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Aristóteles e a Metafísica

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ARISTÓTELES – No primeiro livro, Aristóteles diz que a filosofia primeira é a mais divina de todas as ciências. É divina em dois sentidos. Primeiro: porque é uma ciência possuída pelas divindades e segundo: e por que o objeto dessa ciência são divinas. Aristóteles é o criador da metafisica como ciência. Foi que atribuiu um objeto bem especifico, um objeto bem determinado, uma metodologia rigorosa e também princípios sólidos e orgânicos. O que essa filosofia primeiro? Qual é o seu âmbito cientifico? Qual o seu valor? De todas essas questões Aristóteles se preocupa em explicar no seu primeiro livro da metafisica e também em outros. Ele com o seu mestre Platão quer logo de começo conjugar a filosofia primeira com a teoria do conhecimento e ele faz uma distinção entre os vários tipos de conhecimento. Ele fala que existe várias formas de conhecimento. Um conhecimento que é comum entre homens e animais que serão baseadas no sentidos, na memória. Conhecimentos específicos do homem, a experiência, a arte, a ciência. Diz também que existe dois tipos de artes: artes que são úteis e artes que trazem prazer ao homem. Ele diz que essas artes que trazem prazer ao homem são superiores as que trazem utilidades. A sabedoria (sophia) é a forma de saber supremo e o seu objeto são as causas e os princípios primeiros. No primeiro livro da metafisica, Aristóteles distingue entre ciências teoréticas ou especulativas e ciências práticas. No sexto livro da metafisica, Aristóteles distingue três gêneros de filosofia teorética. Matemática, Física e Teologia ou filosofia primeira. E determina também o âmbito da teologia individuando o objeto próprio da teologia. Esse objeto é definido de duas maneiras. Primeiro, é o que é separado e imóvel. Segundo, O que diz respeito ao ente enquanto ente. Propriedades da metafisica. Filosofia primeira/Teologia/Sophia. Primeira característica, é a primeira em uma ordem axiológica, ordem geral de importante hierárquica. Ela precede todas as ciências práticas e ciências especulativas, teoréticas. É primeira, por que estuda os princípios primeiros, porque também estuda as substancias que são imóveis. Segunda característica, ela é universal. (Καθολική) Por que o seu objeto é toda a realidade. Estuda o ente enquanto ente, estuda as causas e os princípios primeiros que estão a origem de todas as coisas e de todo o movimento. Terceira característica, É especulativa e teorética e não pratica. Ela visa exclusivamente a verdade. A contemplação da verdade. É só através da contemplação da verdade que o homem realiza o ser. E é especulativa pois não tem fins práticos. Quarta característica, ela é livre. Por que não é submetida a nenhuma das outras ciências. Quinta característica, é difícil, pois diz a respeito aos princípios universais supremos. Sexta característica, é divina porque trata das realidade divinas e porque deus a possui ao máximo grau. Ele mesmo demostrará no lambda (Λ, λ) que a única atividade que deus desenvolve é contemplar a ele mesmo. Sendo ele a primeira substância, a substância perfeita, a suma verdade, o sumo bem. Segundo a opinião de Reale: “O deus do qual Aristóteles fala não é um elemento divino, não é um princípio impessoal, mas um deus pessoal. Parece que deus teria um conhecimento limitado, pois conhece só a si mesmo.” Mas na verdade no primeiro livro ele diz claramente que deus possui máximo o conhecimento das causas e dos princípio de todas coisas. Sétima característica, é beatificante, para as pessoas comuns a via da salvação é a religião. Para Aristóteles existia uma outra via para a salvação que é a sabedoria (sophia) porque através da sabedoria eu posso chegar a contemplação da verdade. 
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Podemos dizer que esse logoi são os tijolos que formam a metafisica. Mas como se forma esses conceitos? Na teoria do conhecimento de Platão esses universais se dão através da contemplação das ideias e eu posso relembrá-los graças a reminiscência. Aristóteles explica o conhecimento dos universais usando como ponto de partida diretamente e exclusivamente o mundo sensível. Ele diz que o intelecto humano, que ele chama de agente a capacidade de chegar e alcançar o conceito universal. Através do processo de abstração. (De anima) Segundo Aristóteles a fonte da universalidade dos nossos conceitos não é uma ideia externa à inteligência humana. A alma fica passiva, mas há uma luz intelectual (agente) que é capaz de colher a essência das coisas. A abstração opera baseando-se sobre dados objetivos e reais. Quais são esses dados? São informações que o sentidos envia para a mente em relação ao mundo sensível, mundo físico. E como opera a abstração. A mente recebe os dos transmitidos pelo sentidos, separa o que é individual, pessoal e retém o que é somente universal. Para Aristóteles todos os conceitos são frutos da abstração, nenhum conceito pode ser fruto da intuição. Ele diz que a única intuição que o homem pode operar é por meio da visão, pois intuir significa “ver”. A abstração opera à diferentes níveis, isso permite Aristóteles de distinguir três gêneros de filosofia teorética: matemática, física e metafísica. Todos os conceitos se formam através das abstrações eliminando o sentido. Esse processo da abstração pode ter vários níveis, mais ou menos profundos. Esses vários níveis são aqueles que pertencem a física, a matemática e metafisica. Na física se elimina todos os acidentes da matéria individual, mas não a matéria em movimento, pois a física estuda os entes materiais e móveis. Na matemática, além da matéria individual, se elimina também o movimento, mas não a quantidade e a extensão, pois a matemática estuda os entes sob esses dois aspectos. Na metafisica se elimina ainda mais, se elimina tudo aquilo que não pertence ao ente enquanto ente. Se elimina portanto todos os acidentes, com exceção da substancia, do ser em si e da essência. Aristóteles não fala abertamente da metodologia de sua metafisica, mas ele nos faz entender que o método dessa filosofia primeira é um método complexo que compreende pelo menos quatro momentos: o momento fenomenológico, aporético, elenquico e teorético. Entre o momento fenomenológico e momento aporético existe uma fase intermédia é a fase da maravilha. A maravilha surge no momento em que eu observo o fenômeno e não o considero mais como natural, óbvio. Isso estimula a inteligência e suscita questionamentos. Aristóteles diz: “Que os homens aprendem a filosofar através da maravilha.” E procuram as coisas através da razão, não confiando nos mitos, na religião. Importante dizer que Aristóteles tem importante confiança na razão humana, ele acredita que através da razão o homem pode chegar no conceito universal. Através da demonstração racional e da confutação.
XI Livro da Metafísica: 1061a, 28 – 1061 b, 27:

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