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• Papel da hormona antidiurética e da AQ2 na reabsorção da água a nível renal. Diabetes insipidus nefrogénica e aquaporinas. Mercúrio como agente diurético. • Utilização das energia de activação na discriminação entre transporte por difusão simples e transporte mediado por proteínas. Bibliografia • Lodish H., Baltimore D., Berk A., Zipursky S.L., Matsudaira P., and Darnell J., Molecular Cell Biology (4ª Ed.), Freeman W.H. and Company (USA), Cap 15 (2000). • Berg, Stryer, Tymoczko - Biochemistry (6th edition), Freeman W.H. and Company (USA), Cap 12 (2011). • Nelson D.L., and Cox M.M., Lehninger – Principles of Biochemistry (4ª Ed.), Freeman W.H. and Company (USA), pp 406-408 (2005). • Nelson D.L., and Cox M.M., Lehninger – Principles of Biochemistry (4ª Ed.), Freeman W.H. and Company (USA), pp 406-408 (2005). • Shechter E., Biochimie et biophysique des membranes. Aspects structuraux et fonctionnels (2º Ed.), Masson,Paris, pp 155-157 (1997). Aquaporinas - descoberta - a existência de canais para água nas membranas foi prevista em 1957 por V.W. Sidel e A.K. Solomon - a proteína responsável por esse transporte não tinha sido isolada - Agre et al, 1987: Primeiro artigo sobre aquaporinas AQUAPORINAS • O Prémio Nobel da Química de 2003 foi atribuído a um cientista norte-americano cuja investigação ajudou a esclarecer como a água é transportada através das biomembranas. • A existência de canais específicos transportadores de água era apenas uma suspeita até meados dos anos 80. Em 1988 Peter Agre conseguiu isolar uma proteína da membrana plasmática com essas características – as AQUAPORINAS. Peter Agre Peter Agre Receives 2003 Nobel Prize in Chemistry RNA mensageiro de CHIP 28 Ovócitos de Xenopus laevis Membrana de Oócito expressando a proteína CHIP 28 CHIP 28 - Channel forming membrane integral protein of 28 kD Eritrócitos e células renais — (alta permeabilidade a H2O) Xenopus laevis - A permeabilidade à água dos ovócitos aumentou 100x - Proteína renomeada AQUAPORINA-1 (AQP1) 1ª Proteína envolvida — CHIP 28 Oócitos de rã que não expressam aquaporina (em baixo – CONTROLO) Oócitos microinjectados com m-RNA de eritrócitos codificante de aquaporina (em cima). Incubação durante 2 dias para dar tempo a que a AQP seja expressa Os oócitos foram transferidos de uma solução salina isotónica para uma solução salina hipotónica A aquaporina é um canal aquoso – demonstração experimental Permeabilidade à água de ovócitos expressando AQP1 Injectou-se mRNA codificando AQP1, em ovócitos de Xenopus Após a expressão da proteína diminuiu-se a osmolaridade do meio (solução. hipotónica) Registou-se a velocidade de entumescimento em função do tempo A cruz representa o momento da ruptura da célula O entumescimento é menos nítido se os ovócitos forem incubados com HgCl2 A experiência controlo é realizada com ovócitos que não expressam AQP1 Ovócitos de Xenopus laevis Outra experiência: Permeabilidade à água de lipossomas e de proteolipossomas reconstituídos com AQP1 – Determinação da E (energia de activação) • O transporte de água é induzido por um choque hiperosmótico A permeabilidade foi determinada a partir da velocidade de contracção dos lipossomas e dos proteolipossomas. Velocidade inicial do transporte da água em função do inverso da temperatura absoluta (T). O declive das rectas representa a energia de activação. A B A B Slope = -E/R Modelo Estrutural da Aquaporina: Proteína tetramérica composta por 4 subunidades idênticas. Cada subunidade forma um canal aquoso. Esquema da topologia de 1 subunidade relativamente à membrana 3 pares de α-hélices transmembranares homólogas (A e A’; B e B’; C e C’) estão orientadas em sentidos opostos relativamente à membrana e estão ligados por 2 “loops” hidrofílicos contendo pequenas hélices não- membranares. Na AQP1, 4 monómeros de Mr 28 000 formam cada um deles um canal aquoso com um diâmetro (≈3Å) que permite a passagem das moléculas numa única fila (5 x 108 moléculas/s). Características Estruturais da AQP1 Os “loops” que conectam os segmentos transmembranares (2 e 3) e (5 e 6) contêm vários aminoácidos altamente conservados e o motivo característico Asn-Pro-Ala (NPA). Os “loops” inclinam-se para o interior da cavidade formada por 6 α-hélices transmembranares encontrando-se no centro para fazer parte do canal selectivo a água. Vista lateral do poro numa subunidade da aquaporina (vêem-se várias moléculas de água). O canal contém resíduos de histidina (H) e arginina (R) (altamente conservados) e 2 resíduos de asparagina (N) (a azul), cujas cadeias laterais formam ligações de H com as H2O transportadas. As H2O transportadas também formam ligações de H com o grupo carbonilo de um resíduo de cisteína da cadeia principal. A baixa energia de activação para a passagem da água através da AQP1 (∆G++< 15KJ/mol) sugere que a água se move através dos canais sob a forma de um fluxo contínuo. Canal de água numa subunidade de AQP1 (a) Restrição de tamanho. 8 Å acima do ponto médio do canal, o poro estreita-se para um diâmetro de 2,8 Å (aproximadamente o diâmetro de uma molécula de água). (b) Repulsão eletrostática. Resíduos conservados (R, Arg-195; H, His-180) na constrição mais estreita do poro, fornecem cargas positivas fixas que impedem a passagem de cátions, incluindo protões. (c) Reorientação do dípolo da água. Duas hélices parciais encontram-se no ponto médio do canal, fornecendo dípolos carregados positivamente que reorientam uma molécula de água quando passa por este ponto. Quebra de pontes de hidrogênio na fila unitária de moléculas de água impede a condutância a protões por “hop-turn” (salto-rotação). Selectividade do canal para água: Três características do canal Moléculas de H2O são alinhadas pela interacção com as Asn nos locais de constrição. Quebra das ligações de H impede a condutância a H+ através do canal. AQUAPORINA – Canal para água A água é um dípolo eléctrico Cadeias de Ligações de Hidrogénio (“cabo condutor” para H+) Mecanismo de Condução de H+ Improvável “Salto” e “Rotação” Esquema da transferência de H+ numa proteína (verde) através de um “fio condutor de protões”. O fio consiste de uma cadeia de ligações de hidrogénio de moléculas de água e de resíduos de aminoácidos ionizáveis. Um H+ entra a partir do topo e as setas azuis mostram a propagação da carga positiva através de “saltos” sequenciais através da cadeia. Em resultado, um H+ sai no fundo. Antes do próximo H+ ser transferido os componentes da cadeia devem “rodar” (setas vermelhas) para rearranjar a cadeia na sua configuração original. Esta representação é uma visão simplificada da situação real onde a cadeia pode não estar sempre presente (as moléculas de água podem reorienta-se para as posições correctas durante o processo). Estrutura do local de inibição do Hg++ (APQ1-Hg++). Representação de uma única molécula de H2O no ponto mais estreito do poro. Resíduos circundantes arginina-195 (Arg) e histidina-180 (His) fornecem cargas positivas que repelem protões. Cisteína-189 (Cys) é o local da inibição do mercúrio (Hg). Phe-56 e Glu-142 são outros resíduos importantes da região do poro. Como se realiza o transporte de água Aquaporina 1 - poro passivo - passagem água movida pelo gradiente osmótico A água é selecionada pelo tamanho e pela carga eléctrica. Íons não a atravessam por estarem hidratados Aquaporinas ocorrência: 11 isoformas de Aquaporinas em mamíferos Bactérias Plantas Animais Aquaporinas não TransportamApenas Água A família das AQUAPORINAS divide-se em : *Aquaporinas – Selecionam apenas água *Aquagliceroporinas - Água e Glicerol - AQP 3 transporte de GLICEROL para o eritrócito - AQP 7 tecido adiposo transporte de glicerol originado dos TAG - AQP 9 captação de glicerol pelo fígado para formação de glicose Subtipos de AQPs de mamíferos expressos em células/tecidos específicos Água e solutos dos túbulos colectores movem para o interior do vaso sanguíneo (vasa recta) AQP2 - Localizada nos túbulos colectores renais nefrónio Diabetes insipidus nefrogénica: pode ser causada por mutação no gene que codifica AQP2 A reacção de resíduos de cisteína com HgCl2 fecha os canais à água da AQP2 – Base da antiga utilização terapêutica do mercúrio como diurético (inibe a reabsorção da água filtrada pelo rim). ADH estimula a inserção da AQP2 na membrana plasmática da célula principal dos túbulos colectores AQP2 AQP4 nefrónio Concentração da urina regulada pela hormona ADH (hormona antidiurética) ADH estimula a inserção da AQP2 na membrana plasmática da célula principal dos túbulos colectores Diabetes insipidus nefrogénica: pode ser causada por mutação no gene que codifica AQP2 A reacção de resíduos de cisteína com HgCl2 fecha os canais à água da AQP2 – Base da utilização terapapêutica passada do mercúrio como diurético (inibe a reabsorção da água filtrada pelo rim). AQP2 - Localizada nos túbulos colectores renais nefrónio AQP2 Participa nas etapas finais da concentração da urina nos ductos colectores. Em condições de diurese encontra-se em vesículas intracelulares. Por acção da vasopressina é exocitada para a membrana apical permitindo a reabsorcão da água do filtrado glomerular Indivíduos com mutacões no gene de AQP2 sofrem de uma forma severa de Diabetes Nefrogénica Insípida e podem chegar a libertar até 20 L de urina por dia. A sobreexpressão de AQP2 poderá contribuir para estados de retenção de líquido encontrados em pacientes com insuficiência cardíaca ou grávidas. membrana basolateral → permeável mesmo sem ADH → AQP3 e AQP4 Neurohormonas do hipotálamo são armazenados na neurohipófise Hipófise (armazena as hormonas para as lançar posteriormente no sangue) As funções do NEFRÓNIO são vitais para a vida e são reguladas pelo sistema endócrino por hormonas, tais como a hormona anti-diurética e a hormona paratiróide. ENERGIA DE ACTIVAÇÃO Difusão transmembranar de solutos ENERGIA DE ACTIVAÇÃO As energias de activação calculadas para glicol, glicerol e eritritol correspondem às energias que se conhecem serem necessárias para a desidratação das moléculas. Para uma molécula se mover passivamente em resposta a um gradiente químico, a barreira energética mais importante reflecte provavelmente a necessidade da molécula perder a sua água de hidratação antes de passar através da barreira polar das cabeças dos fosfolípidos membranares. 1 caloria = 4,184 Joules Alterações de Energia Associadas à Passagem de um Soluto Hidrofílico Através da Bicamada Lipídica de uma Membrana Biológica (a) Na difusão simples a remoção da camada de hidratação (solvatação) é altamente endergónica (∆G>0) e a energia de activação (∆G++) para a difusão através da bicamada é muito elevada; (b) A proteína transportadora reduz a ∆G++ para a difusão transmembranar do soluto visto este ter acesso a um meio hidrofílico favorável à sua passagem. A proteína transportadora forma interacções não-covalentes com o soluto desidratado para substituir as ligações de H com a água (a ∆Gligação< 0 equilibra a ∆Gdesidratação> 0) e fornece uma passagem transmembranar hidrofílica (via alternativa para atravessar a bicamada lipídica sem ter de interagir com o interior hidrofóbico membranar)
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