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Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Biotecnologia e reprodução animal – Problemas reprodutivos podem ser: Congênitos (hereditária ou não) ou adquiridos Patologias reprodutivas podem levar a subfertilidade ou infertilidade Impotência COEUNDI: ato do coito ou cobertura é difícil/impossível de ser concluído, esses animais tem espermatozoide viáveis para fecundação. Geralmente associada a queda de libido, problemas físicos relacionadas a pênis e prepúcio Impotência GENERANDI: animal consegue realizar a cobertura, mas tem baixa qualidade de espermatozoides, não conclui fecundação FISIOLOGIA DA CÓPULA 1. Animal deve receber estímulos exteriores estes levam um impulso nervoso que no centro eretor promove vasodilatação do pênis e o animal entra em ereção 2. Estímulo de ocitocina estimula glândulas anexas e promove a liberação do líquido seminal e posteriormente sêmen Fatores que interferem na cobertura ou capacidade de serviço: - Visuais - Olfativos: feromônios, reação de Flehmen - Auditivo: vocalização dos reprodutores ou barulho excessivo - Endócrinos: testosterona e equilíbrio hormonal - Ambientais: temperatura e umidade, estresse térmico (Bos taurus) - Genéticos: zebuínos x taurinos Diferenças de zebuínos e taurinos Taurinos: - Sofrem muito com estresse térmico – não terá libido, terá impotência coeundi - Cortejo mais curto Nelore: - Cortejo mais longo Reflexo de Flehmen: Fatores externos em reprodutores mais sensíveis podem interferir na cobertura ou capacidade de serviço Caso clínico de influencia externa: Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Biotecnologia e reprodução animal Fatores que interferem na cobertura - Variações individuais - Inibição da sexualidade: dominância, agressividade, aprendizado sexual OBS: Touros podem sofrer dominância de outros animais quando estão em grupo, podendo ficar inibidos, dando um falso positivo para impotência coeundi - Nutrição: deficiência ou excesso - Doenças sistêmicas (Animal com febre, dor, pneumonia e outras doenças não realiza cópula) - Idade: diminuição de testosterona, senilidade, diminuição de condição corporal - Fatores psicológicos (dor) - Deficiências hormonais: testosterona, gonadotrofinas, hipotireoidismo - Alterações do sistema locomotor: manejo inadequado, instalações inadequadas e fatores genéticos DISTÚRBIOS EJACULATÓRIOS 1. Falta de libido: hereditário, distúrbios endócrinos ou ambientais, resultando em falha na ereção 2. Inabilidade á cópula: falha na monta, falha na intromissão e falha na ejaculação Falha na monta: inabilidade do animal de montar Falha na intromissão/penetração: impede do animal de ejacular Falha na ejaculação: falha no preparo da vagina artificial Caso clínico Impotência de Coeundi Impotencia de coeundi – fatores relacionados ao pênis e prepúcio: Fazer um bom exame andrológico buscando lesões, secreções, traumas em pênis e prepúcio TRATAMENTO IMPOTENCIA COEUNDI Mudança de manejo: - Instalações - Adaptação ao calor - Tratamento em alterações de casco, tendões, ligamentos e membros - Cuidados com vagina artificial - Hormonioterapia: testosterona e GnRH BALONOPOSTITE - Processo inflamatório que acomete pênis (glande) e prepúcio - Tritrichomonas foetus - Campliobacteriose e Tricomonose: 56% no MS - Herpesvírus bovino tipo I (vulvovaginite pustular) Quando o touro está infectado não dá sinais, mas transmite durante o coite e nas fêmeas causam vaginite por exemplo Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Biotecnologia e reprodução animal Caso clínico Infecção prepúcio (Balanopostite) OBS: Esse caso não é uma impotência generandi, pois as fêmeas chegam a emprenhar ACROBUSTITE - Processo inflamatório CRÔNICO que acomete a extremidade do prepúcio - Estreitamento do óstio prepucial - Não exteriorização do pênis - Prolapso da mucosa prepucial + trauma - Predisposição em ZEBUÍNOS OBS: Fimose é alteração congênita, diferente da acrobustite Acrobustite normalmente acontece por trauma fisico. Gera um processo inflamatório Zebuinos possuem prepucio mais pendular, mais próximo ao chão então fica raspando no chão, sofrendo sucessivos traumas, gerando feridas, necrose, dor e o aimal não vai querer realizar a copula, alem de ter um estreitamento do óstio prepucial não conseguindo expor o pênis Caso clínico Acrobustite Acrobustite: acomete apenas prepucio Balonopostite: acomete prepucio e glande do penis Primeira conduta é tirar o animal da reprodução e seguir o tratamento FIMOSE Lembrando que a fimose tem graus Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Biotecnologia e reprodução animal Fimose provoca disúria, podendo acumular urina na bainha prepucial e pode causar irritação/inflamação da região levando a um caso de balanospostite Animal não consegue concluir a cobertura Caso clínico de fimose: PARAFIMOSE Pode deixar o pênis garroteado Muito comum em garanhão (cavalo) pelo uso de tranquilizantes, causa uma paralisia peniana e pode causar garroteamento e gangrena do pênis. (Usam tranquilizantes para manejo, coleta de sêmen etc) Tratamento é baseado na redução do edema, recolocar de forma manual o pênis, mas em algumas situações precisamos fazer a amputação parcial do prepúcio para conseguir recolocar o pênis no local adequado Caso de parafimose: Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Biotecnologia e reprodução animal – Incapacidade ou dificuldade de fecundação, tendo ocorrido a cópula por distúrbio ejaculatório ou de sêmen Problemas nas gônadas (testículos – onde ocorre a produção de espermatozoides), patologias de bolsa escrotal (termorregulação), a mais relevante que causa a impotência generandi são as hérnias: Conteúdo abdominal repousa no interior da bolsa escrotal, podem ser hernias redutíveis (pode ser recolocado na cavidade por compressão manual) ou hérnias irredutíveis (mais frequência nos equinos – produção de gás, é emergência em equinos). De qualquer forma o tratamento é intervenção cirúrgica Exame físico: assimetria na bolsa escrotal. A confirmação do conteúdo da hérnia é através de US HÉRNIA INGUINO-ESCROTAL Causas: - Envelhecimento/genética - Aumento de volume abdominal Diagnóstico: - Exame físico e ultrasssonográfico Tratamento: - Correção cirúrgica Problemas de hérnia causam falha de termorregulação desses animais, o que causa impotência generandi ALTERAÇÕES TESTICULARES Alterações hereditárias: criptorquidismo e hipoplasia testicular Alterações degenerativas: degeneração testicular Alterações inflamatórias: orquite Alterações neoplásicas: Sertolinoma, Leydigoma e seminomas CRIPTORQUIDISMO Falha na descida dos testículos, um ou os dois Testículo durante o desenvolvimento fetal forma-se causal ao polo caudal do rim e fica ligado a um cordão (Gubernáculo testis) ele vai encurtando trazendo o testículo para dentro da bolsa É um problema hereditário Causas: Pode ocorrer por uma falha nesse encurtamento, aderência peritoneal ou por um canal inguinal menor/subdesenvolvido Classificação: Uni ou Bilateral: 1 ou 2 testículos não desceram Posicionamento: se o testículo e epidídimo ficar completamente na cavidade abdominal é um criptorquidismo completo. Quando o testículo está no abdômen mas a cauda do epidídimo está no canal inguinal é chamado de criptorquidismo parcial e quando os testículos e epidídimo estão no canal inguinal é chamado de criptorquidismo inguinal Sintomas: Como é uma alteração hereditária, não há alteração no animal O hormônio funciona da mesma forma, mas são inviáveis (bilateral), pode ser unilateral (mais comum), apenas um testículo terá sêmen viável (embem menos quantidade) Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Biotecnologia e reprodução animal OBS: Se o testículo ficar muito tempo na cavidade pode evoluir para neoplasias Diagnóstico: Exame clínico e palpação retal (por palpação retal não é fácil) Teste estimulação endócrina (hCG) – a melhor forma de diagnóstico. Faz dosagem de testosterona, aplica hCG (que estimula produção de testosterona), no animal criptorquida essa testosterona aumenta muito mais, diferente de animais castrados que não haveria diferença na produção de testosterona O ideal é ter o histórico para que não precise realizar testes Dosagem de andrógenos (dosagem de testosterona) Tratamento Orquiequitomia bilateral: laparoscopia HIPOPLASIA TESTICULAR Subdesenvolvimento testicular É uma alteração hereditária pela expressão de um gene recessivo e congênita Patogenia: Túbulo seminífero com menos células germinativas (subdesenvolvido) É mais frequente em bovinos Classificação: Pode ser uni ou bilateral Pode ser parcial – quando acomete parte dos túbulos seminíferos e pode ser total – com túbulos seminíferos sem nada de células germinativas, apenas células de Sertoli Sintomas: Testículos menores e assimétricos (quando é unilateral) Sêmen: volume normal (glândulas ac normais), oligospermia (menos concentrado), motilidade reduzida, teratospermia: cabeça, medusas (espermatozoides que não saem certinhos, tem alterações de cabeça etc A hipoplasia pode gerar um animal subfértil ou estéril Diagnóstico: Exame físico Perímetro escrotal Espermiograma Consequências: Bilateral severa = esterilidade Unilateral moderada = sêmen de baixa qualidade Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Biotecnologia e reprodução animal Tratamento: Por ser genético, o tratamento é descarte Lembrando que em alterações hereditárias não é recomendado usar o animal para reprodução DEGENERAÇÃO TESTICULAR É frequente na pecuária, pois uma das causas é o estresse térmico Diminui as células germinativas. O animal era normal e por fatores adquiridos o animal desenvolve quadro de degeneração e ocorre diminuição funcional do testículo Maior sensibilidade do epitélio seminífero Classificação: Uni ou bilateral Se não resolver o que está causando a degeneração evolui para quadros mais avançados Causas: - Animais senis - ESTRESSE TÉRMICO (+ comum) - Hipertermia sistêmica - Distúrbios circulatórios - Desequilíbrio nutricional - Agentes químicos e físicos - Desequilíbrio hormonal - Varicocele/dermatite -Doença auto imune Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Biotecnologia e reprodução animal Sintomas: Oligospermia, teratospermia Nos quadros iniciais gera flacidez testicular Diagnóstico: História clínica Realizar 2 espermiogramas – na degeneração o espermiograma anterior é sempre melhor Palpação testicular Perímetro escrotal US Tratamento: Retirar a causa de base Suplementação com vitamina A: Abóbora = 2kg ao dia Cenoura = 4kg ao dia Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Biotecnologia e reprodução animal ORQUITE Processo inflamatório testicular agudo ou crônico, podendo ser uni ou bilateral Causas: Origem traumática ou infecciosa (brucella ou tuberculose) Sintomas: Leucócitos e bactérias seminais (quadros infecciosos) :Diagnóstico: Exame físico Espermiograma (leucócitos presentes no ejaculado) Tratamento: Antibioticoterapis Anti inflamatórios Compressas frias Suporte Descarte (se for brucelose – zoonose) HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA Doença mais comum em cães adultos não castrados DHT é o hormônio chave que proporciona a HPB. Esse hormônio é formado a partir da conversão da testosterona através da enzima 5 alfa redutase Sintomas: - Normalmente sem sinais no início da patologia - Tenesmo, incontinência urinária, descarga prepucial hemorrágica, hematúria ou hematospermia Diagnóstico: - Sintomas e US Tratamento: - Orquiequitomia bilateral - Medicamentoso: Finasteride (Porscar) 0,5-1,0 mg/kg/dia Acetato de Osaterona (Ypozane) 0,25-0,5 mg/kg/dia, 7d O tratamento medicamentoso é efetivo, mas usado apenas para cães usados na reprodução
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