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PATOLOGIAS DOS TESTICULOS, EPIDIDIMOS E ESCROTO · ALTERAÇÕES CONGENITAS São patologias observadas desde o nascimento do animal. No caso da reprodução podem manifestar sintomas somente após a puberdade, quando o aparelho reprodutivo começa a funcionar. Na maioria das vezes tem fundo genético e é hereditária. · Criptorquidismo Caracteriza-se por alteração na descida normal de um ou ambos os testículos, do local de formação até a bolsa escrotal Este pode estar localizado no interior da cavidade abdominal, no anel inguinal, ou sob a pele, próximo a bolsa escrotal. Ocorre em todas as espécies, equinos, suínos e cães (Boxer, Cocker e Poodles). É de etiologia genética, porem o tipo de herança depende da espécie Equino: gene autossômico dominante Suíno: ligado ao sexo recessivo Outras espécies: provavelmente autossômico recessivo. Como saber se um animal é castrado ou criptorquida: aplicar GnRH ou HCG e dosar a testosterona > se testosterona aumentar 2x mais é porque o animal é criptorquida Antes (basal castrado: <40pg/ml (criptorquida: > 100pg/ml Diagnostico: US, palpação abdominal · Hipoplasia testicular É uma alteração congênita que se caracteriza por alterações na formação e ou desenvolvimento normal de um ou ambos os testículos durante o período fetal. Um órgão hipoplásico é aquele que presente em um animal normal aos demais aspectos, não alcança desenvolvimento compatível com sua fisiologia normal. Ocorre em todas as espécies, mais comum em bovinos, suínos e equinos. A etiologia é genética, e o tipo de herança varia de acordo com a espécie. Em bovinos, trata-se de um gene autossômico recessivo de penetrancia incompleta, onde 50% dos animais com genótipo para hipoplasia (hemozigoto recessivo), apresentam a patologia. Os demais são portadores assintomáticos do gene. Tipos: pode ser total, parcial, bilateral ou unilateral. Sintomatologia: redução da fertilidade ou esterilidade, animais que não possuem a hipoplasia bilateral total apresentam libido normal. Testículo: tamanho, posição, simetria, mobilidade, tônus ou consistência, circunferência escrotal. O testículo vai estar diminuído de volume e tamanho, vai estar com a menor produção de células espermáticas > os defeitos na células espermática pode ser: defeitos de cabeça, defeitos de gota citoplasmática, motilidade reduzida, baixa concentração espermática. Diagnostico: (exame andrológico: histórico, biometria testicular, qualidade do sêmen, histológico). Prognostico desfavorável, embora alguns animais possam possuir certa fertilidade, devem ser sumariamente eliminados da reprodução devido a possibilidade de disseminação de uma condição indesejável. Tratamento e controle: não existe. · Aplasia segmentar do epidídimo Trata-se da não formação durante a vida embrionária de um segmento ou de todo o epidídimo. Ocorre em todas as espécies, sendo o touro e o cão mais afetados. A condição unilateral é mais frequente. Decorre de uma má formação nos ductos mesonéfricos, podendo estar afetadas também as outras porções do genital que se originam desta estrutura, como ductos deferentes e glândulas vesiculares. A etiologia é provavelmente genética, porém não se definiu ainda o tipo de herança. Sintomas: redução na fertilidade, se unilateral e esterilidade, se bilateral. Diagnostico: histórico de inicio da doença, aumento de volume do testículo afetado, palpação do testículo e epidídimo, redução na concentração espermática. Prognostico desfavorável, condição hereditária. Tratamento e controle não existem. PATOLOGIAS ADQUIRIDAS · Degeneração testicular É a patologia caracterizada pela atrofia e degeneração dos ductos seminíferos É achado frequentemente em uma serie de outras patologias, sendo considerada como uma consequência das mesmas. É a causa mais comum de redução de fertilidade adquirida em machos de todas as espécies domesticas, devido a etiologia extremamente variada. As causas são diversas, porem as alterações são semelhantes em todos os casos. Possíveis causas: – Influencia térmica: Os testículos funcionam a uma temperatura cerca de 2 a 3,5ºC inferior a temperatura corporal. Quando esta temperatura se eleva, por qualquer motivo, a função gametogenica não é realizada normalmente. Ocorrem problemas de divisão celular e morte das células. Um aumento de temperatura leva a uma aceleração no metabolismo, o que não é acompanhado por um aumento no fornecimento de substancias para suportar este maior metabolismo, ocorrendo um desbalanço e as alterações. Sintomas: redução de fertilidade em graus variados, podendo chegar à esterilidade dependendo da causa e intensidade do processo. Libido e comportamento sexual geralmente inalterados. Em condições de estresse ou distúrbios hormonais, estes podem estar afetados. Diagnostico (histórico reprodutivo): anamnese, condição e ambiente, alimentação, doenças recentes, traumas, e quaisquer outras alterações. Atenção para consistência e simetria testicular. Exame de sêmen: pelo menos duas coletas com intervalo de 40 a 60 dias. A segunda coleta deve ser executada no min 40 dias após a retirada da possível causa da degeneração. Caso se remova a causa geralmente o animal apresenta sinais de melhora nos padrões espermáticos. Caso esta não seja retirada a tendência é que o perfil espermático seja pior na segunda coleta. Prognostico depende da causa e da extensão das lesões. Um quadro de azospermia (ausência de espermatozoides no sêmen) sempre indica prognostico desfavorável. A degeneração é sempre irreversível quando atinge as espermatogonias, que são as células de reserva. O tratamento é retirar a causa. A recuperação do animal pode demorar, principalmente quando a degeneração atingiu camadas mais externas do túbulo. O processo degenerativo age no sentido de dentro para fora no túbulo, afeta primeiro as células mais especializadas, aquelas próximas de se transformarem em SPTZ. O tratamento deve ser monitorado por coletas e analises sucessivas de sêmen visando acompanhar a recuperação do animal, e proceder mudanças no tratamento quando necessário. Controle: evitar as principais causas de degeneração, quando possível. – Elevação de temperatura corporal: Febre, hipertermia, alta temperatura ambiental, etc – Elevação da temperatura testicular: Criptorquidismo, orquites, epididimites, decúbito prolongado, excesso de gordura na região escrotal, etc. – Lesões vasculares: Interferem na termorregulação do testículo, ou causa estase sanguínea. As principais são: torção do cordão espermático (equinos), compressão do cordão (hérnias), artrites por strongilus em equinos, varicocele (ovinos). – Distúrbios hormonais: Qualquer distúrbio que leva a alteração na secreção de gonadotrofinas (FSH e LH) Os tumores testiculares hormonalmente ativos, que produzem esteroides que bloqueiam o GnRH e como consequência o FSH e LH Os tumores hipofisários, que levam a uma deficiência primaria das gonadotrofinas. Aplicação de testosterona exógena, visando uma melhoria na libido, mais comum em garanhões. – Idade: Existe uma degeneração progressiva e permanente em machos de todas as espécies com o passar da idade, sem causa definida. Devido a isso, geralmente a fertilidade de um animal quando jovem é superior em relação ao mesmo quando mais idoso. – Traumas: Os traumas podem levar a degeneração por fatores como: Reação inflamatória com aumento de temperatura e volume, causando compressão. Lesão vasculares com rompimento da barreira hemato-testicular. – Fatores nutricionais Deficiências nutricionais podem interferir na secreção de hormônios ou afetar diretamente a divisão celular nos testículos. O macho em condições de restrição alimentar, começa a abolir as funções menos vitais, sendo a reprodução a primeira a ser afetada. – Venenos e toxinas Atuam diretamente no testículo, alterando a divisão celular e causando morte das células. Os principais agentes são: naftalenos clorados, arsênico, sais de cadmo, organofosforados, compostos halogenados, griseofulvina e anfotericina B. – Auto imunidade O rompimento da barreira hemato-testicularleva a produção de anticorpos contra as células mais avançadas da linhagem seminal e como consequência a destruição das mesmas. Esta ruptura geralmente ocorre devido a traumas e leva a um processo inflamatório intenso. – Lesões obstrutivas do epidídimo A obstrução do epidídimo, congênita ou adquirida leva a um processo de acumulo de material no interior do mesmo e posteriormente a nível de testículo. Esta alteração conhecida como espermiostase, causa: Compressão dos túbulos seminíferos, alterações circulatórias, morte das células do túbulo. PATOLOGIAS DE PENIS E PREPUCIO · Hiperplasia benigna de próstata Caracteriza-se por um aumento de volume desta glândula que pode ocorrer na forma de nódulos e ou cistos. Afeta cães, animais não castrados com idade superior a seis anos, em mais de 50% dos casos apresentam algum grau de hiperplasia prostática. A forma ativa da Testosterona é a Dihidrotestosterona > é ela que entra na célula prostática e estimula as células a formar o plasma seminal. O cão tem 3 frações de ejaculado: 1 e 3º fração é rica em plasma seminal. Etiologia não está definida, em animais mais idosos, se torna mais sensível a testosterona o que leva a hiperplasia. Fatores predisponentes como hipersecreção de testosterona, também pode levar ao quadro. Cães mais velhos > apresenta maior produção de proteínas que se ligam a testosterona produzidas pelo fígado > quando a testosterona vai ficar ativa ela precisa estar livre dessas proteínas para que ela possa entrar nas células e executar sua ação > quando ela está ligada a uma proteína ela não tem ação. Quando o cão está mais velho ele apresenta uma maior síntese de proteínas que se ligam a testosterona, então ele vai ter menos testosterona livre para estimular a próstata. Sintomas: disúria devido a compressão da uretra, tenesmo (compressão do reto), dor abdominal, prostração e morte geralmente por uremia, febre. Diagnostico: histórico, sintomas, palpação via retal ou abdominal, endoscopia, para verificar a presença de prostatite leucograma e cultura de urina. Tratamento: substancias estrogênicas não antagonizam os efeitos dos andrógenos na próstata, agem causando atrofia nas células de leydig e queda na secreção de gonadotrofinas; orquiectomia bilateral; prostatectomia; associação com ATB via parenteral, se prostatite secundaria. Medicamentos: estrógeno, progestinas: acetato de medroxiprogesterona, anti-androgenico: finasterida, flutamida, acetato de osaterona. Referências BEST PRACTICE. Hidrocele. London (UK): BMJ Publishing Group Limited, 2015.
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