Prévia do material em texto
Programa de Educação Continuada a Distância Curso MUSCULAÇÃO: DO INICIANTE AO AVANÇADO. Aluno: EAD - Educação a Distância Parceria entre Portal Educação e Sites Associados Curso MUSCULAÇÃO: DO INICIANTE AO AVANÇADO. MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 2 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores SUMÁRIO MÓDULO I 1. A HISTÓRIA DA MUSCULAÇÃO 2. O CONTROLE NEUROLÓGICO DO MOVIMENTO 3. O SISTEMA MUSCULAR 4. FORMAS DE MANIFESTAÇÕES DA CONTRAÇÃO MUSCULAR DINÂMICA MÓDULO II 5. FORÇA MUSCULAR E SUAS SUBDIVISÕES. 6. COMPORTAMENTO DA FORÇA MUSCULAR NAS DIVERSAS POPULAÇÕES 7. HIPERTROFIA E HIPERPLASIA MUSCULAR 8. SOBREPESO E OBESIDADE 9. FINALIDADES DA MUSCULAÇÃO 10. PRINCÍPIO DO TREINAMENTO DESPORTIVO 11. ESTRUTURA DOS PROGRAMAS DE TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS – PRÉ-REQUISITOS 12. PESOS LIVRES X MAQUINÁROS MÓDULO III 13. VARIÁVEIS DO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS 14. PROTOCOLOS DE TREINAMENTO 15. MÉTODOS DE TREINAMENTO MÓDULO IV 16. MÉTODOS DE TREINAMENTO PARA ALUNOS INTERMEDIÁRIOS E AVANÇADOS. 17. MUSCULAÇÃO APLICADA A CRIANÇAS E ADOLESCENTES 18. MUSCULAÇÃO APLICADA A IDOSOS (Monteiro) 4 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 19. EXEMPLOS DE PROGRAMAS PARA ALUNOS INICIANTES/INTERMEDIÁRIOS E AVANÇADOS 20. POSTURA PROFISSIONAL 5 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO I INTRODUÇÃO A crescente demanda pelo treinamento contra resistência (musculação) tem incentivado a procura de parâmetros bem estabelecidos para a prescrição dos exercícios. O American College of Sports Medicine (ACSM) recomenda que o treinamento contra resistência seja parte integrante de um programa de aptidão física para adultos1 e idosos2. O treinamento Resistido com Pesos/Musculação é uma das formas de atividade física que mais se desenvolveu nos últimos anos, em especial a partir da década de 90 e certamente continuará a crescer graças às pesquisas científicas. Esta forma de treinamento tem por objetivo desenvolver a aptidão física de uma forma geral, e especificamente o desenvolvimento da força em suas diversas manifestações. Neste curso vamos tratar em especial do Treinamento Resistido com Pesos/Musculação objetivando: o aumento da força de um modo geral. Especificamente na promoção da melhora da qualidade de vida/saúde, hipertrofia muscular, resistência muscular e do trabalho destinado à perda ponderal/redução de peso em indivíduos considerados saudáveis. Através da utilização de pesos livres com barras, anilhas e halteres, e maquinários com baterias de pesos e máquinas onde é possível acoplar anilhas. 1. A HISTÓRIA DA MUSCULAÇÃO 1.1 Os Primeiro Relatos Não podemos precisar quando a musculação teve início. Porém em escavações na cidade de Olímpia foram encontradas pedras com entalhes para as 6 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores mãos, permitindo aos historiadores intuir a utilização destas em treinamentos com pesos. Foram encontradas esculturas datadas de 400 anos antes de Cristo, que relatam formas harmoniosas de mulheres, mostrando preocupação estética já nesta época. Também existem relatos de jogos de arremessos de pedras que datam de 1896 a.C. Estes dados mostram que a musculação é mais antiga do que muitos possam pensar. Se analisarmos a musculação como uma atividade física e não exercício físico, e segundo a definição de GODOY 1994, que estabelece que a musculação seja uma atividade física desenvolvida predominantemente através de exercícios analíticos, utilizando resistências progressivas fornecidas por recursos materiais tais como: halteres, barras, anilhas, aglomerados, módulos, extensores, peças lastradas, o próprio corpo e/ou segmentos, etc. com certeza esta forma de atividade é tão antiga quanto o ato de caminhar. Vejamos: nos primórdios da humanidade, quando o homem mais “rudimentar” saia para caçar, carregava pedras entre outros feitos, este ser já estava exercendo uma atividade contra uma determinada resistência, portanto musculação. 1.2 O Precursor da Musculação A história de Milón de Crotona discípulo do matemático Pitágoras (500 a 580 a.C.), seis vezes vencedor dos Jogos Olímpicos, ilustra um dos métodos de treinamento mais antigos da humanidade, cujo princípio fundamental é utilizado até hoje, isto é, a evolução progressiva da carga. Segundo a história Milón treinava com um bezerro nas costas a fim de aumentar a força dos membros inferiores, e quanto mais pesado o bezerro ficava, mais sua força aumentava, ou seja, o princípio da progressão de cargas. Os relatos mostram que Milón foi um dos primeiros a se preocupar com a suplementação alimentar, já que a história relata que ele comia por dia 9 kg de carne, 9 kg de pão e 10 litros de vinho - gerando um total de 57 mil kcal. Ele também era capaz de matar um boi com as mãos e comê-lo sozinho. O nome da cidade de Milão é em sua 7 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores homenagem. Diz à lenda que Milón morreu devorado por lobos, pois ficou preso ao dar um golpe em uma árvore. Os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, em Atenas (1896) envolveram 14 países, 241 atletas, tiveram uma duração de 10 dias e foram assistidos por 280 mil pessoas. Eles foram marcados por uma precária organização, infra-estrutura, qualidade técnica, respeito às regras e, não admissão de mulheres nas provas, contudo, os levantamentos de pesos já faziam parte das 43 provas entre os nove (9) esportes olímpicos da época. No levantamento de pesos com as duas mãos o campeão foi o dinamarquês Viggo Jensen e na exótica prova do levantamento de peso categoria “um braço” o campeão foi o britânico Launceston Elliott que passou a posar seminu, exibindo seu físico para revistas de fotografias. Fato que gerou um escândalo e que levou a não realização da prova na Olimpíada seguinte em Paris (1900). O levantamento de peso retornou na Olimpíada seguinte em Saint Louis (1904). 1.3 O Culturismo e o Halterofilismo A história mostra que a partir do final do século XIX o chamado “culturismo”, juntamente com o “halterofilismo”, tinha suas atenções voltadas para as companhias circenses e teatros, onde eram apresentados “os homens mais fortes do mundo”. Nomes expressivos daquela época tais como: Louis Áttila, Eugen Sandow e Charles Samson participavam de exibições e confrontos, disputando este título. Áttila em 1887 na Europa, durante o jubileu da Rainha Vitória recebeu do Príncipe de Gales uma pequena estátua com a figura de Hércules cravejada com 36 diamantes, o que o tornou famoso. Como conseqüência disto, pessoas de todo o mundo viram no desenvolvimentodos seus músculos uma forma de enriquecer. Ginásios foram abertos por toda a Europa, que na época era o berço dos homens fortes. Figura 1.1 Professor Áttila (http://www.sandowmuseum.com/) Áttila fundou o seu ginásio em Bruxelas onde recebia alunos da Universidade de Leyden, gerando grandes nomes como Frederick Muller. Este num confronto com Charles Samson venceu-o e tempo depois foi vencido por Sandow, denominado na época como “Aristocrata dos Culturistas”. Eugen Sandow nascido na Alemanha em 1867 se converteu em um ídolo do esporte e por 30 anos foi considerado o melhor físico do mundo. Aos 16 anos já aparentava um físico bem desenvolvido, que mostrava que tinha um potencial genético favorável. Trabalhou em circo com a intenção de correr o mundo, e com isso adquiriu a base para um grande desenvolvimento muscular. Porém o circo em que trabalhava foi à falência em Bruxelas e ele se viu sem emprego. Conheceu ali o professor Áttila que viu em Sandow um grande potencial de atleta. Áttila o tomou como pupilo e o ensinou a treinar com pesos e a posar. Passaram então a fazer exibições em várias cidades com demonstrações de força. 8 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 1.2 Eugene Sandow (http://www.sandowmuseum.com/) Em 1889 separaram-se e Sandow foi rodar a Europa, sem destino certo terminando em Veneza. Em Veneza um artista americano chamado Aubrey Hunt surpreendeu Sandow banhando-se em um lago, e resolveu pintá-lo em um lenço. Esta peça hoje se encontra na coleção particular de Joe Weider. Sandow então passou a ser desafiado para provas de força. Retornando à Londres resolveu encarar um desafio que era lançado por dois homens fortes da época e que pagavam 500 libras esterlinas para quem conseguisse superá-los. Até Sandow aparecer ninguém tinha conseguido, ele então facilmente venceu o desafio e a partir daí começaram exibições por toda Inglaterra. Por quatro anos Sandow percorreu a Inglaterra com exibições de força e poses. Até que em 1893 um empresário americano o convenceu que fosse para os EUA. Nos EUA ele não se deu muito bem. Mas em uma exibição na Alemanha, conheceu o mais célebre empresário de espetáculos de todos os tempos, Ziegfeld que percebeu que Sandow era uma figura muito admirada pelas mulheres. Ele o levou para a Exposição Mundial Comemorativa do Descobrimento da América, em Chicago. Alugou um teatro e preparou uma aparição diferente do 9 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores habitual que eram apresentações de homens musculosos com peles de leopardo. Quando todos menos esperavam entra Eugene Sandow com uma simples sunga. As mulheres foram à loucura. O êxito foi fantástico e com isso rodaram Canadá e EUA. Em São Francisco Sandow lutou e venceu um leão (previamente drogado e desdentado). Fazia shows particulares para mulheres, shows de levantamento de pesos que até hoje não foram superados, porém depois de alguns anos fazendo isso sem descanso entrou em colapso nervoso. Regressou a Inglaterra onde se casou com uma garota muito bela chamada Blanche Brokes. Recuperou-se física e mentalmente, e a partir daí se dedicou a abrir ginásios de cultura física e reformular os hábitos alimentares das pessoas. Abriu com êxito escolas de cultura física por toda Inglaterra. Figura 1.3 Eugene Sandow (http://www.sandowmuseum.com/) Iniciou uma revista em 1898 - "Sandow Magazine", publicou vários livros inclusive uma obra que deu nome ao esporte internacionalmente: "Bodybuilding, or Man in the Making". Inventou aparelhos e criou cursos de ginástica por correspondência que foram marcantes na cultura física. Foi um dos primeiros defensores do ensino da educação física em colégios e escolas, desenvolveu exercícios para reduzir as dores do parto, pediu a empresários que deixassem que os assalariados fizessem um pouco de ginástica por dia. O que talvez sugira que ele seja também o criador da ginástica laboral. 10 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Foi talvez o primeiro personal trainer da história, pois era professor particular dos reis Eduardo VII e George V, da Inglaterra. Foi um benfeitor da humanidade no que tange o aspecto do treinamento com pesos, da cultura física, do exercício, da educação física. Não era santo, sentia uma fraqueza por mulheres que também o assediavam. Isso causou muitos problemas ao seu casamento. Morreu em 1925 tentando tirar o seu carro que caiu em um buraco após ter derrapado na estrada. Com o esforço teve uma hemorragia cerebral, provavelmente não só do esforço, mas também da queda e batida do carro. Foi enterrado como indigente, devido a problemas com a mulher, no cemitério londrino de Putney Vale. O homem que foi intitulado pelo rei George I da Inglaterra como: "Professor da Ciência da Cultura Física de sua Majestade", hoje está imortalizado pela homenagem de Joe Weider que escolheu sua imagem (segurando uma barra com pesos de bola) para o troféu de premiação para o maior evento do mundo de musculação que é o Mr. Olympia. Neste sentido, Eugene Sandow (1867-1925) deve ser respeitado e perpetuado como um dos grandes homens de todos os tempos na Musculação. Figura 1.4 Estatueta Mr. Olympia (http://www.sandowmuseum.com/) O Culturismo propriamente dito surgiu do halterofilismo competitivo na década de 1940 através do halterofilista canadense Josef (Joe) Weider, cuja 11 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 12 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores iniciação no culturismo aconteceu em 1939, quando ele por acaso teve acesso a uma revista de halterofilismo. Joe decidiu então construir e modelar seu corpo com o propósito de afugentar e se proteger dos tipos brigões que assolavam a vizinhança onde morava em Montreal. Weider foi a um ferro-velho onde forjou duas barras com anilhas a partir de rodas e eixos de automóveis e começou a treinar em casa. Quando começou a notar o aparecimento dos resultados de seu treinamento, convenceu-se de que, como ele, outras pessoas gostariam também de se beneficiar do treinamento com pesos. Com os 7 dólares que tinha, Joe iniciou a publicação de um informativo chamado “Your Physique”. Um ano depois, definiu seu esporte como algo diferente do halterofilismo de competição, o que implicava num tipo de treinamento que utilizava especificamente movimentos compostos, cujo único propósito era desenvolver tamanho muscular em uma proporção equilibrada, dentro de padrões que seguiam determinadas regras. Seus métodos eram empíricos, já que observava, estudava e mesclava técnicas de halterofilistas uma vez que a ciência do treinamento desportivo e a fisiologia do exercício ainda estavam em seu início. Logo descobriu que o êxito para este novo esporte se baseava antes de tudo em velocidade, técnica e, sobretudo, potência, porque ajuda o desenvolvimento físico. Preocupado também com a alimentação dos atletas, Joe pesquisou fontes de nutrição que acreditava ser alimentação saudável, como por exemplo, uma taça de aveia com fruta cortada em pedaços, acompanhada de suplementos. O treinamento com pesos e a dieta adequada seriam a medicina preventiva do século XXI. Atualmente, os treinamentos com pesos (ou treinamento resistido com pesos) são requisitos prévios para melhorar o rendimento em todos os esportese para uma melhor qualidade de vida/saúde. 2. O CONTROLE NEUROLÓGICO DO MOVIMENTO Neste tema vamos estudar a interação entre o sistema nervoso e muscular. Devemos ter em mente que toda ação muscular é baseada na lei do estímulo resposta, neste sentido o estímulo é fornecido pelo sistema nervoso central e a 13 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores resposta no nosso caso acontecerá no sistema muscular. Portanto, vamos procurar entender como os estímulos percorrem os neurônios e chegam até o sistema muscular. 2.1 Neurônio Cada neurônio é considerado uma fibra nervosa individual, composta por três regiões: • O corpo celular ou soma • Os dendritos • O axônio O corpo celular contém o núcleo. Nas extremidades do corpo celular encontramos os dendritos e o axônio. Na parte inferior em formato de cone temos a proeminência axônica. Os dendritos são considerados os receptores dos neurônios. Normalmente os impulsos que chegam até o neurônio o fazem por intermédio dos dendritos, estes transmitem os impulsos em direção ao corpo celular. O axônio é considerado o transmissor do neurônio (nervo motor), levando o impulso nervoso que chega até o neurônio pelos dendritos para longe do corpo celular, e em direção a outros neurônios. Na extremidade do axônio encontramos os terminais axônicos e na extremidade destes estão os botões sinápticos. Nestes botões encontramos as vesículas sinápticas (sacos) que estão repletos de neurotransmissores. Figura 2.1 Neurônio e seus componentes Figura 2.1 retirada do livro Fisiologia do Exercício e do Esporte. Wilmore e Costil, 2001 p.55 2.2 O Impulso Nervoso Este é considerado uma carga elétrica, sendo passada de um neurônio para outro e que no nosso caso vai terminar em um grupo de fibras musculares um determinado músculo. 2.3 Como é gerado este Impulso e como ele percorre um neurônio? A membrana (capa) celular de um neurônio que está em repouso, possui um potencial elétrico negativo no seu interior de aproximadamente -70 mV. A diferença de voltagem entre o interior da célula e seu exterior é de aproximadamente 70 mV. Essa diferença de potencial/cargas é conhecida como potencial de repouso de membrana ou PRM. Para que o impulso possa percorrer a célula nervosa, esta precisa ser despolarizada. Isto ocorre de duas maneiras: através de potenciais graduados e potenciais de ação. 14 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Potenciais Graduados: São alterações que acontecem em um determinado ponto da membrana do neurônio, não tendo na maioria das vezes intensidade (força) suficiente para despolarizar toda a membrana do neurônio e conseqüentemente para transferir este impulso para um neurônio adjacente. Quando isto ocorre, ou seja, este impulso percorre toda a extensão da membrana, há a geração de um potencial de ação. Potenciais de Ação: É uma despolarização que ocorre de maneira muito rápida. Dura em média 1 µs (mricosegundos). Normalmente este potencial provoca uma alteração no potencial de repouso da membrana de -70 mV para um valor de +30 mV, retornando ao seu valor inicial muito rapidamente. Para que ocorra este fenômeno, a despolarização tem que ser de pelo menos 15 a 20 mV, ou seja, o valor tem que baixar de -70 mV para pelo menos -50 a -55 mV. Na figura 2.2 apresentamos um esquema desta despolarização. Figura 2.2 retirada do livro Fisiologia do Exercício e do Esporte. Wilmore e Costil, 2001 p.58 15 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Na figura 2.3 é mostrado um neurônio polarizado. Podemos observar que no seu exterior existe uma concentração de cargas positivas de sódio, e em contrapartida no seu interior cargas negativas de potássio. Figura 2.3 Na figura 2.4 ocorre a despolarização da membrana através de um estímulo/potencial de ação que altera a permeabilidade da membrana de -70 mV para +30 mV. As comportas da membrana se abrem permitindo a entrada de íons de sódio para o interior. Figura 2.4 Na figura 2.5 a quantidade de sódio que entra na membrana excede em centenas de vezes a quantidade de potássio que sai isto faz com que o interior da membrana do neurônio fique positivo e seu exterior negativo. 16 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 2.5 É preciso lembrar que este processo, o potencial de ação ocorre de maneira muito rápida. Podemos observar na figura 2.6 que as comportas que liberavam a entrada de sódio se fecham, e as comportas de potássio se abrem permitindo a saída deste íon, e novamente o exterior da membrana fica positivo e seu interior negativo. Figura 2.6 A entrada e saída de sódio e potássio são reguladas pela bomba de sódio/potássio fazendo com que a correlação destes dois íons aconteça de forma correta, como podemos observar na figura 2.7 Figura 2.7 17 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 18 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A rapidez com que um potencial de ação ocorre, ou seja, a velocidade de transmissão do impulso nervoso é determinada de duas maneiras: através da mielinização e do diâmetro do neurônio. 2.4 Mielinização do Neurônio A maioria dos axônios dos neurônios motores é mielinizada, ou seja, são recobertos por uma bainha de mielina, que é uma substância “gordurosa” que isola a membrana celular do neurônio. No sistema nervoso periférico, essa bainha de mielina é formada por células especializadas denominadas células Schwann. Esta bainha não é contínua, ou seja, não envolve toda a membrana do axônio, estes espaços são conhecidos como nódulos de Ranvier e podem ser visualizados na figura 2.1. Quando este impulso nervoso, potencial de ação percorre o axônio, o potencial salta de um nódulo para outro, este processo é conhecido como condução saltatória. Tal fenômeno faz com que o impulso nervoso seja conduzido muito mais rapidamente que em axônios não mielinizados. 2.5 Diâmetro do Neurônio A velocidade da transmissão do impulso é determinada também pelo diâmetro do neurônio. Os neurônios maiores apresentam menos resistência à corrente que aqueles de diâmetro menor, isto faz com que o impulso nervoso percorra o neurônio rapidamente. Agora que já sabemos como o impulso nervoso/potencial de ação percorre um neurônio, vamos entender como este potencial é transmitido para outro neurônio. Os neurônios comunicam-se entre si através de sinapses. Uma sinapse é o local onde ocorre a transmissão de um impulso nervoso de um neurônio para outro. Segundo Wilmore e Costil, (2001 p. 60) uma sinapse entre dois neurônios incluem: • Os terminais axônicos do neurônio que transmite o impulso • Receptores sobre o segundo neurônio • O espaço entre essas estruturas. O neurônio que envia a mensagem é denominado pré-sináptico e o que recebe pós-sináptico. É importante lembrar que os neurônios não se conectam fisicamente. O que separa estes neurônios é a fenda sináptica. Para que este impulso possa passar de um neurônio para outro, é derramada uma quantidade de neurotransmissores na fenda sináptica. Estes neurotransmissores estão localizados nas vesículas pré-sinápticas, que se encontram nos terminais pré-sinápticosdestes neurônios. Os neurotransmissores levam o impulso até os receptores pós-sinápticos do neurônio pós-sinápticos através dos dendritos do mesmo. Figura 2.8 transmissão do impulso nervoso entre dois neurônios Figura 2.8 retirada do livro Fisiologia do Exercício e do Esporte. Wilmore e Costil, 2001 p.60 19 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 20 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Finalmente quando este impulso/potencial de ação chega ao motoneurônio, que podemos considerar como um neurônio final, este impulso pode ser transmitido até a fibra muscular. Mas como isto ocorre? Neste caso a comunicação entre o neurônio e a fibra muscular ocorre em um local chamado de junção neuromuscular. A junção neuromuscular tem a mesma função da sinapse. No motoneurônio este impulso é transmitido através dos terminais axônicos do motoneurônio onde são liberados os neurotransmissores, em especial acetilcolina e noradrenalina que transmitem o impulso pela fenda sináptica que irá ser transmitido para a fibra muscular através de receptores localizados no sarcolema/membrana da fibra muscular. O impulso/potencial de ação despolariza a membrana da fibra fazendo com que sejam liberados íons de sódio que irão penetrar no interior da fibra muscular. 3. O SISTEMA MUSCULAR O sistema muscular é formado por três tipos de músculos: • Liso • Cardíaco • Esquelético Vamos neste tema estar tratando do músculo esquelético ou voluntário. O músculo esquelético recebe este nome porque a grande maioria se fixa ao esqueleto e é responsável pelo movimento humano. O corpo humano contém mais de 600 músculos. 3.1 Estrutura do Músculo Esquelético A primeira camada que reveste o músculo é chamada de epimísio que também forma o tendão e, portanto faz a união do músculo com o osso. A segunda camada é o perimísio que recobre a terceira camada o fascículo. A quarta camada é o endomísio que recobre as fibras musculares. As fibras musculares mais longas medem em geral 12 cm e estas contém em média 500.000 sarcômeros, que é considerada a unidade funcional da miofibrila. Segundo (McComas, 1996; apud Wilmore e Costil, 2001 p.29) o músculo lombrical (músculo dos dedos) tem em média 10.000 fibras enquanto que o gastrocnêmico tem em média um milhão. Figura 3.1 (a) Estrutura básica do músculo e (b) corte transversal de um músculo esquelético. Figura 3.1 retirada do livro Fisiologia do Exercício e do Esporte. Wilmore e Costil, 2001 p.29 21 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3.2 Componentes da fibra muscular O Sarcolema é a camada que reveste a fibra muscular. O sarcolema em cada extremidade liga-se ao tendão que por sua vez liga-se ao osso. IMPORTANTE: Devemos lembrar que no sarcolema existem os receptores que recebem o sinal do motoneurônio para que ocorra a despolarização da fibra muscular. O Sarcoplasma é uma substância gelatinosa/líquida que contém principalmente proteínas, minerais, glicogênio, gorduras e mioglobina. Os Túbulos Transversos também são conhecidos como Túbulos T que passam lateralmente através da fibra muscular. Os Túbulos T ou Túbulos Transversos levam os impulsos nervosos recebidos pelo sarcolema para as miofibrilas, estes também são condutores para substâncias como: glicose, oxigênio e os íons. O Retículo Sarcoplasmático é uma rede longitudinal de túbulos que passa paralelamente pelas miofibrilas. No retículo sarcoplasmático está armazenado o cálcio, substância indispensável para que ocorra a contração muscular. Figura 3.4 Visão de uma fibra muscular e seus componentes. Figura 3.4 retirada do livro Fisiologia do Exercício e do Esporte. Wilmore e Costil, 2001 p.30 22 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 23 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A Miofibrila é um dos componentes da fibra muscular. Cada fibra muscular contém entre várias centenas e vários milhares de miofibrilas que são os elementos contráteis do músculo. A miofibrila é composta por dois pequenos filamentos protéicos responsáveis pela ação muscular. Os filamentos de Actina (finos) e os de Miosina (grossos). O Sarcômero é a menor unidade funcional do músculo e conseqüentemente de uma miofibrila. Cada sarcômero é composto por uma linha Z em sua extremidade, e ainda possui: • Uma banda I (zona clara) • Uma banda A (zona escura) • Uma zona H (no meio da banda A) • Uma segunda banda I 3.3 Filamentos de Actina e Miosina Segundo Wilmore e Costil (2001 p.33) cerca de dois terços das proteínas totais do músculo esquelético correspondem à miosina. Cada filamento contém várias cabeças de miosina/pontes cruzadas que durante a ação muscular vão se conectar com os sítios ativos da actina. Cada filamento de actina possui uma extremidade inserida numa linha Z e a extremidade oposta se estende em direção ao centro do sarcômero. Cada filamento de Actina é formado por três moléculas de proteínas diferentes que podem ser visualizadas na figura 3.5. • Actina • Tropomiosina • Troponina Figura 3.5 visão de um filamento de actina e suas moléculas Figura 3.5 retirada do livro Fisiologia do Exercício e do Esporte. Wilmore e Costil, 2001 p. 34 A Tropomiosina é uma proteína em formato de tubo que envolve a actina. A Troponina é considerada uma proteína mais complexa e se fixa em intervalos regulares tanto aos filamentos de tropomiosina como de actina. Como acontece a Ação da Fibra Muscular? 3.4 O Impulso Motor O Impulso Nervoso ou Impulso Neural se origina no cérebro ou na medula espinhal. Este impulso visto anteriormente percorre vários neurônios através do potencial de ação, ocasionando a despolarização destes até chegar ao motoneurônio. Quando o impulso chega até os terminais axônicos do motoneurônio ocorre o derrame de neurotransmissores na junção neuromuscular/sinapse/fenda sináptica, que como o próprio nome diz é o local de ligação entre o neurônio motor e a fibra muscular. Como nos neurônios estes não entram em contato físico, a passagem do impulso é feita pelos neurotransmissores em especial: acetilcolina, que entra em contato com os receptores que estão localizados no sarcolema da fibra muscular, esta descarga elétrica percorre toda a extensão do sarcolema realizando a despolarização da mesma. 24 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Este impulso elétrico percorre os túbulos T e o retículo sarcoplasmático indo para o interior da fibra muscular, fazendo com que o retículo sarcoplasmático libere grandes quantidades de cálcio que está armazenado no sarcoplasma. O cálcio se liga a troponina que está repousada sobre a actina, a troponina que tem uma forte afinidade com o cálcio retira a tropomiosina, liberando os sítios ativos da actina e permitindo que as pontes cruzadas da miosina se conectem com os sítios ativos da actina. Figura 3.6 mostra a seqüência de eventos que levam à ação muscular. Figura 3.6 retirada do livro Fisiologia do Exercício e do Esporte. Wilmore e Costil, 2001 p.35 25 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivosautores 26 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3.5 O Deslizamento dos Miofilamentos e o Movimento Muscular Os miofilamentos de actina são tracionados sobre os miofilamentos de miosina, causando a contração muscular e conseqüentemente o encurtamento do sarcômero muscular. Segundo Wilmore e Costil (2001 p.36) mesmo quando a fibra muscular não está se contraindo, a cabeça da miosina permanece em contato com a actina, mas esta ligação é enfraquecida ou bloqueada pelos miofilamentos de tropomiosina. Este processo de contração muscular, tracionamento dos filamentos de actina sobre os de miosina acontecem até o ponto em que a cabeça da miosina chegue à extremidade da linha Z em cada sarcômero. 3.7 Energia Para a Contração Muscular e Para o Término Desta Ação. A cabeça da miosina contém um sítio para ligação com a molécula de ATP (adenosina trifosfato), esta ligação é necessária, pois a ATP fornece a energia necessária para este processo. A enzima ATPase que está sobre a cabeça de miosina realiza a quebra da molécula de ATP produzindo o ADP (Adenosina Difosfato), P (Fosfato Inorgânico) esta energia é necessária para que ocorra a contração muscular. O término da ação muscular ocorre quando há a depletação de cálcio. Este íon é bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático, que será liberado quando chegar um novo impulso nervoso que despolarize a membrana da fibra muscular. Este processo de retorno do cálcio para o retículo sarcoplasmático necessita de ATP. Portanto, tanto para a contração como para o relaxamento é necessário ATP. 4. FORMAS DE MANIFESTAÇÕES DA CONTRAÇÃO MUSCULAR DINÂMICA As características gerais que envolvem o treinamento de força podem ser divididas basicamente em dois grandes grupos: determinados em função das formas pelas quais as contrações musculares podem se manifestar. Neste contexto, o treinamento pode ser estático ou dinâmico. Esta última forma de manifestação será estudada neste curso e possui duas fases: excêntrica e concêntrica. Contração Excêntrica: nesta fase do movimento, chamada de fase negativa, existe o alongamento muscular, alongamento do sarcômero, os miofilamentos de actina e miosina se distanciam, sendo esta fase mencionada por muitos autores como a principal para que ocorra o processo de hipertrofia muscular, pois acontece uma desestruturação do sarcômero levando a danos estruturais. Figura 3.7 Ação muscular excêntrica Figura 3.7 retirada do livro Fisiologia do Exercício e do Esporte. Wilmore e Costil, 2001 p.47 Contração Concêntrica: Nesta fase do movimento existe um “encurtamento” da musculatura, ou seja, os miofilamentos de actina são tracionados sobre os miofilamentos de miosina provocando um encurtamento de toda a estrutura do sarcômero muscular. Exemplo: em um exercício para bíceps (rosca direta) o peso se aproxima do centro do corpo. 27 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 3.8 ação muscular concêntrica Figura 3.8 retirada do livro Fisiologia do Exercício e do Esporte. Wilmore e Costil, 2001 p.47 IMPORTANTE. A maioria dos movimentos apresenta a combinação das contrações excêntricas e concêntricas. ------------------FIM DO MÓDULO I----------------- 28 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Curso MUSCULAÇÃO: DO INICIANTE AO AVANÇADO. MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 30 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO II 5. FORÇA MUSCULAR E SUAS SUBDIVISÕES Segundo Kraemer e Hakkinen (2004), força muscular pode ser definida como quantidade de tensão que um músculo ou grupamento muscular pode gerar dentro de um padrão específico e com determinada velocidade de movimento. Existem diversos tipos de força subdivisões nomenclaturas o que muitas vezes leva a uma grande confusão a este respeito. Portanto, vamos trabalhar com os tipos de força mais utilizadas em sala de musculação que são: força máxima ou pura, força rápida ou explosiva e força de resistência. Força Pura ou Força máxima: de acordo com (Nett, 1970; apud Barbanti, 1979), "é a maior força muscular possível que um atleta pode desenvolver, independente de seu peso corporal". Segundo Weineck (1999), a força máxima representa a maior força disponível, que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária. Força rápida (explosiva): também conhecida como potência. Segundo Weineck (1999), compreende a capacidade do sistema neuromuscular de movimentar o corpo ou parte do corpo (braços, pernas) ou ainda objetos (bola, pesos, esferas, discos, etc.) com uma velocidade máxima. Movimentos com força rápida são programados, ou seja, são processados através do sistema nervoso central, é o termo utilizado para manifestações da força que envolve grande velocidade de contração. Esta forma de manifestação de força é muito utilizada em atividades que têm por objetivo desenvolver altos graus de força com elevada velocidade de movimentos, como por exemplo, em atletas velocistas, lançadores e arremessadores. Força de Resistência: para (Stubler e colaboradores, apud Barbanti, 1979) é a capacidade que os músculos ou grupos musculares têm para resistir contra o cansaço com repetidas contrações dos músculos. (Harre, 1976; apud Weineck, 1999) define a resistência de força como a capacidade de resistência a fadiga em condições de desempenho prolongado de força. 31 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Esta forma de manifestação de força é requerida nas atividades do dia-a-dia, principalmente para os indivíduos que têm em sua atividade profissional a repetição sistemática de movimentos. Outra aplicação da força de resistência é encontrada nas atividades desportivas que têm por objetivo manter esforços contínuos durante períodos de tempo prolongados. IMPORTANTE. O Treinamento Resistido com Pesos na Forma Dinâmica também é conhecido como Treinamento Contra Resistência Dinâmica. 6. COMPORTAMENTO DA FORÇA MUSCULAR NAS DIVERSAS POPULAÇÕES 6.1 Diferenciação da Força Muscular em Relação a Homens e Mulheres. Quando a força muscular é considerada em escores absolutos, em geral os homens são mais fortes que as mulheres. Essa caracterização sexual da força muscular é verdadeira, independentemente do dispositivo usado para medi-la (McArdle e colaboradores, 1998). No entanto, o percentual superior verificado nos homens manifesta-se de forma diferenciada quando são considerados distintos grupamentos musculares. Dados apresentados por (Hollmann e Hettinger 1983), relatam que em média, a força da mulher equivale aproximadamente a cerca de 70% da apresentada pelos homens, em todos os grupamentos musculares. Um fator que contribui para a diferença na força de homens e mulheres relaciona-se com a área de seção transversa do músculo, geralmente menor nas mulheres. Entretanto, Holloway e Baech(1990) destacam que o tecido muscular feminino, unidade por unidade, não difere em potencial de força do tecido muscular masculino. Conclui-se que a quantidade e localização do tecido muscular são importantes determinantes da força absoluta, quando se comparam homens e 32 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores mulheres. Isto explica em parte, algumas das diferenças de força encontradas entre os sexos, nos diversos segmentos corporais (Monteiro, 1997). Tem sido observado que esta diferença diminui quando comparado tanto a força absoluta como relativa em membros inferiores. Provavelmente um dos motivos seja ao fato da treinabilidade. Neste contexto é comum vermos as mulheres se dedicarem mais ao treinamento dos segmentos inferiores do corpo, o que provavelmente leva a uma melhora tanto dos fatores neurais como hipertróficos, ocasionando esta redução nos escores obtidos nos testes de força entre os dois gêneros. A força relativa tem sido comumente expressa em relação ao peso corporal e à massa corporal magra, em homens e mulheres. 0'Shea & Wegner (1981), observaram que as mulheres eram mais fracas em 1RM no exercício de rosca bíceps e agachamento do que os homens, tanto em força absoluta quanto relativa ao peso corporal, antes e depois de nove semanas de treinamento contra resistência. Dados idênticos foram verificados por (Morrow e Hosler 1981, apud Monteiro 1997) comparando jogadoras de basquete e voleibol, com homens destreinados. Achados distintos foram relatados por (Bond e colaboradores 1985 apud Monteiro 1997), também em estudo comparativo, utilizando mulheres fisiculturistas e homens destreinados. Neste caso, foi evidenciado que as fisiculturistas eram mais fracas em força absoluta nos membros superiores, porém iguais na força absoluta nos membros inferiores. Porém, não havia diferença significativa entre os sexos, para a força relativa, quando expressa em função do peso corporal. Possivelmente, esta diferença em relação aos estudos apresentados anteriormente pode ser atribuída às solicitações diárias de esforços exigidos no treinamento de fisiculturistas, que diferenciam esta população das demais, principalmente no que tange à massa corporal magra (Monteiro, 1997). Segundo Anderson e colaboradores (1989), quando a força é expressa por quilograma de massa corporal, as diferenças entre os sexos são reduzidas, podendo ainda não haver nenhuma diferença no caso da força de pernas. Dados que confirmam esta premissa foram verificados por Wilmore (1974), medindo a força 33 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores relativa à massa corporal magra. Este autor constatou que os homens possuíam maior força nos membros superiores, porém valores semelhantes em membros inferiores, quando comparados com mulheres. Tal achado, combinado com a observação de que a força por unidade de área transversa é similar em homens e mulheres, sugere que a diferença sexual da força está relacionada à quantidade e não à qualidade do tecido muscular (Sale, 1991). Quando se criam escores de relação entre a força muscular e algumas dimensões corporais, de fato a diferença entre homens e mulheres tende a diminuir. Heyward e colaboradores (1986), conduzindo um estudo neste sentido, verificaram que as diferenças sexuais eram minimizadas quando expressas em relação à massa corporal magra, distribuição da massa muscular e gordura subcutânea, nos segmentos superiores e inferiores do corpo. Apesar de esta investigação ter sido realizada com sujeitos fisicamente ativos, acredita-se que seus resultados possam ser generalizados, pois na caracterização da amostra, não foi evidenciada nenhuma prática de atividade envolvendo trabalho excessivo de força. O que tenderia a gerar um problema de ordem metodológica quanto à validade externa do estudo (Monteiro, 1997). 6.2 Comportamento da Força em Crianças e Adolescentes Segundo Simão (2004), o treinamento de força, musculação para crianças e adolescentes vem ganhando aceitabilidade nos últimos anos, embora ainda não seja unânime esta forma de treinamento por parte de alguns professores de educação física e médicos. Segundo Naughton (2000), o atleta antes de ganhar velocidade, ser bom no arremesso, de chutar uma bola, este precisa ser forte, portanto estes fatores mostram a importância do treinamento resistido com pesos para evitar possíveis lesões para praticantes de modalidades esportivas. Um dos argumentos por parte de profissionais que são contrários ao treinamento de força/musculação nessa faixa etária, é que esta forma de 34 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores treinamento poderia provocar lesões nas epífises ósseas, devido a impactos nas articulações, prejudicando o crescimento de crianças e adolescentes. É importante lembrar que, em um treinamento bem orientado não existe impacto e sim pressão sobre todo o sistema osteomioarticular. Porém, mesmo se houvesse impacto precisamos neste sentido nos reportarmos às aulas de educação física escolar e modalidades como: basquete, handebol e vôlei, modalidades onde certamente ocorre impacto, porém tal fato não tem prejudicado o crescimento físico em especial no que se refere à estatura desse público. Segundo Simão, 2004 a freqüência de lesões no treinamento resistido com pesos é baixa quando comparada a muitas outras atividades infantis. Segundo este mesmo autor esta forma de treinamento ajuda a reduzir a incidência de lesões desde que sejam adotadas normas de treinamento adequadas para cada faixa etária. Lillegard e colaboradores (1997) estudaram 52 adolescentes pré-puberes submetidos a treinamento de força, encontraram somente um caso de lesão. A (Associação Nacional de Força e Condicionamento, as Sociedades de Medicina Desportiva e A Academia Americana de Pediatria apud Simão 2004), são unânimes em aceitar que crianças e adolescentes podem se beneficiar com um programa de treinamento de força/musculação corretamente prescrito. 6.3 Hipertrofia muscular e aumento de força Inúmeros estudos realizados em pré-adolescentes e adolescentes foram relatados com a utilização de várias formas de resistência. A maior parte das pesquisas realizadas mostrou que aumentos significativos na força podem ser obtidos com um estímulo de treinamento adequado (Nielsen e colaboradores, 1980; Servedio e colaboradores, 1985; Ramsay e colaboradores, 1990; Fukunaga e colaboradores, 1992; Lillegard e Terrio, 1994; Blinkie e Bar-or, 1996). Segundo Simão ( 2004), as crianças em fase pós-puberal conseguem os maiores ganhos, cerca de três vezes o ganho das crianças em fase pré-puberal. Segundo este mesmo autor a maioria dos ganhos de força na fase pós-puberal está relacionada com a hipertrofia muscular e com fatores neurais. Já no que se refere a 35 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores crianças em fase pré-puberal e puberal os ganhos de força são decorrentes de fatores neurais e não hipertróficos Simão e colaboradores (2001). Evidências científicas apontam que, em virtude de um sistema hormonal em desenvolvimento, limitando as possibilidades de síntese protéica para hipertrofia muscular, os ganhos de força em crianças na fase pré-puberal e puberal são obtidos principalmente devido ao aprimoramento do componente neural (Weltman e colaboradores, 1986; Blinkie e colaboradores, 1989; Ozmun e colaboradores, 1994; Blinkie e Bar-Or, 1996; Stringer e colaboradores, 1998). Já coma chegada da puberdade, inicia-se um período de franca diferenciação da força em favor do sexo masculino, devido à ação androgênica da testosterona (Oliveira e Araújo, 1985; Beunen e Malina, 1988, Farinatti, 1995, Froberg e Lammert, 1996). Já para o sexo feminino, o pico de força seria constatado logo após a puberdade, sem ganho significativo a partir daí (Malina e Bouchard, 1991). 6.4 Manifestação da Força em Indivíduos Adultos e da Terceira Idade Montoye e Lamphier (1977) relatam que nos indivíduos do sexo masculino, o pico da razão entre massa corporal e força ocorre no início dos vinte anos. Em contraste, a razão da massa corporal com a força em mulheres pode ter seu pico antes da puberdade. Fisher e Birren (1947) colocam que o pico de força absoluta em homens e mulheres destreinados ocorre em torno dos vinte e cinco anos, decrescendo gradualmente, de modo que aos sessenta e cinco anos, 80% do pico de força ainda são mantido. Dados semelhantes foram relatados por Berger (1982), reiterando que o pico da força máxima é atingido entre os vinte e trinta anos de idade, declinando gradualmente até que na idade de sessenta e cinco anos, a força é 20% menor. No entanto, acredita-se que para o sexo feminino, valores máximos de desenvolvimento de força tendem a ocorrer na maior parte dos casos, antes dos vinte e cinco anos (Montoye e Lamphier, 1977; Branta e colaboradores 1984). Independentemente da faixa etária, o grau de treinamento é um fator que deve ser 36 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores levado em consideração quando se analisa o desenvolvimento da força. A partir daí, podem-se esperar valores máximos diferentes dos padrões citados anteriormente. O mesmo pode se dizer em relação ao decréscimo da força, bastante influenciado pelo treinamento (Monteiro e colaboradores1997). A perda da força muscular está relacionada diretamente com a redução da massa corporal magra (Grimby e colaboradores, 1982; Fleg e Lakata, 1988; Shephard, 1991). Tal perda não ocorre de forma uniforme em todos os grupamentos musculares. Há evidências de que os membros inferiores são mais atingidos que os membros superiores (Murray e colaboradores, 1985a; Spirduso, (1995). Outro aspecto importante relacionado à perda da força, diz respeito à sua diferenciação quanto ao comportamento estático e dinâmico. A força estática é em geral mais preservada que a força dinâmica e esforços de contração excêntrica parecem ser mais bem mantidos que os de contração concêntrica (Monteiro, 1997). Aoyagi & Shephard (1992), numa tentativa de explicar uma possível relação causal entre o enfraquecimento e a redução da massa muscular, sugerem que tal processo pode ser decorrente de fatores como o declínio do número de fibras, redução na área de seção transversa ou ambos os aspectos. Subordinada a estes aspectos, os autores também citam uma provável desenervação em função da morte de neurônios motores, com uma reinervação subseqüente de um menor número de fibras. 7. HIPERTROFIA E HIPERPLASIA MUSCULAR Hipertrofia é um aumento na secção transversa do músculo, e isso significa aumento do tamanho e no número de filamentos de actina e miosina e adição de sarcômeros dentro das fibras musculares já existentes (Fleck e colaboradores 1999). A magnitude deste aumento de massa muscular depende de vários fatores: como resposta individual ao treinamento, intensidade e duração do programa de treino e estado prévio do indivíduo para o início do programa. Outros fatores podem ser destacados neste processo: genética, alimentação, descanso entre outros. 37 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Temos dois tipos de hipertrofia: hipertrofia miofibrilar ou tensional e hipertrofia sarcoplasmática ou metabólica que são inversamente proporcionais no que se refere à intensidade e volume, ou seja, na hipertrofia miofibrilar (tensional) trabalha-se com cargas maiores "peso" que é igual à intensidade. E número de repetições menores o que caracteriza volume, no caso da hipertrofia sarcoplasmática (metabólica) as repetições são maiores e o peso menor, por isso são inversamente proporcionais. 7.1 Hipertrofia Miofibrilar Para que ocorra a hipertrofia é necessário um equilíbrio entre intensidade e volume, o tempo que o músculo permanece sobre tensão é de extrema importância, ou seja, se trabalharmos com grandes quilagens pesos. O número de repetição será reduzido, fazendo com que o músculo fique tensionado por um período muito pequeno, já se o peso for muito leve será possível realizar um grande número de repetições, porém, a tensão em termos de quilagem é muito pequena não havendo hipertrofia muscular. Muitos autores atribuem a hipertrofia ao tempo em que o músculo permanece sob tensão e não somente a determinados algarismos. Uma série de 10 repetições, por exemplo, pode ser realizada em 10 segundos, 40 segundos ou 2 minutos. A velocidade de execução, a carga utilizada, tempo de pausa, amplitude de execução, podem ocasionar notáveis diferenças de vias metabólicas necessárias para manter o exercício, com diferentes respostas adaptativas bioquímicas e morfológicas. Verkhoshansky (2000) e Poliquin (1997) referem-se há tempos entre 20-40 a 60-70 segundos respectivamente de execução como ideais para ganhos de massa muscular, em cada série no treinamento de força. Cossenza (2001), Bompa (2000), Brooks (2000), Fleck e Kraemer (1999), Zatsiorsky (1999), Santarem (1999), Andrada (1998), Monteiro (1997) e Araújo Filho (1994), citam que há maior ganho de hipertrofia muscular com um treinamento de musculação através da realização de 6 a 12 repetições. 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Segundo Badillo & Gorostiaga (2001) e Dantas (1998), intensidades compreendidas entre 60% e 80% de 1-RM são possíveis realizar 6 a 12 repetições por série. A intensidade mínima que pode ser usada para executar uma série até a fadiga voluntária momentânea, que possa resultar em um aumento da força muscular e hipertrofia muscular, é de 60 a 65% de 1-RM (Mcdonagh e Davies apud Fleck e Kraemer 1999, p.22). De acordo com a hipótese energética a taxa de degradação protéica é uma função do peso levantado: quanto maior o peso maior a taxa de degradação da proteína (Zatsiorsky, 1999, p.150). Por serem sintetizadas mais proteínas contráteis, durante o período de anabolismo, a densidade dos filamentos aumenta. Segundo Guedes Júnior (2003), Santarém (1999), Zatsiorsky (1999) e Tous (1999), o aumento da síntese de proteínas contráteis, estimulado pelo treinamento de força, promove o aumento do tamanho e do número de miofibrilas por fibra muscular. A essa adaptação dá-se o nome de hipertrofia miofibrilar, e o estímulo capaz de causar tal adaptação seria a sobrecarga tensional, relacionada com o alto nível de tensão imposto ao músculo graças ao peso elevado a ser vencido. Nos exercícios resistidos quanto maior a carga maior a sobrecarga tensional. Grandes sobrecargas tensionais implicam em baixas repetições e um curto tempo de execução de cada série de um exercício. Para Santarém (1999), o aumento de tensão muscular durante os exercícios caracteriza uma sobrecarga tensional e é diretamente proporcional à resistência oposta ao movimento. O mesmo autor, ainda cita que o treinamento típico para aumento de força enfatiza a sobrecarga tensional, com pouca ênfase na sobrecarga metabólica. Bompa (2000) cita que a hipertrofia miofibrilar, estimulada pela sobrecarga tensional é mais estável e duradoura. 7.2 Hipertrofia MetabólicaA sobrecarga metabólica traz as células musculares um maior estresse bioquímico, pelo maior tempo de execução de uma série, mas em compensação com um menor número de carga do que a sobrecarga tensional. 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Segundo Guedes Júnior (2003), Santarem (1999), Zatsiorsky (1999) e Tous (1999), durante as contrações musculares prolongadas ocorrem um aumento de atividade dos processos de produção de energia, caracterizando uma sobrecarga metabólica do tipo energética. Essa sobrecarga metabólica contribui para o aumento de volume muscular através do aumento de substratos energéticos localizados no sarcoplasma: CP-supercompensação e o aumento das reservas de glicogênio, uma resposta adaptativa ao consumo aumentado dessa substância altamente hidratada (super-hidratação). O outro mecanismo é extracelular, e consiste no aumento de vascularização do tecido muscular. A isso se pode chamar de hipertrofia sarcoplasmática ou volumização celular, estimulada pela sobrecarga metabólica, caracterizada pelo elevado número de repetições e pelo tempo prolongado de execução de cada série de um exercício. Do ponto de vista prático, a sobrecarga metabólica aumenta nos exercícios com pesos na medida em que aumentamos as repetições e/ou diminuímos os intervalos de repouso. Assim sendo, a sobrecarga metabólica é inversamente proporcional à sobrecarga tensional (Santarém, 1999, p.39). 7.3 Hiperplasia Muscular Hiperplasia Muscular se traduz por um aumento no número de células, neste caso as células (ou fibras) musculares em relação ao original. É interessante observar, entretanto, que estes relatos foram feitos em estudos utilizando animais de laboratório, como: aves e mamíferos. Mas, em seres humanos? Seria possível estabelecer esta relação? Os resultados encontrados em animais poderiam ser relacionados com os encontrados em humanos submetidos ao treinamento de força? Há vários estudos sugerindo que sim. 7.4 Prováveis Mecanismos da Hiperplasia Muscular Apesar dos fatores responsáveis pela provável ocorrência do aumento do número de fibras musculares ainda permanecem obscuros, sobrecargas crônicas, 40 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores impostas ao músculo esquelético de várias espécies animais, parece estimular o surgimento de novas fibras através de dois mecanismos: A partir das células satélites (Salleo e colaboradores, 1980) e por meio da cisão longitudinal da fibra muscular (Gonyea e colaboradores, 1986). As células satélites (CS) são estruturas de reserva não funcionais e especializadas, também conhecidas por células tronco miogênicas. Estas células ficam localizadas na periferia da fibra muscular, mais especificamente entre a lâmina basal e a membrana plasmática, também conhecida por plasmalema. Estas células são mioblastos que se encontram normalmente em estado quiescente. Sabe-se que as CS exercem um papel primário no processo regenerativo do tecido muscular esquelético lesionado, e em resposta aos possíveis processos adaptativos estimulados pelo treinamento de força (Putman e colaboradores 1999 e Yan 2000). Após a hipertrofia inicial da fibra muscular, uma grande demanda mecânica, como a imposta pelo treinamento de força, estimularia a formação de novas fibras, uma vez que os danos à fibra. Provocados por este estímulo, resultariam na liberação de fatores miogênicos de crescimento, como os FCF (fatores de crescimento fibroblastos) e subseqüentemente as CS (Mikesky e colaboradores, 1991). De fato verificaram-se um aumento na ativação das CS necessárias para reparação das fibras que sofreram microtraumatismos, ou danos, induzidos pelo exercício físico (Darr, 1987). Estes danos induzem a ativação e proliferação das CS que podem tanto substituir as fibras que foram danificadas (caso a extensão do dano tenha provocado a necrose deste tecido), ou fundir-se a estas fibras (caso o dano seja extenso, mas não chegue a provocar a necrose tecidual). Entretanto, a hiperplasia poderá não acontecer caso a necrose da fibra muscular, provocada pelo exercício, ocorrer na mesma proporção da proliferação das CS( Kadi 2000). 7.5 Hiperplasia em Seres Humanos Embora não seja um fenômeno constatado de fato na espécie humana, a hiperplasia muscular parece não ser uma adaptação improvável nestes indivíduos. 41 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Alguns estudos fornecem consideráveis dados que sugerem a ocorrência do aumento no número de fibras musculares em seres humanos. O empecilho maior no estudo da hiperplasia muscular em seres humanos é a metodologia utilizada na investigação deste fenômeno, que por ser muito invasiva encontra barreiras éticas, embora técnicas de biópsia já tenham sido aplicadas para observação do número de fibras musculares em humanos (Larsson e Tesch 1986; MacDougall e colaboradores, 1984; McCall e colaboradores, 2004; Tesch 1982). Tomografia computadorizada (MacDougall e colaboradores, 1984) e ressonância magnética McCall e colaboradores (2004) também se constituem em procedimentos empregados para verificação da ocorrência de hiperplasia nestes indivíduos. Interessantemente, o ponto em comum entre os estudos que verificaram a possível ocorrência do fenômeno hiperplásico em humanos e animais é o uso do exercício físico, mais especificamente o treinamento de força, para a possível observação do aumento no número de fibras musculares (Mikesky e colaboradores, 1991; Larsson e Tesch 1986; MacDougall e colaboradores, 1984; McCall e colaboradores, 2004; Tesch e Larsson 1982; Nygaard e, Nielsen 1978). Comparando o tamanho das fibras musculares do deltóide de nadadores profissionais com indivíduos não atletas, (Nygaard e Nielsen 1978) verificaram que, embora o volume muscular do deltóide dos atletas fosse consideravelmente maior, o tamanho (diâmetro) das fibras musculares era menor. Sendo assim, não se podia explicar que a hipertrofia muscular fosse resultado de um aumento da área de seção transversa da fibra muscular. Neste caso, a hiperplasia poderia estar exercendo um importante papel. Em outro estudo, (MacDougall e colaboradores 1984) verificaram que, embora a circunferência do braço de fisiculturistas de elite fosse cerca de 27% maior do que a de indivíduos sedentários, o tamanho da área de secção transversa das fibras musculares do tríceps destes atletas não se diferenciava do grupo controle. Larsson e Tesch (1986) estudando o volume muscular de fisiculturistas verificaram que estes atletas apresentavam a circunferência do quadríceps e do bíceps braquial significativamente maior que a dos sujeitos controle, ainda que o tamanho médio de suas fibras musculares não fosse diferente. De fato, um dos 42 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores fisiculturistas apresentou a área média da fibra muscular menor do que nos sujeitos controle. Quando comparado o tamanho do bíceps braquial entre fisiculturistas de elite do sexo masculino e feminino, (Alway e colaboradores1989) demonstraram que a área de secção transversa do músculo em questão estava correlacionada, tanto à área da fibra muscular quanto ao seu número. Permitindo-nos considerar que o maior tamanho da musculatura poderia ser resultado de uma hiperplasia. Outro importante fator a se considerar é o uso de esteróides anabólicos androgênicos por estes atletas, uma vez que estas drogas podem aumentar a proliferação de células satélites,como observado por (Joubert e colaboradores 1989 e Kadi e colaboradores1999), exercendo um papel fundamental no processo hiperplásico da fibra muscular. Enfim, ocorrendo ou não a hiperplasia, o indivíduo que deseja maximizar seus ganhos em massa muscular deve participar de um programa de treinamento inteligentemente elaborado, respeitando todas as variáveis intervenientes deste programa. 8. SOBREPESO E OBESIDADE 8.1 Sobrepeso O termo sobrepeso e obesidade, muitas vezes são utilizados com o mesmo sinônimo, porém, devem ser conceituados e tratados de formas diferentes. Sobrepeso segundo (Wilmore e Costil, 2001) é definido como um peso corporal que ultrapassa a referência do peso normal de um indivíduo, baseando-se na sua estatura e constituição física. Por muito tempo e infelizmente ainda hoje em dia são utilizadas tabelas que relacionam estatura e peso corporal para classificação das pessoas quanto à constituição morfológica. Tal procedimento na maioria das vezes proporciona uma classificação errônea, já que não é possível a estratificação do peso corporal em seus diversos componentes. Desta forma muitas pessoas que são inseridas em padrões de peso 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores acima dos ideais possuem percentual de gordura igual ou abaixo de outras que são classificadas com peso aceitável, embora muitas vezes possuam percentuais de gordura elevados. 8.2 Obesidade Este termo segundo (Wilmore e Costil, 2001) refere-se à condição em que um indivíduo apresenta uma quantidade de gordura corporal excessiva. Segundo estes autores os indivíduos classificados como obesos devem ter sua quantidade real de gordura ou porcentagem estimado. Não há padrões exatos de gordura, percentuais, porém existe um consenso que homens com mais de 25% e mulheres com mais de 35% de gordura devem ser considerados obesos. Segundo Wilmore e Costil, (2001) homens e mulheres com valores relativos de gordura entre 20 a 25% e 30 a 35% respectivamente devem ser considerados obesos limítrofes. Como visto anteriormente a relação estatura/peso não deve ser utilizada para classificar um indivíduo quanto a sobrepeso ou obesidade. Segundo Nahas (2003 p. 24) não basta simplesmente determinar o percentual de gordura, é preciso verificar a caracterização do padrão de obesidade: central (andróide ou maçã) e periférica (ginecóide ou pêra), pois dependendo da região onde a gordura está acumulada existe uma maior ou menor prevalência de determinadas doenças como: hipertensão, colesterol, diabetes, etc. 8.3 Índices para Determinação de Obesidade e Sobrepeso. Um padrão bastante aceito, mas que também possui limitações é o IMC, índice de massa corporal. Este índice é obtido pela divisão do peso em quilogramas pelo quadrado da estatura em metros. Segundo a OMS, 1997 citado por Nahas (2003 p.23), um indivíduo é considerado obeso quando apresenta IMC superior a 30. Este autor relata que a obesidade é considerada um problema mundial, pois está relacionada diretamente com várias doenças e morte prematura. Tabela 1 - Classificação do IMC e risco para a Saúde Segundo a (OMS 1997) IMC (Kg/m2) Classificação Risco para a saúde Menos que 18,5 Baixo peso Baixo a Moderado 18,5 – 24,9 Faixa recomendável Muito Baixo 25 – 29,9 Sobrepeso Baixo 30 – 34,9 Obesidade I Moderado + 35 – 39,9 Obesidade II Alto 40 ou mais Obesidade III Muito Alto O IMC deve ser usado com cautela em trabalhadores braçais, e em especial para pessoas que praticam musculação com o objetivo de hipertrofia. Outro indicador bastante aceito para determinar o padrão de obesidade é a relação entre a medida da cintura e do quadril (Nieman, 1998 citado por Nahas, 2003 p.23). Este índice é obtido pela divisão do perímetro da cintura pelo perímetro do quadril. Conforme os valores abaixo são possíveis avaliar os riscos. Homens: RCQ > 0,95 Mulheres: RCQ > 0,85 Risco Aumentado 8.4 O controle do Peso Corporal Este controle é feito basicamente através de três componentes: taxa metabólica de repouso, efeito térmico de uma refeição e efeito térmico da atividade física. 44 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A taxa metabólica de repouso (TMR) é a taxa obtida no início da manhã, após um jejum noturno com 8 horas de sono que representa a quantidade mínima de energia para os processos fisiológicos básicos. Esta taxa é responsável por 60 a 75% de todo gasto calórico diário de um indivíduo. Muitos estudos têm relatado que a TMR diminui com a idade (Poehlman e colaboradores, 1990 e Van Pelt e colaboradores, 2001) atribuída a fatores tais como: a quantidade diminuída de massa magra e ao concomitante aumento da massa gorda (Fukagawa e colaboradores, 1990). Segundo Ravussin e colaboradores, (1998) e Ravussin e colaboradores, (1993) apud Antunes (2005) tem havido crescente preocupação com o estudo da taxa metabólica basal, devido à sua relação com os riscos de ganho de massa gorda. Esta preocupação tende a aumentar especialmente em idosos, uma vez que uma baixa taxa metabólica pode contribuir para a prevalência de altas taxas de sobrepeso e obesidade neste grupo etário (Piers e colaboradores, 1998). O Efeito térmico da refeição (ETR) representa o aumento da taxa metabólica associado à digestão, à absorção, ao transporte, ao metabolismo e ao armazenamento do alimento ingerido. O ETR é responsável por aproximadamente 10% de nosso gasto calórico diário. Acredita-se que o ETR possa ser defeituoso em indivíduos obesos levando a um acúmulo de gorduras. O efeito térmico da atividade física (ETA) é a energia gasta acima da taxa metabólica de repouso para realizar qualquer atividade física, como por exemplo, o escovar dos dentes, ou uma sessão de musculação. O ETA representa em média 15 a 30% do gasto calórico diário. O corpo humano tem um grande poder para adaptar-se aos aumentos ou reduções de energia provocada por cada um desses três componentes. Segundo Wilmore e Costil, (2001) com o jejum ou dietas extremamente hipocalóricas, todos os três componentes diminuem. Segundo os mesmos autores após uma dieta hipocalórica ou jejum há uma redução média de 20 a 30% da taxa metabólica de repouso e o contrário tende a acontecer em dietas hipercalóricas. Todas estas adaptações parecem estar sob controle do sistema nervoso simpático. 46 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 8.5 Etiologia da Obesidade Por muitos anos considerou-se que a obesidade era causada por desequilíbrios hormonais, e em outros momentos da história que seria causada por dietas hipercalóricas. Atualmente, acredita-se que a obesidade seja multifatorial. Nos últimos anos vários fatores têm contribuído para a redução de atividade física: equipamentos eletrônicos com controle remoto, veículos com alta tecnologia, melhora no transporte coletivo, falta de áreas destinadas à prática de atividade física e até mesmo a violência em especial nos grandes centros urbanos. A alimentação também sofreu alterações, cada vez mais alimentos refinados, com alto teor de gordura animal, refrigerantes e salgadinhos têm substituído uma alimentação saudável. 8.6 Tratamento Geral da Obesidade Num primeiro momento o controle do peso corporal, parece ser uma conduta bastante simples, bastando ter um controle entre o consumo de calorias e o gasto destas. Devemos lembrar queeste gasto é o resultado de três fatores aqui já citados que são: TMR, ETR e ETA. Segundo Wilmore e Costil, (2001) esta visão deve ser revista, já que estudos têm demonstrado ter havido diferença no ganho de peso entre gêmeos monozigotos e a mesma quantidade de calorias ingeridas. Em um estudo conduzido por (Bouchard e colaboradores, 1990 citado por Wilmore e Costil, 2001) foram analisados 12 pares de gêmeos monozigóticos (idênticos) adultos do sexo masculino, estes indivíduos foram acomodados em um dormitório, mantidos sob observação e confinados durante 120 dias. As dietas destas pessoas foram monitoradas durante os primeiros 14 dias a fim de determinar a ingestão calórica básica. Nos 100 dias seguintes, eles foram alimentados com 1.000 calorias a mais que a ingestão básica e os níveis de atividade física foram monitorados/controlados rigorosamente. O ganho de peso entre os indivíduos variou de 4,2 a 13,3 kg. As principais diferenças ocorreram entre 47 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores pares diferentes de gêmeos. Isto mostra que a genética deve ser levada em conta, pois indivíduos com o mesmo tratamento tendem a terem respostas diferentes. Segundo Pi-Sunyer (1994) apud Nahas (1999), um estilo de vida saudável, através da prática da atividade física contribui significativamente para equilibrar ou aumentar o gasto energético com o intuito de reduzir ou manter o peso corporal. 8.7 O Controle da Obesidade e do Sobrepeso Através do Exercício Físico O gasto energético diário pode ser dividido em três componentes: TMR (taxa metabólica de repouso), efeito térmico do alimento e gasto energético associado com a atividade física (Levine e colaboradores, 2001). A atividade física promove aumento do gasto energético total tanto de forma aguda quanto de forma crônica. A primeira condição refere-se ao próprio gasto energético durante a realização do exercício e durante a fase de recuperação, já a segunda refere-se às alterações da taxa metabólica de repouso – TMR (Hill e colaboradores 1995). No que diz respeito ao efeito agudo, está bem estabelecido que, após o término do exercício, o consumo de O2 não retorna aos valores de repouso imediatamente. Essa demanda energética durante o período de recuperação após o exercício é conhecida como consumo excessivo de oxigênio após o exercício, ou ainda, excess posterxercise oxygen consumption – EPOC (Gaesser e colaboradores 1984). Vários trabalhos têm analisado a contribuição do EPOC em programas de emagrecimento, visto que este é o resultado de um balanço energético diário negativo entre consumo e gasto energético (Hunter e colaboradores 1998). Bahr e colaboradores (1987) já haviam considerado o EPOC como um importante fator no controle do peso, uma vez que o exercício demanda uma energia além da prevista na atividade física. Em corroboração, outros estudos relataram que a magnitude do metabolismo elevado durante a recuperação tem implicação importante na prescrição de programas de redução ponderal (Quinn e colaboradores 48 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1994 Gore e colaboradores 1990, Laforgia e colaboradores 1997, Hunter e colaboradores1998, Brockman e colaboradores 1993). A redução ponderal também está relacionada às alterações crônicas da atividade física, ou seja, da taxa metabólica de repouso (TMR). A TMR é definida como o gasto energético necessário à manutenção dos processos fisiológicos no estado pós-absortivo, chegando a compreender até 60-70% do gasto energético total, dependendo do nível de atividade física (Meirelles e colaboradores 2004). O EPOC aumenta linearmente com a duração do exercício (Bahr e colaboradores 1994). Porém, a intensidade do exercício parece afetar tanto a magnitude quanto a duração do EPOC, já a duração do exercício afeta apenas a duração do EPOC (Gore e colaboradores 1990). Dessa forma, os estudos têm sugerido que o exercício de maior intensidade produz elevação mais prolongada no EPOC do que exercícios de intensidades menores (quando possuem volume equivalente). Devido ao fato de este causar maior estresse metabólico, sendo necessário então, maior dispêndio de energia para retornar à condição de homeostase (Thorton 2002, Laforgia e colaboradores 1997, Short e colaboradores 1997). A taxa de oxidação de lipídios é maior após exercício de alta intensidade. Alguns trabalhos analisaram o EPOC e o gasto energético comparando protocolos de exercício contínuo e intervalado submáximos (Brockman e colaboradores1993, Kaminsky e colaboradores1990), e exercício contínuo submáximo e intervalado supramáximo (Laforgia e colaboradores 1997). Todos esses estudos demonstraram maior gasto energético para os exercícios mais intensos. Partindo-se do princípio de que é possível realizar mais minutos a alta intensidade com o exercício intermitente se comparado com o exercício contínuo (Laforgia e colaboradores 1997). Pessoas com sobrepeso podem exercitar-se por tempo menor a uma intensidade que produza um EPOC maior, visto que na maioria das vezes essas pessoas, além de descondicionadas, têm aversão à atividade física. 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Porém, devem ressaltar que o EPOC é relativamente curto após exercícios de intensidade e duração moderada, <70% do Vo2máx. e/ou < 60 minutos (Gore e colaboradores 1990, Imamura e colaboradores 2004, Borsheim e colaboradores 2003), visto a que magnitude do EPOC após o exercício aeróbio depende de ambos os fatores (intensidade e duração do exercício). Por outro lado, exercícios com duração > 60 minutos e/ou com intensidade > que 70% do Vo2máx. Parecem estar relacionados a um EPOC prolongado (Bahr e colaboradores1991, Borsheim e colaboradores1994, Bahr e colaboradores1987, Gore e colaboradores1990 Laforgia e colaboradores1990). Tem sido proposto ainda, que para as pessoas que querem emagrecer, a magnitude do EPOC (custo energético) é mais importante que a duração (Imamura e colaboradores 2004). 8.8 Efeito do EPOC no aumento do gasto energético diário total com o exercício resistido Os estudos que compararam o exercício resistido com o aeróbio( Ryan e colaboradores 1995, Burleson e colaboradores1998) enfatizaram que o treinamento resistido com pesos, provavelmente, causaria maior distúrbio na homeostase que o exercício aeróbio. Sugerindo que este, devido às altas intensidades envolvidas, poderia requerer maior gasto energético, tanto durante o exercício quanto durante a recuperação. Além disso, analisando agora somente o exercício resistido, também é sugerido que um protocolo mais extenuante é mais eficaz no controle de peso (Schuenke e colaboradores 2002). Dois fatores têm sido atribuídos ao fato de o exercício resistido produzir maior EPOC. O primeiro fator refere-se às respostas hormonais que podem alterar o metabolismo, especificamente catecolaminas, cortisol e GH (Kraemer e colaboradores 1990, Kraemer e colaboradores 1992). O segundo refere-se ao dano tecidual acompanhado do estímulo para a hipertrofia tecidual (Kraemer e colaboradores 1992), pois a síntese de proteína é diminuída durante o exercício em si, mas após o exercício existe um fenômeno compensatório, em que o turnover de proteína parece ser estimulado. Além disso, o processo de síntese de proteína exige 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores uma alta demanda energética (6 ATP por mol de peptídio formado). Esse mecanismopode também contribuir para uma longa estimulação do gasto energético após o exercício (Bielinski e colaboradores 1985). O efeito do exercício resistido sobre o EPOC foi verificado em homens de 22 a 40 anos previamente treinados com exercício resistido, em que foi observado que, após uma sessão de 90 minutos, a taxa metabólica permaneceu elevada por mais que duas horas após o exercício (Melby e colaboradores1993). Em outro estudo (Binzen e colaboradores 2001) investigou o efeito de 45 de exercício resistido em mulheres treinadas sobre o EPOC. Após 120 minutos de recuperação, observou-se elevação de 18,6% no metabolismo de repouso, se comparado com o controle. Em contraposição aos trabalhos mencionados anteriormente, um estudo de (Melby e colaboradores 1992) analisou seis homens adultos por 42 minutos durante exercício de levantamento de peso (12RM), observando-os nos 60 minutos iniciais da recuperação. A taxa metabólica estava significativamente elevada ao final dos 60 minutos, porém, apenas 19 kcal adicionais foram despendidos. Os autores ressaltaram que esse gasto energético de recuperação teria pouco efeito na regulação do peso. No entanto, o fato de o consumo de oxigênio ter permanecido elevado após o controle de uma hora impossibilitou que esses autores determinassem a verdadeira duração do EPOC e o verdadeiro gasto energético durante esse período. Visto isso, o consumo de oxigênio poderia ter retornado aos valores de repouso imediatamente após esse período, como pode ter permanecido elevado por horas. Um grupo de 15 mulheres foi submetido a um treinamento de peso e aeróbio, no qual se verificou um GE (gasto energético) maior durante o EPOC no treinamento resistido se comparado com o aeróbio quando as sessões foram equivalentes em VO2 e duração (95 kcal e 64 kcal, respectivamente, em 30 de recuperação) (Burleson e colaboradores 1998). Entretanto, esses autores ressaltam que muitos fatores contribuem para a recuperação do exercício resistido que, por outro lado, não ocorrem após o exercício aeróbio. Estudos indicam que alterações hormonais, particularmente das catecolaminas, cortisol e GH, podem ser 51 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores substanciais, especialmente se as repetições por série forem altas (> 5) e o intervalo entre a série for menor que um minuto (Kaminsky e colaboradores1990). Além disso, a maior oxidação de lipídios pode ser um importante fator decorrente da adaptação ao treinamento. Indivíduos treinados utilizam mais gordura no período de recuperação que os não treinados (Kaminsky e colaboradores1986). 8.9 TMR: efeitos agudos e crônicos do exercício A TMR é o maior componente do gasto energético diário (Ryan e colaboradores 1995, Speakman e colaboradores2003), sendo modificada por diversos fatores como: hora do dia, temperatura, ingestão de alimentos, ingestão de cafeína, tipo de exercício e estresse (Gore e colaboradores1990). A TMR diminui com a idade e redução da massa corporal, isso se deve, em parte, à diminuição na massa magra e da atividade do sistema nervoso simpático (Ryan e colaboradores 1995). Com relação aos efeitos agudos do exercício, (Osterberg e Melby 2000) verificaram que o exercício resistido aumenta a TMR por 16 horas após o exercício em aproximadamente 4,2%, sugerindo aumento de aproximadamente 50 kcal/dia na TMR com o exercício físico (Ryan e colaboradores1995). Outro estudo (Melby e colaboradores1993) verificou que a TMR na manhã seguinte após um exercício resistido foi 4,7% maior que o mensurado na manhã antes do exercício. Para analisar o efeito crônico do exercício, mulheres obesas na pós- menopausa foram acompanhadas por 16 semanas de treinamento resistido. Os resultados demonstraram aumento significativo (aproximadamente 4%) da TMR e da massa muscular em ambos os grupos de obesas e não-obesas (Ryan e colaboradores1995). Além disso, as pessoas obesas obtiveram redução significativa da massa corporal, massa gorda e percentual de gordura, indicando que o exercício resistido pode ser um importante componente integrado a programas de emagrecimento em mulheres pós-menopausa. Esse estudo acrescenta um aspecto importante na 52 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores literatura ao demonstrar que o treinamento resistido acompanhado de redução na massa corporal não resultou em redução da TMR. Corroborando esse resultado, foi encontrado aumento de 7,7% da TMR em homens idosos com um protocolo similar ( Pratley e colaboradores1994). Entretanto, alguns autores (Ballor e colaboradores 1996) analisaram os efeitos de 12 semanas (3 x por semana) de exercício aeróbio e resistido no peso corporal, composição corporal e TMR em 18 idosos (aproximadamente 61 anos) que tiveram redução da massa corporal de 9Kg com ± 1kg em 11 semanas. Os resultados indicaram que nenhum dos dois tipos de exercício conseguiu reverter a diminuição da TMR de aproximadamente 15% (260 kcal/dia) ou a oxidação de gordura como conseqüência da redução da massa corporal anterior. Da mesma forma, dois grupos de mulheres não-obesas foram treinadas. Um grupo com exercício resistido e outro com exercício aeróbio por seis meses. O gasto energético diário foi mensurado 10 dias após os seis meses. Concluiu-se que os benefícios do treinamento físico no aumento do gasto energético são primariamente decorrentes do efeito do exercício e não de elevação crônica do gasto energético diário em mulheres não-obesas (Poehlman e colaboradores 2002). Contudo, deve-se ressaltar que os dados sobre os efeitos do treinamento em longo prazo sobre a TMR são contraditórios. Isso pode ser devido ao fato de ser difícil quantificar o tempo exato da recuperação de um treinamento prévio, quando se pretende mensurar apenas o efeito crônico do treinamento, excluindo o efeito agudo da última sessão (para não superestimar a TMR). 9. FINALIDADES DA MUSCULAÇÃO a) Estética: Desenvolvimento e manutenção da estética corporal. (hipertrofia emagrecimento e tonificação muscular). b) Terapêutica: Correção e/ou estabilização de desvios e disfunções orgânicas, reabilitação, etc. 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores c) Profilática: Prevenção de desvios posturais e distúrbios funcionais oriundos de hipocinesias e lesões atléticas. d) Preparação Física: Desenvolvimento e aprimoramento das qualidades físicas relacionadas às estruturas neuromusculares. e) Competitiva: Levantamentos Básicos, Olímpicos, Fisiculturismo f) Especiais: Aplicada na infância e adolescência, 3ª idade, Hipertensos, Cardiopatas, Diabéticos, Gestantes, etc. IMPORTANTE: Todas as finalidades citadas acima possuem uma correlação direta com a melhora da qualidade de vida/saúde, desde que sejam respeitados os princípios do treinamento desportivo. 10. PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO Individualidade Biológica Especificidade Sobrecarga Progressiva Continuidade 10.1 O Princípio da Individualidade Biológica Determina que nenhum ser é igual ao outro. Segundo Wilmore e Costil, (2001), nem todos os seres foram criados com a mesma capacidade de adaptação ao treinamento físico, sendo que a genética tem um papel importante em relação à capacidade de um determinado organismo, à adaptação a um programa de exercícios físicos. Segundo estes mesmos autores isto explica porque indivíduos 54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores que são submetidos àsmesmas condições de treinamento e alimentação apresentam diferenças em relação às respostas fisiológicas. Neste contesto devemos entender que cada ser precisa de um treinamento que vá ao encontro de suas capacidades fisiológicas. Chiesa (2004) cita que o ser humano é a união entre as características do genótipo que são as cargas hereditárias e do fenótipo que são as cargas impostas ao indivíduo após o nascimento como, por exemplo, através do treinamento físico. 10.2 O Princípio da Especificidade Determina que os treinamentos sejam altamente específicos ao volume e intensidade de cada exercício. Isto explica porque o corredor de baixa intensidade como maratonistas não devem enfatizar um treinamento de alta intensidade, bem como porque os levantadores de potência não apresentam níveis aeróbicos superiores do que pessoas não treinadas Wilmore e Costil, (2001). Portanto se pretendemos ter um aumento do volume muscular, o treinamento tem que ser baseado em estímulos que proporcionem a hipertrofia muscular. 10.3 O Princípio da Sobrecarga Também conhecido como o princípio da elevação progressiva da carga, relaciona-se às adaptações sofridas pelo organismo em conseqüência aos estímulos de treinamento (esforço físico). É preciso ter o entendimento que o aumento da sobrecarga se dá através da manipulação das variáveis de intensidade e volume. Portanto, quando diminuímos o período recuperativo, aumentamos a amplitude articular, reduzimos a velocidade do movimento muscular estamos proporcionando um aumento desta sobrecarga, e não somente por meio da elevação do peso. O aumento regular e progressivo da carga (total) de trabalho é que possibilitará a almejada melhoria de rendimento. O período de intervalo entre os treinos possui uma relação direta com este princípio. Dosar bem todo esse processo é fundamental, pois um período de 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores recuperação demasiadamente longo não levará a modificações favoráveis do desempenho, já um período de recuperação insuficiente fatalmente levará a um estado de strain (Carlyle 1967, apud Tubino 1984) ou supertreinamento (Weineck 1989), evidenciando conseqüentemente sintomas de exaustão. Segundo Dantas (1985) “o processo de exaustão possui um caráter progressivo e exponencial”. Sobre o tempo médio desse intervalo de recuperação, que inclui uma perfeita interação ente o sono (descanso) e a nutrição (alimentação), Matveíev (1981 apud Gomes 1992) preconiza um intervalo médio de 48 horas para estímulos de treinamento com altas intensidades. 10.4 Princípio da Continuidade O treinamento baseia-se na aplicação de cargas crescentes, progressivamente assimiladas pelo organismo. Portanto, o treinamento precisa ser continuado para que seja possível manter os ganhos adquiridos durante este processo. As contusões, as faltas freqüentes e os períodos muitos longos de recuperação, segundo Gonzáles (1985), são as principais causas que atuam negativamente sobre o processo de treinamento. 11. ESTRUTURA DOS PROGRAMAS DO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS – PRÉ-REQUISITOS. Antes de iniciar um programa regular de exercícios físicos, algumas condutas devem ser observadas, oferecendo deste modo maior segurança para a prescrição do treinamento. 11.1 Exame médico Sempre que possível realizado por um médico com formação em medicina esportiva. Na ausência deste profissional um cardiologista e/ou ortopedista seriam os médicos mais indicados para realizarem este procedimento. 56 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 11.2 Anamnese A palavra anamnese vem do grego e significa recordar. A anamnese pode ser realizada de forma oral ou escrita. Existem vários tipos e cabe ao professor determinar o modelo que melhor se adapta a sua realidade. Exemplo: Nome:_________________________ Data do Nascimento: __ /__ /__ Idade:_____anos Sexo: ( ) M ( ) F Profissão:____________ Telefone: ____________ E-mail________________________ Objetivos do aluno:______________________________________ Passado de atividade física: ______________________________ Atividades físicas atuais: _________________________________ Esportes e/ou atividades físicas preferidas:___________________ Quais as refeições que você normalmente realiza ao dia? ( ) café ( ) colação ( ) almoço ( ) lanche ( ) jantar ( ) ceia Fatores de risco ( ) Fumo ( ) Hipertensão Arterial ( ) Diadetes Mellitus ( ) Estresse Familiar ( ) Sedentarismo ( ) Menopausa ( ) Contraceptivo oral ( ) Outros Obs.: _______________________________________________________ Foi referido pelo seu médico algum problema ósseo, articular ou muscular que possa ser agravado pela prática de atividades físicas? ( ) Sim( ) Não Se sim, qual (ais)? _________________________________ Você já se lesionou praticando exercícios? ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual (ais) a(s) lesão(ões) e há quanto tempo?_________________ _____________________________________________________________ Atualmente você está utilizando alguma medicação? 57 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ( )Sim ( )Não Caso esteja, qual (ais) e durante quanto tempo vem utilizando? ____________________________________________________________ Você tem conhecimento de algum outro problema médico não perguntado que possa influenciar na sua prática de exercícios? ( ) Sim ( ) Não Caso tenha, qual (ais)? _____________________________ Qual a sua disponibilidade quanto aos horários e freqüência semanal para a prática de atividades físicas?____________________________________________ Existe algum fator não referido nesta anamnese que possa influenciar no seu programa de atividades físicas? ( )Sim ( )Não Se existe, qual (ais)? ___________________________________________ 11.3 Exame Morfológico As características morfológicas podem ser avaliadas através de técnicas antropométricas de dobras cutâneas e até mesmo por meio de perímetros, neste último caso especialmente em indivíduos obesos onde não é possível a utilização das dobras cutâneas, existem também procedimentos mais sofisticados de laboratório. As medidas antropométricas apresentam grande aplicabilidade, confiabilidade além de serem rápidas e de baixo custo. Métodos laboratoriais geralmente são caros, o que inviabiliza a sua utilização em larga escala. Através do método de dobras cutâneas ou perimetria é possível realizar a estratificação do peso corporal em dois componentes: peso gordo e peso magro e determinar a situação atual do nosso aluno para termos um ponto de partida e para futuras comparações em termos de resultado do treinamento. IMPORTANTE: devemos sempre utilizar um protocolo validado para a população em questão. 58 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 11.4 Exame postural Este exame que faz parte da avaliação morfológica é de extrema importância, porém, muitas vezes não é realizado por falta de conhecimento do professor. Através deste teste é possível verificarmos a existência de alterações nos seguintes segmentos corporais: Coluna vertebral: Hipercifose, Hiperlordose, Escoliose, Costas Plana. Joelhos: Genovaro, Genovalgo, Genoflexo, Genorecurvado e Pés: Plano, Cavo, Convergente ou Aduto, Abduto, Equino e Calcâneo. IMPORTANTE: devemos observar atentamente a execução dos exercícios durante a sessão e reavaliar periodicamente os resultados. (conversar com o aluno, saber como está se sentindo, dormuscular, articular, desconforto durante algum exercício e verificar a técnica de execução dos movimentos). 12. PESOS LIVRES X MAQUINÁRIOS. Provavelmente esta é uma das grandes dúvidas dos praticantes de musculação e de muitos profissionais que atuam nesta área, saber o que provoca maiores ganhos de força e hipertrofia Máquinas ou Pesos Livres? Segundo Monteiro (1997) o treinamento de força geralmente é conduzido através de pesos livres ou máquinas, e apesar de algumas controvérsias que envolvem a utilização destas duas formas para exercitar os músculos, não há nenhuma diferença documentada em aumentos relativos de força e hipertrofia. Lillegard & Terrio (1994) destacam que a decisão acerca do sistema a ser utilizado deve basear-se nas preferências individuais. Outros fatores devem ser levados em conta para esta tomada de decisão, como por exemplo: nível de familiarização com a atividade em questão, pessoas que nunca praticaram musculação é mais prudente iniciar esta atividade com maquinários, já que este tipo de instrumento requer menor coordenação motora e 59 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores equilíbrio. Já crianças devido à estatura e por não existirem no Brasil maquinários que se adaptem a este público, os pesos livres são mais aconselhados, o mesmo ocorre com indivíduos muito altos com grande estatura, e pessoas obesas que também tendem a terem dificuldade na utilização de determinadas máquinas. 12.1 Vantagens e Desvantagens Entre Máquinas e Pesos Livres. PESOS LIVRES MAQUINÁRIOS Pesos livres exigem uma atenção minuciosa da técnica e, às vezes, dependem de uma pessoa para fazer a segurança nas últimas repetições principalmente quando o treinamento é baseado na falha concêntrica. A troca de pesos pode ser modificada rapidamente em maquinários, o que possibilita uma sessão mais rápida de treinamento. Pesos livres são mais fáceis de obter, exigem menor quantidade de espaço e permitem o movimento do músculo que está se exercitando em múltiplos planos. Exigem uma maior área para a sua instalação, são mais dispendiosas e, em geral, permitem a aplicação da resistência em um único plano. ------------------FIM DO MÓDULO II----------------- Curso MUSCULAÇÃO: DO INICIANTE AO AVANÇADO. MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 81 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO IV 16. MÉTODOS DE TREINAMENTO PARA ALUNOS INTERMEDIÁRIOS E AVANÇADOS. 16.1 Método do “Puxe-Empurre” O método do "puxe-empurre" combina numa sessão de treinamento, grupos musculares que agem "puxando", e na sessão seguinte, grupos musculares que agem "empurrando" e no terceiro dia somente a musculatura inferior do corpo como pode ser observado no exemplo abaixo: Primeira sessão de treino Peitoral, ombro e tríceps Segunda sessão de treino Costas, bíceps e antebraço Terceira sessão de treino Coxa e panturrilha Repete-se a primeira sessão Peitoral, ombro e tríceps 16.2 Método da Especificidade Muscular Este método consiste em trabalhar o grupo muscular deficiente em força, resistência, ou com um desenvolvimento muscular inferior no início do programa, visando corrigir ou diminuir as diferenças existentes. "Os músculos estimulados no início do programa recebem melhor treinamento do que aqueles estimulados no final" (COSSENZA 1990), onde o nível motivacional é menor e o stress metabólico já se faz presente. Se os deltóides são pouco desenvolvidos em relação aos outros 82 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores grupamentos musculares, devem-se reservar para eles os primeiros exercícios do programa. Primeiro Exemplo: Ombro e peito Exercício 1 - Desenvolvimento posterior Exercício 2 - Abdução dos braços com halteres. Exercício 3 - Crucifixo inverso no puxador. OBS.: Continuar o programa com exercícios visando o grupamento peito. Segundo Exemplo: Tríceps e peito Exercício 1 – Tríceps Testa Exercício 2 – Tríceps polia OBS.: Continuar o programa com exercícios visando o grupamento peito. 16.3 Método da Repetição Roubada O método da repetição roubada se caracteriza pela participação de outros grupamentos musculares auxiliando o agonista principal, permitindo a manipulação de pesos mais elevados que os utilizados normalmente. A repetição roubada diz respeito à variação de uma técnica específica, determinada para qualquer dos exercícios utilizados no treinamento contra resistência. Por exemplo: Flexionando levemente os joelhos, em seguida estendendo-os rapidamente para dar impulso na barra para cima, tirando o peso da inércia, ajudando assim os braços a elevarem a barra na execução do desenvolvimento. Ao invés de realizar o exercício de rosca bíceps com o corpo em posição ereta, flexiona-se o tronco e, em seguida, com uma rápida extensão, se consegue tirar o peso da inércia e manter a aceleração durante todo o percurso da articulação do cotovelo. A finalidade do "roubo" é permitir ao aluno/atleta manipular mais peso. Este método deveria ser utilizado somente nas últimas repetições, porém na prática, observamos este método sendo utilizado nas primeiras repetições. 83 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Segundo Conssenza (2001) este método é uma das opções eficazes para os casos em que se deseja o aumento da massa muscular, e conseqüentemente, o desenvolvimento da força. Segundo este mesmo autor o método da repetição roubada apresenta ainda outras vantagens, tais como: A facilidade de execução, já que a tendência da utilização do roubo é instintiva. Não se torna necessário a presença de auxiliares, recursos materiais específicos ou de alterações na montagem da série de exercícios, para se conseguir maior intensidade no treinamento. As desvantagens do método segundo Conssenza (2001) estão ligadas a técnica inadequada, que podem causar danos ao corpo devido ao esforço colocado nas partes afetadas. A hiperextensão da coluna lombar que ocorre quando se aplica a execução roubada na rosca bíceps, pode desenvolver disfunções e desvios posturais. Embora seja possível trabalhar com mais pesos, mais pelo fato de haver redução na intensidade do treinamento em especial da carga/peso que é distribuído em outros grupamentos musculares, talvez não seja um método viável. 16.4 Método de Repetição Forçada É a execução de mais repetições de um exercício do que o indivíduo é capaz de executar sem ajuda (LEIGHTON - 1987). Esta ajuda é fornecida por um auxiliar, que pode ser o professor ou um parceiro, fazendo apenas o suficiente para que o movimento possa ser completo nas repetições extras. Essas repetições extras, realizadas com ajuda é que são chamadas de repetições forçadas, e devem ser num número de duas a quatro no máximo. Recomenda-se que ao periodizar o emprego da repetição forçada, não o faça de forma constante por períodos longos, correndo-se o risco de um overtraining. Este método tem os mesmos objetivos e cria as mesmas adaptaçõesque o anterior, porém com menores riscos de lesão. 84 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores No campo prático o que é visto é a utilização deste método nas primeiras repetições e por indivíduos que não possuem estrutura osteomioarticular para suportarem a intensidade deste método. 16.5 Método da Pirâmide O método da pirâmide, ou pirâmide crescente, é um método muito antigo e bastante conhecido. Este método consiste em aumentar o peso adicional e diminuir proporcionalmente o número de repetições a cada grupo de determinado exercício TABELA 1. % 1RM Séries Repetições 100 6 01 90 5 03 85 4 05 80 3 08 70 2 10 60 1 15 Como vantagens do método, Segundo Conssenza (2001) estão o aquecimento gradual, preparando o sistema músculo - articular para o aumento progressivo da intensidade que é uma das características do método. O recrutamento e adaptação ao esforço de unidades motoras de diferentes potenciais de excitabilidade, que varia em intensidade e volume de set para set. Estas adaptações mostram segundo este autor um incremento da força dinâmica, indiretamente, incrementa a resistência muscular localizada e provoca uma grande exigência neural devido à execução de um grupo de 1 RM. Como desvantagem do método, está à espoliação do fosfagênio, o que não permitirá que os últimos grupos/set/séries, onde a resistência oposicional é maior, sejam manipulados pesos ainda mais elevados. Devido à grande intensidade do 85 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores método, não se pode perder de vista, sua utilização, na periodização. Quando esta metodologia for utilizada de forma exclusiva, o período deve ser breve. A não recomendação da aplicação constante de grupos de 1 RM nos leva a variações no método da pirâmide. Uma dessas variações é o método da pirâmide truncada. Neste caso, não se chega ao último grupo a 1 RM. TABELA 02. % 1RM Séries Repetições 90 5 3 85 4 5 80 3 8 70 2 10 60 1 15 Na tabela 03 é adotada outra variação que é a utilização do método pirâmide crescente diminuindo as repetições e conseqüentemente aumentando a carga/peso, porém as repetições ficam dentro de uma margem ao encontro dos protocolos de hipertrofia muscular. Permitindo deste modo que a musculatura exercitada fique sob tensão muscular no que diz respeito ao número de séries, repetições, peso e tempo de execução dos movimentos. EXEMPLO: TABELA 03. Séries Repetições Duração das Repetições Tempo médio cada série 4 6 4-6” 24-36” 3 8 4-6” 32-48” 2 10 4-6” 40-60” 1 12 4-6” 48-72” IMPORTANTE: Neste último exemplo podemos notar que além das repetições e séries estarem dentro do número preconizado pela maioria dos autores para hipertrofia muscular. O tempo em que a musculatura fica sob 86 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores tensão vai ao encontro da literatura científica, já que Verkhoshansky (2000) e Poliquin (1997) referem-se há tempos entre 20-40 segundos e 60-70 segundos respectivamente de execução como ideais para ganhos de massa muscular, em cada série no treinamento de força. Outras variações são os métodos da pirâmide decrescente TABELA 04 e o método da pirâmide decrescente truncada TABELA 05. Nestes casos, não se observa a presença do aquecimento gradual, porém, os pesos elevados são manipulados nos primeiros grupos, permitindo que se consiga trabalhar no início com pesos mais altos que no método da pirâmide ou pirâmide truncada crescente. TABELA 04. % 1RM Séries Repetições 70 6 15 80 5 10 85 4 08 90 3 05 95 2 03 TABELA 05. % 1RM Séries Repetições 60 5 15 70 4 10 80 3 8 85 2 5 90 1 3 IMPORTANTE: Aconselhamos adotar os mesmos procedimentos da tabela número 03. 87 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 16.6 Método do Super-Set O super-set segundo Conssenza (2001) vem sendo utilizado desde 1950, sua forma tradicional consiste em agrupar dois exercícios, o primeiro visa desenvolver um determinado grupamento muscular, e em seguida, sem intervalo de recuperação, executa-se outro exercício que atue na musculatura antagônica ao primeiro. Terminado o primeiro super-set, dá-se um intervalo de recuperação, que deve ser curto, e repete-se o mesmo procedimento, realizando o segundo super-set e assim sucessivamente até completar o número de super-sets estipulados no programa. O super-set devido a sua característica de agrupar dois exercícios sem intervalo entre eles, e de realizar um intervalo curto entre os super-sets, apresenta uma redução no tempo total de uma sessão de treinamento. Ao se trabalhar um grupamento muscular e em seguida seu antagonista, garante-se um desenvolvimento harmônico, evitando desproporções entre os grupamentos musculares. Esta forma de treinar proporciona um grande congestionamento sanguíneo (hiperemia) na musculatura em ação, esta hiperemia tem sido relacionada à hipertrofia metabólica, variações na composição corporal têm sido observadas (diminuição do tecido adiposo), devido ao grande gasto calórico. EXEMPLO: Grupo Muscular Exercícios Sets Repetições Duração das repetições Intervalo recuperativo Torax Supino 4 10-12 4-6” 60-90” Costas Puxador 4 10-12 4-6” OBSERVAÇÃO: Após a realização dos dois exercícios simultaneamente é realizado a pausa de 60/90 segundos. 88 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 16.7 Método da Série Composta ou Bi-set O método da série composta Segundo Cossenza (2001) é um super-set para o mesmo grupo muscular. Suas vantagens e desvantagens são as mesmas observadas no método anterior, porém, muito mais intensa. EXEMPLO: Grupo Muscular Exercícios Sets Repetições Tempo de cada repetição Intervalo recuperativo Bíceps Rosca direta 10-12 4-6” 60-90” Rosca Scott 10-12 4-6” OBSERVAÇÃO: Após a realização dos dois exercícios simultaneamente para o mesmo grupamento muscular, é realizada a pausa de 60/90 segundos. 16.8 Método do Tri-Set Este método Segundo Conssenza (2001) trata-se da utilização de três exercícios, geralmente para o mesmo segmento corporal, podem incluir grupamentos musculares antagonistas e diferentes, com pouco ou nenhum descanso entre os exercícios. Leighton (1987). Weider (1986) considera tri-set o método que utiliza três exercícios para o mesmo grupo muscular, sem intervalo de recuperação entre eles. É um método semelhante, porém mais intenso que o super-set. Originalmente era utilizado para desenvolver músculos que tivessem três ou mais porções a serem trabalhadas, como, por exemplo, os deltóides: Devido à grande intensidade deste método, não é aconselhável sua indicação a iniciantes, e sim a alunos/atletas num estágio avançado de treinamento. Os grupos musculares grandes e complexos, como o quadríceps, são os que melhor se adaptam a este tipo de treinamento. 89 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores IMPORTANTE: Este método é interessante para perda ponderal, devido a sua grande intensidade. EXEMPLO: Grupo Muscular Ombro Exercícios Sets Repetições Tempo duração das repetições Intervalo Recuperativo P.A. Deltoide Desenvolvimento 3-4 10-12 4-6” 60-90” P.M. Deltoide Elevaçãolateral 3-4 10-12 4-6” P.P. Deltoide Crucifixo inverso 3-4 10-12 4-6” Observação: P.A (porção anterior) P.M (porção medial) P.P (porção posterior) OBSERVAÇÃO: Após a realização dos três exercícios simultaneamente para o mesmo grupamento muscular, é realizada a pausa de 60/90 segundos, para que se inicie uma nova série. 16.9 Método de Pré-exaustão Segundo Conssenza (2001) os exercícios que envolvem os músculos do tórax (peitoral, costas, e ombro), trabalham normalmente com a ajuda de outros músculos. Estes, por serem músculos menores e mais fracos, entram em fadiga antes que a musculatura torácica tenha esgotado suas possibilidades energéticas e, por isso, em alguns casos, não se desenvolvem adequadamente. Esta situação é encontrada com alguma freqüência na execução de alguns exercícios, tais como o supino, desenvolvimento, puxada por trás no pulley ou na remada no pulley baixo. 90 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Com o emprego do método da pré-exaustão pode-se evitar o efeito negativo dos pequenos grupos sobre os grandes grupos musculares. “Segundo BUENACHE (1978), citado por Rodrigues, 2001 este é, sem dúvida, um dos melhores métodos que um indivíduo pode utilizar, treinando sem a ajuda de um companheiro, e que, como diz o nome, proporciona ao músculo trabalhado uma total exaustão”. O método da pré-exaustão consiste em realizar um super-set ou um tri-set, com um exercício complementar (maior isolamento) para um grupo muscular, e em seguida, sem intervalo de recuperação, passar para o exercício básico, visando trabalhar o mesmo grupamento muscular. Desta maneira, o exercício complementar esgota o músculo trabalhado sem solicitar a musculatura do braço, permitindo ao exercício básico atingir o seu limite sem a interferência da musculatura dos braços. Por esse motivo é que não se descansa entre os exercícios de pré-exaustão e básico. Exemplos de alguns super sets e tri-set de pré-exaustão, porém qualquer professor com um pouco de imaginação, utilizará o método como melhor lhe convier: EXEMPLO: 01 Grupo muscular Exercícios Sets Repetições Tempo duração Repetições Intervalo Recuperativo Costas Pullover 3-4 10-12 4-6” 60-90” Puxada Posterior OBSERVAÇÃO: Exercício de isolamento Pullover, exercício básico Puxador. Após a realização dos dois exercícios simultaneamente para o mesmo grupamento muscular, é realizada a pausa de 60/90 segundos. 91 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores EXEMPLO: 02 Grupo muscular Exercícios Sets Repetições Tempo duração Repetições Intervalo recuperativo Peito Voador 3- 4 10-12 4-6” 60-90” Supino 3- 4 10-12 4-6” OBSERVAÇÃO: Exercício de isolamento Voador, exercício básico Supino Reto. Após a realização dos dois exercícios simultaneamente para o mesmo grupamento muscular, é realizada a pausa de 60/90 segundos. EXEMPLO: 03 Grupo muscular Exercícios Sets Repetições Tempo duração Repetições Intervalo recuperativo Ombro Elevação Lateral 3-4 10-12 4-6” 60-90” Desenvolvimento 3-4 10-12 4-6” OBSERVAÇÃO: Exercício de isolamento Elevação Lateral, exercício básico Desenvolvimento Anterior. Após a realização dos dois exercícios simultaneamente para o mesmo grupamento muscular, é realizada a pausa de 60/90 segundos. EXEMPLO: 04 Grupo muscular Exercícios Sets Repetições Tempo duração Repetições Intervalo recuperativo Quadríceps Extensão 3-4 10-12 4-6” 60-90” Agachamento 3-4 10-12 4-6” 92 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OBSERVAÇÃO: Exercício de isolamento Extensão, exercício básico Agachamento. Após a realização dos dois exercícios simultaneamente para o mesmo grupamento muscular, é realizada a pausa de 60/90 segundos. VIATOR (1986) citado por Conssenza, 2001 recomenda os tri-sets para os grandes grupos musculares, como por exemplo, os da coxa. A recomendação é que se utilize um exercício básico, um complementar (isolamento) e outro básico para a mesma região corporal. EXEMPLO: 05 Grupo muscular Exercícios Sets Repetições Tempo duração Repetições Intervalo recuperativo Quadríceps Leg Press 3-4 10-12 4-6” 60-90” Extensão 3-4 10-12 4-6” Agachamento 3-4 10-12 4-6” 16.10 Método Supercircuito Segundo Conssenza, 2001 este método foi desenvolvido em 1970, por Gettman, no Institute or Aerobic Research, em Dálias, Estados Unidos, o supercircuito foi um método de treinamento que revolucionou o mundo do fitness. Cada vez mais as pessoas procuram atividades físicas eficientes e com resultados em curto prazo, já que seu tempo disponível é pequeno devido ao corre- corre da sua rotina de trabalho e pela necessidade que sentem de uma atividade física. O supercircuito é assim, um programa estruturado, fácil, que combina diversos exercícios em uma mesma atividade, o que causa um condicionamento físico completo e um resultado rápido, motivando ainda mais os seus praticantes. É constituído de um aquecimento que pode ser feito através de exercícios de alongamento, com a finalidade de elevar a freqüência cardíaca do indivíduo de forma a torná-lo em condições de trabalho. 93 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Estímulo neuromuscular: Pode Formado por 12 aparelhos de musculação onde se tem o trabalho de força muscular, fundamentado na resistência muscular localizada, sem atingir um grau excessivo de dificuldade. No circuito por tempo é sugerido que o aluno permaneça durante 30 segundos, sendo que 10 segundos é o tempo para troca de aparelho e das cargas. • Repouso ativo: Composto de 6 steps e 6 bicicletas ergométricas, que são utilizados entre os aparelhos do estímulo, como um breve período de "repouso ativo", para não atrapalhar o ritmo com uma parada repentina. Na fase do repouso ativo, onde não se tem o problema da troca de cargas, a permanência é de 30 segundos. Nesse tipo de atividade você pode trabalhar, sem chegar à fadiga, durante mais tempo, porque esses períodos curtos de repouso ativo permitem a remoção do ácido láctico e outros produtos metabólicos ajudando a não limitarem o desempenho do aluno. Quanto a sua elaboração o Super Circuito deve ser estruturado de forma que varie os grupamentos musculares exigidos, trabalhando de forma equilibrada os grupamentos musculares. O controle da condição física do aluno é feito tomando-se diversos índices de freqüência cardíaca que servirão de base para a comparação com outras sessões de supercircuito e com a evolução do aluno. O primeiro controle é feito logo após o aquecimento e os demais controles durante as passagens. Se a freqüência estiver abaixo do estabelecido a velocidade dos movimentos deverá ser aumentada ou a carga/peso deverá sofrer ajuste. Vantagens do Supercircuito segundo Rodrigues: - Os seus resultados surgem em curto prazo; - Os alunos podem executá-lo num ritmo adequado e individual, realizando os exercícios de acordo com sua capacidade física; - Os sistemas circulatórios e musculares são extremamente beneficiados; - Devido ao seu dinamismo, é altamente motivante; - Por sua sessão ser de curta duração, é excelente para quem tem pouco tempo; 94 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - Já que cada um pode praticá-lo no seu ritmo, um grande número de alunos pode participar dele ao mesmotempo. Observação: O circuito por tempo determinado é uma ótima opção para trabalho em grupos, mas pode ser estabelecido um número fixo de repetições. O número de séries e repetições deve ser estipulado de acordo com os objetivos, e nível de aptidão física dos alunos. Como realizar um supercircuito: - Primeiro Passo: aquecimento pode ser realizado através de alongamentos ou trabalho cíclico bicicleta/esteira/step, etc. - Segundo Passo: Passagem pelas estações tempo em cada aparelho 30” sendo 10” o tempo estipulado para troca de aparelho. Entre cada aparelho de musculação, deve haver um step ou uma bike e o tempo de permanência nestes aparelhos deve ser de 30 segundos. EXEMPLO: 01 Leg press Step 02 Supino Bicicleta 03 Abdominal Step 04 Desenvolvimento Bicicleta 05 Flexão vertical Step 06 Lombar Bicicleta 07 Panturrilha Step 08 Scott Bicicleta 09 Puxador Step 10 Extensão Bicicleta 11 Abdominal Step 12 Tríceps Bicicleta 17. MUSCULAÇÃO APLICADA A CRIANÇAS E ADOLESCENTES Por vários anos houve a opinião geral de que o treinamento com sobrecarga prejudicaria o crescimento deste público, esse é um conceito que deve ser analisado com muito cuidado. É claro que precauções devem ser tomadas, mas, exercícios cujas cargas são adequadas ao estágio de maturação, tendem a trazer benefícios (Farinatti & Monteiro,1992). 95 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Neste contexto podemos dizer que o importante não é determinar uma idade ideal para a prescrição do treinamento resistido para este público, mas sim adequar o treinamento no que tange as variáveis de intensidade e volume conforme a possibilidade de cada faixa etária. Um argumento que foi massiçamente utilizado como fator de proibição para o treinamento de musculação para crianças e adolescentes é que a musculação causava impacto e este seria nocivo para o desenvolvimento físico, em especial para a estatura. Neste sentido é importante esclarecer que esta forma de atividade não promove impacto, pelo menos não quando bem orientada e sim sobrecarga sobre o sistema osteomioarticular. Mesmo que tal argumento fosse verdade como explicar o fato de que crianças que sempre realizaram atividades com impacto, seja em brincadeiras como subir em árvores, muros, cadeiras, etc. Ou nas aulas de Educação Física em modalidades como basquete, vôlei, atletismo, onde cada vez que os membros inferiores perdem o contato com o solo e voltam a manter este contato com certeza existe um impacto, porém estas crianças e adolescentes jamais deixaram de crescer. Estudos envolvendo o treinamento de força, com o controle dos efeitos intervenientes do crescimento e da aquisição da habilidade motora, fornecem evidências convincentes de que o trabalho contra resistência pode resultar em aumentos substanciais na força durante a pré-adolescência (Pfeiffer e Francis, 1986; Hakkinen et al, 1989; Fukunaga et al, 1992). Pfeiffer & Francis (1986), comparando as respostas do treinamento de força em crianças, adolescentes e adultos verificaram que, independentemente do nível de maturidade, podem ser obtidos ganhos significativos da força. Weltman (1989), citando parecer da National Strength and Conditioning Association sobre este assunto, relata que crianças pré-púberes demonstram ganho de força muscular como resultado do treinamento, e que o treinamento de força aumenta o desempenho motor em crianças pré-púberes. Contudo, alguns cuidados devem ser tomados para uma adequada prescrição dos exercícios. O primeiro diz respeito ao gosto da criança pelos programas de exercícios. Praticantes jovens necessitam de tempo para se adaptar ao estresse do treinamento com pesos, e 96 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores algumas crianças acham difícil treinar ou não gostam do trabalho com sobrecarga em algumas idades. Logo, aspectos como interesse, crescimento, maturidade e possibilidades de compreensão influenciam a visão da criança e sua segurança em relação ao treinamento com pesos (FLECK & KREMER,1997). O segundo aspecto a ser considerado diz respeito às possibilidades de lesão que o treinamento pode causar em indivíduos jovens. Blimkie (1993) ressalta que os ossos e articulações em crescimento são mais suscetíveis a certos tipos de lesões que os adultos, em especial as superfícies articulares, os discos epifisários e as inserções tendões/ossos. Por isto, atenção especial deve ser tomada, principalmente durante a condução dos exercícios em pré-adolescentes. Uma conduta interessante que pode auxiliar na prevenção de lesões é impedir que o trabalho com pesos seja realizado com cargas elevadas, e que seja conduzido através de exercícios balísticos e extremos de amplitudes articulares. Esta conduta preventiva parece ser relevante não somente para o treinamento de força, mas para qualquer atividade física direcionada a crianças. 18. MUSCULAÇÃO APLICADA A IDOSOS (Monteiro) Quanto ao trabalho de força voltado para pessoas idosas, a literatura tem reportado efeitos positivos, recomendando-o como parte integrante em uma sessão de condicionamento físico geral (Shephard, 1990; ACSM, 1991; Vandervoort, 1992; 1993; Wilmore e Costill, 1994; Fleck e Kraemer, 1997). Frontera e colaboradores (1988) submeteram um grupo de homens idosos sedentários com idades entre sessenta e setenta e dois anos a um treinamento com pesos de alta intensidade (80% de 1RM). Os praticantes realizaram três séries de oito repetições, três vezes por semana. A amostra demonstrou ganhos substanciais na força (chegando até a 200% de 1RM) e evidências de hipertrofia muscular também foram observadas. 97 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Charette e colaboradores (1991) também observaram aumentos no volume das fibras musculares ao examinarem biópsias tomadas antes e após um treinamento de força de alta intensidade em mulheres. Brown e colaboradores (1990) estudaram homens sadios com idades entre sessenta e setenta anos, submetidos ao treinamento de força durante doze semanas. Os autores constataram aumentos médios de 40% nas cargas utilizadas nos exercícios e 17,4% na área em corte transversal dos músculos, devido à hipertrofia seletiva das fibras do tipo II. Embora alguns estudos tenham verificado hipertrofia muscular em idosos, a maior parte evidenciou apenas um discreto aumento no volume muscular. As diferenças entre as pesquisas podem ser atribuídas às distintas idades e formas de treinamento utilizadas. Contudo, parece lógico afirmar que as possibilidades de hipertrofia são inversamente proporcionais ao avançar da idade, principalmente a partir do sessenta anos. Fiatarone e colaboradores (1990) observaram melhoras significativas da força, em indivíduos com idades entre oitenta e seis a noventa e seis anos, após oito semanas de treinamento. Os praticantes treinavam a 80% de 1RM, sendo verificados aumentos médios de 177% da força nos músculos do quadríceps. Tal ganho foi acompanhado de uma melhora de 50% da velocidade da marcha, onde 20% dos praticantes conseguiram abdicar de suas bengalas para se locomoverem. Isto é especialmente importante, visto que as quedas têm sido uma das maiores causas de acidentes e lesões em idosos (Wolinsky e Fitzgerald, 1994). Os estudos disponíveis indicam que, ao administrar-se um adequado estímulo de treinamento, os homens e mulheres idosos mostram ganhos similares, ou até maiores na força, quando comparados a indivíduos jovens. Evidentemente, ganhos superiores em relação aos praticantes mais jovens só são possíveisdevido ao fato de os idosos geralmente exibirem reduzidos graus de força. No entanto, é importante ressaltar que os idosos são mais frágeis e as possibilidades de lesões tendem a serem maiores que em indivíduos mais jovens, o que implica em cuidados adicionais na aplicação das cargas (Lil-legard eTerrio, 1994). Uma prescrição segura e eficiente do trabalho de força em idades avançadas deve encontrar seus alicerces na determinação das cargas de esforço, 98 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores bem como em seu ritmo de progressão. Dentro deste contexto, é importante destacar que as sessões convencionais que envolvem o trabalho de força podem ser desestimulantes, não encontrando grande aceitação por parte dos idosos. Por isto, o treinamento deve ser integrado a outras atividades que proporcionem uma redução do caráter monótono que normalmente cerca a rotina dos exercícios para o desenvolvimento da força (Monteiro, 1997). Outro ponto importante é o conhecimento das características clínicas e da integridade do aparelho locomotor do praticante, para a determinação do repertório de exercícios (Monteiro e colaboradores 1996). Adequando corretamente estes aspectos às necessidades individuais dos idosos, o treinamento tenderá a exercer efeitos favoráveis à saúde. 19. EXEMPLOS DE PROGRAMAS PARA ALUNOS INICIANTES/INTERMEDIÁRIOS E AVANÇADOS Freqüência Semanal (3 x p/semana – Iniciante) Segunda-feira Quarta-feira Sexta-feira Peito Costas Ombro Bíceps Tríceps Membros Inferiores Abdome Lombar Peito Costas Ombro Bíceps Tríceps Membros Inferiores Abdome Lombar Peito Costas Ombro Bíceps Tríceps Membros Inferiores Abdome Lombar Método agonista/antagonista (obs.: pode ser utilizado método alternado por segmento). 99 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Freqüência Semanal (3 x p/semana intermediário/Avançado) Segunda-feira Quarta-feira Quinta-feira Peito Ombro Tríceps Abdome Costas Bíceps Membros Inferiores Lombar Peito Costas Ombro Bíceps Tríceps Membros Inferiores Abdome Lombar *Utiliza-se localizado p/articulação (2o e 4o) e um geral na sexta Excelente alternativa para pessoas com distribuição irregular durante a semana (Ex: 2a, 3a e 5a) Freqüência Semanal (3 x p/semana intermediário/Avançado) Maximizar Membros inferiores Segunda-feira Quarta-feira Sexta-feira Membros inferiores Membros superiores Membros superiores Membros inferiores Observação: na sexta-feira é reduzido o treino para membros superiores e mantido o treino para inferiores. Aluno intermediário com disponibilidade de 4x p/semana Maximizar M.S. Freqüência Semanal (2x1x2x2) Segunda-feira treino (A) Terça-feira treino (B) Quinta-feira treino (A) Sexta-feira treino (B) Peito Ombro Tríceps Abdome Costas Bíceps M. Inferiores Lombar Peito Ombro Tríceps Abdome Costas Bíceps M. Inferiores Lombar 100 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O sistema (2x1x2x2) significa que treinasse na segunda e terça, descansa na quarta, treina quinta e sexta-feira e volta a descansar no sábado e domingo. Aluno intermediário com disponibilidade de 4x p/semana Maximizar M.S. com variação dos grupos musculares Freqüência Semanal (2x1x2x2) Segunda-feira treino (A) Terça-feira treino (B) Quinta-feira treino (A) Sexta-feira treino (B) Peito Ombro Bíceps Abdome Costas Tríceps M. Inferiores Lombar Peito Ombro Bíceps Abdome Costas Tríceps M. Inferiores Lombar Aluno avançado com disponibilidade de 5x semanais objetivo hipertrofia Primeira semana Segunda-feira Treino (A) Terça-feira Treino (B) Quarta-feira Treino (C) Quinta-feira Treino (A) Sexta-feira Treino (B) Peito Tríceps Abdome Supra Costas Membros Inf. Abdome Oblíquo Ombro Bíceps Abdome Infra Flexão tronco/lombar Peito Tríceps Abdome Supra Costas Membros Inf. Abdome Oblíquo Segunda semana Segunda-feira Treino (C) Terça-feira Treino (A) Quarta-feira Treino (B) Quinta-feira Treino (C) Sexta-feira Treino (A) Ombro Bíceps Abdome Infra Flexão tronco/lombar Peito Tríceps Abdome Supra Costas Membros Inf. Abdome Oblíquo Ombro Bíceps Abdome Infra Flexão tronco/lombar Peito Tríceps Abdome Supra 101 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Terceira semana Segunda-feira Treino (B) Terça-feira Treino (C) Quarta-feira Treino (A) Quinta-feira Treino (B) Sexta-feira Treino (C) Costas Membros Inf. Abdome Oblíquo Ombro Bíceps Abdome Infra Flexão tronco/lombar Peito Tríceps Abdome Supra Costas Membros Inf. Abdome Oblíquo Ombro Bíceps Abdome Infra Flexão tronco/lombar Observação: Na quarta semana inicia-se o treino pela primeira semana Aluno avançado com disponibilidade de 5x semanais objetivo hipertrofia Segunda-feira Treino (A) Terça-feira Treino (B) Quarta-feira Treino (C) Quinta-feira Treino (A) Sexta-feira Treino (B) Peito Bíceps Abdome Supra Peito Bíceps Abdome Supra Ombro Membros Inf. Abdome Infra Flexão tronco/lombar Peito Bíceps Abdome Supra Peito Bíceps Abdome Supra Observação: nesta divisão apenas houve uma alteração no que tange a distribuição dos grupos musculares. Cliente sexo feminino. Objetivo: Redução/Tonificação 5 x Semanais Treino (A) Nível Intermediário. TREINO A A) Esteira 20 min. caminhada B) Alongamentos C) Musculação D) Esteira 20 min E) Alongamentos. Pausa entre séries 45”- Velocidade dos movimentos 2020 – OBS: Pausa entre séries/velocidade de execução estão diretamente relacionadas com seu objetivo – aumentar os pesos sempre que atingir número máximo de repetições. 102 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores (A) Glúteo c/caneleira 3-4 x 12/15 (B) Leg Press Superior 3-4x 15/20 (C) Stiff 3-4 x 12/15 (D) Flexora Horizontal 3-4 x 12/15 (E) Tríceps Polia 3-4 x 12/15 (F) Tríceps Testa 3-4 x 12/15 (G) Abdominal Prancha 5 x 15/20 TREINO B A) Esteira 20 min Corrida B) Alongamentos C) Musculação D) Esteira 20 min. Corrida E) Alongamentos (A) Extensão 3-4 x 12/15 (B) Afundo 3-4 x 12/15 © Gêmeos 3-4 x 20/25 (D) Crucifixo c/ Halteres (E) Rosca Direta 2-3 x 12/15 (F) Remada Máquina 3-4 x 12/15 (G) Abdominal Infra 5 x 15/20 Cliente sexo feminino. Objetivo: Redução/Tonificação 5 x Semanais Nível Avançado. Treino (A) Intervalo Recuperativo: 45-60 segundos Velocidade: 2020 EXERCÍCIOS SETS REPETIÇÕES Extensora 34 12.15 Agachamento 34 12.15 103 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Máquina Leg 45 inferior 34 15.20 Remada Baixa 23 12.15 Tríceps Banco 23 12.15 Tríceps Polia 23 12.15 Abdominal Supra 3.4 15.20 FlexãoTronco 3.4 15.20 Treino (B) Intervalo Recuperativo: 45-60 segundos Velocidade: 2020 EXERCÍCIOS SETS REPETIÇÕES Afundo 34 12.15 Glúteo Máquina 34 12.15 Glúteo Estendido Giro 34 12.15 Abdução 34 12.15 Adução 23 12.15 Crucifixo Máquina 23 12.15Abdominal Infra 34 15.20 FlexãoTronco 34 15.20 Treino (C) Intervalo Recuperativo: 45-60 segundos Velocidade: 2020 EXERCÍCIOS SETS REPETIÇÕES Flexora Horizontal 34 12.15 Leg 45 superior 34 12.15 Stiff 34 12.15 104 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Elevação Lateral 23 12.15 Rosca Direta 23 12.15 Abdominal Oblíquo 34 12.15 FlexãoTronco 34 15.20 Observação: Alongar antes e após os treinos, Esteira ou bicicleta 15 minutos antes e 15 após. Cliente sexo feminino. Objetivo: Redução/Tonificação 5 x Semanais Nível Avançado. Intervalo recuperativo: 45-60 segundos, Velocidade: 2020 Treino A Método: Repetições Máximas EXERCÍCIOS SETS REPETIÇÕES Agachamento Máquina 34 12.15 Leg Press Horiz. Máquina 34 12.15 Extensora 34 12.15 Adutora 34 12.15 Crucifixo Máquina 2 12.15 Remada Máquina 2 12.15 Abdominal Supra 34 15.20 Abdominal Infra 34 15.20 Esteira 45-60min. Corrida 105 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Treino B Método: Repetições Máximas EXERCÍCIOS SETS REPETIÇÕES Glúteo Máquina 45 12.15 Glúteo Esten.Giro 34 12.15 Stiff 45 12.15 Flexão Horizontal 34 12.15 Panturrilha Sentado 34 15.20 Tríceps Testa 23 12.15 Rosca Alternada 23 12.15 Elevação Lateral 2 12.15 Bike20 min. Esteira 20.30 min. corrida Abdominal Oblíquo 20. POSTURA PROFISSIONAL O Profissional de Educação Física é um agente influente na vida das pessoas e da sociedade, e, portanto possui um importante papel para as mudanças de estilo na vida dos indivíduos. O professor de Educação Física pode estabelecer um elo entre as necessidades, o enriquecimento pessoal e a ocupação do tempo livre. Saber lidar com as questões de gênero, os grupos e classes sociais, não promovendo diferenciações entre os alunos é uma conduta que deve ser observada pelo professor. Obviamente que existem pessoas que carecem de uma maior atenção, seja por “problemas” de ordem emocional ou por dificuldades motoras. O Profissional de Educação Física deve ter a consciência do seu papel em uma sala de musculação, papel este que vai além de somente mostrar a maneira correta de executar um determinado movimento, mas principalmente de educar num contexto mais amplo. 106 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Portanto, ensinar a utilizar corretamente os aparelhos (no que tange a ajustar corretamente as máquinas para a necessidade do biotipo físico de cada aluno). Manter a ordem na sala de aula (orientando para a importância de guardar os materiais após o uso) e a interpretar o programa de treinamento, fazendo seu aluno saber que cada variável prescrita no programa de treino possui uma correlação direta com os objetivos citados pelo mesmo na anamnese. A busca pelo conhecimento é constante, portanto para saber fazer um exame biomédico, medir a estatura, aferir as dobras cutâneas, aferir a pressão arterial, tomar o pulso necessita de conhecimento científico. Este conhecimento não se adquire lendo revistas de moda e seus congêneres. É necessário ler artigos científicos, bons livros, participar de cursos e grupos de estudo. Não somos donos da verdade e não vivemos isolados. O que é verdade neste momento pode em algum lugar do mundo estar sendo desmentida por alguma pesquisa científica. Outro fator importante a ser citado se refere às equipes multidisciplinares na área da saúde. Conhecer, confiar e ter profissionais que possam somar é muito importante, muitas patologias e lesões precisam da intervenção de médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, portanto, a parceria é sempre bem vinda. -----------FIM DO MÓDULO IV----------- 107 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AMERICAN College of Sports Medicine. Position stand: Progression models in resistance training for healthy adults. Medicine and Science in Sports Exercise, v.34, p. 364-380. 2002. ANDERSON, M.B., Cote, R.W., Coyle, E.F. e Roby, F.B. Leg power, muscle Alway SE, Grumbt WH, Gonyea WJ, Stray- Gundersen J. Contrasts in muscle and myofibers of elite male and female bodybuilders. J Appl Physiol 1989; 67(1):24- 31. ANDRADA, Marcos Barros Caldeira de. Musculação: manual do profissional. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. ANTUNES. Ruth, F. S. Rita A. Boscolo2, Orlando F.A. Bueno1, 3 e Marco Túlio de Mello1, 2,3: Análise de taxa metabólica basal e composição corporal de idosos do sexo masculino antes e seis meses após exercícios de resistência. Rev. Bras. Med. Esporte - Vol. 11, Nº 1 – Jan/Fev, 2005 AOYAGI, Y. e Shephard, RJ. Agirig and muscle funetion. Sports Med, v.14, n.6, pp.376-396, 1992. ARAÚJO, C.G.S. Matinal de Teste de Esforço. 2a cd. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico. 1984. ARAÚJO FILHO, Ney Pereira de. Musculação aplicada à ginástica localizada. 3ª ed. Londrina Midiograf, 1994. BADILLO, Juan José Gonzalez; Gorostiaga, Esteban. Fundamentos do treinamento de força: aplicação ao alto rendimento desportivo. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. 108 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores BAECHLE, T. R. & Groves, B. R. Treinamento de força: Passos para o sucesso. 2a ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. BAHR R, Ingnes I, Vaage O, Sejersted OM, Newsholme EA. Effect of duration on excess. J Appl Physiol. 1987;62 (2):485-90. BALLOR DJ, Harvey-Berino JR, Ades PA, Cryan J, Calles-Escandon J. Contrasting effects of resistance and aerobic training on body composition and metabolism after diet-induced weight loss. Metabolismo. 1996; 45(2): 179-83. BARBANTI, Valdir José (1979). Teoria e prática do treinamento esportivo. São Paulo: Edgard Blücher LTDA. BERGER, R.A. Applied Exercise Physiology. Philadelphia: Lea e Febiger, 1982. BEUNE.N, G. & Malina, R.M. Growth and physical performance relative to the timing of the adolescent spurt. In: PANDOLE, K.B. (ed). Exercise and Sport Science Reviews Vol.16. Baltimore: Williams & Wilkins, 1988. BIELINSKI R, Schutz Y, Jequier E. Energy metabolism during the postexercise recovery in man. Am J Clin Nutr. 1985; 42 (1):69-82. BITTENCOURT, N. Musculação: Uma Abordagem Metodológica. Rio de Janeiro: Editora Sprint, 1984. BLINKIE, C.J.R. Resistance training during preadolescence. Spots Med, v. 15, n. 6, pp. 389-407, 1993. Blinkie, C.J.R., Ramsay, J., Sale, D., Mac Dougall, D., Smith, K. & Garner, S. Effects of 10 weeks resistance training on strength development in pre-pubertal boys. In: Oseid, S. & Carlsen, K.-H (ed.). Children and exercise XIII. Champaign, IL: Human Hinetics, 1989. pp. 183-197. 109 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores BLINKIE, C.J.R. & Bar-Or, O. Irainability of muscle strength, power and endurance during childhood. In: Bar-Or (eds.). The Child and Adolescent Athlete. Champaign: Human Kinetics, 1996. pp.113-129. BOMPA, T. O. A Periodização no Treinamento Esportivo. São Paulo: Editora Manole Ltda, 2001. BOMPA, Tudor O. Treinamento de força consciente. São Paulo: Phorte, 2000. BOMPA, T. O. Theory and Methodology of Training - The Key to Athletic Performance. 3th ed. Dubuque: Kendal/Hunt, 1986. BORSHEIM E, Bahr R. Effect of exercise intensity, duration andmode on postexercise oxygen consumption. Sports Med. 2003; 33(14): 1037-60. BORSHEIM E, Bahr R, Hansson P, Gullestad L, Hallén J, Sejersted OM. Effect of beta-adrenoceptor blockade on post-exercise oxygen consumption. Metabolism. 1994; 43(5): 565-71. BRANTA, C, Haubenstricken, J. & Seefeldt, V. Age changes in motor skills during childhood and adolescence. In: Terjung, R.L. (ed.). Exerc Sports Sei Rev, v. 12, 1984. BROCKMAN L, Berg K, Latin R. Oxygen uptake during recovery from intense intermittent running and prolonged walking. J Sports Med Phys Fitness. 1993; 33: 330-6. BROOKS, Douglas. Manual do personal trainer: um guia completo para o condicionamento físico completo. Porto Alegre: Artmed, 2000. 110 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores BURLESON MA, Bryant HS, Stone MH, Collins MA, McBride TT. Effect of weight training exercise and treadmill exercise on post-exercise oxygen consumption. Med Sci Sports Exerc. 1998; 30(4):518-22. CAMBRIDGE (1996). Nova enciclopédia ilustrada da folha, p. 452. CHIESA, L. C. Princípios do treinamento desportivo e da musculação. Revista virtual EF Artigos - Natal/RN - volume 01 - número 22 - março – 2004) COSSENZA, Carlos Eduardo. Musculação na academia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001. DANTAS, Estélio H. M. A prática da preparação física. 4ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998. DARR KC, Schultz E. Exercise-induced satellite cell activation in growing and mature skeletal muscle. J Appl Physiol 1987; 63 (5):1816-21. DRINKWATER, E. J. Lawton, T. W.; LINDSELL, R. P.; PYNE, D. B.; HUNT, P.H.; Mckenna, M. J. Training leading to repetition failure enhances bench press strength gains in elite junior athletes. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 19, p. 382-388. 2005. ENÓKA, R.M. Muscle strength and its development: new perspectives. SportsMed, v. 6, pp. 146-168, 1988. FARINATTI, P.T.V. Criança e Atividade Física. Rio de Janeiro: Sprint, 1995. 111 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores FEIGENBAUM, M.S. & Pollock, M.L. Strength training. The Physician and Sportsmedicine, v.25, n.2, pp.44-64, 1997. FISHER, M.B. & Birren, J.E. Age and strength. JApplPsysiol, v. 31, pp. 490-497, 1947. FLECK, S. J. Kraemer, W. J. Designing resistance training programs. 3ª ed. Champaign: Human Kinetics. 2004. 376 p. FLECK, Steven J. Kraemer, William J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. FLECK, S.J. & Kraemer, W.J. Designing Resistance Training Programs. Second Edition. Champaign: Humam Kinetics, 1997. FLEG, J.L & Lakata, E.G. Role of muscle loss in the age-associated reduetion in v. 2 max.JApplPhysiol, v. 65, pp. 1147-1151, 1988. FOX, Edward L.; FOSS, Merle L.; Keteyian, Steven J. Fox bases fisiológicas do exercício e do esporte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. FROBERG, K. & Lammert, O. Development of muscle strength during child- hood. In: Bar-Or, O. (ed.). The Child and Adolescent Athlete. Champaign: Human Kinetics. 1996. pp. 25-41. FUKAGAWA NK, Bandini LG, Yong JB. Effect of age on body composition andresting metabolic rate. J Appl Physiol 1990; 259 (Endocrinol Metab 22): E233- 8. 112 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores FUKUNAGA, T., Funato, K. & Ikegawa, S. The effects of resistance training on muscle area and strength in prepubescent age. Ann Physiol Anthropol, v. 1 I, pp. 357- 364. 1992. GAESSER GA, Brooks GA. Metabolic bases of excess post-exercise oxygen consumption: a review. Med Sci Sports Exerc. 1984; 16(1): 29-43. GENTIL, P. Bases científicas do treinamento de hipertrofia. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. GODOY, Eric Salum. Musculação – Fitness. [S. l.]: Sprint, 1994. 127p. GOMES, Antonio Carlos e Araújo Filho, Ney Pereira de. Cross Training – Uma Abordagem Metodológica. Londrina, Paraná. Ed. A.P.E.F., 1992. GONYEA WJ, Sale DG, Gonyea FB, Mikesky A. Exercise induced increases in muscle fiber number. Eur J Appl Physiol Occup Physiol 1986; 55(2): 137-41 GONZÁLEZ, A. La metodologia del entreinamiento y su aplicacion practica. Stadium, v.165, p.24-32, 1994. GORE CJ, Withers RT. Effect of exercise intensity and duration on postexercise metabolism. J Appl Physiol. 1990;68 (6):2362-8. GRIMBY, G. Daneskiold-Sansoe, B., Haid, K. & Saltin, B. Morphology and enzymatic capacity in ann and leg muscles in 78-81 years old men and women. Acta Physiological Scandinavica, v. 115, pp. 125-134, 1982. GUEDES JÚNIOR, Dilmar Pinto. Musculação: estética e saúde feminina. São Paulo: Phorte, 2003. 113 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores GUEDES JR., Dilmar Pinto (1998). Personal training na musculação - Rio de Janeiro: Ney Pereira HATFIELD, F.C. - Body building: A scientific Approach. Chicago, ontemporary Books Inc., 1984. HEYWARD, V.H., Johannes-Ells, S.M. & Romer, J.F. Gender differences in strength. Res Quart Exer Sport, v. 57, n. 2, pp. 154-159, 1986. HILL JA, Melby C, Johnson SL, Peters IC. Physical activity and energy requirements. Am J Clin Nutr. 1995;62(s):1059-66. HOLLOWAY, J.B. &c Baeche, T.R. Strength Training for Female Athletes - A Review of Selected Aspects. Sports Med, v. Z, n. 4, pp. 216-228, 1990. HOLLMAN, W. & Hettinger, T. Medicina do Esporte. São Paulo: Manole. 1983. HÜLLEMAN et al.(1978) Medicina esportiva: Clínica e prática- São Paulo Ed. da Universidade de São Paulo HUNTER GR, Weinsier RL, Bamman, MM, Larson DE. A role for high intensity exercise on energy balance and weight control. Int J Obes. 1998; 22: 489-93. IMAMURA H, Shibuya S, Uchida K, Teshima K, Masuda R, Miyamoto N. Effect of moderate exercise on excess post-exercise oxygen consumption and catecholamines in young women. J Sports Med Phys Fitness. 2004; 44:23-9. KADI F. Adaptation of human skeletal muscle to training and anabolic steroids. Acta Physiol Scand Suppl 2000; 646:1-52. 114 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores KADI F, Eriksson A, Holmner S; Thornell LE. Effects of anabolic steroids on the muscle cells of strengthtrained athletes. Med Sci Sports Exerc 1999; 31(11):1528- 34. KAMINSKY LA, Padjen S, LaHam-Seger J. Effect of split exercise sessions on excess post-exercise oxygen consumption. Br J Sports Med. 1990; 24 (2):95-8. KAMINSKY LA, Knowlton RG, Perkins RM, Hetzler RK. Relationships of aerobic capacity and percent fat with plasma free fatty acid following walking. Am J Clin Nutr. 1986; 44:603-9. KISNER, C, e Colby, L.A. - Exercícios terapêuticos - Fundamentos e técnicas. Manole - São Paulo, 1992 KOCHAR, Marendr. S. & Woods, Karyn. D. (1990). Controle da hipertensão. São Paulo: Andrei. KRAEMER WJ, Marchitelli L, Mccurry D, Gordon SE, Harman E, Dziados IE, et al. Hormonal and growth factor responses to heavy resistance exercise. J Appl Physiol. 1990; 69:1442-50. KRAEMER WJ, Fry AC, Warren BJ, Stone MH, Fleck SJ, Kearney IT, et al. Acute hormonal responses in elite junior weightlifters. Int J Sports Med. 1992; 13:103- 9. KRAEMER, W.J., Fleck, S.J. & Deschenes, M. A review: Factors in exercise prescription of resistance training. NSCAJ, v. 10, n. 5, pp. 36-41, 1988. 115 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores KRAEMER,W.J. A series of studies-the physiological basis for strength training in American football: fact over philosophy. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 11, p. 131-142. 1997. KRAEMER WJ & Hakkinen K, Treinamento de força para o esporte. São Paulo, Artmed, 2004. JOUBERT Y, Tobin C. Satellite cell proliferation and increase in the number of myonuclei induced by testosterone in the levator ani muscle of the adult female rat. Dev Biol 1989; 131(2): 550-7. LAFORGIA J, Withers RT, Shipp NJ, Gore CJ. Comparison of energy expenditure elevations after submaximal and supramaximal running. J Appl Physiol. 1997;82(2):661-6. LARSSON L, Tesch PA. Motor unit fibre density in extremely hypertrophied skeletal muscles in man. Electrophysiological signs of muscle fibre hyperplasia. Eur J Appl Physiol Occup Physiol 1986; 55(2):130-6 LE GALL, Jean-Roger (1981). Que fazer diante de uma hipertensão Arterial? São Paulo: Andrei. Leighton, J. - Aptidão física, desenvolvimento corporal e condicionamento esportivo através da musculação. Sprint, Rio de Janeiro, 1987 LEVINE J, Melanson EL, Weslertep KR, Hill JO. Measurement of the components of nonexercise activity thermogenesis. Am J Physiol. 2001; 281:670-5. LILLEGARD, W. A. et al. Efficacy of strength training in prepubescent to early pospubescent males and females: effects of gender and maturity. Pediatr Rehabil 1997; 1: 147 – 157. 116 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores LILLEGARD, W.A. & Terrio, J.D. Treinamento apropriado para força. In: Mc Keg, D.B. (red.). Clínicas Médicas da America do Norte - Medicina Desportiva, Rio de Janeiro: Interlivros, 1994. pp. 473-494. URA, V.A. Efeitos do Treinamento Aeróbio Supervisionado em Portadores do Vírus HIV. Monografia de Graduação. Rio de Janeiro: Instituto de Educação Física e Desportos, UERJ, 1996. LUNA, Rafael Leite. (1989). Hipertensão arterial. Rio de Janeiro: Medsi. MCCALL GE, Byrnes WC, Dickinson A, Pattany PM, Fleck SJ. Muscle fiber hypertrophy, hyperplasia, and capillary density in college men after resistance training. J Appl Physiol 1996; 81(5): 2004-12. MACDOUGALL JD, Sale DG; Alway SE, Sutton JR. Muscle fiber number in biceps brachii in bodybuilders and control subjects. J Appl Physiol 1984; 57(5):1399- 403. MALINA, R.M. & Bouchard, C. Growth, Maturation and Pbysical Activity. Champaign: Human Kinetics, 1991. MCARDLE, Willian D. & KATCH, Frank I. ; KATCH, Victor L.(1998). Fisiologia do Exercício: energia, nutrição e desempenho. Rio de Janeiro: Guanabara koogan S.A. MCARDLE, W.D., Katch, F.I. & Katch, V.L. Fisiologia do Exercício - Nutrição e Desempenho Humano. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1992. 117 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MEIRELLES CM, Gomes PSC. Efeitos da atividade contra-resistência sobre o gasto energético: revisitando o impacto das principais variáveis. Rev. Bras. Med. Esporte. 2004; 10 (2):122-30. MELBY C, Scholl C, Edwards G, et al. Effect of acute resistance exercise on postexercise energy expenditure and resting metabolic rate. J Appl Physiol. 1993; 75(4): 1847-53. MIKESKY AE, Giddings CJ, Matthews W, Gonyea WJ. Changes in muscle fiber size and composition in response to heavy-resistance exercise. Med Sci Sports Exerc 1991; 23(9): 1042-9. MONTEIRO, W.D. Aspectos fisiológicos e metodológicos do condicionamento físico na promoção da saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v.l, n.3, pp. 44-58, 1996. MONTEIRO, Walace David. Força muscular: uma abordagem fisiológica em função do sexo, idade e treinamento. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 2, n. 2, p. 50-66, 1997. MONTEIRO, Walace David. Manual de avaliação e prescrição de condicionamento físico. 4ª edição. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. MONTOYLE, HJ. & Lamphier, D. E. Grip and arm strength in males and females, age 10 to 69. Res Quart Exer Sport, v. 48, pp. 109-120, 1977. MURRAY, Epstein & Oster, James R. (1985). Hipertensão uma abordagem Prática. Rio de Janeiro: discos CBS. 118 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores NAHAS, Markus Vinicius. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida 3ª ed. – Londrina: Midiograf, 2003. NAUGHTON, G. et al. Physiological issues surrounding the performance of adolescent athletes. Sportsmedicine 2000; 30: 309-325. NIELSEN, B., Nielsen, K.. Behrendt-Hansen, M. & Asmessen, E. Training of "functiona.1:«yscular strength" in girls 7-19 years old. In: BERG, K. &c Eriksson, B. (eds.), Children and exercise IX, pp. 69-77. Baltimore, MD: University Park Press,1980. NOVAES, J. S.; Salles, B. F.; Ribeiro, F. M.; Silva, J. P. M. R. A Influência de 2 minutos de recuperação entre séries sobre o número de repetições máximas em exercícios mono e biarticulares. Arquivos em Movimento, Rio de Janeiro, v.2, n.2, julho/dezembro, 2006. NYGAARD E, Nielsen E. (1978). Skeletal muscle fiber capillarisation with extreme endurance in training man. In: Eriksson B; Furberg B. Swimming Medicine IV (vol. 6, pp 282 – 293). OLIVEIRA, A.C.C. &C Araújo, C.G.S. Avaliação da Idade Biológica e sua Aplicabilidade na Educação Física. IN: Araújo, C.G.S. (org) Fundamentos 259 Biológicos Medicina Desportiva. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985. pp. 35-64. O'shea, N. & Wegner, J. Power weight training and the female athlete. Phys Sportsmed, v. 9, n. 6, pp. 109-120, 1981. OSTERBERG KL, Melby CL. Effect of acute resistance exercise on post- exerciseoxygen consumption and RMR in young women. Int J Sport Nutr Exerc Metab.2000; 10:71-81. 119 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OZMUM, J.C., Mikesky, A.E. & Surburg, P.R. Neuromuscular adaptations following prepubescent strength training. Med Sei Sports Exerc., v.26, 510- 514, 1994. POLLOCK, M. L. &c Wilmore, J.H. Exercícios na Saúde e na Doença. Avaliação e Prescrição para Prevenção e Reabilitação. 2ª ed. Rio de Janeiro: MEDSI. 1993. 260 POEHLMAN ET, Denino WF, Beckett T, Kinaman KA, Dionne IJ, Dvorak R, et al. Effects of endurance and resistance training on total daily energy expenditure in young women: a controlled randomized trial. J Clin Endocrinol Metab. 2002; 87(3): 1004-9. PRATLEY R, Nicklas B, Rubin M, Miller J, Smith M, Smith A, et al. Strength training increases resting metabolic rate and norepinephrine levels in healthy 50- to 65 years-old men. J Appl Physiol. 1994;76:133-7. RAMSAY, J.A., Blimkie, C.J.R., Smith, K. Garner, S., Mac Dougall, J.D. & Sale, D.G. Strength training effects in prepubescent boys. Med Sei Sports Exer., v. 22, pp. 605-614, 1990. RICHMOND, S. R.; Godard, M. P. The effects of varied rest periods between sets of failure using bench press in recreationally trained men. Journal of Strength and Conditioning Research, v.18, p. 846-849. 2004. RYAN AS, Pratley RE, Elahi D, Goldberg AP. Resistive training increases fat-free mass and maintains RMR despite weight loss in postmenopausal women. J Appl Physiol. 1995;79 (3):818-23. RODRIGUES, C. E. C. & Carnaval, P. E. Musculação: Teoria e Prática. 21a edição, Rio de Janeiro: Editora Sprint, 2001. 120 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Sale, D.G. Testing Strength and Power. In: Mac Dougall, J.D., Wenger, H.A. & Green, H.J. (Ed.). Pbysiological Testing of the High-Performance Athlete. 2nded. Champaign:Human Kinetics, 1991. pg. 21-106. SCHUENKE MD, Mikat RP, McBride JM. Effect of an acute period of resistance exercise on excess post-exercise oxygen consumption: implications for body mass management. Eur J Appl Physiol. 2002; 86(5): 411-7. SERVEDIO, F.J., Bartels, R.L., Hamlin, R.L., Teske, D. Shaffer, T. & SERVEDIO, A. The effects of weight training using Olympic style lifts on various physiological variables in pre-pubescet boys. Med Sei Sports Exer, v. 17, pp.158, 1985. SHEPHARD, RJ. Body Composition in Biological Antbropology. London: Cam- bridge University Press, 1991. SIMÃO, R.; Aguiar, R. S.; Miranda, H.; Maior, A. S. Da influência de distintos intervalos de recuperação entre séries nos exercícios resistidos. Rio de Janeiro: Fitness & Performance Journal, v. 5, n. 3, p. 134-138. 2006. SIMÃO, R. Treinamento de força na saúde e qualidade de vida – São Paulo: Phorte, 2004) SIMÃO, R.: Rosa, G.; Pereira, M. A. F.: Perdigão, R. I; Silva, U. P. A. Treinamento de força em crianças e adolescentes. Ver Baiana Educação Física 2001; 2: 35- 44.) SPEAKMAN JR, Selamn C. Physical activity and resting metabolic rate. Proc Nutr Soc. 2003;62:621-34. SPIRDUSO, W.W. Physical dimensions of aging. Champaign: Human Kinetics, 1995. 121 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores STRINGER, W.W., Berezovska, M., 0'Brien, W.A., Beck, C.K. & Cas- Aburi, R. The effect of exercise training on aerobic fitness, immune Índices, and quality of life in HIV+ patients. Med. Sei. Sports Exerc., v.30, n.l, pp. 1.1-16, 1998. WEIDER, J., With Reynolds, B. - The weider system body building. Rafael antonsa, Madrid, 1986 WEINECK, Jürgen (1999). Treinamento ideal. São Paulo: Manole LTDA. WELTMAN, A., Janney, C, Rians, C, Strand, K. Berg, B. et al. The effects of hyclraulic resistance strength training in pre-pubertal males. Med Sei Sports Exer, v. 18, pp. 629-638, 1986. WILLARDSON, J. M.; Burkett, L. N. A comparison of 3 different rest intervals on the exercise volume completed during a workout. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 19, p. 23-26. 2005. WILLARDSON, J. M.; Burkett, L. N. The effect of rest interval length on the sustainability of squat and bench press repetitions. Journal of Strength and Conditioning Research, v.20, p. 400-403. 2006. WILMORE, J.H. Alterations in strength, body composition and anthropometric measurements consequent to 10-week weight training program. Med Sei Sports Exer, v.6, n.2, pp. 133-138, 1974. WILMORE, J.H.; Costill, D.L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 2ª Ed. São Paulo: Ed. Manole, 2001. PEREIRA, Marta Inez Rodrigues e Gomes, Paulo Sergio Chagas. Testes de força e resistência muscular: confiabilidade e predição de uma repetição máxima - 122 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Revisão e novas evidências. Rev Bras Med Esporte, set./out. 2003, vol.9, no. 5, p.325-335. ISSN 1517-8692. PIERS LS, Soares MJ, McCormack LM, O´Dea K. Is there evidence for an agerelated reduction in metabolic rate? J Appl Physiol 1998;85:2196-204. Bras. Cien e Mov 2000; 8:21-32. POLIQUIN, Charles. The Poliquin Principles. Califórnia: Dayton Writers Group, 1997. POLLOCK, Michael L. & Wilmore, Jack H.(1993). Exercícios na Saúde e na Doença. São Paulo: Medsi. PUTMAN CT, Düsterhöft S, Pette D. Changes in satellite cell content and myosin isoforms in lowfrequency-stimulated fast muscle of hypothyroid rat. J Appl Physiol 1999; 86(1):40-51. QUINN TJ, Vroman NB, Kertzer R. Postexercise oxygen consumption in trainedfemales: effect of exercise duration. Med Sci Sports Exerc. 1994;26(7):908-13. SANTAREM, José Maria. Treinamento de força e potência. In: GHORAYEB, Nabil; Barros Neto, Turíbio Leite de. O exercício: preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Atheneu, 1999. p. 35-50. SALLEO A, Anastasi G, La Spada G, Falzea G, Denaro MG. New muscle fiber production during compensatory hypertrophy. Med Sci Sports Exerc 1980; 12(4):268-73. 123 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores SHORt KR, Wiest JM, Sedlock DA. The effect of upper body exercise intensity and duration on post-exercise oxygen consumption. Int J Sports Med. 1996; 17(8):559- 63. THORTON MK, Potteiger JA. Effects of resistance exercise bouts of different intensities but equal work on EPOC. Med Sci Sports Exerc. 2002; 34 (4):715-22. TOUS, Julio. Nuevas tendencias e fuerza y musculación. Barcelona: Ergo, 1999. TESCH PA, Larsson L. Muscle hypertrophy in bodybuilders. Eur J Appl Physiol Occup Physiol 1982; TUBINO, Manoel José G. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. São Paulo. Ibrasa, 1984. VAN Pelt RE, Dinneno FA, Seals DR, Jones PP. Age-related decline in RMR in physically active men: relation to exercise volume and energy intake. Am J Physiol Endocrinol Metab 2001;281:E633-9. VERKHOSHANSKI, Yuri V. Hipertrofia muscular: Body-building. Rio de Janeiro: Ney Pereira Editora, 2000. YAN Z. Skeletal muscle adaptation and cell cycle regulation. Exerc Sport Sci Rev 2000;28(1):24-6. ZATSIORSKY, Vladimir M. Ciência e prática do treinamento de força. São Paulo: Phorte, 1999. -------------- FIM DO CURSO! ------------------- Curso MUSCULAÇÃO: DO INICIANTE AO AVANÇADO. MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. M 61 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO III 13. VARIÁVEIS DO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS Estas variáveis são divididas em volume e intensidade. O volume do treinamento é composto pelo número de séries, repetições, freqüência semanal, número de exercícios, ou seja, são variáveis quantitativas. A intensidade do treinamento é regulada pela carga, velocidade dos movimentos, amplitude, ordem dos exercícios e variação dos intervalos de repouso entre as séries. São consideradas variáveis qualitativas. 13.1 Número de Exercícios Para que possamos determinar o número de exercícios é necessário sabermos os objetivos, tempo disponível e condicionamento físico de nosso cliente. IMPORTANTE: Todos estes fatores são determinados através da anamnese. Segundo Monteiro e Farinatti (1996) o número de exercícios para não atletas normalmente varia entre oito e doze. Corroborando com este estudo Feigenbaum & Pollock (1997), realizaram uma revisão sobre este assunto e verificaram que quando o objetivo é a melhora da qualidade de vida/saúde o número estimado é em torno de oito a doze. Para Baechle e Groves (2000), um programa avançado pode incluir até 20 exercícios. Entretanto, um programa básico ou inicial precisa apenas incluir um exercício para cada uma das grandes áreas musculares. As áreas de importância particular segundo estes autores são o peito (peitoral maior e menor) braços – bíceps (bíceps braquial e braquial) e tríceps, ombros (deltóide), costas (grande 62 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores dorsal,trapézio, rombóides), coxas (quadríceps e isquiotibiais) e abdômen (reto abdominal e oblíquos interno e externo). Um programa completo inclui ainda exercícios para o antebraço, região lombar e panturrilhas. 13.2 Freqüência A freqüência ideal de treinos está na dependência do nível de aptidão do praticante, tipo de treinamento, disponibilidade de tempo, recursos disponíveis e a forma como foi elaborado o treino. A freqüência semana mínima para aprimoramento da qualidade de vida e força é de duas vezes e quando o praticante se encontra em bom nível de treinamento pode ser de três a cinco dias (Monteiro, 1997). Tem-se estabelecido que três treinos por semana com um dia de descanso entre as sessões favorecem a recuperação (Sharkey, 1998 e Fleck e colaboradores 1999), que o aumento da freqüência de treino é conseqüência da resposta adaptativa de cada praticante (Leighton, 1987 e Fleck e colaboradores1999). 13.3 Ordem de Execução Exercitar os grandes grupos musculares antes dos grupos pequenos é uma abordagem aceita por muitos autores. Sempre que formos elaborar um programa de musculação para iniciantes, a ordem de incidência dos exercícios sobre a musculatura deve permitir que os grandes grupos musculares sejam trabalhados antes dos pequenos, pois estes últimos tendem a fadigar-se mais rapidamente (Bittencourt, 1984). Corroborando com esta afirmação, vários outros autores (Kraemer e Fleck, 1988; Pollock e Wilmore, 1993; Lillegard e Terrio, 1994; Fleck e Kraemer, 1997) também determinam que, a ordem dos exercícios deve evoluir dos grandes para os menores grupamentos musculares. Em relação aos programas esportivos de preparação neuromuscular, (Bompa 2001), sugere que os exercícios alternem os membros e os grupos musculares a fim de garantirem uma melhor recuperação. 63 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores IMPORTANTE: Neste sentido devemos levar em conta a especificidade do treinamento/o grupo muscular mais utilizado na modalidade esportiva. Para Baechle e Groves (2000) existem várias maneiras de distribuir os exercícios numa sessão de musculação utilitária. A ordem de realização dos exercícios afeta a intensidade do treinamento e é, por isso, uma consideração muito importante. Alternar exercícios para parte superior e inferior do corpo não produz um nível de intensidade tão alto como realizar primeiro todos os exercícios para a parte inferior do corpo. Este trabalho é muito indicado para o iniciante, pois evita a instalação de fadiga precoce, melhorando o rendimento nos exercícios e reduzindo as possibilidades de lesões (Monteiro, 1997). Segundo este mesmo autor quando o praticante possui um elevado nível de aptidão, o treinamento pode ser dividido em grupos musculares e aumento do número de exercícios por grupamento muscular. IMPORTANTE. Neste sentido é comum dependendo do objetivo do cliente e disponibilidade a divisão do treino em dois grupamentos musculares por dia. Para obter articulações fortes, desenvolvimento físico proporcional e uma boa postura, Baechle e Groves (2000) sugerem o equilíbrio entre as cadeias musculares. É importante ressaltarmos que o desequilíbrio entre as cadeias musculares leva não somente a problemas estéticos, como também problemas relacionados com a saúde, exemplo: excesso de treinamento na região peitoral sem um adequado volume para região antagonista. Neste caso as costas tendem a ocasionar uma hipercifose torácica, do mesmo modo o desequilíbrio entre quadríceps e isquiotibiais, grande volume de treino de quadríceps em relação aos posteriores de coxa pode ocasionar hiperextensão dos joelhos e o inverso joelho fletidos. 64 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 13.4 Número de Repetições dos Exercícios. Uma repetição é a execução completa de um ciclo de movimento, geralmente composta por duas fases: concêntricas e excêntrica (Kraemer e Hakkinen, 2004). O número de repetições está intimamente relacionado como peso levantado. Quanto maior a carga, menor o número de repetições e mais lentamente serão realizadas. É comum em vários livros encontrarmos tabelas que correlacionam percentuais de carga máxima a um determinado número de repetições. Neste contexto não se leva em conta que esta relação pode sofrer influência de alguns fatores como, por exemplo: amplitude do movimento, nível de familiarização com o exercício, equipamento utilizado e exercício. Na tabela abaixo é demonstrado um exemplo onde independente destes fatores a relação entre número de repetições e percentual de carga é linear. Percentual de carga e números de repetições segundo Bompa (2001). PORCENTAGEM DE 1 RM NÚMERO DE REPETIÇÕES 100 1 95 2-3 90 4 85 6 80 8-10 75 10-12 70 15 65 20-25 60 25 50 40-50 40 80-100 30 >100-150 65 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Em 1990, Hoeger e colaboradores citado por Gentil (2005) realizaram um estudo com o objetivo de verificar se esta relação era linear ou não. Neste estudo foram utilizados percentuais de 40%, 60% e 80% de 1RM em sete exercícios com o objetivo de verificar o número máximo de repetições. A amostra foi dividida em quatro grupos: mulheres não treinadas (n = 40), mulheres treinadas (n = 26), homens não treinados (n = 38) e homens treinados (n = 25). Os resultados podem ser observados no quadro abaixo: Homens Mulheres Exercícios Treinados Não-Treinados Treinadas Não-Treinadas 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% Pressão de pernas 8 6 9 0 4 5 46 7 2 4 8 2 Flexão de joelhos 4 5 9 1 3 2 6 1 Extensão de joelhos 3 8 2 3 5 9 7 9 3 Supino 9 3 2 5 0 0 8 0 0 0 Puxador 3 4 2 1 0 0 1 5 0 6 4 0 Rosca bíceps 5 1 1 4 5 3 6 5 4 Flexão de tronco 7 5 1 5 6 0 2 0 3 *dados não coletados devido a limitações do equipamento 66 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Número de repetições máximas executadas em diferentes percentuais de 1RM. Hoeger e colaboradores 1991 citado por Gentil 2005. Conforme Bompa (2001), tanto o número de repetições quanto a velocidade de execução dos exercícios de força são funções da sobrecarga de treino. Treinar com pesos elevados e com baixas repetições visam aumentos de força e volume muscular; e com pesos mais leves e maior número de repetições resulta em melhor resistência muscular (Monteiro, 1997; Pollock e colaboradores 1998; Santarem, 1999; Barbosa e colaboradores 2000; Cailliet,1974; Kisner, 1992). Segundo Monteiro 1997 para o aprimoramento da endurance muscular, o treinamento deve ser conduzido através de um maior número de repetições com menores limiares de carga. Estima-se que um número de 12 a 20 RM seja apropriado para um bom desenvolvimento da endurance muscular. Já treinamentos que utilizam dez a quinze repetições são classificados de moderada intensidade. Os programas de moderada intensidade são recomendados para a maioria das pessoas adultas não-atletas, incluindo programas desenvolvidos para aptidão física, manutenção da saúde e reabilitação ortopédica (Feigenbaum e Pollock, 1997). Cossenza (2001), Bompa (2000), Brooks (2000), Fleck e Kraemer (1999), Zatsiorsky (1999), Santarem (1999), Andrada (1998), Monteiro (1997) e Araújo Filho (1994), determinam que haja maior ganho de hipertrofia muscular com um treinamento de musculação coma realização de 6 a 12 repetições. Presume-se serem estes os limites numéricos ideais para uma hipertrofia muscular eficiente e significativa, dentro dos padrões normais de treino e alimentação. IMPORTANTE: O número de repetições é apenas uma das variáveis que compõem um treinamento destinado à hipertrofia muscular. 13.5 Percentual de Carga/Peso. Segundo Gentil (2005), podemos definir carga como massa, normalmente expressa em quilos, utilizada para oferecer resistência à execução de um 67 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores determinado exercício. O percentual de carga é considerado uma variável de intensidade. A intensidade do treinamento pode aproximar-se dos 100% de uma repetição máxima (1RM) (Hollmann e Hettinger, 1983; Bompa, 1986; Enoka, 1988; Wil-more e Costill, 1988; Fleck e Kraemer, 1997 apud Monteiro 1997). Além do nível de aptidão do praticante, o tipo de força a ser trabalhada exerce uma influência direta na determinação das intensidades de esforço requeridas. Logo, quando se seleciona a carga, a última repetição deve ser executada com um pouco mais de dificuldade; caso ela seja fácil de executar, deve-se aumentar a sobrecarga, pois só assim consegue-se o fortalecimento muscular (Andreson e colaboradores 1995; Pollock e colaboradores 1986 e Leighton, 1987). OBSERVAÇÃO: Segundo Monteiro (1997), cargas extremamente elevadas predispõem o executante a um maior risco de lesões, implicando em maiores cuidados durante a condução dos exercícios. Por isso, a evolução na sobrecarga deve ser lenta e progressiva. Uma conduta que deve ser observada para aumentar a segurança no treinamento diz respeito à técnica de movimento. Cargas mais elevadas só devem ser prescritas quando o praticante conseguir mobilizá-las perfeitamente. Segundo este mesmo autor não é necessário realizar testes de 1 RM para determinar o percentual de cargas a ser trabalhado. Um procedimento interessante é estabelecer o número máximo de repetições a serem executadas. 13.7 Velocidade de Execução Segundo Gentil (2005) velocidade de execução é o tempo que se leva para completar cada fase de uma repetição. A velocidade é uma variável crítica no treinamento de força. O treinamento para a força máxima e hipertrofia muscular exigem uma velocidade de execução dos exercícios lenta; para a resistência muscular a velocidade de execução é média, e para a potência ou força explosiva os exercícios devem ser executados de forma explosiva/rápida. 68 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Esta definição utilizada para designar a velocidade dos movimentos como; rápida, lenta, média e explosiva gera muita confusão, pois o que é rápido para um indivíduo pode ser interpretado como lenta para outro e vice-versa. (Poliquin 1997 apud Gentil, 2005 determina a velocidade em quatro dígitos, o primeiro para a fase excêntrica; o segundo é a transição para a fase excêntrica e concêntrica; o terceiro determina a velocidade para a fase concêntrica o último a transição para a fase concêntrica e início da fase excêntrica. O quadro abaixo exemplifica esta descrição. EXERCÍCIOS SÉRIES REPETIÇÕES INTERVALO VELOCIDADE SUPINO 3-4 10-12 60-90” 4020 Agachamento 3-4 10-12 60-90” 4020 Podemos traduzir a velocidade 4020 da seguinte forma: 4 – quatro segundos para realizar a fase excêntrica; 0 – zero significa que não há pausa entre o término da fase excêntrica e o início da fase concêntrica; 2 – caracteriza que a fase concêntrica deve levar dois segundos para ser realizada; 0 - Significa que ao término da fase concêntrica, realiza-se a fase excêntrica imediatamente. Muitos autores atribuem a hipertrofia ao tempo em que o músculo permanece sob tensão e não somente a determinados algarismos. Uma série de 10 repetições, por exemplo, pode ser realizada em 10 segundos, 40 segundos ou 2 minutos. Verkhoshansky (2000) e Poliquin (1997) referem-se há tempos entre 20-40 segundos e 60-70 segundos respectivamente de execução como ideais para ganhos de massa muscular, em cada série no treinamento de força. IMPORTANTE: A velocidade de execução, a carga utilizada, tempo de pausa, amplitude de execução, podem ocasionar notáveis diferenças entre a interação de volume e intensidade de treinamento. 69 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 13.8 Número de Séries Uma série é um número de repetições por exercício seguido por um intervalo de descanso. Exemplo: 3 x 8 (três séries de oito repetições). O número de séries depende do número de exercícios, dos grupamentos musculares em questão, fase de treinamento em que se encontra o aluno e do tipo de força: a. Séries básicas = 1 a 2 séries por exercício b. Intermediárias = de 3 a 4 séries por exercícios c. Avançada = mais de 5 séries De acordo com (Baechle e Groves 2000, Fleck e colaboradores 1999) existe alguma controvérsia quanto ao fato de séries múltiplas (2 ou mais) serem melhores do que séries únicas, para desenvolver força, hipertrofia e/ou resistência muscular. O sistema de série única pode ser utilizado e bem assimilado por iniciantes. O treinamento de 1 série funciona bem durante os primeiros estágios 10 semanas, (Baechle & Groves 2000) já (Fleck e colaboradores1999) destacam que o sistema de série única pode ser utilizado, e bem assimilado por iniciantes durante o período de 6 - 12 treinos e na fase de manutenção. Este tipo de treino pode aumentar a força em indivíduos não treinados, mas não implica em alterações fisiológicas mais complexas, sendo que existe uma crescente evidência a favor de séries adicionais nos estágios mais avançados do treinamento. Séries múltiplas proporcionam um estímulo melhor, pois recrutam mais unidades motoras. “Quando três ou mais séries são realizadas, a probabilidade de recrutar fibras adicionais torna-se maior”. Um princípio importante a ser considerado no treinamento resistido é que não se deve treinar o mesmo grupo muscular dois dias seguidos (Andreson e colaboradores 1995). O intervalo de 48 a 72 horas, dependendo da intensidade do treino, é necessário para que os músculos se adaptem a sobrecarga imposta (Weider, 1986). 70 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 13.9 Intervalo Recuperativo Entre as Séries O período de descanso entre as séries e exercícios está diretamente relacionado à duração e intensidade do esforço, pois tem influência direta na recuperação da ATP-CP e nas concentrações de lactato sangüíneo (Monteiro, 1997; Kisner, 1992 e Fleck e colaboradores 1999). Períodos curtos de descanso de até 1'estão associados ao aumento da concentração de lactato sangüíneo e a fadiga, já períodos mais longos, 1'- 3', reduzem a demanda metabólica. Conforme Baechle e Groves (2000), períodos de descanso mais longos entre as séries proporcionam tempo para que os “energizantes” (fosfatos) da contração muscular se reconstruam, possibilitando que os músculos exerçam maior força. Os exercícios com curtos períodos de descanso e altas intensidades devem ser introduzidos lentamente visando à adaptação fisiológica de tamponamento de ácido-básico ( Fleck e colaboradores 1999). Segundo o American College of Sports Medicine (2002) três minutos de intervalo entre as séries seriam ideais para programas que tem como objetivo a força muscular, e um a dois minutos para outros objetivos como hipertrofia e resistência muscular. De acordo com BOMPA (2001), um descansocompleto por 30 segundos restaura aproximadamente 50% do ATP e CP gasto; Um intervalo de um minuto entre várias séries de 15 a 20 repetições é insuficiente para restaurar a energia muscular e permitir a execução de alta tensão muscular; Um intervalo de 3 a 5 minutos ou mais permite uma reposição quase completa de ATP/CP. 13.10 Intervalo Recuperativo Entre Séries e Número de Repetições Kraemer (1997) observou que intervalos de três e cinco minutos no exercício SUPINO mostraram-se efetivos na manutenção do número de RM em três séries com cargas de 10 RM, no entanto, 30 segundos a um minuto de descanso não foram suficientes para a manutenção do número de RM com a mesma intensidade utilizada. 71 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Richmond e Godard (2004) observaram que, para cargas de 12 RM, intervalos de três e cinco minutos não foram suficientes. Neste estudo intervalos de três e cinco minutos permitiram que fossem realizadas entre 8 e 10 RM, sendo com um minuto a queda na quantidade de RM ainda maior, sendo realizadas em torno de 6 RM. Posteriormente, Willardson e Burkett (2005, 2006) se propuseram a analisar influência de diferentes intervalos sobre o número de RM no SUPINO e no AGACHAMENTO em dois estudos. No primeiro estudo de Willardson e Burkett (2005) foram realizadas quatro séries com cargas de 8 RM e intervalos de um, dois e cinco minutos em cada exercício, e no segundo estudo dos mesmos autores (WILLARDSON & BURKETT, 2006) foram realizadas cinco séries com cargas de 15 RM e intervalos de 30 segundos, um e dois minutos. Em ambos os estudos foram observados diminuições significativas no número de RM da primeira para as séries seguintes, mesmo quando utilizado o intervalo de cinco minutos, já demonstrado em estudos anteriores como efetivo na manutenção deste número. IMPORTANTE: Todos os estudos citados analisaram exercícios multiarticulares. Mas como seria o comportamento em mono articulares? Simão e colaboradores (2006) realizaram experimentos incluindo, além de o exercício SUPINO os exercícios mono articulares cadeira extensora e rosca bíceps. Neste estudo foram utilizados intervalos de 45, 90 e 120 segundos e aplicadas cargas de 10 RM para execução de três séries, em cada um dos exercícios. Apesar de terem sido incluídos exercício mono articulares, o comportamento dos números de RM realizados durante a evolução das séries nos três exercícios sofreu quedas similares. Novaes e colaboradores (2006) verificaram a influência de 2 minutos de recuperação entre séries sobre o número de repetições máximas em exercícios mono e biarticulares. 72 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O estudo teve como objetivo verificar o efeito da utilização de 2 minutos de intervalo entre séries nos exercícios supino horizontal (SUP) e tríceps pulley (TRI) sobre o número de repetições máximas (RM) realizado com cargas de 8 RM. Participaram do estudo 13 homens treinados (24 ± 3 anos; 76,5 ± 12 kg; 179 ± 6). Os protocolos de treinamento do SUP e do TRI foram realizados em dias diferentes, sendo executadas três séries até a falha muscular concêntrica, com intervalos de recuperação entre as séries de 2 minutos. Este resultado sugere que o intervalo entre séries tem mesma influência sobre o número de RM na realização de exercícios biarticulares e monoarticulares. A queda no número de RM com a progressão das séries pode ser associada ao fato de que todas as séries nos exercícios utilizados foram realizadas em regime de falha muscular concêntrica. A falha muscular concêntrica é caracterizada pela última repetição de uma série até a fadiga, sem que ocorra o rompimento da técnica correta de execução do exercício (Fleck e Kraemer, 2006). Apesar do uso de repetições até a falha concêntrica se mostrar mais eficaz para melhora da potência, força e hipertrofia muscular (Drinkwatere colaboradores 2005), parece não haver muita preocupação com este fator na prescrição de protocolos de treinamento na maioria das academias de musculação. Normalmente, na prescrição de exercícios em musculação são estipulados a intensidade de carga, o número de repetições e o intervalo entre séries. Apesar disto, na maioria dos casos o intervalo não permite a recuperação plena das fontes energéticas. Como conseqüência a intensidade de carga acaba sendo subestimada, pois o praticante tenderá a manter o número de repetições prescrito. Isto provavelmente proporcionará a realização de números exatos de repetições submáximas, caracterizando um trabalho de menor intensidade do que se fossem realizadas todas as séries até a falha, o que, como já vimos anteriormente, seria mais proveitoso para o desenvolvimento da força e da hipertrofia. 73 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 14. PROTOCOLOS DE TREINAMENTO Protocolo de Treinamento segundo Bompa(2001) % CARGA VELOCIDADE INTERVALO APLICAÇÃO >105 (excêntrico) Lenta 4-5 minutos Melhorar força máxima e tônus muscular 80-100 Lenta a Média 3-5 minutos Melhorar a força máxima e tônus muscular 60-80 Lenta a Média 2 minutos Melhorar a hipertrofia muscular 50-80 Rápida 4-5 minutos Melhor potência 30-50 Lenta a Média 1-2 minutos Melhorar a RML Recomendações Básicas para a Elaboração do Treinamento de Força em Crianças e Adolescentes Idade Considerações 9-11 • Iniciar a criança em exercícios básicos; ensinar as técnicas dos exercícios; progredir a partir de exercícios que utilizem o peso corporal como resistência, realizar os exercícios levemente resistidos, manter um baixo volume de treinamento; realizar uma a duas séries nos exercícios com doze a quinze repetições; conduzir um exercício para cada grupamento muscular. 12-14 • Aumentar gradualmente o número de exercícios; manter os exercícios simples; aumentar vagarosamente o número de séries (duas a três); reduzir o número de repetições nos exercícios (dez a doze); monitorar cuidadosamente a tolerância ao estresse promovido pelo treinamento; enfatizar a 74 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores técnica do exercício; conduzir um a dois exercícios para cada grupamento muscular; introduzir exercícios mais avançados com pequenas/moderadas resistências. 15-16 • Progredir para programas de exercícios mais avançados; enfatizar as técnicas de exercício; aumentar o número de séries (três a quatro); reduzir o número de repetições (oito a doze); continuar monitorizando a tolerância ao treinamento; conduzir dois exercícios para cada grupamento muscular; incrementar as cargas de esforço, de moderadas para elevadas. 17 ou mais • Continuar a progressão na intensidade e no volume do treinamento, aumentando o número de séries (três a cinco), reduzindo o número de repetições (seis a dez) e aumentando o número de exercícios para cada grupamento conforme necessidades e objetivos do praticante. (Adaptado de Fleck e Kraemer, 1997) 15. MÉTODOS DE TREINAMENTO Segundo Rodrigues (2001), os métodos de treinamento contra resistência em geral enquadram-se em duas categorias: Os alternado por segmento e os localizados por articulação. Normalmente essas duas metodologias básicas, são executadas nos treinamentos com pesos livres ou aparelhos. 15.1 Métodos de Treinamento Alternado por Segmento O Treinamento Resistido com Pesos que utiliza a metodologia do treinamento alternado por segmentotem por objetivo evitar a fadiga muscular precoce. Sendo recomendada para alunos iniciantes que nunca praticaram 75 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores musculação ou que já praticaram mais estão parados a tempo, sendo assim estes indivíduos possuem maior susceptibilidade à fadiga e lesão muscular. O método do treinamento em circuito também possui estas características, e, portanto pode ser utilizado nesta fase de treinamento. IMPORTANTE: Este método pode ser utilizado por indivíduos que tem por objetivo a melhora da qualidade de vida/saúde, bem como para pessoas que treinam em dias alternados. Dois ou três dias por semana onde é inviável utilizar um treinamento com um maior volume e intensidade por grupamento muscular. Exemplo: (A) Método Alternado por Segmento 3 x por semana em dias alternados, ou seja, segunda/quarta/sexta. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Peito Costas Membros Inf. Ombro Tríceps Bíceps Descanso Peito Costas Membros Inf. Ombro Tríceps Bíceps Descanso Peito Costas Membros Inf. Ombro Tríceps Bíceps Progressão do treinamento: Primeira semana 1 série de 12 a 15 repetições com intervalo recuperativo de 60 a 90 segundos e velocidade 2020 Segunda semana 2 séries de 12 a 15 repetições com intervalo recuperativo de 60 a 90 segundos e velocidade 2020 Terceira semana 3 séries de 12 a 15 repetições com intervalo recuperativo de 60 a 90 segundos e velocidade 2020 76 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Observação: terça e quinta descanso. Como pode ser observado na progressão do treinamento a cada semana é adicionado uma série, promovendo aumento da sobrecarga de maneira gradativa, não expondo o cliente a risco de lesões e dor muscular tardia. Aconselhamos um exercício por grupamento muscular, com exceção dos membros inferiores que pode ser utilizado um exercício para quadríceps, um para tibiais e um para panturrilha. Ao final da terceira semana é finalizada a fase de adaptação e a partir da quarta semana é iniciada uma nova fase de adaptação enfatizando o objetivo específico do cliente. IMPORTANTE: A escolha dos exercícios vai depender da estrutura da academia, número de exercícios e condicionamento físico de cada cliente. 15.2 Métodos de Treinamento Localizado por Articulação Parcelado As prescrições de programa que seguem essa metodologia, normalmente são utilizadas para alunos que já passaram pela fase de adaptação/iniciante. Portanto, para indivíduos que se encontram na fase intermediária e, que tenham disponibilidade mínima de treinamento de três vezes por semana. Porém esta metodologia pode ser utilizada em freqüência de duas vezes semanais dependendo dos objetivos do aluno. Nesta fase completam-se todos os exercícios para o mesmo grupamento muscular e conseqüentemente as repetições e séries do primeiro exercício antes de passar para o exercício seguinte, dentro do mesmo grupo muscular. Ao utilizar essa metodologia, com o objetivo de hipertrofia, condicionamento físico, emagrecimento normalmente são utilizados os exercícios que atuam em grandes grupos musculares antes dos pequenos. É importante ressaltar que o inverso pode ser utilizado no sistema da prioridade muscular. Exemplo: (B) Método Localizado por Articulação Divisão Dupla (A/B) Parcelado 4 x Semanais com o Objetivo de Hipertrofia Muscular. 77 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira A B XXXXXXXXX A B Peito Costas Peito Costas Ombro Pernas Ombro Pernas Tríceps Bíceps Tríceps Bíceps O exemplo (B) é em relação ao aluno do exemplo (A) que já realizou três semanas de adaptação, e entra em uma fase considerada intermediária. É importante ressaltar que é necessário um novo período de adaptação ao encontro do tipo de força utilizado neste período (Hipertrofia Muscular). Embora o cliente tenha disponibilidade para treinar cinco vezes por semana o treinamento foi confeccionado para quatro treinos semanais. Progressão do Treinamento: Nas primeiras duas semanas sugerimos duas séries de 10 a 12 repetições com intervalo recuperativo de “60/90” e velocidade 4020. A partir da terceira semana acrescentamos mais uma série para todos os exercícios, promovendo deste modo um aumento de volume e intensidade gradativos. Duração média deste treino dois meses. Uma pergunta pode ser feita, como realizar o aumento das cargas de treino? Um método interessante e prático é conscientizar o aluno que cada vez que o mesmo conseguir realizar o número máximo de repetições com a técnica perfeita, intervalo recuperativo e velocidade de execução determinados no treino, o aumento da carga deverá ser ajustado/aumentado. Outros tipos de parcelamento podem ser elaborados, veremos a seguir um exemplo de como podemos fazê-lo para um ciclo de treinamento que compreende cinco dias por semana. Continuaremos denominando arbitrariamente A e B para cada programa de treino. T.R. = Tempo de recuperação. Exemplo: (C) Método Localizado por Articulação Divisão Dupla (A/B) Parcelado 5 x Semanais com o Objetivo de Hipertrofia Muscular. Primeira semana 78 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira A B A B A Peito Costas Peito Costas Peito Ombro Pernas Ombro Pernas Ombro Tríceps Bíceps Tríceps Bíceps Tríceps Segunda semana Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira B A B A B Costas Peito Costas Peito Costas Pernas Ombro Pernas Ombro Pernas Bíceps Tríceps Bíceps Tríceps Bíceps No que diz respeito ao tempo de recuperação entre as sessões de treinamento, os ciclos de cinco dias por semana proporcionam um período de recuperação menor que os ciclos de quatro vezes por semana, mas sempre superior aos de seis dias Rodrigues (2001). Particularmente não sugerimos a divisão dupla A/B para mais de quatro dias de treino por semana, já que existem outros métodos de treino que se adéquam melhor a esta rotina, como por exemplo: treinar dois grupos musculares por dia. Exemplo: (D) Método Localizado por Articulação Divisão Tripla (A/B/C) Parcelado 5 x Semanais com o Objetivo de Hipertrofia Muscular. Primeira semana Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira A B C A B Peito Costas Pernas Peito Costas Tríceps Bíceps Ombro Tríceps Bíceps Segunda semana 79 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira C A B C A Pernas Peito Costas Pernas Peito Ombro Tríceps Bíceps Ombro Tríceps Terceira semana Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira B C A B C Costas Pernas Peito Costas Pernas Bíceps Ombro Tríceps Bíceps Ombro Quarta semana idem a primeira semana IMPORTANTE: A musculatura abdominal, lombar e panturrilha por serem músculos posturais se adaptam bem quando treinadas todos os dias. -------------FIM DO MÓDULO III-------------