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Pos de uso farmaceutico

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Prévia do material em texto

Farmacotécnica	II		 	 Natalia	Petry	
Pós	de	uso	farmacêutico	
Misturas	secas	de	 fármacos	e/ou	excipientes	 finamente	divididos	que	podem	
ser	destinados	ao	uso	 interno	ou	externo.	Partículas	 sólidas,	 livres	e	secas,	devendo	
apresentar	certa	homogeneidade.		
Apresentados	 nas	 formas	 farmacêuticas:	 pós	 tópicos,	 pós	 a	 granel	 ou	 pós	
divididos.	 Ainda	 podem	 ser	 ponto	 de	 partida	 para	 preparação	 de	 outras	 formas	
farmacêuticas:	granulados,	cápsulas	e	comprimidos.		
	
Vantagens		
(Pós	a	granel	e	divididos)	
• Prescrição	precisa	individual	em	
cada	dose;	
• Normalmente	mais	estáveis;	
• Menor	 tamanho	 e	 dissolução	
mais	 rápida	 do	 que	
comprimidos;	
• Menos	irritação	gástrica	quando	
comparado	com	comprimidos.	
Desvantagens	
(Pós	a	granel	e	divididos)	
• Deterioração	quando	expostos	a	
condições	 atmosféricas	 (maior	
área	de	superfície	das	partículas	
finamente	divididas);	
• Difícil	de	mascarar	sabores;	
• Maior	tempo	de	preparo;		
	
	
	
Comprimidos	e	cápsulas	
§ Maior	facilidade	de	acondicionamento	e	transporte;	
§ Possibilidade	de	mascarar	sabores	
§ Facilidade	na	exatidão	da	dose	das	formas	unitárias	
§ Possibilidade	de	revestimento	de	proteção	e		
liberação	controlada.	
	
Classificação	
Simples:	divisão	de	uma	
única	droga.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Compostos:	misturas	de	
dois	 ou	 mais	 pós	
simples.	 Necessário	
verificar	 a	
homogeneidade	 do	
tamanho	 e	 distribuição	
da	mistura.		
	
	
	
	
	
Simples	 titulados:	
Utilizados	 para	 drogas	
que	 contenham	
substâncias	 de	 elevada	
atividade	
farmacológica.	
Determina-se	o	 teor	 de	
princípios	 ativos	 do	 pó,	
ajustando-o	 ao	 título	
por	 diluição	 com	
inertes.		
	
Propriedades	e	características	específicas	de	determinados	pós	
• Higroscópicos:	absorvem	umidade	do	ar;		
• Deliquescentes:	higroscópicos	com	capacidade	de	absorver	umidade	suficiente	
para	se	dissolverem,	formando	uma	solução;	
• Eflorescentes:	 contém	 água	 de	 hidratação	 que	 pode	 ser	 liberada	 quando	
armazenados	ou	manipulados	em	condição	de	baixa	umidade	relativa	do	ar;	
Farmacotécnica	II		 	 Natalia	Petry	
• Mistura	 eutética:	mistura	de	duas	ou	mais	 substâncias	 sólidas	 que	podem	 se	
liquefazer	quando	misturadas	a	temperatura	ambiente;		
	
Formas	farmacêuticas	
• Pós	 tópicos:	 aplicados	 sobre	 a	 pele	 para	 exercerem	 ação	 local	 (Ex:	 talcos	
antissépticos).		
• Pós	 a	 granel:	 uso	 interno	 em	 embalagem	 ou	 frasco	 com	 múltiplas	 doses,	
oferecem	um	método	conveniente	para	dispensar	 fármacos	não	potentes	em	
estado	 sólido,	 cujas	 doses	 requerem	 volumes	 moderados	 e	 grandes	 (Ex:	
antiácidos).	No	momento	da	administração,	deve-se	medir	a	dose	usando	uma	
colher	ou	dosador.	Não	pode	ser	usado	para	fármacos	que	requerem	dose	exatas	
e	precisas.		
• Pós	 divididos:	 uso	 interno	 onde	 cada	 dose	 é	 embalada	 individualmente.	 Na	
manipulação,	 cada	dose	de	pó	é	pesada	 individualmente	e	acondicionada	em	
sachês,	 flaconetes	 ou	 papeletes,	 os	 quais	 são	 lacrados.	 No	 momento	 da	
administração,	o	 conteúdo	do	 sachê	deve	 ser	misturado	em	veículo	 (água	ou	
algum	alimento	de	acordo	com	o	produto	ou	prescrição).	Forma	utilizada	quando	
a	dose	corresponde	a	uma	quantidade	grande,	que	não	caberia	em	uma	cápsula.		
• Cápsulas:	pós	 para	 uso	 interno	 encapsulados	 em	 invólucros	 de	 gelatina	 dura	
(cápsula).	 Geralmente	 a	 quantidade	 de	 pó	 é	 pequena	 e	 a	 quantidade	 de	
fármacos	pode	ser	medida	com	precisão	e	exatidão.		
• Comprimido:	quantidade	relativamente	pequenas	que	podem	ser	medidas	com	
exatidão	e	precisão	que	passam	por	um	processo	específico	de	produção,	onde	
uma	das	etapas	é	a	compressão.		
	
Tamanho	da	partícula	
• Afeta	a	velocidade	de	dissolução	e	biodisponibilidade;	
• Pode	afetar	a	velocidade	de	sedimentação	no	caso	de	suspensões;	
• Interfere	no	conforto	da	aplicação	de	suspensões,	pomadas	e	cremes;	
• Pós	de	uso	externo:	finamente	divididos	de	forma	exata,	tamanho	uniforme	para	
assegurar	 toque	 macio	 não-arenoso,	 com	 livre	 escoamento	 e	 fácil	
espalhamento.	
• Pós	de	uso	interno	(a	granel	ou	divididos):	partículas	devem	apresentar	tamanho	
uniforme	para	divisão	exata,	pois	a	velocidade	de	dissolução	e	biodisponibilidade	
dependem	 do	 tamanho	 da	 partícula.	 No	 caso	 de	 pós	 a	 granel,	 partículas	 de	
tamanho	diferente	tendem	a	segregar	com	o	transporte,	o	que	pode	resultar	em	
doses	inexatas.		
	
Granulometria	
	 Corresponde	 ao	 grau	 de	 divisão	 dos	 pós,	 também	 referida	 como	 tenuidade.	
Compreende	o	tamanho	das	partículas.	A	granulometria	geralmente	é	determinada	por	
tamisação,	de	modo	a	classificar	os	pós	de	acordo	com	a	porcentagem	na	amostra	que	
passa	através	de	um	tamis	com	uma	determinada	abertura	de	malha.		
	
	
Farmacotécnica	II		 	 Natalia	Petry	
Princípios	gerais	da	manipulação	de	pós	
	 Em	quase	todas	as	situações	de	manipulação,	os	sólidos	precisam	estar	em	um	
estado	 fino	 de	 subdivisão.	 Sendo	 assim,	 é	 necessário	 a	 redução	 do	 tamanho	 de	
partículas	 pelo	 manipulador.	 Geralmente	 diferentes	 fármacos,	 excipientes	 e	 outros	
adjuvantes	apresentam	granulometria	diferentes.	
	 Para	obtenção	de	mistura	de	pós	homogênea,	é	essencial	que	todos	os	pós	a	
serem	 misturados	 tenham	 granulometria	 próximas.	 Isso	 assegura	 mistura	 mais	
homogênea	e	com	menores	chances	de	segregação.		
	 Portanto,	uma	etapa	de	pulverização	individual	de	cada	um	dos	pós	da	mistura	
deve	ser	realizada	antes	de	misturar	os	pós.		
	
Redução	do	tamanho	das	partículas:	cominuição	
	
1. Pulverização	por	trituração	–	fricção	continuada	de	um	sólido	em	um	gral	com	
pistilo.	A	trituração	também	utilizada	para	mistura	em	gral,	sendo	um	método	
interessante	por	permitir	proceder	a	cominuição	de	duas	ou	mais	substâncias	ao	
mesmo	tempo.	Portanto,	a	trituração	é	utilizada	para	cominuição/	pulverização	
e	mistura	de	pós.	Pó	compactado	é	constantemente	removido	das	 laterais	do	
graal	e	do	pistilo	por	raspagem	para	garantir	uniformidade.	
o Grau	de	cerâmica:	maior	atrito,	muito	poroso,	não	deve	ser	usado	pra	
fármaco	 colorido,	 cuidados	 especiais	 de	 limpeza	 necessário	 pra	 evitar	
contaminação.		
o Grau	de	porcelana:	maior	eficiência	de	atrito.	
o Grau	 de	 vidro:	 superfície	 lisa	 não	 porosa,	 adequado	 pra	 substâncias	
coradas	ou	fármacos	potentes	e	perigosos	,	não	tão	eficiente.	
	
2. Pulverização	por	intervenção	(intermédio):	processo	usado	para	fármacos	que	
não	permitem	trituração	direta,	por	exemplo,	aqueles	com	estruturas	cristalinas	
duras,	que	não	 fragmentam.	Envolve	a	dissolução	em	um	solvente	adequado	
(agente	 interventor),	seguida	de	recristalização	em	partícula	 finas.	Os	agentes	
interventores	mais	utilizados	são	álcool	e	acetona.		
o Volume	 de	 líquido	 interventor	 pequeno	 e	 outros	 pós	 preparação	
insolúveis:	 demais	 pós	 podem	 ser	 misturados	 até	 que	 o	 solvente	
evapore.	
o Volume	 de	 líquido	 interventor	 elevado	 ou	 outros	 componentes	 da	
formulação	 forem	 solúveis:	 solvente	 deve	 ser	 evaporado	 antes	 dos	
demais	pós	serem	misturados.		
	
3. Pulverização	por	levigação:	sólido	é	triturado	com	uma	pequena	quantidade	de	
líquido	no	qual	o	sólido	não	é	solúvel.	Geralmente	utilizado	para	incorporação	
de	sólidos	em	formas	farmacêuticas	semissólidas.	Óleo	mineral	e	glicerina	são	
exemplos	comuns	de	agentes	levigantes.		
	
Mistura	de	pós		
	 Operação	farmacêutica	cujo	objetivo	é	obter	uma	mistura	homogênea,	ou	seja,	
qualquer	 amostra	 dessa	 mistura	 deve	 ter	 composição	 idêntica	 a	 qualquer	 outra	 da	
Farmacotécnica	II		 	 Natalia	Petry	
mistura	total.	É	ideal	que	os	pós	em	seu	estado	inicial	tenham	semelhante	densidade,	
formato	e	granulometria.		
	 A	homogeneidade	é	mais	difícil	quando	um	dos	componentes	está	em	menor	
proporção	 em	 relação	 a	 outros.	 Portanto,	 a	 operação	 deve	 ser	 bem	 conduzida	 para	
obtenção	da	homogeneidade	e	de	doses	uniformes.		
1. Mistura	por	trituração:	método	preferível	em	diferentes	situações	por	permitir	
ao	mesmo	tempo	a	redução	do	tamanho	das	partículas.2. Mistura	por	espatulação:	realizada	em	pedra	de	pomada	com	uso	de	espátula.	
Não	há	redução	do	tamanho,	portanto	todos	os	pós	devem	ser	finos	e	possuir	
tamanho	 uniforme.	 O	 pó	 resultante	 é	 fluído	 e	 não	 compactado.	 É	 preferível	
quando	a	trituração	deve	ser	evitada,	por	exemplo,	na	mistura	de	substâncias	
incompatíveis	 (mistura	 eutética).	 Por	 não	 haver	 trituração,	 a	 desagregação	
prévia	 em	 um	 tamis	 rompe	 eventuais	 grupos	 formados	 por	 agregação,	
otimizando	o	processo.		
	
3. Misturadores	–	quantidades	grandes	de	pós,	pode	ser	em	V	ou	de	bancada.		
	
Controle	de	qualidade		
	 A	inspeção	visual	é	quase	impossível	de	ser	realizada,	uma	vez	que	a	maioria	dos	
fármacos	 são	 pós	 brancos.	 Um	 método	 que	 pode	 ser	 utilizado	 é	 a	 adição	 de	 uma	
pequena	quantidade	de	corante	na	mistura	(cerca	de	0,1%).	Quando	o	corante	estiver	
disperso	 de	 modo	 uniforme	 e	 a	 cor	 estiver	 homogênea,	 o	 pó	 estará	 misturado	
homogeneamente.		
Mistura	 geométrica	 (adição	 alternada	
de	 pós):	 quando	 uma	 formulação	
requer	 combinação	 de	 quantidades	
semelhantes,	 uma	 mistura	 uniforme	
pode	 ser	 obtida	 pela	 mistura	 de	
pequenas	porções	de	cada	um	dos	pós,	
seguida	 pela	 adição	 de	 porções	
adicionais	 alternadamente,	 com	
trituração	 e	 mistura	 adequada	 a	 cada	
adição.		
	
	
	
Diluição	 geométrica:	 utilizada	 quando	
são	 misturados	 dois	 ou	 mais	 pós	 em	
quantidades	 diferentes,	 geralmente	
com	 um	 componente	 em	 quantidade	
muito	pequena	em	relação	aos	outros,	
principalmente	para	fármacos	potentes	
e/	ou	perigosos,	usados	em	quantidades	
muito	pequenas.	Permite	que	pequenas	
porções	de	um	componente	sejam	bem	
distribuídas	 em	 toda	 mistura.	 A	
trituração	 com	 diluição	 geométrica	
permite	 obtenção	 de	 misturas	 mais	
homogêneas.		
	
Embalagem	dos	pós	
	 Dependendo	 do	 uso	 a	 que	 se	 destinam,	 os	 pós	 podem	 ser	 embalados	 e	
dispensados	de	duas	maneiras:	a	granel	ou	divididos.		
Pós	a	granel:	acondicionado	em	grasco	
de	boca	larga,	que	permite	a	retirada	de	
pequenas	quantidades	com	uma	colher.	
Somente	 fármacos	 não	 potentes.	 No	
caso	 de	 uso	 externo	 podem	 ser	
acondicionados	 em	 frasco	 com	 tampa	
perfurada	ou	polvilhador.	
Pós	divididos:	o	pó	pode	ser	dividido	em	
unidades	individuais,	com	base	na	dose	
a	ser	administrada.	Pode-se	usar	sachês,	
flaconetes	e	papeletes.		
Farmacotécnica	II		 	 Natalia	Petry	
	
	
Problemas	especiais,	estabilidade	e	imcompatibilidades	
	 Algumas	características	dos	pós	devem	ser	observadas	para	otimização	do	
processo:	
	
1. Pós	 que	 sofrem	 aglomeração	 durante	 armazenamento:	 alguns	 fármacos	
apresentam	 partículas	 finamente	 divididas,	 mas	 quem	 podem	 aglomerar-se	
durante	armazenamento.	Nesses	casos,	mesmo	pós	muito	finos	necessitam	de	
trituração	antes	do	processo.	
	
2. Pós	cristalinos:	alguns	fármacos	adjuvantes	estão	na	forma	de	cristais,	os	quais	
devem	 ser	 triturados	 antes	 da	manipulação.	 Devem	 ser	 reduzidos	 a	 pó	 com	
granulometria	 semelhante	 aos	 demais	 componentes	 da	 mistura.	 Em	 alguns	
casos	a	trituração	deve	ser	por	intervenção.		
	
3. Pós	 higroscópicos	 e	 deliquescentes:	 absorvem	 a	 umidade	 do	 ar,	 devem	 ser	
tomadas	“medidas	corretivas”:		
-	Controle	da	umidade	relativa	do	ar,	com	uso	de	desumidificador	e/	ou	
ar-condicionado	(faixa	ideal	de	UR	é	entre	30-45%);	
-	Controle	da	exposição	ao	ambiente,	mantendo	utensílios	contendo	os	
pós	vedados	com	filme	plástico	ou	papel	alumínio	durante	o	processo;	
-	 Adição	 de	 substâncias	 absorventes.	 Adjuvantes	 como	 óxido	 de	
magnésio	 leve	 ou	 dióxido	 de	 silício	 coloidal	 reduzem	 tendência	 a	
higroscopia.		
	
4. Pós	 eflorescentes:	 substâncias	 cristalinas	 ou	 hidratadas	 que	 liberam	 água	 de	
cristalização	 ou	 hidratação	 ao	 serem	pulverizadas,	 tornando	o	 pó	 pastoso	 ou	
liquefeito.	 A	 pulverização	 aumenta	 a	 superfície	 de	 evaporação	 da	 água	 de	
cristalização.		
-	Substituir	o	sal	hidratado	pelo	anidro;	
-	Exsicação	do	material.	
	
5. Misturas	eutéticas:	mistura	de	dois	componentes	sólidos	que	se	torna	pastosa	
ou	se	liquefaz	a	temperatura	ambiente	devido	ao	ponto	de	fusão	da	mistura	ser	
menor	do	que	das	substâncias	isoladas.		
-	Interposição	de	pó	absorvente	entre	os	dois	pós	incompatíveis.	Triturar	
cada	pó	separadamente	com	um	pó	absorvente,	e	depois	procede-se	a	
mistura	delicada	entre	eles	(sem	trituração).		
	
6. Misturas	 explosivas:	 Podem	 ocorrer	 quando	 um	 agente	 oxidante	 forte	 é	
triturado	com	agente	redutor	forte.	
-	evitar	mistura	de	tais	substâncias.	
	
	
	
Farmacotécnica	II		 	 Natalia	Petry	
Granulometria	e	tamisação	
	 A	 tamisação	 promove	 a	 separação	 das	 partículas	 sólidas	 em	 função	 de	 sua	
tenuidade,	permitindo	a	classificação	do	pó	em	função	da	distribuição	do	tamanho	das	
partículas.	A	operação	utiliza	o	tamis,	provido	de	malhas	de	diferentes	aberturas	em	
função	da	tenuidade	do	pó.		
	 A	classificação	do	pó	pode	ser	dada	em	função	de	termos	descritivos	(ex:	grosso,	
fino,	 finíssimo),	 de	 acordo	 com	 as	 definições	 da	 Farmacopeia,	 ou	 em	 função	 das	
menores	aberturas	de	malha	das	quais	passa	10%,	50%	ou	90%	das	partículas	(D10,	D50,	
D90).		
	
Parâmetros	para	definir	um	tamis:		
• Diâmetro	do	fio	
• Tamanho	do	lúmen	(abertura	da	malha)	
• Número	de	malhas	por	centímetro	ou	polegada	linear	(MESH),	quanto	maior	o	
número	do	mesh,	menor	abertura	e	mais	fino	o	pó	que	passa.	
	
Classificação	da	granulometria	dos	pós	(Farmacopeia	Brasileira	IV,	2019)		
• Pó	 grosso	 –	 partículas	 passam	 em	 sua	 totalidade	 pelo	 tamis	 com	 abertura	
nominal	de	malha	1,7mm,	e	no	máximo	40%	pelo	tamis	com	abertura	de	malha	
355mm.	
• Pó	moderadamente	grosso	–	partículas	passam	em	totalidade	pelo	tamis	com	
abertura	de	710um,	e	no	máximo	40%	pelo	tamis	de	250um.	
• Pó	semifino	–	partículas	passam	em	totalidade	pelo	tamis	de	abertura	de	malha	
de	355um,	e	no	máximo,	40%,	pelo	tamis	de	250uuuy m.	
• Pó	 fino	 –	 partículas	 passam	 pelo	 tamis	 com	 abertura	 nominal	 de	 malha	 de	
180um.	
• Pó	 finíssimo	–	partículas	passam	em	sua	 totalidade	pelo	 tamis	 com	malha	de	
125um.	
	
Calcular	porcentual	retido	em	cada	tamis:	
% 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 =
𝑃1
𝑃2 . 100	
P1	=	peso	da	amostra	retida	no	tamis	(em	gramas)	
P2	=	soma	dos	pesos	retidos	em	cada	tamis	e	no	coletor	(em	gramas)	
	
Distribuição	do	tamanho	das	partículas	
	 A	distribuição	do	tamanho	é	a	medida	que	define	a	quantidade	de	partículas	de	
determinado	 tamanho	 em	 um	 pó	 ou	mistura	 de	 pós.	 Pode	 ser	 definida	 a	 partir	 da	
porcentagem	de	partículas	 que	passam	por	 tamises	 de	 determinadas	 aberturas	 de	
malhas;		
• D10	->	menor	abertura	na	qual	passa	10%	do	material	(ou	mais);	
• D50	->	menor	abertura	de	malha	na	qual	passa	50%	do	material	(ou	mais),	pode	
ser	considerada	a	mediana	no	tamanho.		
• D90	->	menor	abertura	de	malha	na	qual	passa	90%	do	material	(ou	mais).	
Farmacotécnica	II		 	 Natalia	Petry	
Fatores	de	equivalência	e	correção	
	 A	não	correção	do	teor	de	um	princípio	ativo	em	uma	forma	farmacêutica	pode	
implicar	 em	 uma	 dosificação	 errada	 e	 não	 conformidade	 com	 a	 prescrição,	 o	 que	
acarreta	 em	 possíveis	 sanções	 legais.	 Sempre	 é	 necessário	 basear-se	 no	 produto	
farmacêutico	de	referência	e	no	certificado	de	análise	da	matéria-prima	utilizada.	Há	
diferentes	tipos	de	correção:	
	
Fator	 de	 equivalência:	 permite	 intercambiar	 uma	 substância	 na	 sua	 forma	 “salina”,	
“éster”	ou	“hidratada”	com	a	sua	molécula	base	ou	anidra,	em	relação	a	qual	a	forma	
farmacêutica	de	referência	estaria	dosificada.		
-	 Substância	 salina	 cujo	 produto	 farmacêutico	 de	 referência	 que	 a	 contém	 é	
dosificado	em	relação	à	sua	molécula	base.	
-	Substância	comercializada	na	forma	de	sal	ou	base	hidratada	e	cujo	produto	
de	referência	é	dosificado	em	relação	à	base	ou	sal	anidro.		
	
Fatores	de	correção:	relacionado	ao	ajuste	de	teor,	compensação	da	hidratação	ou	de	
uma	diluição.	
-		Substância	comercializada	diluída;-		Substância	que	por	razões	farmacotécnicas	e	de	segurança,	são	diluídas	na	
farmácia.		
-		Correção	do	teor,	quando	o	doseamento	indicar	valores	menores	que	o	
mínimo	especificado	na	monografia	farmacopeica;	
-	Sais	minerais	ou	minerais	aminoácidos	quelatos	em	prescrições	em	que	se	
deseja	o	teor	elementar;	
-	Correção	do	percentual	de	umidade	da	matéria-prima.	
	
	
Fatores	de	equivalência	
	 Fator	utilizado	para	fazer	o	cálculo	da	conversão	da	massa	do	sal	ou	éster	para	
massa	do	fármaco	ativo,	ou	de	substância	hidratada	para	anidra.	Utilizado	quando:	
• Matéria-prima	disponível	for	um	sal	ou	éster	e	o	fármaco	ativo	for	uma	forma	
livre,	sendo	as	doses	expressas	na	forma	livre;	
• Fármaco	terapeuticamente	ativo	for	um	sal	ou	éster	diferente	daquele	em	
questão,	sendo	as	doses	expressas	no	sal	ou	éster	de	referência;	
• A	matéria-prima	for	hidratada	e	o	fármaco	for	anidro,	sendo	as	doses	expressas	
na	forma	anidra.	
Nessidade	ou	não	da	Feq	é	determinada	pelo	produto	de	referência	sobre	o	qual	
foram	feitos	ensaios	farmacológicos	para	determinação	da	dose.	Normalmente	utiliza-
se	como	parâmetro	a	bula	do	medicamento	e	fórmula	molecular,	mas	pode-se	utilizar	
a	farmacopeia,	USP-DI,	compêndido	médico,	etc.	O	FEq	sempre	será	maior	do	que	1,00.	
	
1. Sal	cujo	produto	de	referência	é	dosificado	em	relação	a	molécula	base:	
Ex:	fluoxetina	(base)	e	matéria-prima	disponível	sendo	cloridrato	de	fluoxetina	(sal	
𝐹𝑒𝑞 = 
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 (𝑠𝑎𝑙)
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 (𝑏𝑎𝑠𝑒)	
	
Farmacotécnica	II		 	 Natalia	Petry	
Há	fármacos	onde	a	forma	de	sal	contém	mais	de	uma	molécula	da	base,	nesse	
caso	é	importante	levar	em	conta	a	fórmula	molecular:		
Ex:	Salbutamol	(base)	e	sulfato	de	salbutamol	(sal	com	2	moléculas	de	base)	
	
𝐹𝑒𝑞 =
𝑃𝑀 (𝑆𝑎𝑙)
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙é𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑥 𝑃𝑀 (𝐵𝑎𝑠𝑒)	
	
2. Sal	ou	base	hidratada	cujo	produto	de	referência	é	dosificado	em	relação	à	
base	ou	sal	anidro.	
Ex:	lisonopril	(base	anidra)	e	lisinopril	diidratado	(matéria-prima	hidratada)	
𝐹𝑒𝑞 = 
𝑃𝑀 (𝑚𝑜𝑙é𝑐𝑢𝑙𝑎 ℎ𝑖𝑑𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎)
𝑃𝑀 (𝑚𝑜𝑙é𝑐𝑢𝑙𝑎 𝑎𝑛𝑖𝑑𝑟𝑎) 	
	
• Pode-se	utilizar	como	referência	a	bula	do	medicamento	e	o	manual	de	
equivalência	e	correção	do	CFF.	
	
Fatores	de	correção	
	 Utilizados	para	corrigir	diluição,	teor	do	princípio	ativo,	teor	elementar	de	um	
minaral	 ou	 umidade.	 Devem	 ser	 feitas	 baseando-se	 nos	 certificados	 de	 análise	 das	
matérias-primas	ou	nas	diluições	feitas	na	farmácia.		
	
1. Substâncias	comercializadas	na	forma	diluída,	ou	cujo	doseamento	apresenta	
valores	menores	do	que	100%	ou	o	mínimo	especificado	na	monografia.	
São	fornecidas	no	rótulo	pelo	fabricante	e	no	certificado	de	análise	de	produto,	
o	cálculo	deve	ser	feito	para	100%.	Por	questões	técnicas,	algumas	matérias	não	
são	utilizadas	na	sua	forma	pura,	portanto,	para	que	a	dose	seja	a	mesma	da	
prescrição,	 deve-se	pesar	 uma	quantidade	maior	 de	pó.	 Para	 isso	aplica-se	o	
fator	de	correção	de	teor.		
O	 teor	 da	 substância	 fica	 no	 certificado	 de	 análise	 da	 matéria	 como	
“doseamento”,	“teor”	ou	“pureza”.		
𝐹𝑐 𝑡𝑒𝑜𝑟 = 
100
𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 %	
	
2. Substâncias	diluídas	na	farmácia	
Em	 geral	 utiliza-se	 a	 diluição	 geométrica	 para	 fármacos	 de	 baixo	 índice	
terapêutico,	utilizados	em	pequenas	dosagens,	como	uma	medida	de	segurança	
para	manipulação.		
1:10	à	Fc	=	10	
1:100	à	Fc	=	100	
1:	1000	à	Fc=	1000	
	
3. Compostos	minerais	ou	minerais	aminoácidos	quelatos	em	prescrições	em	
que	se	deseja	o	teor	elementar	
Em	prescrições	onde	há	presença	de	compostos	minerais	ou	de	minerais	
aminoácidos	quelatados,	é	comum	que	essa	prescrição	seja	dada	em	teor	
elementar	do	referido	mineral.	Isso	ocorre	porque	a	reposição	de	minerais	é	
feita	a	partir	de	sais	ou	quelatos.	Dessa	forma,	é	necessário	analisar	a	
Farmacotécnica	II		 	 Natalia	Petry	
prescrição.	Um	fator	de	correção	somente	deverá	ser	aplicado	se	a	prescrição	
solicitar	teor	elementar.		
Ex:		
CÁLCIO	(carbonato)	---	500mg	à	entende-se	que	a	prescrição	requer	500mg	do	
mineral,	utilizado	na	forma	de	carbonato.		
CÁLCIO	(citrato)	à	entende-se	que	a	prescrição	requer	500mg	do	mineral	cálcio,	
utilizado	na	forma	de	citrato.	
Nesses	casos	é	necessário	utilizar	fator	de	correção	para	corrigir	quantidade	de	
cálcio	na	mlécula	de	carbonato	ou	citrato.	
𝐹𝑐 =
𝑃𝑀 𝑆𝐴𝐿
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑖𝑛𝑒𝑟𝑎𝑙 𝑥 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑚𝑜𝑙é𝑐𝑢𝑙𝑎 𝑛𝑜 𝑠𝑎𝑙	
	
Para	minerais	 aminoácidos	 quelatados	 (minerais	 ligados	 a	 aminoácidos),	 cuja	
absorção	do	mineral	é	melhor	do	que	em	sal	deve-se	utilizar	o	fator	de	correção	
onde	a	prescrição	solicitar	o	mineral	puro.	
Ex:	Zinco	(como	quelato)	----	50mg	
A	 correção	 deve	 ser	 feita	 utilizando	 o	 teor	 do	 mineral	 na	 matéria-prima	
(observar	certificado	de	análise):	
𝐹𝑐 =
100
𝑡𝑒𝑜𝑟	
	
4. Correção	do	percentual	de	umidade	presente	na	matéria-prima	
A	 água	 pode	 estar	 presente	 nas	 moléculas	 de	 duas	 maneiras:	 água	 de	
cristalização	(água	de	hidratação	ligada	quimicamente	à	molécula,	fazendo	parte	
de	sua	constituição	–	Ex:	amoxilina	triidratada)	e	água	de	adsorção	(água	livre	
adsorvida	 à	 molécula,	 proveniente	 da	 umidade	 atmosférica,	 podendo	 ser	
eliminada	por	dessecação).		
	 A	água	adsorvida	geralmente	é	 referida	como	umidade,	e	deve	ser	 corrigida,	
uma	vez	que	a	massa	do	insumo	não	é	de	moléculas	do	ativo,	mas	sim	de	água	livre.	
Nesse	caso	a	correção	deve	ser	feita	a	partir	do	percentual	de	umidade	indicado	no	
certificado	de	análise.		
	
𝐹𝑐 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
100
100 − % 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 	
	
Ex:	umidade	indicada	de	3,5	%100/	100	–	3,5	=	100/96,5	=	1,0362	
PS:	 água	 cristalizada	 deverá	 ser	 corrigida	 por	 fator	 de	 equivalência	 e	 quando	 a	
molécula	for	hidratada	e	for	aplicado	o	teor	de	equivalência,	não	se	faz	a	correção	
de	 umidade,	uma	 vez	 que	 a	 correção	 já	 foi	 feita	 na	 equivalência.	 Porém	 se	não	
aplicado	FEq,	cada	situação	deve	ser	analisada	individualmente	sobre	necessidade	
de	correção	a	partir	das	informações	contidas	no	certificado	de	análise.		
	
Siglas	para	identificação	da	correção	da	umidade	
• SD/	 SA	 -	 substância	 dessecada	 ou	 anidra	 –	 corrigir	 a	 umidade	 indicada	 no	
certificado	de	análise	do	lote.	E	o	Feq	deverá	ser	feito	sem	considerar	a	água	de	
hidratação.		
• CE	–	correção	pela	equivalência	–	a	hidratação	é	corrigida	pelo	FEq,	o	teor	de	
umidade	deve	estar	dentro	dos	limites	de	aceitação,	indicados	na	monografia.		
Farmacotécnica	II		 	 Natalia	Petry	
• SOL	–	solução	–	princípios	dissolvidos	em	um	solvente	adequado	ou	mistura	de	
solventes	miscíveis.	Corrigir	o	teor	utilizado	na	diluição.	
• EF	–	especificação	do	fabricante	–	correção	da	umidade	ou	hidratação	depende	
das	informações	dos	fabricantes.	Para	aplicação	do	fator	de	correção	de	umidade	
ou	fator	de	quivalência,	o	farmacêutico	deve	avaliar	o	certificado.		
• SC	–	Sem	correção	–	não	corrigir	umidade	indicada	no	laudo.	A	correção	do	teor	
e	utilização	da	FEq	deve	ser	feita	quando	aplicável.		
	
Fc	total	=	Feq	x	Fc	teor	x	Fc	umidade		
Quantidade	pesada	de	insumo	=	Dose	x	número	de	doses	x	Fc	total		
	
	
Aulas:	
Fármacos	potentes,	perigosos	e	de	baixo	índice	terapêutico			
Diluição	geométrica

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