Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DOENÇAS DAS MAMAS E OVÁRIOS GINECOLOGIA 4 Eduardo Siqueira Doenças das Mamas Introdução Mama Possui uma drenagem linfática muito grande, que é fator prognóstico quando falamos em doenças on- cológicas das mamas. 99% da drenagem linfática mamária é axilar - Cadeia supraclavicular e infraclavicular - Cadeia axilar 60% da irrigação é através da A. Mamária interna Também chamada de torácica interna Patologias Mamárias Mastalgia - Cíclica Dor mamária Pode variar com o período do ciclo menstrual Conduta Orientação → Não vira e não é risco de câncer Melhor sustentação das mamas Evitar medicação - Exceto casos graves → Tamoxifeno Mastalgia - Acíclica Mastite Puerperal Principal agente causador → Staphylococcus au- reus. Causa → Pega incorreta e fissura mamária Diagnóstico → Sinais flogísticos + febre Tratamento: - Melhorar sustentação da mama - Manter amamentação - ATB (Cefalexina) Abscesso Mamário Pode amamentar Exceto: Descarga purulenta ou incisa cirúrgica próxima ao mamilo Tratamento: - Drenagem - Esvaziar mama - ATB Eczema Descamação mamária Cíclica Acíclica Fase lútea tardia (Pré-menstrual) Sem relação com ciclo Estímulo hormonal “Alteração funcional benig- na da mama” - Mastalgia cíclica - Adensamentos - Cistos Maioria é unilateral QSExterno Mastite Abscesso Esteatonecrose… Mais comum bilateral Descamação Secreção 1 USG → Cisto Mamários - Imagens anecoicas - Redondas - C/reforço acústico posterior DOENÇAS DAS MAMAS E OVÁRIOS GINECOLOGIA 4 Eduardo Siqueira Pensar sempre em Eczema areola x Doença de Paget Derrame papilar Saída de secreção pela mama Provavelmente benigno: - Bilateral - Multiductal - À sucção/expressão Lácteo Hiperprolactinemia - Avaliar ß-HCG e TSH (hipotireoidismo) - Medicamentosa? Ex: Dopamina - Prolactinoma? Multicolor → Verde / Amarelo / Marrom AFBM (alteração funcional benigna da mama) Ectasia ductal Sanguíneo / Serosanguíneo Maior causa → Papiloma intraductal - AFBM (alteração funcional benigna da mama) - Ectasia ductal (2º maior causa). - CA in situ e invasor (3º causa) Obs: Apesar de ser benigno, as características semiológicas do derrame por papiloma são seme- lhantes às de alguns derrames malignos, ou seja, uniductal, unilateral sero/sanguinolento. Portanto, apesar de ser benigno, é necessário investigar com biópsia. Quando investigar? - Espontâneo - Uniductal - Unilateral - “Água de rocha” - Sanguinolento Conduta: - Biópsia ductal (ressecar ducto) - Citologia negativa não exclui diagnóstico, pois a amostra da citologia é hipocelular. Nódulo palpável Exame Físico Móvel x Aderido Regular x Irregular Fibroelástico x Pétreo PAAF Amarelo esverdeado Sem lesão residual Após a punção - > 2 recidivas - Sanguinolento - Massa residual - Nódulo sólido USG / MMG / Bx Complemento aos exames anteriores USG → Malignidade - Misto - Mal delimitado - Sombra acústica Fibroadenoma É o tumor benigno mamário mais comum Eczema Areolar Doença de Paget Descamação bilateral Descamação unilateral Pruriginosa Pouco prurido Não destrói papila Destrói papila Melhora com corticoide tópico Não responde ao corticoide 2 USG DOENÇAS DAS MAMAS E OVÁRIOS GINECOLOGIA 4 Eduardo Siqueira Predomina em mulheres jovens, dos 20-35 anos Conduta Apesar descer uma lesão sólida, é possível con- duzir apenas observação clínica. Entretanto, em algumas situações, existe tendên- cia para retirar: - Mulheres > 35 anos (próximo à faixa de CA) - Lesões > 3,5-4 cm (fibroadenomas têm 2-3,5) Tumor Filóides É uma lesão benigna, mas é localmente agressiva e possui crescimento acelerado. Aos exames de imagem, pode parecer com fibroa- denoma. Por isso, é que indica retirada de fibroade- noma quando tem crescimento acelerado, pois, na verdade, deve ser tumor filóides. Conduta Retirar com margens cirúrgicas de 2 cm Se retirar sem margens, existe risco de recidivas. Esteatonecrose História recente de trauma mamário. Com o tem- po, o nódulo desaparece. Conduta Seguimento clínico, pois tendem a desaparecer espontaneamente, CA de Mama Introdução Fatores de Risco Principais Ser mulher… Idade > 40 anos História familiar (1º) Nuliparidade Menacme longo Mutação BRCA 1 e 2 Hiperplasia atípicas Dieta rica em gorduras CA in situ - Ductal - Lobular Secundários Antecedente pessoal de CA de mama, endométrio, ovários e cólon. ACO ou TH por > 10 anos Cicatriz radial (lesão esclerosante complexa) Alcoolismo Tabagismo não é!!! Rastreio Baixo Risco Idade entre 50 a 69 anos - Exame clínico ANUAL + - MMG bienal *MS, 2015: Contraindicou autoexame e exame clí- nico passou a benefício incerto Febrasgo: - Baixo risco: MMG anual a partir de 40 anos Alto Risco Definição de alto risco> - Parente de 1º grau com CA < 50 anos (depois é quando a maioria ocorre) - Parente de 1º grau com CA bilateral - Parente masculino com CA de mama (nesse, qualquer grau) Idade > 35 anos: - Exame clínico ANUAL + - MMG ANUAL Febrasgo: - Alto risco: Ex: *Mutações BRCA1 / BRCA 2 3 DOENÇAS DAS MAMAS E OVÁRIOS GINECOLOGIA 4 Eduardo Siqueira *Hiperplasia atípica (precursora) Tipos Histológicos Ambulatorial → Core biopsy e/ou mamotomia Se impalpável → Estereotaxia Lesões Precursoras Carcinoma ductal ou lobular in situ - Lesão restrita ao epitélio, não invade estroma, não rompe membrana basal - Não é câncer, mas é indicadores de risco. Carcinoma Ductal Infiltrante Tipo invasor mais comum (75%) Adenocarcinoma ductal - Em fases iniciais, prognóstico e sobrevida são excelentes. - Dica: massa palpável e pétrea. Carcinoma Lobular Infiltrante Geralmente bilateral e multicêntrico, tendência à recidiva. - Representa 5-10% dos CA de mama. - É o mais associado à TH. Carcinoma Inflamatório Sempre é localmente avançado, independente do tamanho. - Predomina em mulher mais velha, invade a pele - Dica: eritema, edema, “casca de laranja” Doença de Paget CA com lesão eczematóide Biópsia → Indicar se há persistência do prurido após corticoterapia. Mamografia Introdução É o único exame utilizado para rastreamento que tem capacidade de detectar lesões não-palpáveis e causar impacto na mortalidade por CA de mama…é o exame de escolha. Principais Incidências Médio-lateral (observa-se músculo peitoral) Crânio-caudal BI-RADS 0-6 BIRADS 0 MMG inconclusiva (Ex: Densa) Conduta - USG - RNM BIRADS 1 Nenhuma alteração Conduta - Repetir de acordo com idade BIRADS 2 Alteração benignas Conduta - Repetir de acordo com idade BIRADS 3 Duvidosa (provável benigna) Conduta - Repetir em 6 meses - Durante 3 anos BIRADS 4 - 5 Suspeita / Altamente suspeita Conduta - Biópsia Microcalcificações: BIRADS 6 Já fez biópsia Sabe que é cancer E pede MMG As vezes o tratamento eu entro com uma medica- ção e eu quero ver o acompanhamento desse CA. 4 Nódulo espiculado / Microcalcificações DOENÇAS DAS MAMAS E OVÁRIOS GINECOLOGIA 4 Eduardo Siqueira Biópsia Cirúrgica Biópsia cirúrgica é o padrão-ouro, mas nem sem- pre será indicada. Indicação Ambulatoriais podem ser falso (-), mas com nódulo suspeito → Biópsia cirúrgica Tipos Incisional: retira parte…lesão grande Excisional: retira tudo…lesão menor/cisto Tratamento Cirúrgico Cirurgia Conservadora É permitido indicar abordagem conservadora em lesões: - Pequenas e com margem de segurança e tecido suficiente para fechar a pele - Ou seja, avaliar relação tumor ÷ mama → Tumor < 20% da mama e/ou < 3,5 cm Tipos Segmentectomia (“menor”) OU Quadrantetomia (“um pouco maior”) Além disso, para permitir essa abordagem é obri- gatório acesso à radioterapia pós-operatória. Contra-indicações Doença multicêntrica OU Impossibilidade de radioterapia no pós-operatório Cirurgia Radical É necessárioindicar abordagem radical em lesões > 20% mama ou ≥ 4 cm. Tipos Mastectomia à Halsted (retirar ambos peitorais, em desuso). Mastectomia a Patey (retira peitoral menor) Mastectomia a Madden (deixa ambos) Avaliação da Axila - Linfonodos Obrigatória em todos tumores infiltrastes, em bus- ca de disseminação sistêmica. Modalidades Disponíveis Linfonodo Sentinela Definição: - É o primeiro linfonodo a drenar a área do termo Técnica → Injetar marcadores (tecnécio ou azul patente) na região do tumor. Em seguida, procurar o 1º linfonodo que drenou, fazer retirada e análise. Conduta: - Se linfonodo sentinela (-) → Esvaziamento axi- lar radical não é necessário. - Se linfonodo sentinela (+) → Esvaziamento axi- lar radical passa a ser obrigatório. Contraindicação: - Quando a axilar já for positiva ao exame clínico (ou seja, se já percebeu um linfonodo acometido, não há como garantir que o resto não estará). Esvaziamento axilar completo É o principal responsável pela morbimortalidade na cirurgia de mastectomia Principal complicação → Escápula alada por lesão do nervo torácico longo (N. De Bell); acomete m. Ser- rátil anterior, responsável por estabilizar escápula. Clinicamente, há dificuldade de abdução do braço do lado em que foi feita cirurgia. Quimioterapia Neoadjuvante É indicada antes da cirurgia, para reduzir o tama- nho do termo e “melhorar” a cirurgia. Quimioterapia Adjuvante É obrigatória sempre que houver acometimento sistêmico. Ou seja, linfonodo positivo (≥ N1) OU Metástase hematogênica (M1) Além disso, tumores > 1 cm Radioterapia Adjuvante É obrigatória em casos de cirurgia conservadora ou tumores > 4 cm. Ou seja, SEMPRE. Se não tiver radioterapia → Não fazer cirurgia Indicações de Hormonioterapia Em todo tudo, juntamente com a biópsia, é solici- tada a imunohistoquímica. Interpretação: - Receptor de estrogênio (+) → Hormonioterapia 5 DOENÇAS DAS MAMAS E OVÁRIOS GINECOLOGIA 4 Eduardo Siqueira - Receptor (-) → Pior prognóstico. Se positivo → Indicar Tamoxifeno por 5 anos pós- cirurgia ou inibidor de aromatase por 5 anos. - Tamoxifeno: modular seletivo do receptor de es- trogênio. - Problema: tem efeito antagonista na mama, mas agonista no endométrio (risco de hiperplasia, CA) Se negativo → Indica pior prognóstico: “mama está tão alterada que alterou receptor hormonal” Imuno-Histoquímica Receptor hormonal (RE e RP), superexpressam HER: - Luminal A: RE+, RP+ e HER- - Triplo negativo: RE-, RP- e HER- - HER+ (2): superexpressam HER Terapia Alvo-Dirigida É uma droga específica para algum “subtipo” Pegadinha: não é quimioterapia *MS fornece medicação para pacientes que supe- rexpressam HER-2 → Transtuzumabe Obs: São tumores de pior prognóstico, por isso essa droga tem impacto tão positivo. 6 Mama Mastalgia - Cíclica Mastalgia - Acíclica Eczema Derrame papilar Nódulo palpável Fibroadenoma Tumor Filóides Esteatonecrose Fatores de Risco Rastreio Tipos Histológicos Introdução BI-RADS 0-6 Cirurgia Conservadora Cirurgia Radical Modalidades Disponíveis
Compartilhar