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Aula 2 - Situações na pediatria (HAS e Corpo Estranho em Esôfago)

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Carla Bertelli – 4° Período 
 
 
çã
 
Sobrepeso e obesidade são o mal do século nas crianças 
em relação a HAS 
Considera-se ã na Infância e 
Adolescência, valores de pressão arterial sistólica e/ou 
diastólica iguais ou superiores ao Percentil 95 para sexo, 
idade e percentil da altura em três ou mais ocasiões 
diferentes 
PA elevada significa valores iguais ou superiores ao 
percentil de 95 – esse percentil é uma tabela que 
associa idade e sexo em um valor normal da PA 
visualizada em uma tabela que estima o percentil 
 
 
A PA normal é abaixo do percentil 90 
A PA entre o percentil 90 e 95 = PA elevada 
A PA acima do percentil 95 = Hipertensão 
95 + 12 = HAS estágio 1 
 
Todas as crianças maiores de 3 anos devem ter sua PA 
medida pelo menos 1 vez ano 
Em crianças menores de 1 ano deve-se aferir em 
situações especiais: cardiopatia, historio neonatal (pré-
matura 32 semanas, muito baixo peso, cateter umbilical, 
doenças renais, obesidade, neoplasia e medicamentos 
que aumentam a PA) 
 
Segue a mesma as recomendações da medição arterial 
em adultos – descansada por mais de 5 min, bexiga vazia, 
braço elevado na altura do coração e sem ter praticado 
exercício físico a uma hora. Pode ser feito sentado ou 
deitado. 
A medida da PA na criança segue as mesmas 
recomendações da medida em adultos. O ideal é que a 
criança esteja sentada ou deitada, tranquila, descansada 
por mais de 5 minutos, com a bexiga vazia e sem ter 
praticado exercícios físicos há pelo menos 60 minutos. O 
paciente deve estar deitado ou sentado, com pernas 
descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na 
cadeira e relaxado; com o braço ao nível do coração, 
sendo preferencial o braço direito, para ser comparável 
com as tabelas padrão e evitar falsas medidas baixas no 
braço esquerdo no caso de Coarctação da Aorta. O 
braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a 
palma da mão voltada para cima e as roupas não devem 
garrotear o membro.7,8 
Deve ser aferido no braço direito - A medida de PA deve 
ser feita no braço direito para manter a consistência da 
comparação com a tabela padrão e para evitar leitura 
falsamente baixa no braço esquerdo no caso de 
coartação de aorta. 
 
Medir a circunferência do braço para a escolha do 
manguito: 
º Medir a distância do acrômio ao olécrano; 
º Identificar o ponto médio da distância entre o 
acrômio e o olécrano; 
º Medir a circunferência do braço nesse ponto 
médio 
A partir dessa medida, seleciona-se o manguito adequado 
para a medida, que deve cobrir 40% da largura e 80 a 
100% do comprimento. 
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Não se deve avaliar especificamente pela faixa etária do 
paciente, mas sim pela medida da circunferência do 
braço, conforme especificado acima. Em serviços 
pediátricos, deve--se ter disponibilidade completa de 
manguitos, devido à extensa faixa etária e variação de 
tamanho da população que é atendida (desde recém--
nascidos até adolescentes obesos) 
 
º Colocar o manguito, sem deixar folgas 
º Centralizar o meio da parte compressiva do 
manguito sobre a artéria braquial; 
º Estimar o nível da PAS (pressão arterial sistólica) 
pela palpação do pulso radial; 
º : Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar 
a campânula ou o diafragma do estetoscópio sem 
compressão excessiva; 
º Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 
mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação; 
º Proceder à deflação lentamente (velocidade de 
2 mmHg/segundo. 
º Determinar a PAS pela ausculta do primeiro 
som (fase I de Korotkoff) e, após, aumentar ligeiramente 
a velocidade de deflação; 
º : Determinar a PAD (pressão arterial diastólica) 
no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff); 
º : Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do 
último som para confirmar seu desaparecimento e depois 
proceder à deflação rápida e completa 
º Anotar os valores exatos sem 
“arredondamentos”, lembrando que, pelo método 
auscultatório, o intervalo entre os valores marcados no 
manômetro e de 2 mmHg 
 
A hipertensão arterial na faixa etária pediátrica, assim 
como nos adultos, pode ter causa primária ou secundária, 
sendo a última mais frequente em crianças do que em 
adultos 
Geralmente a PAS ela é detectada em crianças acima de 
6 anos e normalmente crianças pressão alta são crianças 
com sobrepeso/obesa ou histórico familiar 
Os sinais e sintomas podem sugerir envolvimento de 
algum órgão ou sistema específico, por exemplo, rins 
(hematúria macroscópica, edema, fadiga), coração (dor 
torácica, dispneia aos esforços, palpitação). 
A gravidade da elevação da PA não difere entre HAS 
primária e secundária. A elevação da PA diastólica está 
mais relacionada à hipertensão secundária, enquanto 
hipertensão sistólica parece ser mais preditiva de HAS 
primária 
Em RN as principais causas são mal formação congênita 
renal ou cardíaca, displasia bronco pulmonar e negócio 
na artéria umbilical 
Em lactentes (30 dias até 6 anos) as causas mais comuns 
são doença renal, cardíaca, estenose da artéria renal 
Em crianças de 6 a 10 anos são doenças do parênquima 
renal, estenose de artéria renal e hipertensão primária 
Acima de 10 anos as causas são hipertensão primária e 
doenças do parênquima renal 
 
 
Pode ter taquicardia, diminuição dos pulsos nos membros 
inferiores, alterações na retina, atraso no crescimento, 
obesidade, manchas café com leite, sons audíveis, 
fraqueza muscular, cefaleia 
 
 
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Mancha Café com Leite – Medir a PA, pode ter uma 
hipertensão primária associadas 
 
 
A terapêutica inicial, na maioria dos casos, é não 
medicamentosa, prezando, principalmente, pela atividade 
física e dieta; e mesmo naqueles em que o tratamento 
medicamentoso é iniciado, preconiza-se manutenção das 
recomendações para mudanças do estilo de vida – se 
inicia com mudança no estilo de vida (atividade física 
regular e dieta) 
 
Inicia-se com IECAs ou Diuréticos, se não houver controle 
mantém os medicamentos e aumenta a dose 
Caso não der certo, associa a outra medicação e 
encaminha para o nefro 
 
A escolha do medicamento ideal deve levar em conta 
vários fatores como a doença de base, experiência do 
médico, disponibilidade do medicamento e seus efeitos 
colaterais. 
Normalmente, o tratamento inicial pode ser feito com 
Inibidor da enzima conversora da angiotensina (IECA), 
bloqueador do receptor da Angiotensina (BRA) ou 
bloqueador dos canais de cálcio (BCC) ou diurético 
tiazídico.7,20 Betabloqueadores não são recomendados 
como tratamento inicial e outros anti-hipertensivos são 
reservados para os pacientes não responsivos aos 
demais tratamentos. Além disso, eles podem causar 
efeitos colaterais tais como broncoespasmo, hipoglicemia 
e, em adultos, não foi demonstrada melhora dos 
resultados relacionados à hipertensão. 
Em recente metanálise22, verificou-se que os IECA e 
BRA representam a melhor escolha de tratamento para 
hipertensão pediátrica. Porém, pela carência de dados em 
relação a outras classes de anti-HAS, não é possível ter-
se uma conclusão definitiva. 
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–
 2020., disponível no CANVAS 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/97
88580555226/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcapa.xht
ml]!/4/2/6%4051:32 – página 1420 
Ocorrem em todas as faixas, mas principalmente entre 
3 meses a 3 anos. 
O corpo estranho pode se alojar em qualquer lugar do 
trato respiratório. Corpos estranhos que se alojam no 
esôfago podem comprimir a via aérea e causar 
desconforto respiratório. Em geral, o corpo estranho se 
aloja na via respiratória supraglótica, provocando reflexos 
de proteção que resultam em laringospasmo. Pequenos 
objetos, como moedas, podem passar pela glote e 
obstruir a traqueia. Objetos que vão para dentro da via 
aérea inferior causam tosse e desconforto respiratóriomais variável (ver seção sobre Causas adquiridas de 
obstrução da via aérea intratorácica). 
Os objetos mais observados na aspiração de corpos 
estranhos incluem nozes e sementes, frutas pequenas, 
cachorro-quente, pipoca/milho e feijões. Crianças com 
idades entre 6 meses e 4 anos apresentam maior risco. 
Lares e creches para crianças em que um irmão mais 
velho ou uma criança alimenta a outra com alimentos 
inadequados (p. ex., amendoins, balas duras ou pedaços 
de cenoura) são típicos. Sem tratamento, podem ocorrer 
cianose progressiva, perda da consciência, convulsões, 
bradicardia e parada cardiopulmonar. 
 
Muitas vezes a criança não tem sintoma e a situação 
passa despercebida 
No momento da ingestão, os sinais podem incluir tosse, 
engasgo ou sibilância. O início costuma ser abrupto, com 
uma história de uma criança correndo com comida na 
boca, brincando com sementes, pequenas moedas ou 
brinquedos. 
O diagnóstico é feito com o início súbito de engasgo, 
juntamente com incapacidade de vocalizar ou tosse e 
cianose, com angústia acentuada (obstrução completa) 
ou salivação, estridor e manutenção da capacidade de 
vocalizar (obstrução parcial). As radiografias de tórax e 
outros exames de imagem têm sido usados para avaliar 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580555226/epubcfi/6/2%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dcapa.xhtml%5d!/4/2/6%4051:32
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580555226/epubcfi/6/2%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dcapa.xhtml%5d!/4/2/6%4051:32
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580555226/epubcfi/6/2%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dcapa.xhtml%5d!/4/2/6%4051:32
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a ingestão de corpo estranho. No entanto, a 
broncoscopia rígida é o padrão-ouro para o diagnóstico. 
 
ô
Podem resultar em sintomas como anorexia (falta de 
apetite), disfagia (dificuldade para engolir), odinofagia (dor 
para engolir), sinais de obstruções completas do esôfago 
são: sialorreia (salivação) isso é uma emergência 
endoscópica 
Sintomas respiratórios - Pode ter a compressão da 
traqueia (causando estridor e pode até entrar em apneia) 
Exames Complementares – Para localizar o objeto deve 
ser feito primeiramente raio x. 
Antes de levar o raio x é necessário avaliar se tem 
obstrução de via aérea e expansibilidade torácica (seguir 
A, B, C – via aérea, expansibilidade pulmonar e chegar 
pulso) 
Primeiro exame é o raio x simples de região cervical ou 
abdominal 
Quando se pede tomografia? Os objetivos relativamente 
radiolúcidos (plástico, madeira, vidro, ossos pequenos) 
podem não serem vistos em raio x comum, nesse caso 
a tomografia é útil 
 
 
á
Os corpos estranhos gástricos costumam ser 
assintomáticos, exceto quando são muito grandes e 
estão associados a vômitos pós alimentação e plenitude 
precoce pós-prandial. 
Corpos estranhos de longa datas, afiados ou pontiagudos 
podem sofrer impacto na parede gástrica resultando em 
úlcera, hemorragia ou perfuração. 
 
Os corpos estranhos que chegam ao intestino, no geral 
permanecem assintomáticos, principalmente se entram 
no delgado. 
Os sintomas são tipicamente de perfuração e obstrução. 
 
Garrafa, lâmpadas, utensílios de banheiro – o grau de 
trauma é variável, e a abordagem normalmente é 
cirúrgica 
Normalmente essas coisas são vistas tardiamente porque 
as pessoas sentem vergonha de buscar atendimento 
 
 
Deve ser removido imediatamente todos os corpos 
estranhos impactados no esôfago (indiferente de qual 
corpo estranho é), corpos estranhos gástricos alongados 
e agudos (como por exemplo caneta), corpos estranhos 
sem corte que permanecem por mais de duas semanas 
no estômago (2-3 semanas = considerado período 
longo) 
 
– : mais comum é o osso e palitos de 
dente, lâminas de barbear, alfinetes, unhas e fragmentos 
de vidro. 
A taxa de perfuração é de 35%, portando a remoção 
endoscópica é necessária. 
– : Escova de dente, fios rígidos, 
canetas ou lápis, estão associados a uma alta incidência 
de perfuração porque eles têm dificuldade em passar 
pelas curvas do duodeno portanto a intervenção 
endoscópica é precoce 
– a mais encontrada 
são moedas, outros objetos incluem bolinhas de gude, 
baterias e brinquedos pequenos. A remoção é indicada 
para grande maioria. 
– com mais de 2,5cm de 
diâmetro, eles têm menos probabilidade de passar pelo 
piloro, ficando preso no estômago. Espera-se ver a 
possibilidade desse objeto passar, depois de 3 semanas 
indica-se endoscopia. 
– Quando mais tempo se passa as 
baterias e pilhas vão sendo degradadas pelo HCl – 
sempre é indicado a remoção 
Carla Bertelli – 4° Período 
 
– ã – ã Ocorre um 
grande problema na presenta de 2 ou mais imãs, pois 
eles podem se encontrar ocasionando problemas, 
necessidade de remoção cirúrgica. 
– ó – Ruptura ou 
vazamento de embalagens contendo drogas pode ser 
fatal 
– ç – O alimento mais 
comum são bolos de carne impactados em crianças e 
adultos. A obstrução total do esôfago é implicada pela 
sialorreia e é uma indicação de intervenção endoscópica 
urgente 
 
Disfagia, odinofagia, salivação excessiva, regurgitação e 
dor no peito ou abdominal são sintomas típicos de corpo 
estranho no esôfago. 
Corpos estranhos no esôfago devem ser removidos em 
até 24 horas após sua ingestão. 
Pilhas em formato de botão devem ser removidas com 
urgência, pois podem causar lesão fatal. 
A maioria dos corpos estranhos no estômago é eliminada 
espontaneamente. 
 
À apresentação, os sintomas mais comuns de ingestão 
de corpo estranho são disfagia, odinofagia, salivação 
excessiva, regurgitação e dor no peito ou abdominal. 
Sintomas respiratórios, como tosse, são exacerbados 
quando há corpos estranhos retidos no esôfago por mais 
de uma semana. Deve-se ter um alto índice de suspeita 
em crianças pequenas que estão começando a 
engatinhar ou caminhar que apresentam esses sintomas, 
mesmo na ausência de alguém que tenha testemunhado 
a ingestão. Se a ingestão tiver sido presenciada por 
alguém, o momento do evento é importante, já que terá 
implicações nos procedimentos endoscópicos 
necessários para a remoção do corpo estranho 
Os corpos estranhos mais comuns ingeridos por crianças 
são as moedas (Fig. 21-3), e eles tendem a se alojar nas 
áreas de menor diâmetro — valécula, abertura torácica 
superior, junção GE, piloro, ligamento de Treitz, junção 
ileocecal ou no local de estenoses intestinais congênitas 
ou adquiridas. A avaliação da ingestão de um corpo 
estranho inicia com raio X simples. Objetos radiopacos, 
como brinquedos de plástico, podem não aparecer no 
raio X padrão. Se houver uma preocupação em 
particular, com base nos sintomas do paciente, a respeito 
da retenção de um corpo estranho no esôfago que não 
for radiopaco, será útil realizar um esofagrama com 
contraste. Entretanto, o uso de contraste pode retardar 
ou aumentar o risco da anestesia devido a problemas de 
aspiração. 
Os corpos estranhos devem ser removidos do esôfago 
dentro de 24 h, a fim de evitar ulceração, que pode 
causar sérias complicações, como erosão para o interior 
de um vaso ou formação de estenose. Pilhas redondas 
alojadas no esôfago são especialmente preocupantes e 
devem ser removidas imediatamente. Elas podem causar 
uma lesão termoelétrica em períodos tão curtos quanto 
2 h, e há relatos de óbito devido à formação de fístula 
aortoentérica em algumas semanas após a remoção. No 
estômago, essas pilhas geralmente não causam 
problemas, mas devem ser monitoradas com cuidado 
para que sua eliminação imediata seja garantida. No caso 
de pilhas maiores (> 20 mm) e em crianças mais jovens 
(< 5 anos), a avaliação endoscópica de pilhas alojadas no 
sistema digestório pode ser considerada a fim de avaliar 
o esôfago e detectar sinais de lesão e risco de fístula 
aortoesofágica. As taxas de lesão importante e de 
mortalidade por ingestão dessas pilhas aumentaram nos 
últimos anos com a transição para a produçãode 
baterias de lítio com voltagem maior. 
A impactação de um corpo estranho no esôfago 
também deve levar à suspeita de uma possível esofagite 
subjacente.Em particular, a EEo está presente em até 
75% dos pacientes pediátricos com manifestação inicial 
de impactação alimentar no esôfago. 
Corpos estranhos lisos no estômago, como botões ou 
moedas, podem ser monitorados, sem tentativa de 
remoção, por vários meses, se a criança não apresentar 
sintomas. Alfinetes retos e parafusos e pregos são 
exemplos de objetos cuja extremidade cega é mais 
pesada que a extremidade afiada. Esses objetos de pesos 
assimétricos geralmente são eliminados sem incidentes 
e, portanto, a necessidade de remoção endoscópica 
deve ser considerada caso a caso. Por outro lado, objetos 
com ambas as pontas afiadas com peso igual em cada 
extremidade, como espinha de peixe e palitos de 
madeira, devem ser removidos por migrar através da 
parede do trato gastrintestinal para o pericárdio, fígado e 
veia cava inferior. Alfinetes de segurança grandes e 
abertos devem ser removidos do estômago porque 
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podem não passar pelo esfincter pilórico, podendo 
provocar perfuração. Objetos mais longos que 5 cm 
podem não passar pelo ligamento de Treitz e devem, 
portanto, ser removidos. A remoção de imãs deve ser 
considerada somente se houver a ingestão de mais de 
um objeto ou se um imã foi ingerido juntamente com 
um objeto metálico, já que existe risco de fístula ou 
erosão do tecido da mucosa entre dois corpos estranhos 
aderidos um ao outro. Imãs de metais de terras raras ou 
imãs de neodímio são pequenos, mas muito potentes, 
vendidos a granel, e são responsáveis por vários casos 
de perfuração intestinal com necessidade de intervenção 
cirúrgica. A ingestão de vários imãs requer remoção 
endoscópica imediata, caso seja tecnicamente viável. Do 
contrário, sua migração por meio do trato gastrintestinal 
deve ser acompanhada radiograficamente até que sejam 
eliminados. 
O uso de soluções eletrolíticas balanceadas à base de 
polietilenoglicol para lavagem pode ajudar na eliminação 
de corpos estranhos pequenos e lisos alojados no 
intestino. A lavagem é especialmente útil para acelerar a 
eliminação de corpos estranhos que contenham material 
tóxico absorvível, como metais pesados. A não 
eliminação de um corpo estranho liso do estômago após 
vários dias sugere a possibilidade de obstrução da via de 
saída gástrica. 
A maioria dos corpos estranhos pode ser removida do 
esôfago ou estômago por um endoscopista experiente. 
Em algumas circunstâncias, uma técnica alternativa pode 
ser utilizada. Um radiologista experiente, por meio da 
fluoroscopia, pode usar um cateter de Foley com balão 
inflado abaixo do corpo estranho para remover moedas 
do esôfago superior enquanto o paciente, em estado de 
vigília, é colocado na posição de Trendelenburg. As 
contraindicações incluem dificuldade de assegurar as vias 
respiratórias, indicação de que o corpo estranho está 
presente há vários dias e cirurgia esofágica prévia.

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