. O QUE ACONTECE NA PRÁTICA DE UMA MEDICINA RUIM? NEGLIGÊNCIA: omissão de atos necessários; IMPRUDÊNCIA: inobservância das precauções necessárias; IMPERÍCIA: falta de capacitação; O QUE É BIOÉTICA? “Bioética nada mais é do que os deveres do ser humano para com o outro ser humano e de todos para com a humanidade”. – André Conte-Sponville - é a reflexão sobre a adequação das ações que envolvem a vida e o viver: Ética: deveres, direitos, virtudes, alteridade; Moral: respeito à regra; Direito: legislação, costumes, jurisprudência, ato negocial; PRINCIPIALISMO: 4 Justiça: distribuição de benefícios imparcial; Beneficência: procurar fazer o bem; Autonomia: decisão individual; Não maleficência: evitar danos. IMPLICAÇÕES DO ATO MÉDICO 1. PROCESSO ADMINISTRATIVO Hospital, secretaria de saúde advertência exoneração 2. PROCESSO ÉTICO PROFISSIONAL CRM/CFM: 2.1. Advertência reservada em aviso confidencial; 2.2. Censura reservada em aviso confidencial; 2.3. Censura pública (periódico CRM e jornal de circulação); 2.4. Suspensão de exercício profissional (até 30 dias); 2.5. Cassação do exercício profissional. 3. PROCESSO CRIMINAL Cód. Penal dano/homicídio multa ou restrição da liberdade 4. PROCESSO CIVIL Condenação indenizatória (danos corporais, morais e existenciais) Princípios fundamentais (principais) Art. 5: as atividades de graduação, baseadas no conhecimento, habilidades e atitudes, tem por finalidade, preparar o estudante de medicina para o futuro exercício da profissão médica. Essas atividades devem beneficiar o paciente, o estudante, a inst. de ensino e a sociedade, guardando absoluto respeito pelo ser humano. Art.65: ...deve respeitar as normas das instituições onde é realizado seu aprendizado, desde que estejam de acordo com a legislação, não gerem situações de opressão e desfavorecimento, e não firam seus direitos. Art.66: ...zelar pelo patrimônio material das instituições onde desempenha suas atividades. Art.67: ...responde civil, penal e administrativamente pela instituição de ensino por danos causados ao paciente. Art.68: ...agir com solidariedade e respeito mútuo entre colegas, professores, orientadores e outros profissionais da instituição. Art. 69: ...a instituição deve assegurar sempre condições dignas e adequadas para o aprendizado de seus estudantes. 5 Art. 70: ... fica assegurado ao estudante de medicina o direito de reivindicar e exigir adequadas condições de ensino. Deveres e proibições (principais) É vedado ao estudante de medicina: Art. 22: assinar receitas médicas, prescrições ou fornecer atestados médicos sem a supervisão e assinatura do médico que o orienta. Art. 23: acumpliciar-se, de qualquer forma, com aqueles que exercem ilegalmente a medicina. CÓDIGO PENAL Decreto Lei n.2.848 de 07 de dezembro de 1940 Art. 282: exercer, ainda que a titulo gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: Pena – detenção, de 6 meses a 2 anos. Paragrafo único – se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. Lei das contravenções penais Art. 47: exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: Pena – prisão simples, de 15 a 3 meses, ou multa. Para ler: https://portal.cfm.org.br/images/PDF/ce m2019.pdf http://www.fm.usp.br/biblioteca/conteud o/biblioteca_1622_ceem.pdf https://portal.cfm.org.br/images/PDF/cem2019.pdf https://portal.cfm.org.br/images/PDF/cem2019.pdf http://www.fm.usp.br/biblioteca/conteudo/biblioteca_1622_ceem.pdf http://www.fm.usp.br/biblioteca/conteudo/biblioteca_1622_ceem.pdf 6 Prontuario O que é prontuário? Conjunto de documentos padronizados, ordenados, destinados ao registro de informações geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência prestada a ele, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional prestada pelos serviços de saúde publica ou privada. – CFM nº 1331/89 Sigilo O teor do prontuário do paciente é sigiloso, e as informações ali contidas tem caráter confidencial, o que caracteriza o Segredo Profissional. – (parecer do CFM nº 24) Código de ética medica - prontuário (capitulo X) É vedado ao médico: Art.87: deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente. Art.88: negar ao paciente ou à seu representante legal, acesso ao seu prontuário, deixar de lhe oferecer copia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao seu próprio paciente ou a terceiros. (sempre cai em prova). Art.89: liberar cópias do prontuário sob sua guarda exceto para atender a ordem judicial, ou para SUA PRÓPRIA DEFESA, assim como quando autorizado por escrito pelo paciente. Art.90: deixar de fornecer cópia do prontuário médico de seu paciente quando de sua requisição pelo CRM. Principais documentos do prontuário Ficha de referencia e contra referência; Laudo médico para emissão de AIH – anamnese e exame físico; Termo de responsabilidade Boletim de admissão; 7 Prescrição médica / observação de enfermagem e multiprofissional; Folha de evolução clinica (diárias); Folha de pareceres; OBRIGATÓRIEDADES o Preenchimento completo/correto; o Letra legível + assinatura/CRM; o Clareza; o Carimbo profissional.; o Relatório diário de enfermagem, assinado; o Registro diário dos sinais vitais; o Descrição do ato cirúrgico e anestésico (em cirurgia), assinado e carimbado; o Deverá ser anexada ao prontuárioa comprovação do resultado dos exames complementares. O QUE NÃO DEVE FAZER NO PRONTUÁRIO Escrever a lápis; Rasurar / usar corretivo; Fazer anotações que não se referem ao paciente; Deixar folhas em branco. OS 10 MANDAMENTOS DO PRONTUÁRIO 1. Fazer todo registro de maneira clara, objetiva e legível; 2. Fazer somente anotações que se referem ao paciente; 3. Todas as evoluções e prescrições devem ser diárias, com datas, hora, assinatura e carimbo; 4. Caso não tenha o carimbo, o nome do profissional e sua inscrição do conselho de classe devem estar escritos de forma legível; 5. Todas as folhas devem ter a identificação do paciente com a etiqueta ou por escrito; 6. Todo procedimento deve ser registrado pelo profissional que o realizou; 7. Os espaços em branco devem ser anulados com um traço; 8. É proibido usar lápis, fita e corretivo; 9. É proibido rasurar as anotações; 10. É proibido o uso de abreviações. 8 Relacao medico-paciente O que é? É o vinculo que se estabelece entre o médico e as pessoas que o procura, estando doentes ou não. Faz parte da essência da profissão médica. Evolução da relação médico- paciente Paternalista/Autoritária: monopólio de conhecimentos sobre doenças e tratamentos; Contratualista: reconhecimento de direitos e deveres, possibilidades e limitações; Cuidados na relação médico-paciente Preservar o sigilo médico; Evitar juízo de valor sobre atitudes e comportamentos do paciente; Ter paciência; Usar suas habilidades de comunicação; Tentar manter a neutralidade; As expectativas do paciente o O paciente deseja ser ouvido; o O paciente é um todo, e não uma parte ou um diagnóstico; o O paciente espera que o médico seja competente; o O paciente deseja não ser abandonado; Princípios do aprendizado da relação médico-paciente 1. Considerar a condição humana do paciente; 2. Cuidado com palavras e atitudes; 3. Todo paciente deve merecer a mesma atenção; 4. Disposição para ouvir; 5. Saber como dirigir-se aos pacientes; 6. Conhecer os limites que pode atuar; 7. Aprimoramento contínuo. Padrões e comportamentos médicos 9 PATERNALISTA: “posição de pai” – tem atitude protetora, sabe ouvir, dá conselhos ou ordens – trata o paciente como criança. AUTORITÁRIO: “dono da verdade” - impõe suas decisões – se ofende quando questionado. AGRESSIVO: “bode expiatório” – mau atendimento, frieza no relacionamento, tom de voz grosseiro – excesso de trabalho/baixas remunerações. INSEGURO: “conhecimento insuficiente” – incapaz de fazer o exame físico e têm duvidas na interpretação de exames e prescrições. TECNICISTA: “comportamento mecânico” - se interessa apenas na doença – não dá valor a relação médico-paciente. OTIMISTA: “se sente o herói” – não vê dificuldade em nada e nem reconhece a gravidade dos casos – transfere a culpa quando dá errado. PESSIMISTA: vê maior a gravidade da doença do que o real – expressa desânimo e desesperança. ROTULADOR: “rótulo diagnóstico” que agrade o paciente – passa falsa decisões diagnósticas e terapêuticas – encobre suas deficiências. FRUSTRADO: “começa desde o curso de medicina” – reconhece as limitações da medicina – tem visualização do futuro (trabalho indigno, alta jornada de trabalho...). SEM VOCAÇÃO: distanciamento do paciente – deve dedicar-se a outra profissão. Padrões e comportamentos de pacientes ANSIOSO: inquieto, medroso, mãos frias e sudoreicas, taquicardia e boca seca. gaste + tempo com fatos não relacionados a sua doença, pois reduz a tensão. DEPRIMIDO: desinteresse por si, se isola, expressa tristeza, chora fácil, inapetência, perda de prazer e interesse de viver conquiste a atenção e confiança; demonstre sinceridade e interesse em ajudar. QUE CHORA: mecanismo de alívio da tensão deixe-o chorar sem indagação e consolo; 10 leve toque na mão, um abraço ou um silêncio respeitoso. VERBORREICO: fala muito, tendente a descrições minuciosas recondução constante ao relato dos sintomas, pois tendem a divagar e fazer longos rodeios. HOSTIL: agressivo contra o médico ou estudante de medicina – doenças incuráveis ou estigmatizantes, história prévia de complicações terapêuticas tenha serenidade e autoconfiança. AGITADO: ansiedade, ingestão de bebida alcoólica, drogas ilícitas, surtos psicóticos e insuficiência hepática se grave – contenção física e/ou uso de antipsicóticos. EUFÓRICO: fala e movimentos exagerados; pensamentos rápidos – pode ser por bebida alcoólica, drogas ilícitas ou fase maníaca do transtorno bipolar. COM RETARDO MENTAL: DE FACIL RECONHECIMENTO adotar raciocínio simples, com perguntas diretas e palavras corriqueiras. HIPOCONDRÍACO: “poliqueixoso” ouvir com paciência e compreensão – atitudes firmes. SURDO: buscar apoio da família para melhores informações. EM ESTADO GRAVE: não quer ser perturbado por ninguém! obter postura objetiva e coletar dados para diagnostico e exame direcionado. PACIENTE TERMINAL: sem possibilidade terapêutica curativa – neoplasias malignas avançadas, DRC e SIDA – relação médico- paciente difícil. F A S E S NEGAÇÃO RAIVA BARGANHA OU NEGOCIAÇÃO DEPRESSÃO ACEITAÇÃO MORTE 11 BIOSSEGURANCA DEFINIÇÃO Conjunto de normas que visam a segurança do trabalhador de saúde exposto a risco potencial de acidentes material ou instrumentos, especialmente contaminados com material biológico. No ambiente HOSPITALAR há riscos como: FISICOS – QUIMICOS – BIOLÓGICOS Há normas que visam proteger: Paciente – trabalhador de saúde – acompanhante – meio ambiente. Precauções Padrão Lavagem das mãos; Manipulação de instrumentos e materiais; o Cirúrgicos; o Enfermarias / semi intensiva Manipulação de materiais cortantes e de punção; Ambiente e equipamentos; Roupas e campos de uso; Vacinação. 12 Lavagem das mãos Medida mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções. Quando? (há 5 momentos): 1. Antes de tocar no paciente; 2. Antes de realizar procedimento limpo/asséptico; 3. Após risco de exposição a fluidos corporais; 4. Após tocar no paciente; 5. Após tocar superfícies próximas ao paciente. Higienização Simples Das Mãos: Lavagem rotineira das mãos com sabão neutro maior concentração bacteriana: pontas dos dedos, meio dos dedos e polegares. Higienização Antisséptica Das Mãos: Promove a remoção de sujidades e de microrganismos com auxilio de antisséptico procedimento dura entre 40 a 60 segundos. Ex.: antisséptico degermante (clorexidina a 2% ou PVPI 10%). Fricção Antisséptica Das Mãos (Álcool Gel Ou Álcool Glicerinado): Reduz a carga microbiana das mãos (não remove sujidades) quando as mãos não estiverem visivelmente sujas, utiliza-se o álcool gel 70% ou a solução glicerinada. Antissepsia Cirúrgica Ou Preparo Pré-Operatório: Utiliza-se antisséptico com ação bactericida ou bacteriostática que irá agir na flora residente da pele indicados para profissionais e para pele ou mucosa do paciente em áreas onde serão realizados procedimentos invasivos ou cirúrgicos. 13 Principais antissépticos: álcoois, clorexidina, compostos de iodo, iodóforos e triclosan.. Passo a passo da lavagem das mãos Importante!: no caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel toalha. Não toque em nada após lavar as mãos, apenas nopaciente; É fundamental seguir o passo a passo à risca, pois há a garantia de uma boa limpeza das mãos, 14 ANAMNESE DEFINIÇÃO ANA trazer de novo MINESIS memória Então, a anamnese é trazer de volta fatos relacionados a doença e o doente. Uma espécie de “entrevista” do médico com o paciente. Núcleo de desenvolvimento da relação médico-paciente; Princípios éticos teóricos tornam- se atitudes na prática; Tecnologia em medicina só é bem utilizada se há humanismo médico.. A anamnese se bem realizada decisões de diagnósticos e tratamentos corretos. Formas de conduzir uma Anamnese Relato livre e espontâneo do paciente sem interferência do médico; Condução objetiva, dirigida ou direcionada tecnicamente por esquema mental básico (estudante); Relato espontâneo das queixas + condução objetiva. Dez princípios da Anamnese 1. Cumprimentar o paciente, identificar-se e perguntar o nome dele; Demonstrar TOTAL atenção ao paciente, Identificar situações de dor, ansiedade, sono, irritação e tristeza. (é nesse momento que estabelecemos a relação médico-paciente); 2. Conheça e compreenda as condições socioculturais; 3. Tato e perspicácia para obtenção de dados estigmatizantes ou distúrbios; 4. Cuidado com ideias preconcebidas; 5. Sintomas bem investigados e bem compreendidos torna o exame físico mais objetivo; 6. A causa mais frequente de erro diagnóstico é uma história clinica mal concebida; 15 7. Obtidas as queixas, elaborar o desenrolar logico dos acontecimentos = raciocínio clinico; 8. Dados de exames complementares não corrigem falhas/omissões da anamnese; 9. Só a anamnese permite uma visão de conjunto do paciente, indispensável para a medicina humana; 10. O tempo dedicado a anamnese distingue o médico competente do incompetente. Componentes essenciais da anamnese Nome não utilizar rotulações ou numerar os pacientes; Idade cada grupo etário tem sua própria doença; Sexo prevalência de determinadas doenças quanto ao gênero e raça; Raça / etnia Estado civil outros... união estável, separados... Profissão pode ter relação causal ou agravante da doença atual; Local de nascimento, procedência e moradia; Religião modo de enxergar a vida e os problemas. Componentes da anamnese 1. QUEIXA PRINCIPAL (QP): O que motivou a consulta? Por que o(a) me procurou? O que o(a) senhor(a) está sentindo? Ex.: “caganeira”; “dor no pé da barriga”; “baldeando”... NÃO É ACEITO ROTULOS DIAGNÓSTICOS! Ex.: “infarto”; “derrame”; “pressão alta”... 2. HISTORIA DA DOENÇA ATUAL (HDA): Não induzir respostas; Apurar evolução, exames e tratamentos realizados; Ler a historia escrita para o paciente, para que possa confirmar ou corrigir algo, ou acrescentar nova informação. SINTOMA GUIA: geralmente, a queixa mais longa, ou sintoma mais destacado (QP). ESQUEMA PARA ANALISE DE UM SINTOMA: 16 i. Inicio “quando a dor surgiu?” ii. Característica do sintoma “onde dói?”; “a dor anda?”; “quanto tempo dura?” “como é essa dor?”. iii. Fatores de melhora e piora “o que melhora a dor?”; “o que piora a dor?”. iv. Relação com outras queixas “você está tossindo?”; “você tem falta de ar?”. v. Evolução “essa dor mudou nos últimos 3 dias?” vi. Situação atual “como está a dor agora?”. 3. INTERROGATORIO SINTOMATOLOGICO (IS) Complemento da HDA, também denominada de Anamnese especial ou revisão dos sistemas; Útil para reconhecer enfermidades sem relação com o quadro sintomatológico na HDA; SISTEMATIZAÇÃO DO IS: sintomas gerais febre; astenia; sudorese; calafrios; cãibras; alterações do peso... Pele e fâneros; Cabeça e pescoço; Tórax; Abdome; Sist.. geniturinário; Sist.. hematolinfop.; Sist.. endócrino; Coluna vertebra,, ossos, articulações e extremidades; Músculos; Artérias, veias, linfáticos e microcirculação; Sistema nervoso; Exame psíquico e avaliação das condições emocionais. 4. ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES (APF): 17 Considera a avaliação do estado de saúde passado e presente pessoais e familiares, que influenciam no processo saúde-doença. Investiga-se então: Gestação e nascimento; Desenvolvimento psicomotor e neural; Desenvolvimento sexual; Doenças sofridas pelo paciente; Alergias; Cirurgias; Traumatismos; Transfusões sanguíneas; Historia obstétrica; Vacinas; Medicamentos em uso. 5. HABITOS DE VIDA (HV): Neste item, investiga-se o estilo de vida do paciente: Alimentação; Ocupação atual e ocupações anteriores; Atividades físicas; Hábitos, tais como: Uso de tabaco; Uso de bebidas alcoólicas; Uso de anabolizantes e anfetaminas. 6. CONDIÇÕES SOCIOECONOMICAS E CULTURAIS: Avalia situação financeira, vínculos afetivos familiares, filiação religiosa e crenças espirituais do paciente, bem como condições de moradia e grau de escolaridade. Este item se desdobra em: Habitação; Condições socioeconômicas; Condições culturais; Vida conjugal e relacionamento familiar. PARA LER: CAPÍTULO 4 – EXAME CLÍNICO (PORTO) 18 ectoscopia O QUE É? SOMATOSCOPIA ou ECTOSCOPIA, é a denominação que se dá à avaliação global do doente. É a primeira. etapa do exame físico, devendo ser Iniciada ao primeiro contato com o paciente. Seu objetivo é a obtenção de dados gerais (independe da queixa do paciente). A avaliação deve ser crânio-caudal. O que avaliar? 1. Estado geral:. Bom estado geral Estado geral regular ou levemente comprometido Estado geral ruim ou muito comprometido 2. Estado psíquico: Bem orientado em tempo e espaço; Mal orientado em tempo e espaço. 3. Postura: Postura Ativa: é aquela assumida espontaneamente Boa Postura / Má postura Postura passiva: impossibilidade do paciente em mudar de posição sem auxílio de outra pessoa Postura antálgica: adotada para alívio de dor. 4. Higiene pessoal: Hálito do paciente; odor de secreções. 5. Dependência: Se veio à consulta sozinho; acompanhado; em cadeira de rodas; de muletas ou bengalas. 6. Fala e linguagem: Avaliar a voz, avaliar a lógica do discurso, se há distúrbios de articulação das palavras, de troca de letras ou se fala o nome dos objetos corretamente. 7. Biótipo: Brevilíneo(endomorfo): membros curtos, tórax alargado, estatura baixa; Longilíneo(ectomorfo): tórax afilado e achatado, membros longos e musculatura delgada; 19 Normolíneo(mesomorfo): desenvolvimento do corpo, musculatura e do panículo adiposo harmônicos. 8. Peso e altura: Com auxilio de uma balança; Medida em centímetros com paciente descalço e em posição ereta. 9. Fácies: Fácies normal ou atípica; Fácies anormais ou típicas (Fácies leonina; mongolóide; hipocrática; etc.). 10. Musculatura: Trofismo (desenvolvimento): o Eutrófico; o Hipertrófico; o Hipotrófico.. Tonicidade: (grau de contração muscular): o Eutônico; o Hipertônico; o Hipotônico. 11. Panículo adiposo: Bem distribuído conforme sexo e idade; Aumentado; Diminuído ou escasso (localização). 12. Pele: Coloração: o Normocorada; o Cianótica; o Icterícia; o Palidez; o Vermelhidão ou eritrose; o Albinismo. Umidade: o Preservada; o Diminuída; o Aumentada.. Textura: o Preservada; o Lisa ou fina; o Áspera; o Enrugada. Temperatura: o Preservada; o Diminuída; o Aumentada.. Mobilidade: o Preservada; 20 o Diminuída ou ausente; o Aumentada. Sensibilidade: o Preservada; o Alterada (como?). Elasticidade: o Preservada conforme a idade; o Hiperelástica; o Hipoelástica. Turgor: o Preservado conforme a idade; o Diminuído (indica desidratação). Lesões elementares: o Máculas (hipo/, hipercrômicas, acrômicas) localização e forma. o Petéquias, pápulas, hematomas, bolhas, etc... (especificar). Cicatriz: o Cirúrgica ou não; o Indicar local, tamanho, coloração, forma. 13. Circulação colateral: Ausente ou presente; Localização: o . Tórax; o Abdome; o Raiz dos membros superiores; o Segmento cefálico.. 14. Fâneros: Cabelos: o Distribuição uniforme; o Alopecia (áreas desprovidas de pêlo); o Calvície parcial ou Total. Pêlos: o Bem implantados e distribuídos de acordo com o sexo e a idade; o Mal implantados e/ou distribuídos (especificar). 15. Mucosas (conjuntival, lábiobucal, lingual e gengival): Normocoradas; Hipocoradas; Hipercoradas; 21 Úmidas; Secas.. 16. Escleras: Ictérica ou Anictérica. 17. Edema: Ausente; Presente (caracterizar): o Sinal do Cacifo positivo ou negativo. 18. Extremidades (calor e alterações; compressão da face digital): Aquecidas e Acianóticas com boa perfusão tissular; Alteradas (especificar temperatura – perfusão tissular cianose). 19. Linfonodos: Não Palpáveis; Palpáveis: o Localização: Periauriculares; Retroauriculares Cervicais Post.; Occipitais; Cervicais Ant.; Cervicais Lat.; Submandibulares; Supraclaviculares; Infraclaviculares; Axilares; Inguinais. o Classificação: Inflamatório; De drenagem; Metastáticos. o Consistência: Fibroelástica; Amolecida ; Pétrea.. o Superfície: Regular; Irregular com nodulações; Lisa, o Tamanho ou volume (aproximados). o Mobilidade: Móveis Aderente a planos circunjacentes ou profundos. o Sensibilidade: Dolorosa á palpação; Indolores. o Alterações da pele (especificar). 22 20. Coluna Vertebral (cervical e toracolombar): Anatômica; Não anatômica; Cifose; Lordose; Escoliose (localização). 21. Articulações: Livres e funcionais; Limitação ou restrição articular (onde e especificar ângulo). PARA LER: CAPITULO 7 – EXAME FISICO GERAL 23 FACIES DEFINIÇÃO É o conjunto de dados exibidos na face do paciente, e a resultado dos traços anatômicos + a expressão fisionômica. Não apenas os elementos estáticos, mas, e principalmente, a expressão do olhar, os movimentos das asas do nariz e aposição da boca. Certas doenças imprimem na face traços característicos, e algumas vezes, o diagnostico nasce da simples observação do rosto do paciente. Os principais tipos de fácies são: Normal ou atípica Expressão individual; Não sugere distúrbio; Não há necessidade de descrevê-las. Hipocrática Olhos fundos, parados e inexpressivos; Nariz afilado; Batimentos das asas do nariz; Lábios entreabertos, delgados e afilados; Discreta cianose labial; Palidez cutânea, suor; Estado final de varias doenças. Renal Edema ao redor dos olhos; Palidez cutânea; Observada na Síndrome nefrótica e na glomérulonefrite difusa aguda; Redução acentuada de albumina. 24 Leonina Pele espessa, nódulos de tamanhos variados, confluentes; Supercílios caídos; Nariz espessado e alargado; Lábios grossos e proeminentes; Bochechas e mento deformados; Barba escasseia ou desaparece; Mal de Hansen. Adenoidiana Nariz pequeno e afilado; Boca entreaberta; Hipertrofia das adenoides (dificulta a respiração pelo nariz). Parkinsoniana Cabeça inclina-se para frente e permanece imóvel nessa posição; Olhar fixo; Supercílios elevados; Fronte enrugada; Expressão de espanto; Fisionomia impassível (máscara); Indica doença de Parkinson. 25 Basedowiana Exoftalmia; Olhos brilhantes; Rosto magro; Expressão fisionômica de vivacidade. Às vezes, tem um aspecto de espanto e ansiedade; Presença de bócio; Indica hipertireoidismo. Mixedematosa Rosto arredondado; Nariz e lábios grossos; Pele seca, espessada e com acentuação dos sulcos; Pálpebras infiltradas e enrugadas; Supercílios escassos; Cabelos secos sem brilho; Expressão de desânimo, apatia; Indica hipotireoidismo ou mixedema. Acromegálica Saliência das arcadas supra- orbitárias; Proeminência das maçãs do rosto; Maior desenvolvimento do maxilar inferior; Aumento do nariz, lábios, língua e orelhas; Extremidades aumentadas; Nesse conjunto de estruturas hipertrofiadas, os olhos parecem pequenos; Indica hiperfunção hipofisária, podendo ser constitucional. 26 Cushingoide ou de lua-cheia: Rosto arredondado (congesto) e levemente cianótico; Acompanha obesidade do tronco, pescoço, abdome (estrias atróficas); Acne; Síndrome de Cushing: hiperfunção do córtex suprarrenal ou em uso de corticoides. Mongoloide Epicanto (prega cutânea) torna os olhos oblíquos, distantes um do outro; Rosto redondo; Boca entreaberta; Expressão fisionômica de pouca inteligência ou mesmo completa idiotia; Indica Síndrome de Down; De depressão Cabisbaixo; Olhos pouco brilhantes; Olhos fixos em um ponto distante ou voltados para o chão; Acentuação do sulco nasolabial; Cantos da boca rebaixados; Observados na Síndrome da Depressão. Pseudobulbar Aspecto espasmódico da face; Hipomímia; Disfagia; 27 Disartria; Aparece geralmente na paralisia pseudobulbar; Esclerose múltipla; Doença neuronal motora. Da paralisia facial periférica Assimetria da face; Impossibilidade de fechar as pálpebras; Desvio da comissura labial contralateral / Repuxamento da boca para o lado saudável; Fissura palpebral alargada; Apagamento do sulco nasolabial; Queda do ângulo da boca ipsilateral; Indica atrofia muscular progressiva. Miastênica ou fácies de Hutchinson Ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça; Estrabismo; Expressão amímica; Apresenta-se na Miastenia Grave. Do deficiente mental Traços faciais apagados e grosseiros; Boca entreaberta, às vezes com salivação; 28 Hipertelorismo (má malformação craniofacial congênita caracterizada pelo afastamento excessivo dos olhos); Estrabismo; Olhar desprovido de objetivo; Olhos não se fixam em algo; Meio sorriso sem movimentação. Etílica: Olhos avermelhados; Face ruborizada; Sorriso indefinido; Olhos caídos. Esclerodérmica ou fácies de múmia: Imobilidade facial; Pele endurecida e aderida aos planos profundos; Repuxamento dos lábios; Afilamento do nariz; Imobilização das pálpebras. PARA LER: CAPITULO 7 – EXAME FISICO GERAL 29 SINAIS VITAIS O QUE SÃO? Os Sinais Vitais expressam o funcionamento e as alterações dos órgãos e/ou sintomas mais relacionados com a manutenção de vida. São considerados Sinais Vitais: Pulso; Pressão Arterial; Ritmo e Frequência respiratória; Temperatura corporal. Quando é obrigatória a avaliação dos sinais vitais? Pacientes com manifestações clínicas indicativas de comprometimento de órgãos vitais; Antes e depois de qualquer procedimento invasivo ou cirúrgico; Antes e depois de administrar medicamentos de interferem nas funções cardíaca, respiratória ecerebral; Sempre em que as condições clínicas do paciente apresentam piora inesperada; Sempre que o paciente apresentar desconforto inexplicável. .......................Pulso....................... Comumente usa-se o pulso Radial, porém, pode-se usar o pulso Carotídeo, femoral, entre outros. Precisamos dar mais atenção para 2 características do pulso, são elas: Ritmo: sequencia de pulsações e se distingue em: Pulso Regular: pulsações com intervalos iguais; Pulso Irregular: pulsações com intervalos ora longos ora curtos. Traduz arritmia cardíaca (arritmia sinusal, extrassistolia, bloqueio cardíaco e fibrilação arterial). FREQUÊNCIA: deve-se contar as pulsações durante 1 minuto inteiro (pulso radial).. – em adultos normais, a freq.. é considerada de 60 a 100 bpm. As principais alterações da frequência são: 30 Taquicardia: + de 100 pulsações por minuto (exercícios, emoções, gravidez, miocardites etc). Bradicardia: menor de 60 pulsações por minuto (bloqueio atrioventricular, icterícia, infecções virais etc). ................Pressão arterial................ Consiste na força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos – trabalho do coração – debito cardíaco – elasticidade da parede dos grandes vasos – resistência periférica – volemia e viscosidade sanguínea. O Local para Medida da Pressão deve ser: calmo e confortável; planejado para não interferir no efeito do avental branco; silencioso, ou seja, sem ruídos para não prejudicar ausculta dos sons de Korotkoff; Assegurar que o paciente NÃO: está com a bexiga cheia; praticou exercícios físicos nos últimos 60 minutos; ingeriu bebidas alcoólicas; fumou ou usou cafeína nos últimos 60 minutos; está com alguma emoção forte, dor ou stress; utilizou medicamentos estimulantes adrenérgicos. Posicionamento do paciente: paciente sentado, com encosto para as costas, pés no chão descruzados e apoiados no chão e relaxado; braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão para cima; observar se as roupas não garroteiam o braço. Se sim, remover; medir em pé, após 3 minutos da medida sentado em pacientes suspeitos de paciente deve ter repouso mínimo de 3 minutos antes de iniciar a medida. 31 hipotensão ortostática (diabéticos, idosos, disautonômicos, em uso de anti-hipertensivos e aqueles com sintomas de pressão baixa); medir nos membros inferiores, quando impossibilidade de medir nos braços. Material: aparelho de PA; manguitos; estetoscópio; cadeira com encosto para as costas; local para acomodação do braço; para medida em perna, uma maca também é necessária. Aparelho manual – Técnica Auscultatória: 1. Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre acrômio e olécrano; 2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço; 3. Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital; 4. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial; 5. Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial; METODO PALPATÓRIO. 6. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva; 7. Posicionar o manômetro na altura do olho; 8. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação; 9. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2-4 mmHg por segundo); 10. Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após aumentar ligeiramente a velocidade de deflação; 11. Determinar a PAD no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff); 11.1 Se sons de Korotkoff estiverem fracos, faça o paciente levantar o braço, 32 abrir e fechar a mão 5 a 10 vezes e inflar o manguito rapidamente; 12. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa; 13. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da PAS/PAD/zero; 14. Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto. Medições adicionais deverão ser realizadas se as duas primeiras tiverem 5mmHg ou mais de diferença. 15. Aguardar 1-2 minutos entre as medidas no mesmo braço; 16. Considerar a média das duas últimas medidas; 17. Informar o valor de PA obtido para o paciente; e anotar os valores exatos sem “arredondamentos”, o braço em que a PA foi medida, a posição do paciente, o tamanho do manguito e qualquer possível interferente. Fases de Korotkoff: Fase I: surgimento dos primeiros sons (pequena intensidade e alta freqüência). Fase II: batimentos com sopro. Com a dilatação da artéria pressionada, a contracorrente reverbera e cria sopros na parede dos vasos sanguíneos. Fase III: desaparecimento do sopro. Batimentos começam a ser mais audíveis e acentuados. Fase IV: sons de baixa intensidade e abafados (níveis de pressão da bolsa discretamente > pressão diastólica). Fase V: desaparecimento dos sons. ...RITMO E FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIOS... Sucessão regular de movimentos respiratórios, com amplitude de profundidade mais ou menos igual, em DETERMINAÇÃO DA P.A: Pressão Arterial Sistólica: aparecimento do primeiro ruído (fase I) Pressão Arterial Diastólica: desaparecimento dos sons (fase V). 33 uma frequência de 16 a 20 respirações por minuto – em adultos, chamamos de EUPNEIA. Alterações: Apneia: parada na respiração; Dispneia: movimentos respiratórios amplos e desconfortáveis para o paciente; Ortopneia: dificuldade de respirar na posição deitada, o que obriga o paciente a ficar sentado ou semissentado; Dispneia Periódica ou Respiração de Cheyne- Stokes: incursões respiratórias que vão ficando cada vez mais profundas até atingirem uma amplitude máxima, seguindo-se de respiração de amplitude menor, podendo chegar à apneia; Respiração de Kussmaul: amplas e rápidas inspirações interrompidas por curtos períodos de apneia – “peixe fora d’água”; Respiração de Biot: movimentos respiratórios de diferentes amplitudes e com intervalos variáveis; Taquipneia: em adultos, frequência respiratória acima de 20 rpm. Bradipneia: em adultos, frequência respiratória abaixo de 16 rpm.. .........Temperatura Corporal......... Valores normais: Temp. Axilar: 35,5 a 37ºC, em média de 36 a 36,5ºC. Temp. Bucal: 36 a 37,4ºC. 34 Temp. Retal: 36 a 37,5ºC (0;5ºC maior que a axilar). Alterações da temperatura corporal: Hipotermia: valores abaixo dos normais. Febre: valores acima dos normais. Hipertermia: valores acima dos normais com presença de fatores ambientais (insolação, vestimentas inadequadas para temperatura ambiental, atividade física extenuante). Técnica para medição da temperatura axilar 1. Realizar a desinfecção do termômetro com algodão umedecido com álcool a 70%; 2. Verificar se a coluna de mercúrio está abaixo de 35ºC, em caso negativo, agitar vigorosamente o termômetro para que a coluna de mercúrio desça; 3. Se necessário, enxugar a axila do paciente; 4. Colocar o termômetro na região axilar com o bulbo em contato direto na pele do paciente (comprimir o braço e colocá-lo sobre o tórax); 5. Retirar o termômetro após no mínimo 5 minutos e realizar a leitura; 6. Retirar o termômetro segurando pelo lado oposto ao bulbo; 7. Realizar a leitura da temperatura; 8. Abaixar novamente a coluna de mercúrio. Para ler: Capítulos – 13, 14 e 21 35 EXAME FISICODO TORAX INTRODUÇÃO O exame físico do tórax compreende a avaliação das mamas, dos pulmões, do coração e do mediastino, bem como as estruturas que compõem a caixa torácica, como pele, linfonodos, panículo adiposo, musculatura entre outros. Projeção na parede torácica 1. Pulmões............................................................................................. No hemitórax direito, anteriormente, encontra-se o lobo superior direito e o lobo médio. Posteriormente, projetam- se os lobos superior e inferior, sendo o lobo inferior, mais predominante em ambos os pulmões. Anteriormente: No lado direito – os lobos superior e médio são separados pela Cissura Horizontal, correspondente à 4º costela, passando à 5º costela, no seu cruzamento com a linha axilar média. No lado esquerdo – o lobo inferior é partido pela Cissura Oblíqua. Posteriormente – o lobo inferior se estende da T3 até a T10, ou até a T12 durante o ciclo respiratório. 2. Coração....................................................................................... Sua área de projeção tem uma forma mais ou menos oval. Junção da 3º costela com o esterno forma uma linha que se estende para baixo em forma de arco de convexidade, em direção ao entrecruzamento do 4º ao 5º 36 espaço intercostal com a linha hemiclavicular esquerda. Do lado direito, a projeção do coração corresponde à borda esternal direita. 3. Figado.............................................................................................. O limite superior acompanha o 5º ou 6º espaço intercostal até a linha axilar anterior (dependendo do biótipo da pessoa); segue horizontalmente até a interseção da 6º ou 7º costela com a linha axilar média. 4. Fundo do Estômago............................................ Designado Espaço Semilunar de Traube – linha que acompanha a reborda costal esquerda e uma linha superior que se inicia na 5º ou 6º cartilagem costal e se prolonga até o cruzamento da linha axilar anterior com a 9ª ou a 10ª costela esquerda. 5. Baço........................................................................................................ Na face lateral do hemitórax esquerdo, seu limite superior corresponde a uma linha curva, onde o ápice situa-se no cruzamento da linha axilar média com a 9ª ou 10ª costela. 37 Pontos de referência anatômicos Costelas; Ângulo de Louis; 4ª vertebra torácica; 7ª vertebra cervical; Clavículas; Articulação xifoesternal; Ângulo de Charpy. Linhas Torácicas Face Anterior: Linha medioesternal. Linha hemiclavicular. Linha axilar anterior. Face Lateral: Linha axilar anterior. Linha axilar média. Linha axilar posterior. Face Posterior: Linha médio espinhal. Linhas escapulares. Regiões torácicas Face anterior: 1. Região supraclavicular. 2. Região clavicular. 3. Região infraclavicular. 4. Região mamária. 5. Região inframamária. 6. Região supra-esternal. 7. Esternal superior. 8. Esternal inferior. Face posterior: 1. Supra-escapular. 2. Supra-espinhosa. 3. Infra-espinhosa. 4. Interescápular vertebral. 5. Infra-escapulares. Face lateral: 1. Axilar. 2. Infra-axilar. 38 Exame do Precordio Noções básicas O precórdio é a área de apresentação cardíaca na parede torácica anterior de modo que: • As cavidades cardíacas que se localizam no tórax anterior, são: o átrio D, ventrículo D, aurícula E, ventrículo E.. • A ponta corresponde ao ventrículo E. • O VD, fica junto a borda esquerda do esterno, mas não faz parte do contorno.. Semiotécnica O exame físico do coração inclui a inspeção, Palpação e Ausculta. ...............Inspeção............... Acompanha junto à palpação, onde os achados se tornam mais significativos; Boa iluminação (de preferencia, luz natural); Paciente em decúbito dorsal, com a musculatura relaxada e o tórax despido e visível. Para pesquisar abaulamentos e retrações, a inspeção se faz de modo tangencial e frontal. Tangencial Frontal 39 O que investigar? Pele; Lesões elementares; Depressões; Tumorações; Abaulamentos; Cicatrizes. ................Palpação............... Examinador posicionado à direita do paciente com o tórax despido; Localizar o Ictus Cordis (dependendo do biótipo do paciente – 5º EIC / LHCE), região do foco mitral; Colocar a mão sobre o ictus cordis, e conforme for sentindo os batimentos, e tirando os dedos (normalmente até 2 polpas = 2,5cm); Colocar o paciente da posição de pachon (decúbito lateral esquerdo) - desvia ≤ 2 cm.. Posição de Pachon Ausculta Ambiente silencioso; Paciente em decúbito dorsal, posição ortostática ou decúbito lateral esquerdo; Instruir o paciente para que inspire profundamente e expire de modo forçado. Focos De Ausculta: Mi A Per Ta 40 Manobras complementares: Hand Grip – pede-se ao paciente que este aperte dois dedos do examinador, isso aumenta a resistência vascular periférica, o que aumenta os sopros gerados do lado esquerdo do coração – FOCO MITRAL Rivero carvalho – paciente em decúbito dorsal, coloca-se o estetoscópio no FOCO TRICUSPIDE, em seguida, solicita-se ao paciente fazer uma inspiração profunda e prender. Para ler: capitulo 16 – Exame Físico do Tórax 41 EXAME DO APARELHO CIRCULATORIO INTRODUÇÃO O aparelho circulatório e o próprio funcionamento do coração podem ser avaliados pela analise de: Pulso Radial; Pulsos Periféricos; Pulso Capilar; Pulso Venoso. ...............Pulso radial............... SEMIOTÉCNICA: A artéria radial se localiza entre a apófise estiloide do rádio e o tendão dos flexores. Para palpá-la, colocam-se as polpas dos dedos indicador e médio, colocando compressão até obter o pulso máximo, e seu polegar se fixa no dorso do punho do paciente. O examinador usa a mão direita para palpar o pulso esquerdo do paciente e vice-versa. A mão do paciente deve repousar no leito com leve supinação. SEMPRE comparar com o lado homólogo. QUE CARACTERÍSTICAS ANALISAR? Estado da parede arterial: (lisa, sem tortuosidades e se deprime facilmente) Frequência: (contar o nº de pulsações durante 1 min e comparar os valores com o nº de bpm) 42 Ritmo: (sequencia das pulsações – regular ou irregular) Amplitude ou magnitude: (sensação captada em cada pulsação – ampla, media e pequena) Tensão ou dureza: (compressão progressiva da artéria – pulso mole ou pulso duro) Tipos de onda: (apenas com o treino é possível reconhecer e diferenciar) Comparação com lado homólogo: (averigua a igualdade ou desigualdade dos pulsos palpando-os simultaneamente.) ...........Pulsos periféricos........... A análise dos pulsos periféricos permite a comparação das artérias homologas na ausência e presença de pulso. QUAIS PULSOS PALPAR? Carotídeo Temporal superficial Subclávio Axilar Braquial Cubital Radial Aórtico abdominal Ilíaco Femoral Poplíteo Tibial anterior Tibial posterior Pedioso (nem todos os pulsos estão representados nesta imagem) ..............Pulso capilar.............. O pulso capilar é o rubor intermitente e sincrônico com o pulso radial que se observa em determinadas regiões da pele e mucosas. SEMIOTÉCNICA Faz-se uma leve compressão sobre a borda de uma unha até ver uma zona pulsátil que marca a 43 transição da cor rósea para a pálida – normalmente é discreta ou imperceptível.. Pulso venoso, turgência ou Ingurgitamento jugular Paciente em decúbitodorsal, eleva-se a cabeceira a 45º; Localiza-se o ângulo de Louis e coloca-se uma régua 90º com o chão; Encontra-se a veia jugular, e com outra régua, coloca-se no ponto mais alto da veia que possui pulsação; Acima de 5cm – patológico – pode indicar insuficiência ventricular direita. Para ler: capitulo 13 – Exame dos Pulsos Radial, Periféricos e Venoso 44 exame dos linfonodos Introdução Os linfonodos organizam-se em grupos superficiais (localizados do tecido celular subcutâneo) e os profundos (abaixo da fáscia dos músculos e dentro de varias cavidades do corpo). Tamanho normal: 0,5 – 2,5 cm CADEIAS DE LINFONODOS: Pré-auricular Retroauricular Occipital Submentoniano Submandibular Tonsilares Cervical anterior Cervical posterior Supraclaviculares Infraclaviculares Axilares Epitrocleanos Inguinais Poplíteos Inspeção Boa iluminação Área examinada despida Comparar lado contralateral Verificar possíveis adenomegalias ou presença de sinais flogisticos. 45 Palpação Realizada com as polpas digitais e as faces ventrais do dedo indicador, médio e polegar. Ajustar a cabeça do paciente para relaxar a musculatura pra que se palpem melhor os linfonodos da cabeça e pescoço. Para a palpação dos linfonodos axilares, retropeitorais e epitrocleanos, o examinador se coloca a frente do paciente, segurando seu braço e palpando com a mão heteróloga. Os linfonodos axilares se palpam com as mãos em “garra”. Os linfonodos retropeitorais e epitrocleanos se palpam com as mãos em “pinça”. Na palpação dos linfonodos poplíteos, o paciente deve ficar em decúbito ventral e as pernas semifletidas. DESCREVER: Localização Tamanho Consistência Coalescência Sensibilidade Presença de sinais flogísticos e fistulização. LEMBRAR: Linfonodo de Virchow (supraclavicular esquerdo) – quando for visto na inspeção, é chamado de Sinal de Troisier. 46 Linfonodo de Irish (axilar esquerdo) Linfonodo Sister Mary-Joseph (periumbilical) Linfonodo de Blummer (prateleira retal) EDEMA Localizado Intensidade variável Duro Não depressível Frio Indolor Sem sinais flogisticos. Para ler: Capítulo 12 – Exame dos Linfonodos 47 Exame do aparelho respiratorio Introdução O exame do aparelho respiratório compreende Inspeção, palpação, percussão e ausculta. o paciente deve ficar sentado e o examinador movimentando-se ao redor dele. ...................Inspeção.................. Inspeção estática: Avalia o estado da pele e das estruturas superficiais da parede torácica. Compreende também, a forma do tórax e a presença ou não de abaulamentos e retrações. Inspeção dinâmica: Analisa-se tipo respiratório, ritmo e frequência da respiração; Amplitude dos movimentos respiratórios. Presença ou não de tiragem e expansibilidade dos pulmões. FORMA DO TÓRAX: Tórax chato: mais comum em longilíneos, e não tem significado patológico. Tórax em Tonel ou em Barril: enfisema pulmonar ou em pessoas idosas livres 48 de qualquer doença pulmonar. Tórax Infundibuliforme (Pectus Excavatum): pode ser congênito ou adquirido. A causa mais importante é o raquitismo; quando mais acentuado, pode produzir distúrbio pulmonar restritivo. E em menores casos, pode indicar deslocamento cardíaco. Tórax Cariniforme (pectus carinatum): “peito de pombo”, pode ser congênito ou adquirido, e a principal causa é o raquitismo. Tórax em Sino ou Piriforme: segue em grandes hepatoesplenomegalias e na ascite volumosa. Tórax Cifótico: por defeito de postura ou por lesão de vertebras torácicas (tuberculose, 49 osteomielite, neoplasias ou anomalias congênitas). Tórax escoliótico: anomalia congênita. Tórax Cifoescoliótico: congênito ou secundário ao desvio lateral do segmento torácico da coluna vertebral. Tórax Instável Traumático: fratura nas costelas onde há movimentos torácicos paradoxais. ABAULAMENTOS E DEPRESSÕES Podem localizar-se em qualquer região do tórax e indicam alguma lesão que aumentou ou reduziu uma das estruturas da parede ou de órgãos intratorácicos. TIPO RESPIRATÓRIO Observa-se atentamente a movimentação do tórax e do abdome. ♀: costal superior 50 ♂: toracoabdominal RITMO RESPIRATÓRIO Respiração Dispneica: movimentos respiratórios desconfortáveis para o paciente; Platipneia: dificuldade para respirar na posição ereta, que se alivia na posição deitada. Ortopneia: dificuldade para respirar na posição deitada. Trepopneia: paciente se sente mais confortável deitando em decúbito lateral. Respiração de Cheyne- Stokes: ou dispneia periódica, são incursões respiratórias que vão se tornando cada vez mais profundas até atingirem uma amplitude máxima; nesse momento, os movimentos começam diminuir, podendo chegar à apneia. Respiração de Biot: movimentos respiratórios de diferentes amplitudes e com intervalos variáveis; Respiração de Kussmaul: amplas e rápidas inspirações interrompidas por curtos períodos de apneia – “peixe fora d’água”; Respiração Suspirosa: aquela na qual interrompe- se uma sequequencia regular da respiração por uma inspiração profunda seguida de uma expiração demorada. AMPLITUDE DA RESPIRAÇÃO Superficial: enquanto estamos tranquilos, dormindo. Profunda: em esforços, emoções. 51 FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: Eupneico (16 a 20 irpm) Bradpneico (-16 irpm) Taquipneico (+20 rpm) Apneico (parada respiratória) TIRAGEM: retração dos espaços intercostais. Visível em pessoas magras, ou com obstrução de alguma das vias respiratórias.. INSPEÇÃO DO PESCOÇO: deve-se perceber se a respiração é auxiliada pela musculatura do pescoço (sinal de obstrução das vias respiratórias). .....................Palpação.................. ESTRUTURA DA PAREDE TORÁCICA: Investigar pele, tecido celular subcutâneo, músculos, cartilagens e ossos. EXPANSIBILIDADE OU MOBILIDADE Dos Ápices: o examinador se posiciona atrás do paciente, pousando ambas das mãos sobre as regiões que correspondem os ápices, os polegares levemente se encostam. Solicita-se ao paciente que 52 respire mais fundo, enquanto o examinador observa a movimentação de suas mãos, pesquisa-se diminuição ou ausência de movimentos. Manobra de Rualt Das Bases: ainda atrás do paciente, os polegares do examinador devem estar próximos da 9ª e 10ª vtb torácica, enquanto os demais dedos devem abarcar a área das bases pulmonares. Analisa-se a mobilidade das bases durante a respiração tranquila e também profunda. Manobra de Roualt FRÊMITO TORACOVOCAL O examinador pousa as mãos sobre as regiões do tórax ao mesmo tempo em que o paciente pronuncia “trinta e três”. Paciente levanta os braços para avaliação do frêmito lateral. Paciente “se abraça” para avaliação do frêmito posterior. FTV aumentado: consolidações (pneumonia e infarto pumonar). FTV diminuído ou ausente: derrame pleural, pneumotórax, enfisema pulmonar, atelectasias e espessamento pleural. ..................Percussão................. Percutir todo o tórax anteriormente, lateralmente e 53 posteriormente (C7 como referência). Começando de cima para baixo, golpeando ora de um lado, ora de outro. SOM CLARO PULMONAR. .................AUSCULTA............... Paciente deve estar sentado com o tórax totalmentedescoberto. Solicite ao paciente que respire profundamente com os lábios entreabertos. SONS NORMAIS: Som traqueal: ruído respiratorio mais curto e brando; uma leve pausa e um ruído expiratório mais forte e prolongado. Respiração brônquica: audível na área de projeção dos brônquios principais. Seu ruído expiratório é um pouco menos intenso. Murmúrio vesicular: ruído inspiratório mais intenso e duradouro que o ruído expiratório, sem pausa. Respiração broncovesicular: respiração brônquica + murmúrio vesicular. Apresenta intensidade da inspiração igual da expiração, sem pausa. SONS ANORMAIS: Estertores finos/crepitantes: final da inspiração agudo, não passa com a tosse e se modifica com a posição adotada. Estertores grossos/subcrepitantes: inicio da inspiração e por toda a expiração, grave; muda com a 54 tosse e não se modifica com a posição. Roncos: sons graves, ocorrem durante toda a respiração, com predominância na expiração. Sibilos: som agudo, “miado de gato”; ocorre na inspiração e expiração. AUSCULTA DA VOZ: Ressonância vocal normal Presente em todo o tórax, exceto nas áreas do coração e fígado. Mais intensa nas regiões interescapulovertebrais e esternal supeior. Mais forte em homens. Ressonância vocal diminuída Espessamento pleural; Derrame pleural; Atelectasia por oclusão brônquica; Pneumotórax; Enfisema pulmonar. Ressonância vocal aumentada (broncoscopia, pecterilóquia fônica e afônica) Pneumonia; Infarto pulmonar; Neoplasia pulmonar Egofonia Parte superior dos derrames pleurais e áreas de condesação ou cavidades. ........Síndromes brônquicas e......... .............pleuropulmonares............. Para ler: Capitulo 16 – Exame do Tórax 55 Exame fisico do abdome Introdução Reconhecer os pontos de referência anatômicos, a divisão do abdome em quadrantes e a projeção de cada órgão dessa cavidade são essenciais para o estudo da propedêutica abdominal. PONTOS DE REFERÊNCIA: Rebordas costais Ângulo de Charpy Cicatriz umbilical Cristas e espinhas ilíacas anteriores Ligamento inguinal ou de Poupart Sínfise púbica REGIÕES DO ABDOME PROJEÇÃO DOS ÓRGÃOS NAS PAREDES TORÁCICAS E ABDOMINAL 1. Fígado: seu limite superior é delimitado por percussão, desde todo o hemitórax direito de cima para baixo até encontar som maciço. Em condições normais, no 5º ou 6º EICD. O limite inferior é dado pela palpação. Normalmente, 1cm da reborda costal. 2. Baço: normalmente, o baço não é percutível, pois se localiza em uma área timpânica (espaço de traube), também não palpável, exceto em esplenomegalias, etc. ................Inspeção.................................................. Inspeção estática: Alterações na pele Sinal de Cullen (equimose periumbilical) Sinal de Gray Turner (equimose nos flancos) Sinal de Fox (equimose na região pubiana) Indicam hemorragia retroperitoneal. Sugestivo de 56 pancreatite aguda ou gravidez ectópica hemorrágica. Circulação colateral Distribuição de pêlos Forma e simetria do abdome Cicatrizes Flanco direito: colecistectomia Flanco esquerdo: colectomia Fossa I.D.: apendicectomia, herniorrafia Fossa I.E.: herniorrafia Hipogástrio: histerectomia Linha media: laparotomia Região lombar: nefrectomia Linha vertebral: laminectomia Abaulamentos e depressões Sinal da irmã Maria José: nódulo palpável na região da cicatriz umbilical, resultado de uma metástase de câncer maligno no abdome. Movimentos Movimentos respiratórios Peristalse visível – ondas peristálticas de Kussmaul (indica estenose pilórica ou obstrução intestinal) FORMA E VOLUME DO ABDOME: Atípico ou normal Globoso ou protuberante: gravidez avançada, ascite volumosa, obesidade, distensão gasosa, tumores, etc. Em ventre de batráquio: ascite em fase de regressão. Pendular ou ptótico: flacidez do abdome no período puerperal. 57 Em avental: obesidade. Escavado: magreza, doenças consuntivas, neoplasias. Inspeção dinâmica Manobra de Valsalva: aumenta a pressão intra- abdominal, e pode ajudar no diagnostico de hérnias, protusões e etc. Manobra de Smith- Bates: pede-se ao paciente levantar os MMII para contrair a musculatura abdominal. Se a massa desaparecer, ela está abaixo da parede abdominal. E se estiver palpável, é porque pertence à parede abdominal. ......................................................Ausculta..................................................... Sempre fazer primeiro que a palpação e percussão. Avalias presença de sopros arteriais e ruídos hidroaéreos. Sempre avaliar em todos os quadrantes, em ordem. 58 Normal: de 5 a 35 borborigmos por minuto. Ausente: íleo paralitico .................PALPAÇÃO................ É realizada com o paciente em decúbito dorsal, usando a técnica da mão espalmada. EM HIPÓTESE ALGUMA comece a palpação pelo lado da dor. Sempre pergunte antes ao paciente o local da dor, e realize a palpação pelo outro lado, deixando o local por ultimo. De acordo com as condições, há outras técnicas palpatórias diferentes. Palpação superficial Investigam-se a sensibilidade, resistência da parede, a continuidade da parede abdominal, as pulsações e reflexo cutâneo-abdominal. Pontos dolorosos: Palpação profunda 59 Investiga-se massas palpáveis, tumorações, e os órgãos. Órgãos e massas palpáveis, devem ser caracterizados quanto à: Localização Forma Volume Sensibilidade Consistência Mobilidade Pulsatilidade Palpação do fígado Manobra de Lemos Torres: o Mão esquerda cima da loja renal direita, forçando-a para cima; o Mão direita movimenta-se tentando palpar o fígado, acompanhando a respiração do paciente. Manobra de Mathieu: o Examinador voltado para os pés do paciente; o Mãos em garra, coordenando a movimentação com a respiração do paciente. EXPIRAÇÃO: prepara! INSPIRAÇÃO: movimenta! Manobra da Arranhadura: o Coloca-se o estetoscópio na região epigástrica e realiza-se movimentos lineares horizontais em sentido ínfero-superior em hemiabdome direito com objeto de ponta romba. Hepatimetria: o Limite superior: 4º ou 5º EICD (percussão maciça) o Limite inferior: palpação Normal: 6-12cm 60 Hepatomegalia >12 Palpação do baço Manobra de Mathieu o Posição de Schuster o Delimitar Espaço de Traube Palpável: esplenomegalias Palpação da Vesícula biliar Ponto cístico: palpar com os dedos indicador e médio a intersecção da borda lateral do musculo reto do abdome direito com o rebordo costal direito. Sinal de Murphy: médico faz pressão sobre o ponto cístico do paciente durante a INSPIRAÇÃO. Positivo quando o paciente interrompe a inspiração devido a dor. Sinal de Courvoisier Terrier: a vesícula encontra-se dilatada, palpável e não dolorosa. Indica câncer na cabeça do pâncreas, quando associado à icterícia. Manobras especiais: 1. : Manobra do Rechaço Com a palma da mão comprime-se com certa firmeza a parede abdominal, e com a face ventral dos dedos e polpas digitais provoca-se um impulso rápido na parede, retornando-se os dedos à posição inicial sem afrouxar a compressão da parede abdominal. Existe rechaço quando, imediatamente após a impulsão, percebe-se um choque na mão que provocou o impulso. Isso traduz a presença de órgão ou tumor 61 sólido flutuando em um meio líquido, representado por ascite. 2. Manobra da descompressão súbita:Comprime-se vagarosamente e progressivamente um determinado local do abdome que durante a palpação geral mostrou-se dolorido. Durante a execução da manobra, o examinador vai indagando e observando as reações do paciente. Diz-se que é positiva se a dor apresentar nítida exacerbação no momento em eu se faz a descompressão. 3. Pesquisa do vascolejo: Pode ser efetuada de duas maneiras: Prende-se o estômago com a mão direita, movimentando-o de um lado para o outro, ao mesmo tempo que se procura ouvir ruídos hidroaéreos nele originados.. Repousa-se a mão sobre a região epigástrica e executam-se rápidos movimentos compressivos com a face ventral dos dedos e as polpas digitais, tendo- se o cuidado de não deslocar a palma da mão. Quando se ouvem ruídos de líquidos sacolejando, diz que há vascolejo. Esta manobra costuma-se ser chamada de patinhação. Manobras para apendicite PONTO DE MCBURNEY: traçar uma linha entre a espinha ilíaca anterossuperior e a cicatriz umbilical, e dividir partes. O ponto é o encontro entre o terço distal 62 e médio. Dor à Sinal de Blumberg: descompressão súbita no ponto de McBurney. Sinal de Rovsing: compressão FIE e realizar deslocamento compressivo até a FID. Sinal de Lenander: Temperatura retal maior que a temperatura axilar em mais de 1º C. Sinal de Dunphy: Dor na FID que piora com a tosse. Sinal de Lapinsky: Dor à compressão da FID enquanto se eleva o membro inferior direito esticado. Presente no apêndice retrocecal. Sinal de Aaron: Dor epigástrica referida à palpação do ponto de McBurney. Sinal do Iliopsoas: Dor à extensão e abdução da coxa direita com o paciente em decúbito lateral esquerdo. Presente no apêndice retrocecal. Sinal do Obturador: Dor hipogástrica à flexão e rotação interna do quadril. Presente no apêndice pélvico. ...............Percussão............... A posição fundamental do paciente é o decúbito dorsal. Contudo, outras posições são necessárias na pesquisa de ascite. Podem ser encontradas os seguintes tipos de sons no abdome: Timpânico: normal; Hipertimpanismo: obstrução intestinal, meteorismo, pneumotórax; Submacicez Macicez: ascites, massas, etc. DETERMINAÇÃO DO LIMITE SUPERIOR DO FÍGADO Percute-se o hemitórax direito ao nível da linha hemiclavicular direita desde sua 63 origem na clavícula até o 4º ou 5º espaço intercostal; De início, obtém-se som claro pulmonar. A seguir, em condições normais, na altura do 5º ou 6º espaço intercostal, observa-se som submaciço. Esse ponto corresponde ao limite superior do fígado Sinal de Jobert: desaparecimento da macicez hepática, dando lugar ao timpanismo decorrente de pneumoperitônio que tem como causa frequente a perfuração do tubo gastrintestinal. PESQUISA DE ASCITE Piparote (grande volume): paciente adota o decúbito dorsal e ele próprio coloca a borda cubital da mão sobre do abdome, exercendo uma ligeira pressão de modo a impedir a transmissão pela parede abdominal do impacto provocado pelo piparote. O examinador repousa a mão esquerda no flanco do outro lado. Passa-se então a golpear com o indicador a face lateral do hemiabdome direito. Se houver líquido em quantidade suficiente na cavidade peritoneal, a mão esquerda apta os choques das ondas líquidas desencadeadas pelos piparotes. Macicez móvel (médio vol.): Coloca-se o paciente em decúbito lateral direito e percute- se todo o abdome; havendo ascite, encontra-se timpanismo no flanco esquerdo e macicez no flanco direito. A seguir, paciente adota o outro decúbito lateral, percutindo-se de novo todo o abdome. 64 Semicírculos de Skoda (médio vol.): Percute-se o abdome a partir do epigástrio, radialmente em direção aos limites do abdome. Observa-se a transição entre o som timpânico para o som submaciço e, posteriormente para maciço, no sentido craniocaudal. A junção de pontos de transição formam semicírculos Bexigoma – concavidade para baixo Ascite – concavidade para cima. Para ler: Capitulo 17 – Exame do Abdome
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