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Platão: Teoria do Conhecimento e Metafísica

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Platão – Poucos filósofos influenciaram como Platão, não somente na metafisica, mas também na teoria do conhecimento. Teoria do conhecimento e metafisica para Platão estão ligadas, muito estreitamente. São vários os autores que herdaram a filosofia platônica. Ele fundou a primeira academia em 387 d.C. Platão contribui na parte de política em Siracusa. São várias as possibilidades da centralidade da filosofia Platônica. Para Reale: “O centro da filosofia platônica são as doutrinas não escritas.” Platão deixou a parte mais importante de sua filosofia como não escrita em homenagem ao seu mestre, Sócrates. Essas doutrina não escritas só temos alguns comentários de Eufrásio e de Aristóteles nos livros I e livro I da metafisica. Mas qual é o método que Platão dedica a metafisica? É o método dialético e dialógico. Dialógico no sentido de que se serve de diálogos e o método que ele herdou de Sócrates. Para Platão por tanto o escrito filosófico é um diálogo, um diálogo que Sócrates na maioria das vezes é o protagonista. Nesse dialogo platônico, se busca a verdade, é um diálogo da contínua busca da verdade, através da discursão de dois interlocutores. Que normalmente sustenta teses opostos e cada quer demonstrar a validade de suas teses. Platão dedica-se vários temas ao problema do conhecimento. Parece que Platão antes de começar a subida pra a metafisica, precisa sustentar as bases, o alicerce. E o alicerce é o problema do conhecimento. Para Platão: “O conhecimento é carregado de significado ontológicos, metafísicos. Podemos afirmar que Platão vai tentar uma mediação entre as duas posições (Parmênides e Heráclito) Portanto a teoria do conhecimento platônico, dá valor tanto ao conhecimento intelectivo, quanto ao sensitivo. O primeiro, o conhecimento intelectivo, nos ajuda no que diz respeito ao mundo das ideias, dos princípios, isto é, para o mundo da transcendência. O segundo, conhecimento sensitivo, empírico, nos ajuda para o mundo fenomênico, eminente. Segundo Platão: “A distinção habitual que existe entre as coisas materiais e as ideias, correspondem a uma equivalente distinção habitual entre sensação e intelecção na teoria do conhecimento. Uma distinção entre conhecimento empírico e conhecimento intelectivo. “Sentidos e intelectos tem dois objetos diferentes. Os sentidos tem como objeto o mundo material, sensível. O intelecto tem com objeto o mundo das ideias. Através do sentidos eu posso no máximo chegar a uma opinião (doxa) Através do intelectos terei um conhecimento verdadeiro (epistemológico). Platão diferencia quatro graus de conhecimento, dois para o conhecimento empírico e dois para o conhecimento intelectivo. A alma já conhecia as realidades quando estava no mundo das ideias. No processo de encarnar um corpo ela esquece as realidades. O conhecimento nesse caso é um relembrar, isso porque no mundo das ideias a alma contemplava as realidades. Essa teoria tem tudo a vê com Sócrates, quando ele fala da maiêutica. É parir o conhecimento. O conhecimento já está em nós. Com a teoria da reminiscência, Platão forneceu uma explicação da origem do conhecimento intelectivo, Giovani Reale vê nessa teoria platônica, a base do conhecimento a priori de Kant. Podemos dizer que a doutrina geral da reminiscência desenvolve três papeis importantes. Primeiro: Fornece a prova da preexistência e da imortalidade da alma. Segundo: Faz uma ponte entre a vida precedente e a vida atual, presente. Terceiro: Dá valor ao conhecimento sensível, empírico. 
Segunda navegação: Como já sabemos Sócrates concentrou a sua especulação central no homem. Os pré-socráticos se concentraram na natureza. Ambas essas filosofias, pareceram insuficiente para Platão. Por isso ele disse que ia enfrentar uma segunda navegação. Navegação em direção ao infinito. Ele disse que no começo ele encantou com a filosofia da natureza, mas depois percebeu todos os seus limites. E sentiu a necessidade de ir além. Então foi enfrentar essa segunda navegação. A primeira navegação foi a navegação da física, ao redor da física, enquanto a segunda foi a busca da metafisica. O mesmo Platão diz que essa segunda navegação é dividida em duas etapas. A primeira é a teoria das ideias e isso é falado no Fédon. E a segunda a tentativa de chegar aos princípios supremos e últimos. Qual a importância da segunda navegação? Com essa nova navegação Platão chega a uma metafisica totalmente transcendental. Essa segunda navegação realizada a passagem do mundo sensível ao mundo sobre-sensível (mundo das ideias) através da introdução de uma causa que não é física, é metafisica. Giovani Reale, afirma que: “a segunda navegação platônica representa a etapa mais importante na história da metafisica.” O reino das ideias, é chamado como hiperurano como também lugar do pensamento puro. Moravam no hiperurano os modelos (Topus). Mas como existe uma hierarquia no mundo sensível, a pergunta é, existe uma hierarquia no mundo das ideias? Podemos dizer que existe ideias menores, médias e ideias grandes. Em Platão é difícil entender a extensão do mundo das ideias, ele fornece informações contraditórias sobre isso. Mais seguro é falar sobre as propriedades das ideias, Platão diz que são realidades simples, divinas, imutáveis, incorpóreas, imateriais, eternas, etc. Mas também é importante lembrar que se nós pararmos somente na herança escrita, fica difícil ter uma homogeneidade a respeito do mundo das ideias. Ao longo dos quarenta anos de atividade de Platão esse grande conceito sobre o mundo das ideias mudou. Elas não são simplesmente modelos. Elas se transformam em números. Nos últimos diálogos o Timeu. No Timeu Platão não fala mais de ideias, mas fala de formas, contemplando as quais o demiurgo produz o universo.
O mundo das ideias é infinito e as ideias fornecem somente uma parte da explicação. Ela fornece a explicação da multiplicidade e do seu devir, mas ainda falta uma exigência fundamental, uma estancia fundamental, a necessidade da unidade. Não tem dúvidas hoje entre os estudiosos que mesmo Platão sentiu essa necessidade de ir além do mundo das ideias. Como o mundo sensível depende do mundo das ideias assim da mesma forma o mundo das ideias deve depender de uma estancia superior que é o mundo dos princípios supremos. Platão então, tenta explicar de onde nascem as ideias, quais são os princípios, mas para essa segunda etapa, infelizmente, não temos quase nada de escrito e hoje se pensa que essa última etapa foi reservada para as doutrinas não escritas. Para esse mundo dos princípios devemos confiar a Aristóteles e Teofrasto. Aristóteles no primeiro livro da metafisica. Então além e sobre das ideias, existe para Platão dois princípios últimos, que são o Uno e Díades. O uno garante as ideias uma ligação comum. Enquanto a díade fornece a razão da multiplicação e da multiplicidade. O ensino completo mais satisfatório dessa teoria dos princípios, só a encontramos nas doutrinas não escritos. Agrafata Nomata.
VIAS METAFÍSICAS EM PLATÃO. – Podemos dizer que a teoria das ideias e a doutrina dos princípio formam o esqueleto do grande e difícil metafisico de Platão. Para dar vida Platão pensou nas vias metafisicas. O que são as vias metafisicas? São as argumentações através das quais Platão passa dos fenômenos sensíveis, ao princípios primeiros. Depois que Platão compreendeu que esse mundo não é tudo, e que para explicar a sua existência, é indispensável navegar para o desconhecido. Platão pensou que para fazer essa viagem podem-se percorrer várias vias. Ele construiu vários caminhos para subir do nível empírico até o nível metafisico. Podemos citar quatro vias. A via da santidade, a via da beleza, a via do bem e a via do uno. Êutifron (santidade,) Banquete (beleza), Republica (bem). 
Poderíamos destacar quatro conceitos de participação, imitação e criação:
Participação e imitação das ideias: No Fédon, dialogo em que Platão introduz pela primeira vez o seu postulado das ideias ele tenta também explicar de que forma as ideias se relaciona com o mundo sensível. Ele faz isso apresentandoquatro conceitos centrais: presença, (parousia), participação, (metéxis) koinoma (comunhão), mimesis (imitação). Platão diz claramente que esses termos são simples propostas, tentativas de resolver os problemas da metafísica e não são por enquanto respostas definitivas. Ele queria deixar bem claro que a ideia é a causa verdadeira do mundo sensível. Giovane Reale, explica esses quatro termos como, “maneiras diferentes de entender a relação entre o mundo sensível e as ideias.” O sensível é mimesis, é imitação do inteligível, por que o imita sem nunca conseguir igualá-lo. O sensível na medida em que consegue realizar a própria essência participa do inteligível. Podemos dizer também que o sensível tenha uma comunhão com o inteligível, pois através do sensível eu consigo conhecer um pouco do inteligível. O inteligível é presente no sensível. Dos quatro conceitos, sem dúvidas o mais denso é a participação. Esse termo participação marca uma etapa fundamental na história da metafisica. No primeiro livro da metafisica, o mesmo Aristóteles reconhece a paternidade de Platão em relação a esse conceito (metéxis) mas ele desvaloriza um pouco a importância desse conceito. A participação designa um fato metafisicamente decisivo, central. A presença (metéxis) limitada de alguma qualidades, características e do mesmo ser no mundo sensível. Isso acontece na filosofia platônica graças às ações das Ideias. Esse conceito de participação foi asperamente debatido na mesma academia platônica, não havia um consenso, por isso Platão ao longo de sua vida continuará a reformular esse conceito.
A criação das ideias e das realidades materiais:
A noção de participação resolve o problema das relações entre os dois mundos. Somente só é entendida como causa eficiente e se portanto tem as características de uma ação criadora. Isso quer dizer que o pertence ao mundo das ideias é realizado também no mundo sensível. Platão atribui a tarefa de implantar as ideias no mundo sensível ao Demiurgo. Normalmente se interpreta a ação do demiurgo como um simples plasmar. 
Ação parecida com aquela de um artista qualquer. Isso pode valer para a impressão dos modelos ideais que Platão chama de paradigmas. A impressão dos paradigmas sobre a χωρα (matéria interminável) (universo). Mas operação de deixar a marca no mundo das ideias é para deixar de certa forma uma marca visível dos paradigmas. Mas, a grande pergunta é: Quem cria as ideias? Para Platão trata-se de um criação ex nihilo (do nada). Para resolver essa pergunta, é necessário introduzir uma outra causa que é a Causa Final. No universo platônico o papel da causa final não cabe nem as ideias, que são as causas formais, nem ao Demiurgo, que é causa eficiente, mas ao Bem. No universo platônico o Bem ocupa uma posição central. Para Platão, tudo procede do bem e tudo volta ao bem. Exitus e reditus. O que é o Bem para Platão? No diálogo Filebo Platão se interroga dobre o que é o verdadeiro Bem. E diz que é possível alcançar esse conceito através de três ideias: beleza, proporção e a verdade. Ele liga o Bem ao conceito de Uno. Na Republica ele repropõem o Bem como Uno, no sentido de medida πάντων μέτρον (panthon metrón) princípio que ordena todas as coisas e como princípio que leva a ordenação, podemos chama-lo de princípio sumamente inteligente, podemos chamá-lo de verdade. Platão afirma conforme o testemunho de Aristóteles, que o bem é a medida perfeita de todas as coisas. Bem ≠ Deus. No Timeu Platão fala de forma muita clara do Demiurgo. Ele fala que ele é absolutamente bom e perfeito, mas não é o Bem. É o princípio supremo, mas é o princípio impessoal (Bem). Possuir as características de beleza e verdade, o bem é polo em direção ao que vão todos os seres. É a causa final do universo. É o Alfa (Λ) e o Ômega (Ω) do universo. No universo metafisico de Platão a figura do Demiurgo é uma figura central, ele é a causa eficiente. No preludio metafisico da criação do universo no Timeu, Platão elenca os postulados sobre os quais se baseia a origem do cosmo entre eles fala do Demiurgo (Timeu, 27d – 28b) Ele diz que a qualidade dos modelo ao se inspira o Demiurgo para criar o universo é um modelo perfeito é o bem. Na opinião de Reale, podemos dizer que são três os erros na metafisica de Platão: “Falta o conceito de pessoa, de mal moral e de história.” Esse conceito impede Platão de dar um conceito unitário ao seu sistema metafisico, desta forma a metafisica platônica fica articulada em vários princípios e não centrada em um Ser supremo. Um ser que seja a fonte do amor, que ama de forma incondicional e que é amado de forma incondicional. A metafisica de Platão é fundamentada sobre os princípios que são impessoais, a ausência do conceito de pessoa na metafisica platônica é a raiz última de todos os limites e de todas as ambiguidades da sua metafisica. Tudo isso nos leva a ver que em Platão temos muita ambiguidade no que diz respeito aos princípios. A pergunta é: Quem desenvolve o papel de princípio primeiro na metafisica de Platão? Todas essas realidade parece possuir as características para desenvolver esse papel. Para sair dessa ambiguidade, Platão, necessitava do conceito de criação e de pessoa. Mas não consegui chegar até lá. O Demiurgo é um ótimo artesão como o mesmo Platão o define, mas não é o deus criador. À falta do conceito de pessoa é ligada também a ausência dos conceitos de mal moral e de história. Platão se interroga sobre a origem do mal, mas a sua explicação é ontológica e não persunalistica. Para ele a causa última do mal não está na liberdade e na consciência, mas em um princípio ontológico oposto ao bem.
 A sua causa última é o não-ser. Falta ainda em Platão o conceito de história como série de eventos que tem como protagonista o homem. O conceito platônico de história é um conceito determinístico e não personalista. Para ele a história é um ciclo de eventos regulados pela necessidade e não pelas livres escolhas dos homens. 
“O mérito de Platão é de ter dado à humanidade uma nova casa e não mais uma caverna.”

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