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Livro Texto - Unidade I

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Prévia do material em texto

Autores: Prof. André Setti Persiane
 Prof. Cristiano Schiavinato Baldan
 Profa. Juliana Barbosa Corrêa
Colaboradoras: Profa. Roberta Pasqualucci Ronca
 Profa. Kelly Cristina Sanches
Eletroterapia
Professores conteudistas: André Setti Persiane / Cristiano Schiavinato Baldan / 
Juliana Barbosa Corrêa
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P466e Persiane, André Setti.
Eletroteparia / André Setti Persiane. Cristiano Schiavinato 
Baldan. Juliana Barbosa Corrêa. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
172 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Corrente. 2. Dor. 3. Fisiologia. I. Persiane, André Setti. II. Baldan, 
Cristiano Schiavinato. III. Corrêa, Juliana Barbosa. IV. Título.
CDU 615.84
U510.59 – 21
André Setti Persiane
Graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário São Camilo (2015); com 
especialização em Fisioterapia Musculoesquelética pela Faculdade de Ciências 
Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSC-SP), em 2016, e Fisioterapia Esportiva 
pela Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva/Conselho Federal de Fisioterapia 
e Terapia Ocupacional (Sonafe/Coffito), em 2018; e mestre em pesquisa em cirurgia 
também pela FCMSC-SP (2019), cuja dissertação demonstrou associação de recursos 
de eletroterapia com reabilitação de pé e tornozelo.
Tem experiência com recursos de eletrotermofototerapia, reabilitação 
do pé e tornozelo, biomecânica e cinesioterapia. Fisioterapeuta com atuação 
em Fisioterapia ortopédica, traumatológica e esportiva desde 2015. A partir de 
2016, ministrou aulas sobre os recursos de eletrotermofototerapia, cinesioterapia, 
reabilitação ortopédica e esportiva e reabilitação do pé e tornozelo em 
faculdades em São Paulo e pelo Brasil. Foi coordenador técnico-científico na 
Clubfisio de 2018 a 2019.
É professor adjunto do curso de Fisioterapia da Universidade Paulista 
(UNIP) e sócio proprietário/fisioterapeuta em seu consultório particular, onde 
atua principalmente nas disfunções de pé e tornozelo. Professor convidado em 
cursos de pós-graduações voltados para fisioterapia ortopédica, traumatológica 
e esportiva da Faculdade Inspirar (São Paulo/SP, Cuiabá/MT, Sinop/MT, Vitória/ES, 
Curitiba/PR e Porto Velho/RO), da Faculdade do Bico do Papagaio/PhysioCursos, 
Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Goiás, e da Faculdade de Ciências 
Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Cristiano Schiavinato Baldan
Bacharel em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), 
em 2001, e em Direito pela Universidade Paulista (UNIP), em 2018. Especialista em 
Fisioterapia Motora pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São 
Paulo (ISCMSP), em 2002; mestre, em 2005, e doutor, em 2013, em Ciências 
(Fisiopatologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (USP), teve a 
eletrotermofototerapia como mote da sua monografia apresentada no curso de 
especialização e no doutorado.
Atualmente, é diretor e professor dos cursos de pós-graduação lato sensu do 
Instituto Imparare e diretor adjunto do Instituto de Ciências da Saúde, desde 2012. 
Na UNIP, é coordenador geral do curso de Fisioterapia e coordenador da Clínica 
de Fisioterapia (campus Alphaville), desde 2003, membro fundador do Comitê de 
Ética no Uso de Animais (Ceua-UNIP) e professor dos cursos de pós-graduação 
lato sensu em Fisioterapia Ortopédica e Esportiva, desde 2002. Também é 
membro honorário da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia 
(Anafiq), membro do corpo editorial do Journal of the Health Sciences Institute, 
do International Journal of Sports Medicine e da revista Fisioterapia e Pesquisa e 
avaliador da escala PEDro.
É fisioterapeuta ortopédico-funcional e esportivo desde 2000. Atuou como 
preceptor de fisioterapia ortopédica e traumatológica no Hospital do Ipiranga 
por 10 anos, assim como foi professor dos cursos de Fisioterapia e supervisor de 
estágios da Unicapital, Unisa, Unicid e Faculdade Mario Schenberg entre 2001 
e 2012. Participou de inúmeros eventos científicos nacionais e internacionais, 
ministrou aulas em pós-graduações em todos os estados brasileiros e publicou 
inúmeros artigos nacionais e internacionais sobre o assunto.
Juliana Barbosa Corrêa
Graduada em Fisioterapia pela Universidade Paulista (UNIP), em 2004, 
especialista em Fisioterapia Motora Ambulatorial e Hospitalar Aplicada à 
Neurologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 2007, e tem 
aperfeiçoamento em Cirurgia Plástica pela Unifesp. Mestra em Fisioterapia pela 
Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), em 2014, formada no Conceito Bobath 
pela Abradimene (Associação Brasileira para o Desenvolvimento e Divulgação do 
Conceito Bobath), em 2009, e certificada em Pilates pela Metacorpus Pilates.
Professora de estágio na Clínica de Fisioterapia da UNIP desde 2014, é 
docente do curso de Fisioterapia na mesma instituição desde 2013 e também nos 
cursos de pós-graduação do Instituto Imparare, Biocursos e Faculdade Inspirar nas 
áreas de neurologia e agentes eletrofísicos.
Possui diversos artigos publicados em revistas nacionais e internacionais, 
é revisora de periódicos internacionais na área e membro da International 
Association for the Study of Pain (Iasp).
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Jacinara Albuquerque
 Lucas Ricardi
Sumário
Eletroterapia
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ELETRICIDADE E SUAS RELAÇÕES COM 
A ELETROTERAPIA ................................................................................................................................................ 13
1.1 Eletricidade: conceito ......................................................................................................................... 13
1.1.1 Carga elétrica ........................................................................................................................................... 13
1.1.2 Íons ............................................................................................................................................................... 15
1.1.3 Cátodos e ânodos ................................................................................................................................... 15
1.1.4 Campo elétrico ......................................................................................................................................... 16
1.1.5 Voltagem .................................................................................................................................................... 16
1.1.6 Corrente elétrica .....................................................................................................................................17
1.1.7 Condutores e isolantes ......................................................................................................................... 18
1.1.8 Resistência e condutância .................................................................................................................. 18
2 CLASSIFICAÇÃO DAS CORRENTES ELÉTRICAS TERAPÊUTICAS ...................................................... 19
2.1 Tipos de correntes eletroterapêuticas .......................................................................................... 19
2.1.1 Corrente contínua .................................................................................................................................. 19
2.1.2 Corrente alternada ................................................................................................................................. 20
2.1.3 Corrente pulsada ..................................................................................................................................... 20
2.2 Características descritivas das correntes alternadas e pulsadas ....................................... 21
2.2.1 Número de fases ..................................................................................................................................... 22
2.2.2 Simetria ....................................................................................................................................................... 23
2.2.3 Equilíbrio .................................................................................................................................................... 24
2.2.4 Forma ........................................................................................................................................................... 25
2.3 Descrição de correntes pulsadas ou alternadas por meio das 
características qualitativas ...................................................................................................................... 26
2.4 Características descritivas das correntes alternadas e pulsadas ....................................... 27
2.4.1 Características de pulsos únicos ....................................................................................................... 27
3 CORRENTE GALVÂNCIA OU CORRENTE DIRETA TERAPÊUTICA ..................................................... 30
3.1 Efeitos fisiológicos e terapêuticos da corrente galvânica ou corrente direta ............. 31
3.1.1 Estimulação sensorial ............................................................................................................................ 31
3.1.2 Hiperemia ................................................................................................................................................... 32
3.1.3 Eletrotônus ................................................................................................................................................ 32
3.1.4 Analgesia .................................................................................................................................................... 32
3.1.5 Cicatrização ............................................................................................................................................... 32
3.1.6 Destruição de tecidos ............................................................................................................................ 33
3.2 Iontoforese .............................................................................................................................................. 33
3.2.1 Mecanismo de ação ............................................................................................................................... 34
3.2.2 Efeitos colaterais ..................................................................................................................................... 36
3.2.3 Cuidados e contraindicação da corrente direta e da iontoforese ....................................... 37
3.2.4 Procedimentos de aplicação da corrente direta ........................................................................ 38
4 CORRENTES DIADINÂMICAS DE BERNARD .......................................................................................... 41
4.1 Conhecendo as correntes diadinâmicas ..................................................................................... 41
4.2 Efeitos fisiológicos e terapêuticos das correntes diadinâmicas ........................................ 43
4.2.1 Difásica fixa (DF) ...................................................................................................................................... 43
4.2.2 Longos períodos (LP).............................................................................................................................. 44
4.2.3 Curtos períodos (CP) .............................................................................................................................. 45
4.2.4 Monofásica fixa (MF) ............................................................................................................................. 46
4.2.5 Ritmo sincopado (RS) ............................................................................................................................ 47
4.3 Dosimetria das correntes diadinâmicas ...................................................................................... 47
Unidade II
5 FISIOLOGIA DA DOR ....................................................................................................................................... 54
5.1 Introdução ............................................................................................................................................... 54
5.2 Epidemiologia da dor .......................................................................................................................... 54
5.2.1 Dor aguda .................................................................................................................................................. 54
5.2.2 Instrumentos de avaliação da dor ................................................................................................... 57
5.2.3 Dor crônica ................................................................................................................................................ 58
5.3 Impactos da dor crônica .................................................................................................................... 61
5.3.1 Dor crônica na função física e atividades diárias ...................................................................... 62
5.3.2 Dor crônica na qualidade de vida .................................................................................................... 62
5.3.3 Dor crônica e sono ................................................................................................................................. 63
5.3.4 Dor crônica nas atividades laborais................................................................................................. 63
5.3.5 Dor crônica na vida social e familiar .............................................................................................. 63
5.4 Fisiopatologia da dor crônica .......................................................................................................... 63
5.5 Sensibilização periférica .................................................................................................................... 64
5.6 Sensibilização central ......................................................................................................................... 64
5.7 Dor aguda versus dor crônica ......................................................................................................... 65
5.8 Educação em neurociência da dor ................................................................................................ 66
5.8.1Educação e compreensão .................................................................................................................... 68
6 ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS) ........................................................ 69
6.1 Definição .................................................................................................................................................. 70
6.2 Aplicação clínica da TENS ................................................................................................................. 70
6.3 Teorias sobre analgesia por TENS ................................................................................................... 72
6.4 Principais indicações da TENS na prática clínica .................................................................... 74
6.5 Princípios físicos ................................................................................................................................... 75
6.5.1 TENS convencional (de alta frequência) ........................................................................................ 76
6.5.2 TENS acupuntura (de baixa frequência) ........................................................................................ 76
6.5.3 TENS breve-intensa ................................................................................................................................ 76
6.6 Contradições da TENS ......................................................................................................................... 78
6.7 TENS na prática clínica....................................................................................................................... 80
6.8 TENS e dor crônica ............................................................................................................................... 80
6.8.1 Dor lombar crônica ................................................................................................................................ 81
6.8.2 Dismenorreia primária .......................................................................................................................... 82
6.8.3 Osteoartrite do joelho ........................................................................................................................... 82
6.8.4 Dor pós-operatória aguda ................................................................................................................... 83
6.9 CORRENTE INTERFERENCIAL ............................................................................................................ 84
6.9.1 Definição .................................................................................................................................................... 84
6.9.2 Vantagens da corrente interferencial ............................................................................................. 85
6.9.3 Parâmetros ajustáveis ........................................................................................................................... 85
6.9.4 Mecanismo de analgesia...................................................................................................................... 89
6.9.5 Tempo de aplicação ............................................................................................................................... 90
6.9.6 Contraindicações .................................................................................................................................... 90
Unidade III
7 CORRENTES ELÉTRICAS ................................................................................................................................. 96
7.1 Parâmetros de eletroestimulação e a sua relação com a fisiologia ................................. 97
7.2 Mecanismo de ação ...........................................................................................................................107
7.2.1 Fortalecimento em músculos saudáveis ......................................................................................109
7.2.2 Fortalecimento em músculos fracos .............................................................................................109
7.2.3 Facilitação do controle muscular ...................................................................................................109
7.2.4 Substituição de órteses ...................................................................................................................... 110
7.2.5 Controle da espasticidade ................................................................................................................. 110
7.2.6 Alterações na estrutura e nas propriedades do músculo ......................................................111
7.2.7 Efeitos sobre o metabolismo muscular e fluxo sanguíneo .................................................. 112
8 APARELHO GERADOR DE CORRENTE EXCITOMOTORA DE BAIXA FREQUÊNCIA ..................112
8.1 Características físicas ........................................................................................................................112
8.2 Eletroestimulação em condições neurológicas ......................................................................116
8.2.1 Subluxação do ombro após acidente vascular cerebral ........................................................ 116
8.2.2 Funcionalidade do membro superior ............................................................................................ 117
8.2.3 Funcionalidade dos membros inferiores ..................................................................................... 118
8.2.4 Controle da espasticidade ................................................................................................................. 118
8.2.5 Tratamento da escoliose ....................................................................................................................119
8.3 Eletroestimulação em condições musculoesqueléticas ......................................................120
8.3.1 Tratamento conservador e pós-operatório de reconstrução do 
ligamento cruzado anterior do joelho ....................................................................................................121
8.3.2 Síndrome da dor femoropatelar .................................................................................................... 122
8.3.3 Artrite degenerativa ou osteoartrose de joelho ...................................................................... 122
8.3.4 Substituição total da articulação .................................................................................................. 123
8.3.5 Músculos intrínsecos do pé ............................................................................................................. 124
8.4 Corrente russa .....................................................................................................................................126
8.4.1 Características físicas ......................................................................................................................... 126
8.5 Utilização da corrente russa em condições ortopédicas ....................................................129
8.5.1 Tratamento conservador e pós-operatório de reconstrução do ligamento 
cruzado anterior do joelho ......................................................................................................................... 129
8.5.2 Substituição total da articulação .................................................................................................. 130
8.6 Utilização da corrente russa em condições cardiorrespiratórias ....................................130
8.6.1 Treino respiratório em pacientes com DPOC ............................................................................ 130
8.7 Corrente aussie ....................................................................................................................................1318.8 Indicações, precauções, contraindicações e prática segura do uso 
da eletroestimulação ................................................................................................................................135
8.8.1 Indicações ............................................................................................................................................... 135
8.8.2 Contraindicações ................................................................................................................................. 135
8.8.3 Precauções .............................................................................................................................................. 138
8.9 Prática segura da eletroestimulação ..........................................................................................140
8.10 Técnicas de aplicação .....................................................................................................................141
9
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina propõe apresentar os recursos físicos utilizados pela fisioterapia que alteram a 
transmissividade elétrica dos neurônios, proporcionando respostas fisiológicas e terapêuticas nos 
pacientes, por meio da aplicação de correntes elétricas que sensibilizam receptores em busca de melhora 
dos quadros clínicos.
Além disso, são feitas abordagens teóricas e práticas dos princípios da eletroterapia, bem como a 
diferenciação entre os diversos recursos elétricos disponíveis, para o estabelecimento de prioridades de 
tratamento, diante do diagnóstico dos pacientes. Os objetivos desta disciplina são:
•	 Mostrar os efeitos benéficos dos equipamentos eletroterapêuticos e introduzir elementos 
básicos de eletroterapia que permitam a formação de profissionais diferenciados, atentos às 
necessidades de seus pacientes e aptos a realizar diagnóstico e diferenciar, desse modo, qual 
recurso da eletroterapia é mais adequado para se obter maior eficácia de tratamento perante o 
caso clínico apresentado pelo paciente.
•	 Rever conceitos da eletrofísica.
•	 Apontar as alterações fisiológicas promovidas pela submissão corporal a um estímulo elétrico.
•	 Apresentar equipamentos eletroterapêuticos utilizados pela fisioterapia.
•	 Discutir os processos de reparação dos tecidos, frente às mais diversas lesões.
•	 Conhecer os mecanismos de ação, os efeitos fisiológicos, terapêuticos e adversos nas diversas 
formas de utilização da eletroterapia.
•	 Proporcionar aprendizado teórico-prático na utilização dos recursos elétricos.
•	 Capacitar o aluno para a utilização da eletroterapia perante condições patológicas do paciente.
•	 Facilitar a formação do fisioterapeuta no emprego da eletroterapia, como recurso promotor de 
saúde e bem-estar para o paciente.
INTRODUÇÃO
Neste livro-texto, aprenderemos sobre os recursos da eletroterapia.
Incialmente, vamos aprender sobre as principais propriedades eletrofísicas das correntes elétricas, 
pois isso fundamentará toda a compreensão dos efeitos promovidos pela passagem das correntes 
elétricas pelo corpo humano.
10
Na sequência, passaremos a estudar as principais correntes elétricas utilizadas pela fisioterapia. 
As primeiras sobre as quais discutiremos são as correntes polarizadas. Elas estão entre as correntes mais 
antigas utilizadas por profissionais da saúde. Assim, veremos a corrente galvânica e as correntes 
diadinâmicas de Bernard. Analisaremos suas características físicas, ações principais, mecanismos de 
ação, indicações terapêuticas e contraindicações. Ainda, teremos a oportunidade de estudar uma técnica 
específica conhecida por iontoforese. Diante disso, passaremos a estudar as correntes elétricas não 
polarizadas. Estas são mais recentes, confortáveis, apresentam menores riscos de queimaduras 
aos pacientes e, por isso, têm sido amplamente indicadas no dia a dia dos fisioterapeutas em 
todo o mundo.
Como parte dessas correntes são utilizadas com o objetivo de promover analgesia, teremos a 
oportunidade de revisitar conceitos muito importantes sobre a fisiologia da dor. Diante disso, 
passaremos a estudar as características físicas, ações principais, mecanismos de ação, indicações e 
contraindicações de:
•	 estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS);
•	 corrente interferencial;
•	 estimulação elétrica funcional;
•	 estimulação elétrica funciona (FES);
•	 estimulação elétrica neuromuscular (NMES);
•	 corrente russa;
•	 corrente aussie;
•	 terapia combinada.
Iniciaremos nossos estudos sobre os conceitos básicos em eletricidade, pois eles serão indispensáveis 
para a compreensão integral das indicações e efeitos das correntes elétricas no organismo humano. 
Além disso, aprenderemos a classificar as correntes eletroterapêuticas, tendo por base suas características 
físicas e descritivas, para, então, entender suas designações contemporâneas.
Aprenderemos, ainda, a diferenciar as características quantitativas das qualitativas das correntes elétricas.
Após conhecermos as bases eletroterapêuticas, passaremos a estudar duas correntes elétricas 
polarizadas que são utilizadas na fisioterapia: a corrente contínua (também chamada de corrente direta 
ou corrente galvânica) e a “família” das correntes diadinâmicas de Bernard.
Em seguida, estudaremos sobre a fisiologia da dor, já que o conhecimento dos mecanismos de dor, 
bem como sua fisiologia, tipos de dor e impactos da dor na vida dos pacientes, tornarão o conhecimento 
11
a base para o tratamento desse sintoma tão importante. Além disso, será indispensável para o estudo 
das correntes analgésicas que ocorrerão a seguir.
Então, estudaremos o tipo de estimulação TENS (estimulação elétrica nervosa transcutânea), que é 
uma corrente amplamente utilizada para analgesia e relaxamento muscular, apesar de ser utilizada com 
outras finalidades também na atualidade. A TENS é um tipo de estimulação com poucas contraindicações 
e que se trata de um tratamento de baixo custo, de fácil utilização, sem efeitos colaterais e que possui 
muitas evidências de resultados positivos para o alívio da dor.
Aprenderemos, ainda, sobre a corrente interferencial, que é amplamente utilizada em países da 
Europa, com o principal objetivo de gerar analgesia. A corrente interferencial é de média frequência, 
o que traz algumas vantagens na sua aplicação, tornando-a mais confortável e capaz de atingir 
tecidos mais profundos.
Por fim, iniciaremos nossos estudos sobre as principais correntes de estimulação elétrica neuromuscular. 
Aprenderemos a relacionar os principais parâmetros das correntes com a fisiologia neuromuscular, além 
de programá-los da maneira correta com base nas alterações fisiológicas do organismo. Além disso, 
aprenderemos sobre o manuseio dos aparelhos mais utilizados na prática clínica, desde o controle 
dos botões até as formas de aplicação nos pacientes, abordando também os principais parâmetros 
baseados na literatura.
Não podemos deixar de falar sobre como associar os exercícios ativos com as correntes de estimulação 
neuromuscular, visto serem fortes aliados. Estamos certos de que ao final dessa jornada, você, 
estudante, terá um arsenal terapêutico poderoso para auxiliar na reabilitação de seus pacientes.
Bons estudos!
13
ELETROTERAPIA
Unidade I
1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ELETRICIDADE E SUAS RELAÇÕES COM 
A ELETROTERAPIA
Mesmo que estejamos iniciando nossa caminhada pela linda estrada da eletroterapia, o nome que 
é dado aos recursos elétricos utilizados como fontes terapêuticas na fisioterapia são sugestivos de 
que utilizaremos as correntes elétricas para a solução de condições clínicas indesejadas, não é mesmo?
Naturalmente, para alguns estudantes da área da saúde (e acredite, não são poucos), pensar em 
rever conceitos físicos chega a assustar. Mas, neste capítulo, nós teremos a oportunidade de aprender 
os conceitos fundamentais em eletricidade de um forma bastante didática e voltada para a prática, para 
que você possa compreender essa matéria, em vez de memorizá-la.Mesmo nos momentos em que se fizerem necessárias apresentações de alguma fórmula (prometo 
que serão raríssimas essas ocasiões), serão dados exemplos que facilitarão a sua compreensão e, mais 
do que isso, faremos o possível para que você entenda como aquilo funciona na prática e qual a relação de 
importância daquele conceito com as aplicações clínicas que você fará do recurso.
1.1 Eletricidade: conceito
1.1.1 Carga elétrica
A carga elétrica, ou simplesmente carga, talvez seja o conceito mais importante que tenhamos que 
aprender nesse início de jornada. Mas, infelizmente, ao mesmo tempo é o mais complicado de explicar, 
porque ela é o que chamamos de propriedade fundamental ou propriedade básica. E o que é isso?
Propriedades fundamentais são aquelas presentes em corpos, matérias etc. que não podem ser 
vistas, mas que podem ter seus efeitos sentidos e/ou comprovados. Talvez fique mais fácil para 
você entender o que desejamos dizer se pensar em outros conceitos que também são propriedades 
fundamentais, como, por exemplo, a massa e o tempo.
Não conseguimos ver o tempo, mas sabemos que ele existe e que ele promove seus efeitos (isso fica 
mais claro quando olhamos para o RG e, em seguida, no espelho... como o tempo passa!).
Talvez fique mais fácil de entender o que é a carga elétrica se tentarmos defini-la de forma 
operacional, ou seja, demonstrando como ela age.
É bem possível que você já tenha visto alguém esfregar rapidamente uma régua plástica ou um 
pente no cabelo ou na roupa e, imediatamente após fazer isso, aproximar o objeto plástico de pequenos 
14
Unidade I
pedaços de papel picados deixados sobre uma mesa, por exemplo. Para quem nunca viu, sugiro que faça 
essa experiência.
Sem mesmo ter a necessidade de encostar a régua ou o pente nos pedaços de papel, ao aproximar a régua 
ou o pente, os papéis são atraídos, como um ímã, sendo possível ver esses pedacinhos aderirem ao objeto.
Os cientistas descreveram essa propriedade como eletricidade estática, que representa a manifestação 
da força de atração eletromagnética exercida pelas partículas “carregadas” presentes no pente ou na régua.
Em resumo, a carga elétrica pode ser definida como a propriedade básica da matéria carregada 
por algumas partículas elementares que governa como essas partículas são afetadas por um campo 
elétrico ou magnético.
Estudos mais recentes puderam demonstrar que existem dois tipos de carga elétrica na natureza e a 
elas foram dados os nomes de carga elétrica positiva e negativa.
Você deve se lembrar que os corpos são compostos por átomos e que esses átomos apresentam duas 
regiões: o núcleo e a eletrosfera:
0
00
0
+ +
++
-
-
-
-
Nêutron
Eletrosfera
Elétron
Próton
Núcleo
Figura 1 – O átomo: no centro, encontra-se o núcleo, formado pela presença de 
prótons (partículas positivas) e nêutrons (partículas neutras); na periferia, 
as linhas tracejadas demonstram a trajetória dos elétrons (partículas negativas)
No núcleo, encontramos os chamados prótons, que são elementos carregados com cargas elétricas 
positivas. Na periferia, temos a eletrosfera. Ela é composta por elétrons que são carregados negativamente. 
Esses elétrons movimentam-se em torno do núcleo o tempo todo.
Na figura, pode ser visto um átomo que apresenta quatro prótons e quatro elétrons, portanto, tem 
carga elétrica neutra. Contudo, cargas elétricas podem ser transferidas de um corpo para outro, mas elas 
não podem ser criadas. Assim, se um átomo perder um elétron para o ambiente ou outra molécula (sem 
modificar o número de prótons em seu núcleo), ele passará a ficar menos negativo ou mais positivo, 
enquanto o inverso é verdadeiro.
15
ELETROTERAPIA
No exemplo esquemático da figura, se o átomo perder um elétron, deixará de ser eletricamente 
neutro e passará a ser positivo.
1.1.2 Íons
Sempre que um átomo apresentar número diferente de prótons e elétrons, ele apresentará uma 
carga elétrica, negativa ou positiva, dependendo da prevalência de cargas elétricas dos elementos que 
o constituem e, nesse caso, ele é chamado íon.
Os íons positivamente carregados são chamados de cátions e os íons negativamente carregados são 
chamados de ânions.
É sabido que, na natureza, os corpos carregados por cargas diferentes sofrem atração, enquanto os 
corpos carregados por cargas iguais repelem-se.
1.1.3 Cátodos e ânodos
Substâncias e objetos também podem se tornar eletricamente carregados.
Vamos pensar sobre o que ocorre numa pilha. As reações químicas que acontecem em seu interior 
fazem com que um dos lados ganhe elétrons, enquanto o outro perde. Assim, o lado da pilha que 
ganhou íons negativos é chamado cátodo e o lado que ganhou íons positivos é chamado ânodo.
O cátodo e o ânodo são chamados de polos, ou seja, sempre que tivermos concentração de 
elementos carregados pelo mesmo tipo de carga elétrica (positivo ou negativo), teremos um polo. Mas a 
nomenclatura desses elementos, muitas vezes, gera muitas confusões aos estudantes, porque os nomes 
são semanticamente parecidos: cátion, cátodo, ânion, ânodo.
Para facilitar a sua memorização, tente se lembrar do seguinte: cátodo atrai cátion. Já sabemos que 
cátion é o íon positivo. Também, sabemos que cátodo é nome dado a um dos polos. Sabemos também 
que opostos se atraem. Logo, se cátodo atrai cátion e cátion é o íon positivo, o cátodo é o polo negativo.
O mesmo pensamento pode ser feito para o outro polo. Ânodo atrai ânion, pelos mesmos motivos 
expostos anteriormente.
O termo polaridade é utilizado para indicar a carga relativa dos terminais de um circuito elétrico. 
A capacidade de atração ou repulsão se dá porque é gerada uma força entre os corpos eletricamente 
carregados. Essa força (F) pode ser determinada experimentalmente e é expressa em coulombs.
Ela é proporcional à magnitude e ao sinal das cargas elétricas (q1 e q2) e inversamente proporcional 
ao quadrado da distância (r) entre elas, conforme determinado pela Lei de Coulomb:
Fa (q1 . q2)
r2
Na prática, o que essa equação quer dizer?
16
Unidade I
Primeiramente, que quanto maior for a carga elétrica de cada elemento envolvido, maior a força de 
atração e repulsão que existirá.
Além disso, quanto mais próximos estiverem os corpos, mais forte será a atração ou repulsão e 
vice-versa, sendo que, como na fórmula citada a distância está elevada ao quadrado, a sua influência 
sobre a magnitude da força é muito grande.
Por exemplo, se avaliarmos a força de atração entre dois corpos que se encontrem em uma 
determinada distância, ao afastarmos esse corpo para uma distância cinco vezes maior, a força de 
atração será 25 vezes menor, porque 5² é igual a 25.
1.1.4 Campo elétrico
O campo elétrico é o meio pelo qual as forças elétricas das partículas carregadas são transmitidas 
entre si e ele está representado a seguir:
+ - -
-
A) B)
Figura 2 – Representação das linhas do campo elétrico formado pela interação entre corpos 
de cargas opostas (A) ou iguais (B), refletindo a atração das partículas carregadas de maneira 
oposta e a repulsão entre as partículas carregadas iguais
1.1.5 Voltagem
Voltagem também é chamada de diferença de potencial elétrico ou força eletromotriz. Talvez o 
último sinônimo dado para voltagem seja aquele que mais facilmente nos ajude a entender o significado 
do termo. Vamos analisar a figura:
--—
d
Figura 3 – Representação esquemática do efeito da aproximação de dois objetos semelhantemente carregados: 
note que o objeto maior (à esquerda do leitor), carregado negativamente, manteve-se estático ao longo de 
todo o tempo; a repulsão criada com a aproximação do corpo esférico menor, também carregado 
negativamente, fez com que ele se deslocasse a uma distância “d”; à repulsão gerada capaz de 
movimentar o corpo esférico menor à distância “d” é dado o nome de voltagem ou força eletromotriz
17
ELETROTERAPIA
Nela, vemos um corpo grande, “A”, com muitas cargas elétricas positivas que interagem com o campo 
elétrico do corpo “B”. Considerando que o corpo “A” estáfixo, imóvel, e que o corpo “B” tem liberdade 
para se movimentar, com base no que já pudemos estudar, esperamos que o corpo “B” afaste-se do “A”, 
uma vez que ambos apresentam cargas elétricas de mesma polaridade. Essa movimentação dar-se-á 
porque existe uma força capaz de “empurrar” o corpo “B”, mudando a sua posição inicial. Mas qual é a 
distância que o corpo “B” vai percorrer?
Isso vai depender de algumas variáveis, como a massa do corpo “B”, das resistências que o ambiente 
vai impor ao movimento e, principalmente, da magnitude da força que o fará se movimentar.
Essa força é a voltagem e, por isso, ela é também chamada de força eletromotriz, ou seja, força 
elétrica que gera movimento.
Quando “B” se encontrava em sua posição inicial, a força de repulsão entre os corpos era tanta que 
era capaz de vencer as resistências externas e fazer com que houvesse a sua movimentação. Assim, 
podemos dizer que havia um grande potencial de gerar trabalho (movimento).
No “ponto final do deslocamento do corpo B”, ainda existe uma força de repulsão entre os corpos, 
mas, agora, já não mais suficiente para que “B” continuasse se movimentando, pois o potencial 
elétrico para gerar o movimento havia reduzido exponencialmente com o aumento da distância entre 
os corpos envolvidos.
A diferença de potencial existente entre os momentos inicial e final também é a voltagem (e essa é 
a explicação para que tenhamos mais esse sinônimo).
A unidade de medida de voltagem é o volt (V).
1.1.6 Corrente elétrica
A corrente elétrica, ou simplesmente corrente (representada pela letra “i”), nada mais é do que o 
movimento das partículas eletricamente carregadas.
Quando nos referimos à corrente elétrica passando por um fio elétrico, devemos imaginar uma série 
de elétrons movimentando-se do polo negativo em direção ao polo positivo.
Quando pensamos na transmissão elétrica que ocorre no corpo humano, devemos lembrar que as 
partículas eletricamente carregadas que se movimentam pelos líquidos corporais e que geram uma série 
de modificações biológicas que podem promover efeitos terapêuticos desejáveis são os íons.
Naturalmente, para que essas partículas eletricamente carregadas possam se movimentar, é 
fundamental que alguma força aja sobre elas, promovendo tal movimento. Essa força é a voltagem, 
causada pelos polos, com diferentes polaridades, que estarão em contato com a pele de nosso paciente.
Assim, sempre, os íons corporais (cátions e ânions), quando se encontrarem entre os polos positivo 
e negativo de um circuito elétrico formado pela posição de eletrodos no corpo humano, tenderão 
18
Unidade I
a mover-se para o cátodo ou para o ânodo, conforme os fundamentos das interações dos campos 
elétricos dos entes envolvidos nesse cenário.
Contudo, não podemos nos esquecer que essa movimentação das partículas eletricamente carregadas 
dependerá não só da existência de uma voltagem, mas também de variáveis dos tecidos que contêm os 
diferentes íons relativos à “permissividade” de movimentação desses íons em seus interiores.
Vamos comentar sobre essas características.
1.1.7 Condutores e isolantes
Os íons livres e dispersos nas soluções dos tecidos biológicos tenderão a movimentar-se se houver 
a interação de seus campos elétricos com os de outros corpos eletricamente carregados (outros íons ou 
polos de um circuito elétrico formado pela ação voluntária de um fisioterapeuta, quando aplica uma 
corrente eletroterapêutica).
Assim, dizemos que são condutores aqueles tecidos ricos em íons e que favorecem, em seu interior, 
a movimentação dessas partículas eletricamente carregadas. Que tipos de tecidos você acredita que são 
considerados bons condutores? Pense bem, pois você tem condições de responder a essa pergunta.
Um bom exemplo de tecido condutor é o músculo. Ele é rico em íons e líquido. Se você se lembrar 
da fisiologia da contração muscular, certamente vai entender o que eu quero dizer.
Outro tecido que é um excelente condutor é o nervoso. Não é para menos, afinal, a função dos 
nervos é conduzir potenciais de ação, ou seja, corrente elétrica. Nosso sistema nervoso nada mais é do 
que uma lindíssima e apaixonante circuitaria elétrica e, portanto, é de se esperar que ele tenha uma 
excelente capacidade de transmitir correntes elétricas.
Por outro lado, tecidos como a pele e, especialmente, a gordura, não são bons condutores. A gordura, 
inclusive, por não ter muita água, dificulta bastante da passagem da corrente elétrica e, por isso, pode 
ser considerada um tecido isolante.
1.1.8 Resistência e condutância
A magnitude do fluxo de carga é determinada não só pela voltagem, mas também pela facilidade 
relativa com a qual as partículas eletricamente carregadas poderão mover-se no material condutor.
Dessa forma, corpos ou tecidos que ofereçam maior resistência ao fluxo das partículas eletricamente 
carregadas, impondo-lhes maior objeção à movimentação, são conhecidos como resistores, e apresentam 
grande resistência (R). A unidade de medida da resistência é o ohm, ou ômio.
Inversamente, aqueles corpos ou tecidos que ofereçam menor resistência ao fluxo das partículas 
eletricamente carregadas, favorecendo suas movimentações, apresentam boa condutância (G). A unidade 
de medida da condutância é o mho (no Sistema Internacional de Unidades é o siemens).
19
ELETROTERAPIA
2 CLASSIFICAÇÃO DAS CORRENTES ELÉTRICAS TERAPÊUTICAS
Agora que você já conhece alguns termos importantes sobre as correntes elétricas, já podemos 
iniciar nossos estudos sobre uma porção especial delas: as correntes elétricas terapêuticas.
Esse recurso tem sido usado há centenas de anos. Obviamente, com o passar do tempo, novas 
correntes foram surgindo e, a partir de então, tornou-se necessário criar um sistema de classificação e 
designação delas, para que a comunicação entre os profissionais pudesse ser clara, sem deixar dúvidas 
acerca do tipo de corrente sobre a qual se fala.
Assim, na metade dos anos 1980, a Associação Americana de Fisioterapia, por meio de sua seção 
sobre eletrofisiologia clínica, apresentou um documento com orientações para descrições qualitativas e 
quantitativas das correntes eletroterapêuticas.
2.1 Tipos de correntes eletroterapêuticas
As correntes que são utilizadas para atingir objetivos terapêuticos na atualidade podem ser divididas 
em corrente contínua, corrente pulsada e corrente alternada. Naturalmente, somente a classificação por 
tipos de correntes não será suficiente para descrever exatamente sobre qual corrente estamos falando, 
por isso, mais a frente, vamos apresentar as características qualitativas e quantitativas, que podem nos 
ajudar a reconhecer essas correntes.
2.1.1 Corrente contínua
Conforme vimos anteriormente, corrente elétrica é o termo usado para designar o movimento de 
cargas eletricamente carregadas (elétrons ou íons) em direção ao polo que apresenta polaridade inversa 
à carga das partículas que nos referimos.
Na eletroterapia, os polos normalmente são criados pelos eletrodos. Quando esses eletrodos 
apresentam polaridade fixa, ou seja, quando um eletrodo é positivo, permanece assim ao longo de toda 
terapia, enquanto que o outro será negativo ao longo de todo o tratamento, os íons positivos serão 
atraídos pelo eletrodo de polo negativo (cátodo) e os íons negativos serão atraídos para o polo positivo 
(ânodo), conforme podemos observar na figura a seguir.
- -— +
Eletrodo negativo Eletrodo positivo
Figura 4 – Movimentação de partícula negativamente carregada entre dois eletrodos
20
Unidade I
Num sistema como o apresentado na figura, se mantivermos a voltagem (força eletromotriz) fixa 
após ligarmos o equipamento, teremos um fluxo contínuo das cargas eletricamente carregadas, sempre 
na mesma direção. Não havendo interrupções na voltagem, a corrente elétrica será contínua (por isso 
que ela recebe esse nome).
No dia a dia, é comum encontrar autores, clínicos e pesquisadores que chamam essa corrente de 
corrente direta ou, ainda, de corrente galvânica. Portanto não seesqueça: corrente contínua, corrente 
direta ou corrente galvânica são a mesma corrente. E entre os clínicos brasileiros, o termo mais 
comumente utilizado é o de corrente galvânica.
Considerando tudo o que dissemos, podemos definir a corrente contínua como o fluxo unidirecional, 
contínuo ou ininterrupto de partículas eletricamente carregadas.
2.1.2 Corrente alternada
Imagine, agora, que após ligar um circuito como aquele demonstrado na figura anterior que 
acabamos de estudar, os eletrodos passassem a inverter suas polaridades.
Se considerarmos tudo o que já estudamos, conseguiremos prever que as partículas eletricamente 
carregadas inverterão o sentido de seus movimentos, tão logo haja a inversão das polaridades dos eletrodos, 
afinal, já sabemos que as partículas com cargas elétricas opostas se atraem. Assim, teremos o surgimento 
da chamada corrente alternada. Não fica óbvio que esse é o termo mais adequado para essa corrente?
Se as partículas alternam as direções de movimento no circuito a cada momento em que os eletrodos 
invertem suas polaridades, corrente alternada é o nome perfeito que poderia ser dado para uma corrente 
com essas características. Por isso, é importante conhecer os conceitos e não somente memorizá-los. 
Assim, a construção de nosso conhecimento se torna simples, prazerosa e, com certeza, muito mais 
difícil de esquecer quando precisarmos apresentar aquilo que aprendemos.
Assim, corrente alternada é comumente definida como o fluxo bidirecional contínuo ou ininterrupto 
de partículas eletricamente carregadas.
2.1.3 Corrente pulsada
Se você analisar os dois tipos de correntes estudados anteriormente, perceberá que eles têm algo 
em comum: ambos se referem a fluxos contínuos ou ininterruptos de movimentação das partículas 
eletricamente carregadas.
Então surge a pergunta: será que existe alguma corrente elétrica cujo fluxo das partículas seja 
interrompido? Sim, existe.
Imagine que você esteja utilizando um equipamento que tenha a capacidade de, automaticamente, 
fazer algumas pausas na voltagem ou força eletromotriz. Quando a voltagem estiver inoperante, não 
haverá movimentos dos elétrons ou partículas eletricamente carregadas naquele sistema, ou seja, o 
aparelho continua ligado, mas por alguns momentos, não há fluxo de corrente.
21
ELETROTERAPIA
Assim fica fácil de entender que ora teremos corrente e ora não. Então, surge a corrente pulsada.
Dessa forma para que você tenha uma definição mais técnica, podemos dizer que corrente pulsada, 
que também é chamada de interrompida ou intermitente, é definida como fluxo uni ou bidirecional 
de partículas carregadas que periodicamente param por um período finito. Arrisco-me a dizer que, na 
atualidade, esse é o tipo de corrente mais frequentemente utilizado nas clínicas de fisioterapia do mundo.
2.2 Características descritivas das correntes alternadas e pulsadas
Agora que nós já estudamos os tipos de corrente, passaremos a olhar mais detalhadamente para 
algumas características daquelas que nos ajudarão a diferenciar uma corrente da outra na prática clínica. 
Para isso, é fundamental que tenhamos alguma oportunidade de representar esquematicamente cada 
tipo de corrente. Essa representação esquemática é dada a partir de um gráfico.
As coordenadas desse gráfico terão em sua abscissa, ou seja, na sua coordenada horizontal, o tempo; 
enquanto em sua ordenada (coordenada vertical), teremos a amplitude da corrente ou a sua voltagem.
A seguir, apresentamos a figura esquemática de uma corrente contínua:
Tempo
Corrente contínua, direta ou galvânica
Am
pl
itu
de
 d
e 
co
rr
en
te
Figura 5 – Corrente contínua, direta ou galvânica
Analisando essa figura, você percebe o motivo pelo qual as características descritivas, sobre as quais 
estudaremos neste capítulo, serão dirigidas às correntes alternadas e pulsadas.
Como observamos, a corrente contínua, pela definição já estudada, encerra em si todas as 
características desse tipo de corrente, ou seja, por se tratar de uma corrente de fluxo unidirecional das 
partículas eletricamente carregadas, não há interrupções, nem alterações da direção de movimento 
dessas partículas, de forma que o gráfico de uma corrente contínua sempre terá as características 
daquele apresentado na figura anterior.
Vamos, então, estudar as características descritivas das formas de onda da corrente pulsada da 
corrente alternada.
22
Unidade I
2.2.1 Número de fases
Como já estudamos, as partículas eletricamente carregadas movimentam-se em direção aos polos, 
cuja carga seja oposta a que a própria partícula carrega consigo.
Assim, nós chamaremos de fase o número de direções do movimento pelo qual as partículas 
eletricamente carregadas movem-se em um circuito elétrico. Para ficar mais claro, se não houver 
mudança da polaridade dos eletrodos, sabemos que os elétrons sempre se movimentaram no sentido do 
eletrodo negativo para o positivo.
Nesse caso, haverá apenas uma direção de movimento e, portanto, essa corrente será considerada 
monofásica (figura “A”, a seguir). Mas, se num determinado circuito ou numa determinada corrente 
elétrica houver a alteração da polaridade dos eletrodos, os elétrons ora se movimentarão em uma 
direção, ora em outra.
Por termos mudança na direção de movimento dos elétrons, essa corrente passará a ser considerada 
uma corrente bifásica. Considerando que o gráfico esquemático sobre as correntes elétricas traz em 
sua ordenada a variável amplitude de corrente, para representar a existência de inversão do sentido 
do movimento das partículas carregadas, é feita a apresentação de fases acima e abaixo da abscissa 
(coordenada do tempo), como pode ser visto na figura “B”, a seguir.
Am
pl
itu
de
 d
e 
co
rr
en
te
Am
pl
itu
de
 d
e 
co
rr
en
te
Tempo Tempo
A) Monofásica B) Bifásica
Figura 6 – Representação gráfica de correntes elétricas monofásica (A) e bifásica (B)
Importante salientar que, se houver, numa aplicação terapêutica, mais do que um par de eletrodos 
dispostos de forma não paralela, esses elétrons poderão se mover em mais de um sentido. Nesse caso, 
haverá a possibilidade de ocorrer movimentos em mais de duas direções. Se houver movimentos em três 
direções, teremos uma corrente trifásica e, se houver movimento em quatro ou mais direções, teremos 
uma corrente polifásica.
23
ELETROTERAPIA
Exemplo de aplicação
Direção × sentido
O termo direção está ligado ao que diz respeito à posição: horizontal, vertical, norte, sul, leste e oeste; 
enquanto sentido refere-se à orientação do movimento realizado sobre a linha imaginária da direção.
Por exemplo, imagine que eu te diga que estou trafegando com meu carro em uma avenida que liga 
as zonas norte e sul da cidade em que eu moro. A avenida relaciona-se à direção de meu movimento, ou 
seja, norte-sul. Mas, ao considerar somente essa informação, você não vai conseguir saber exatamente 
para “que lado da cidade” estou indo: norte ou sul. Para que você possa ter a informação completa, em 
terei que dizer: “estou na avenida que liga as regiões norte e sul, no sentido da região norte”. Assim, você 
tem condições de saber minha direção e meu sentido exatos.
2.2.2 Simetria
O movimento das partículas eletricamente carregadas num circuito elétrico pode ocorrer de 
diferentes maneiras, dependendo da oscilação da voltagem utilizada para a formação dessa determinada 
fase. Assim, graficamente, os chamados pulsos elétricos ou ondas poderão apresentar-se de diferentes 
formas, ou seja, gerar diferentes formatos.
Quando há uma alternância de polaridade entre os eletrodos, as partículas eletricamente carregadas 
movimentam-se em sentidos opostos. Então, graficamente, conforme apresentado quando estudamos o 
número de fases, poderemos ter representações esquemáticas da corrente elétrica, tanto acima quanto 
abaixo da abcissa, ou seja, da coordenada horizontal do gráfico amplitude de corrente versus tempo.
Se a forma da onda gerada nas duas direções de movimento realizadas pelas partículas eletricamentecarregadas for idêntica, dizemos que se trata de uma onda simétrica (figura “A”, a seguir). Mas se os 
formatos dessas ondas forem diferentes entre si, teremos ondas assimétricas (figura “B”).
Am
pl
itu
de
 d
e 
co
rr
en
te
Am
pl
itu
de
 d
e 
co
rr
en
te
TempoTempo
B) AssimétricaA) Simétrica
Figura 7 – Representação gráfica de correntes elétricas simétrica (A) e assimétrica (B)
24
Unidade I
Assim, para sabermos que uma onda bifásica é simétrica ou não, olhamos para a forma e as dimensões 
das fases representadas graficamente.
2.2.3 Equilíbrio
O equilíbrio entre as ondas bifásicas está relacionado à carga elétrica conduzida por cada uma das 
fases da corrente em estudo. Assim, é necessário saber como identificar a carga elétrica no gráfico, o que 
é bem simples. Basta olhar para a área da forma que representa a onda ou o pulso elétrico no gráfico.
Quando as cargas elétricas das fases forem iguais, teremos uma corrente equilibrada (figura a 
seguir “A”). Mas quando as cargas elétricas das fases forem diferentes, teremos uma corrente elétrica 
desequilibrada (figura “B”).
Am
pl
itu
de
 d
e 
co
rr
en
te
Am
pl
itu
de
 d
e 
co
rr
en
te
TempoTempo
B) DesequilibradaA) Equilibrada
2 2
2
6 6
6 6
2
Figura 8 – Representação gráfica de correntes elétricas equilibrada (A) e desequilibrada (B); note que em A, 
a área da figura geométrica (retângulo) é 12, tanto na primeira fase, quanto na segunda fase do pulso; 
em B, a área da primeira fase do pulso é 12, enquanto a área da segunda fase do pulso é 6
Com base nesses conceitos, podemos afirmar que toda corrente elétrica bifásica e simétrica será 
equilibrada porque, se essa corrente é bifásica e simétrica, significa dizer que as formas das fases dessa 
corrente são idênticas e, portanto, apresentam formas e dimensões iguais, gerando, obrigatoriamente, 
áreas idênticas.
Se as áreas são idênticas, as cargas elétricas também são. Assim, correntes bifásicas simétricas serão, 
sempre, equilibradas. Mas o inverso não poderá ser afirmado como verdadeiro em todas as ocasiões possíveis.
Vejamos. Em uma determinada corrente elétrica, poderemos ter uma primeira fase no formato 
quadrado e, em uma segunda fase, num formato triangular. Nesse exemplo, é óbvio que podemos 
afirmar que essa corrente bifásica é assimétrica, afinal, as correntes apresentam formas completamente 
diferentes. Mas não se pode afirmar que, pelo fato de as formas serem diferentes, as áreas também o 
sejam, pois isso dependerá das dimensões de cada lado das formas envolvidas.
25
ELETROTERAPIA
É possível que um quadrado e um triângulo tenham áreas diferentes, mas também é possível que 
eles tenham áreas iguais. Em casos como esses, teremos que ter as dimensões da amplitude da corrente 
e da duração do pulso ou, ainda, será necessário conhecer as cargas conduzidas por cada uma das 
fases em estudo para poder afirmar se essa corrente analisada se trata de uma corrente equilibrada 
ou desequilibrada.
 Observação
O cálculo da área do retângulo é obtido por meio da multiplicação da 
base pela altura:
2
6
a = 12
Figura 9 – Área do retângulo é o produto da multiplicação da base pela altura (a= área)
O cálculo da área do triângulo retângulo é a metade da área de um 
retângulo com mesmos valores de base e altura:
Al
tu
ra
 =
 2
Base = 6
a = 6
Figura 10 – Área do triângulo retângulo é a metade do produto da multiplicação da base pela altura (a = área)
2.2.4 Forma
Outra maneira muito usada para descrever a caracterização das formas de onda pulsada e de 
correntes alternadas é o uso de termos para indicar qual a característica geométrica das fases do pulso 
que aparecem no gráfico de corrente versus tempo.
A maioria dos autores trazem designações semelhantes, embora não possamos deixar de dizer que é 
comum ocorrer a utilização de um ou outro termo um pouco diferente entre os autores. Mas as formas 
de onda dos pulsos das correntes eletroterapêuticas mais utilizadas normalmente são:
26
Unidade I
•	 quadrada ou retangular (figura “A”, a seguir);
•	 senoidal ou sinusoidal (figura “B”, a seguir);
•	 triangular, exponencial ou pontiaguda (figuras “C” e “D”, a seguir).
Alguns autores separam a corrente triangular das chamadas correntes exponenciais ou pontiagudas.
Tempo
Tempo
Tempo
Tempo
A)
C)
B)
D)
Am
pl
itu
de
Am
pl
itu
de
Am
pl
itu
de
Am
pl
itu
de
Figura 11 – Formas dos pulsos elétricos: A: pulso quadrado ou retangular; 
B: pulso senoidal ou sinusoidal; C: pulso triangular; D: pulso pontiagudo ou exponencial
Como os próprios nomes sugerem, o que vai definir a classificação da forma dessas ondas é a figura 
geométrica que representa esses pulsos no gráfico de amplitude de corrente versus tempo que utilizamos.
2.3 Descrição de correntes pulsadas ou alternadas por meio das 
características qualitativas
Considerando que já estudamos as características qualitativas das correntes pulsadas ou alternadas, 
agora poderemos utilizar essas informações e conhecimentos para fazer a descrição dessas correntes.
Para que essa descrição seja feita de uma maneira que permita ao leitor a inteira compreensão da 
corrente sobre a qual se tratam as descrições apresentadas, é importante que as diferentes características 
qualitativas sejam apresentadas de forma sistemática e na ordem sugerida pela figura.
27
ELETROTERAPIA
Tipo da corrente
(contínua, alternada ou pulsada)
Simetria
(simétrica ou assimétrica)
Número de fases
(monofásica, bifásica, 
trifásica ou polifásica)
Equilíbrio
(equilibrada ou desequilibrada)
Forma
(quadrada ou retangular, senoidal ou 
sinusoidal, triangular ou exponencial)
Figura 12 – Descrição qualitativa das correntes elétricas
Dessa forma, se usarmos como exemplo a corrente da representação gráfica de correntes elétricas 
equilibrada, exposta no item Equilíbrio, a descrição seria a seguinte: corrente alternada, bifásica, 
assimétrica, desequilibrada, primeira fase retangular e segunda fase triangular.
Atenção: quando a corrente é assimétrica, alguns autores afirmam que seria suficiente informar 
a forma apenas da primeira fase. No entanto, os autores deste livro consideram que a descrição fica 
melhor apresentada se houver a discriminação das formas das fases, conforme o exemplo anterior.
2.4 Características descritivas das correntes alternadas e pulsadas
Para que a descrição da corrente elétrica seja ainda mais específica, além dos termos qualitativos 
que já foram estudados, é importantíssimo que o estudante e o clínico conheçam as características 
quantitativas das correntes elétricas pulsadas e alternadas.
Esse conhecimento é muito importante, porque além de ajudar no reconhecimento exato da corrente 
sobre a qual se fala, também, por meio dessas características quantitativas, será possível interpretar e 
registrar as doses das correntes eletroterapêuticas utilizadas na prática clínica.
2.4.1 Características de pulsos únicos
As formas de onda de corrente pulsada ou correntes alternadas são classificadas quantitativamente 
com base em variáveis relacionadas tanto à amplitude quanto ao tempo.
28
Unidade I
A partir de agora, vamos descrever as principais características quantitativas dos pulsos elétricos.
Amplitude máxima
É a corrente ou voltagem máxima que é alcançada por um pulso monofásico ou para cada uma das 
fases de um pulso bifásico.
Amplitude entre picos
A amplitude entre picos é mensurada a partir das amplitudes máximas das duas fases de 
um pulso bifásico.
Entre essas duas formas de mensuração da amplitude sugere-se que seja utilizada a 
amplitude máxima.
Em algumas situações clínicas, especialmente relacionadas a testes eletrofisiológicos, pode-se 
encontrar outras variáveis, como, por exemplo, a RMS ou amplitude eficaz. Mas pensando nas correntes 
elétricas aplicadas buscando efeitos terapêuticos, normalmente será encontrada a informação sobre a 
amplitude máxima utilizada nos protocolos de estudos e clínicos.
Amplitude máxima e amplitude entre picos são características dependentesda amplitude.
Am
pl
itu
de
 d
e 
co
rr
en
te
Am
pl
itu
de
 m
áx
im
a
Am
pl
itu
de
 e
nt
re
 
pi
co
s
Tempo
Figura 13 – Representação esquemática das variáveis amplitude máxima e amplitude entre picos
Existe também uma variedade de características que dependem do tempo, e elas são usadas para 
quantificar os pulsos das correntes.
Duração da fase
É o tempo existente entre o início e o término de uma fase.
29
ELETROTERAPIA
Duração do pulso
É o tempo decorrido entre o início e o término de todas as fases de um pulso único.
É bastante comum encontrar em textos científicos que tratam sobre eletroterapia o uso do termo 
largura de pulso para fazer menção à duração do pulso.
Embora essa nomenclatura não seja fisicamente adequada, clinicamente ela é bastante usual e, por 
isso, é possível que você se depare com situações em que esse termo seja utilizado.
Considerando que você está iniciando os seus estudos em eletroterapia, sugerimos fortemente que 
você evite usar esses jargões que não sejam física ou teoricamente adequados.
Período
Chamamos de período o tempo decorrido de um ponto de referência de uma forma de onda de 
pulso ou ciclo de corrente alternada até outro ponto idêntico no próximo curso sucessivo.
Para facilitar a compreensão desse conceito, sugerimos que o ponto de referência que você utilize 
seja sempre o ponto inicial de surgimento da primeira fase do pulso.
Am
pl
itu
de
Duração 
do pulso
Período
Tempo
Figura 14 – Representação esquemática das variáveis duração de pulso e período
Embora existam outras características de pulsos dependentes do tempo, essas que foram citadas são 
consideradas as mais importantes, por serem as mais frequentemente utilizadas.
É importante salientar que, além das características dos pulsos, há também características que 
são destinadas à descrição de uma série de pulsos. Entre elas, podemos citar o intervalo interpulso e 
a frequência.
Intervalo interpulso
Quando analisamos uma corrente pulsada, encontramos um período de tempo entre um pulso e o 
seu subsequente (momento este em que não há passagem de pulsos elétricos).
30
Unidade I
A esse tempo que decorre entre o término de um pulso e o início do próximo, em uma série de 
pulsos, dá-se o nome de intervalo interpulso.
Frequência
Nas correntes pulsadas, existem intervalos interpulsos. Assim, é possível contabilizar-se os pulsos 
que foram emitidos num determinado período.
Frequência nada mais é do que o número de pulsos emitidos em uma unidade de tempo.
Se a unidade de tempo escolhida for o segundo, o número de pulsos emitidos nesse tempo será 
contabilizado em pulsos por segundo ou Hertz.
Fisicamente, a frequência é o inverso do período. Isso significa dizer que quanto maior o período, 
menor será a frequência e vice-versa.
3 CORRENTE GALVÂNCIA OU CORRENTE DIRETA TERAPÊUTICA
Corrente galvânica ou corrente direta é o termo utilizado para se referir à corrente que passa 
continuamente na mesma direção. É sempre uma corrente monofásica e deve ter uma duração de pulso 
superior a um segundo.
Por se tratar de uma corrente monofásica, pelos estudos que já fizemos, é possível compreender que 
a polaridade dos eletrodos se mantém fixa ao longo de todo o tratamento. Portanto, teremos um fluxo 
unidirecional constante durante a terapia.
 Lembrete
As correntes contínuas são aquelas em que há emissão constante da 
corrente, sem mudança de sentido no movimento dos elétrons. Por exemplo: 
na corrente galvânica, os eletrodos mantêm suas polaridades fixas, gerando 
movimentação dos elétrons na mesma direção.
Dessa forma, essa corrente também é considerada polarizada, uma vez que não há alteração das 
cargas elétricas dos polos formados pelos eletrodos.
Essa corrente será transmitida para o tecido biológico por meio de compressas úmidas, esponjas ou, 
ainda, fazendo estimulações em soluções líquidas apropriadas.
Considerando-se as características físicas envolvidas na produção e na transmissão de correntes 
elétricas, serão observados efeitos fisiológicos e bioquímicos distintos sob os diferentes eletrodos.
31
ELETROTERAPIA
Espera-se que haja a formação de ácidos sob o eletrodo positivo (ânodo), assim como são observadas 
formações alcalinas sob o eletrodo negativo (cátodo).
Exatamente por essas respostas, podem surgir queimaduras na pele em decorrência da utilização 
inadequada dessa corrente, muito provavelmente relacionada a doses ou tempos de utilização superiores 
ao adequado, o que poderia promover grandes concentrações de substâncias alcalinas capazes de 
promoverem queimaduras químicas sob o eletrodo negativo.
Outra variável ou parâmetro dosimétrico que pode estar relacionado à magnitude dos efeitos da 
corrente é a densidade da corrente, que nada mais é do que a distribuição da corrente elétrica por uma 
unidade de área, cuja unidade de medida é mA/cm².
Nesse momento introdutório, é importante ressaltar que a corrente galvânica ou direta é uma das 
correntes mais antigas utilizadas clinicamente, mas que foi vítima da sua própria história, uma vez que 
desde a sua descoberta encorajou aplicabilidades clínicas, muitas vezes exageradas e fantasiosas, fazendo 
com que os mais céticos pudessem descartá-la como uma possibilidade terapêutica útil nos dias atuais.
No entanto, ainda é bastante comum encontrar estudos relacionados à sua aplicação como fonte 
promotora e facilitadora da introdução de íons medicamentosos através da pele, por meio de uma 
técnica conhecida por iontoforese.
3.1 Efeitos fisiológicos e terapêuticos da corrente galvânica ou corrente direta
A corrente galvânica ou corrente direta tem sido utilizada pelos efeitos que causa na pele e, como 
dito anteriormente, como fonte promotora geradora de iontoforese.
Normalmente, a terapia tem duração de 10 a 30 minutos e utiliza uma densidade de corrente em 
nível baixo, a fim de evitarem-se maiores riscos de queimadura ou desconfortos aos pacientes. São 
indicadas densidades entre 0,1 e 0,5 mA/cm².
A partir de agora, você vai conhecer quais são os principais efeitos fisiológicos e terapêuticos da 
corrente galvânica.
3.1.1 Estimulação sensorial
A passagem da corrente galvânica pela pele do paciente promoverá leve sensação de formigamento 
ou pontada, que, ao longo da terapia, poderá evoluir para leve irritação ou coceira.
Essas sensações são provenientes das alterações bioquímicas sofridas abaixo dos eletrodos e, 
especialmente, sob o eletrodo negativo, como o processo de irritação química em decorrência da 
formação de substâncias alcalinas.
32
Unidade I
Essas alterações promovem grande vasodilatação local, que, clinicamente, gera um vigoroso eritema 
sob os eletrodos, especialmente sob cátodo. O eritema fica restrito à área do eletrodo porque esses 
efeitos acontecem, principalmente, nas camadas mais superficiais do tecido biológico.
3.1.2 Hiperemia
O eritema gerado pela ação da corrente direta ou corrente galvânica é resultado da vasodilatação 
capilar, que é diferente da vasodilatação gerada, por exemplo, pelo aquecimento tecidual, já que nessa 
condição, a dilatação que ocorre é das arteríolas. Isso pode ser afirmado porque nota-se que o eritema 
é limitado à área das dimensões do eletrodo.
Esse quadro de hiperemia terá duração de cerca de 20 minutos, podendo em casos excepcionais 
apresentar duração um pouco superior. Acredita-se que o eritema seja fruto da estimulação vasomotora 
e que o aumento da circulação local possa promover a melhora da nutrição da área e acelerar o processo 
inflamatório, embora não haja evidências significativas que sustentem tal afirmação.
3.1.3 Eletrotônus
Embora estímulos nervosos abaixo do limiar não causem potencial de ação, eles podem afetar o 
potencial das membranas.
Nós sabemos que o eletrodo negativo produz um potencial despolarizante local, gerando uma 
condição facilitatória, enquanto o eletrodo positivo, por gerar hiperpolarização das membranas, dificulta 
a geração de potenciais de ação e, portanto, é considerado um eletrodo inibitório.Assim, tornar a superfície externa da membrana menos positiva reduz o limiar, aumentando a 
excitabilidade do nervo, num fenômeno chamado cateletrotônus, enquanto torná-la mais positiva 
diminui a excitabilidade neural pelo processo conhecido por aneletrotônus.
3.1.4 Analgesia
Não é incomum encontrar relatos sobre a capacidade da corrente galvânica promover analgesia. 
Esse efeito tem sido justificado através da Teoria das Comportas, assim como pela acentuada epidemia 
que ocorre sobre os eletrodos, especialmente do cátodo, removerem os fatores que induzem à dor.
3.1.5 Cicatrização
Existe um bom número de estudos demonstrando que diferentes formas de estimulação elétrica 
podem favorecer a cicatrização tecidual, tanto ao que se refere à consolidação de fraturas, quanto à 
cicatrização de ferimentos em tecidos moles.
Curiosamente, embora seja apoiada por um número significativo de evidências experimentais de 
pesquisas clínicas, a aplicação terapêutica de correntes elétricas para cicatrização não tem sido muito utilizada 
33
ELETROTERAPIA
em nosso país. Acreditamos que isso se deva ao fato de haver outros recursos frequentemente 
utilizados na fisioterapia, como a fotobiomodulação.
No entanto, nem sempre outros recursos estão disponíveis, e por isso entendemos que você deva 
conhecer os benefícios que as correntes elétricas, quando bem utilizadas, podem oferecer aos processos 
de cicatrização tecidual.
Normalmente, os autores afirmam que a capacidade de promover vasodilatação local, com 
consequente aumento de nutrientes e oxigênio para a região em processo de reparação tecidual, assim 
como seus efeitos bactericidas, estimuladores de células de defesa e fibroblastos, podem justificar os 
efeitos benéficos do uso dessas correntes na aceleração dos processos de reparação tecidual.
3.1.6 Destruição de tecidos
Conforme já foi dito, ocorrem efeitos fisiológicos e bioquímicos diferentes abaixo de cada um dos 
eletrodos. Se usada em grande densidade de corrente, a corrente direta gera coagulação de proteínas sob 
o eletrodo positivo (ânodo) e liquefação sob o eletrodo negativo (cátodo). Por isso alguns profissionais 
da saúde têm utilizado a corrente direta para destruir tecidos, como, por exemplo, quando precisam 
fazer retirada de verrugas.
Também é comum encontrar profissionais utilizando-se de um eletrodo do tipo agulha para introduzir 
no folículo piloso a fim de liquefazer o tecido, destruindo o epitélio que sustenta o pelo.
3.2 Iontoforese
A partir de agora, você vai estudar uma técnica que faz uso da corrente direta, não pelos efeitos 
fisiológicos ou terapêuticos que a corrente proporciona, mas porque ela pode auxiliar no processo 
de administração transdérmica de drogas. Essa técnica chama-se iontoforese e refere-se ao uso de 
uma corrente elétrica para promover a permeação superficial localizada de um agente terapêutico 
através da pele.
Uma das primeiras aplicações da corrente elétrica para terapia foi realizada por Pivati, em 1740, para 
tratar a artrite (ANLIKER; KREYDEN, 2002).
Na atualidade, essa técnica tem sido uma das principais utilizações das correntes diretas na rotina 
da fisioterapia. Maiores avanços foram feitos durante os anos 1800 por cientistas pioneiros, como 
Benjamin Ward Richardson, William James Morton e Frtiz Frankenhäuser – o último, inclusive, propôs 
a utilização do termo “iontoforese”, em substituição ao termo “cataforese”, que tinha sido usado mais 
frequentemente antes do século XX (RAWAT et al., 2008). Mais recentemente, a iontoforese tem sido 
referida como “administração transdérmica de drogas eletricamente assistida” em alguns contextos 
clínicos também.
Apesar da nomenclatura, as indicações para iontoforese são numerosas e podem envolver distribuição 
local, regional ou sistêmica.
34
Unidade I
A distribuição localizada de agentes terapêuticos inclui anestésicos locais (por exemplo, lidocaína) 
e fentanil para analgesia, retinoides e corticosteroides para tratar cicatrizes de acne e antitranspirantes 
para hiperidrose palmar e plantar (SLOAN; SOLTANI, 1986; MALONEY, 1992; SCHMIDT et al., 1995; 
RAWAT et al., 2008).
As aplicações regionais da iontoforese incluem a administração de agentes anti-inflamatórios no 
tecido subcutâneo e espaços articulares para aliviar tendinite, artrite ou dores musculares transitórias 
(CHELLY et al., 2004).
 Saiba mais
Veja que interessante o ensaio randomizado duplo-cego sobre o uso da 
iontoforese para o tratamento da epicondilite lateral:
DA LUZ, D. C. et al. Iontophoresis in lateral epicondylitis: a randomized, 
double-blind clinical trial. Journal of Shoulder and Elbow Surgery, v. 28, 
n. 9, p. 1.743-1.749, set. 2019.
Por último e mais raramente, a entrega sistêmica de drogas via iontoforese transdérmica inclui 
fentanil para analgesia, agentes antienxaqueca (por exemplo, drogas triptanas) para dor de cabeça, 
nicotina para parar de fumar, inibidores reversíveis da colinesterase, como tacrina III para doença de 
Alzheimer, e até mesmo proteínas ou peptídeos, como insulina (JASKARI et al., 2000; RASTOGI; SINGH, 
2002; CHIEN et al., 1989; CHELLY et al., 2004; SIEGEL et al., 2007; PIERCE et al., 2009; ESCOBAR-CHÁVEZ 
et al., 2009; CHEN et al., 2009).
Essas últimas indicações não são realizadas com frequência no Brasil, pois em nosso país, a iontoforese 
é uma técnica que tem sido mais utilizada pelos fisioterapeutas e, portanto, é difícil encontrar colegas 
dessa área valendo-se dela para tratamento de enxaquecas, tabagismo e Alzheimer.
3.2.1 Mecanismo de ação
A iontoforese transdérmica de analgésicos envolve o uso da força eletromotriz (voltagem) através 
de um ânodo carregado positivamente e um cátodo carregado negativamente para induzir a infiltração 
percutânea de um agente terapêutico via transporte ativo para entrega local, regional ou sistêmica.
 Lembrete
Voltagem também é chamada de diferença de potencial elétrico ou 
força eletromotriz. Essa força eletromotriz é responsável por modificar o 
status do movimento de partículas eletricamente carregadas, cujos campos 
elétricos interajam entre si.
35
ELETROTERAPIA
+
+
+
-
+ -
+
-
-
-
Â
N
O
D
O
C
Á
T
O
D
O
Compressas ou esponjas embebidas 
por solução medicamentosa
TECIDOS
Figura 15 – Representação esquemática do mecanismo de ação da iontoforese
Entre os eletrodos (ânodo e cátodo) e a pele, existem compressas ou esponjas embebidas por solução 
medicamentosa. O ânodo (eletrodo positivo) repele os positivos, enquanto o cátodo (eletrodo negativo) 
repele os íons negativos presentes na compressa ou esponja. Assim, o clínico deverá conhecer qual é 
a polaridade do princípio ativo receitado pelo médico do paciente e utilizar, sob a região a ser tratada, 
uma compressa ou esponja embebida pela solução do referido medicamento, apenas sob o eletrodo de 
mesma polaridade do princípio ativo, de tal forma que o eletrodo facilite a penetração no organismo.
Os medicamentos de interface primária devem passar pelo estrato córneo da pele com 
aproximadamente 10 a 100 micrômetros de espessura (RAWAT et al., 2008).
Existem três vias primárias para a absorção através do estrato córneo (RIVIERE; HEIT, 1997; 
RAWAT et al., 2008):
•	 paracelular (entre os queratinócitos);
•	 transcelular (através dos queratinócitos);
•	 apendágica (através dos folículos capilares, glândulas sudoríferas, glândulas sebáceas etc.).
Empregando a repulsão de elétrons pela força eletromotriz, a iontoforese envolve a colocação de 
medicamentos ionizados positivamente (cátions) abaixo do eletrodo carregado positivamente (ânodo).
Em contraste, os medicamentos ionizados negativamente são repelidos pelo eletrodo carregado 
negativamente (cátodo), conforme visto na figura anterior.
36
Unidade I
Devido à repulsão eletrostática, os agentes são afastados de seu(s) eletrodo(s) com carga semelhante 
e através da interface tegumentar. De acordo com Sheikh e Dua (2020), numerosos fatores que afetam 
o fluxo de medicação e a entrega final foram elucidados:
•	 propriedades

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