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ATIVIDADE - Artigo A Etnoecologia Uma Ciência pós-normal

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CAMPUS I - CAMPINA GRANDE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
ETNOBIOLOGIA - JOSÉ DA SILVA MOURÃO
RAFAEL DA SILVA NASCIMENTO - 212110012
ATIVIDADE - QUESTIONÁRIO
ARTIGO: “A Etnoecologia: Uma Ciência pós-normal que estuda as sabedorias
tradicionais”
Autores: Victor Manuel Toledo & Narciso Barrera Bassols
CAMPINA GRANDE-PB
2022
QUESTÕES
1) Por que os autores Victor Manuel Toledo & Narciso Barrera-Bassols do artigo acima
citado, chamam a abordagem etnoecológica uma ciência pós-normal? Obs. Essa questão
deverá ter no mínimo 300 palavras.
R: A Etnoecologia pode ser entendida como o estudo científico de como diferentes grupos de
pessoas que vivem em diferentes locais do planeta entendem os ecossistemas ao seu redor e
suas relações com os ambientes que os cercam. Esta área do conhecimento busca uma
compreensão válida e confiável de como a humanidade interage com o meio ambiente e como
essas relações complexas e intrincadas foram sustentadas ao longo do tempo. Já a Ciência
Pós-normal é uma nova abordagem para o uso do conhecimento científico em questões onde
os fatos estudados são incertos, os valores em disputa e as apostas feitas são altas e as
decisões necessárias são urgentes. Desta forma a Etnoecologia pode ser entendida como uma
ciência pós-normal por estudar processos que não são passíveis de serem entendidos apenas
com a utilização dos conhecimentos, métodos, práticas e atores sociais (cientistas) da ciência
moderna que concebemos como sendo uma ciência normal. Os saberes tradicionais acerca
funcionamento dos ecossistemas, como fenômenos complexos e em constante mutação, o que
causa incertezas sobre causas e efeitos ao ambiente, não podem ser entendidos pura e
simplesmente sob a ótica dos cientistas e suas técnicas de pesquisa que muitas vezes se
mostram insuficientes para estudar os objetos e fenômenos de estudo da Etnoecologia, pois
estes fenômenos requerem um estudo diferenciado, buscando diferentes maneiras de dialogar
com suas limitações e com a sociedade da qual estão inseridos. A Etnoecologia, como uma
ciência pós-normal, surge como um conhecimento que permite a crítica e a autocrítica, que
aceita a existência de outras formas de conhecimento, diferentes e prévias, com as quais é
preciso dialogar. Sendo assim, ela supera o caráter elitista e dominante da ciência moderna.
Pelo anterior, a etnoecologia não somente promove o diálogo de saberes, como a investigação
participativa e suas contribuições coadjuvam com a revalorização das culturas indígenas e dos
povos camponeses geralmente ignorados, explorados e marginalizados.
2-Na figura 1, página 4, os autores apresentam uma figura inspirada em LÉVI- STRAUSS
(1964). Responda o que os autores querem dizer com “ciência neolítica”, “ciência
paleolítica” e “ciência moderna”? Obs. Essa questão deverá ter no mínimo 300
caracteres.
R: Os autores concebem a existência de pelo menos três principais modalidades de
conhecimento ao longo da história humana: uma “ciência paleolítica”, anterior ao advento da
agricultura e do gado, uma “ciência neolítica”, com uma antiguidade de 10.000 anos, e uma
“ciência moderna”, cuja idade remonta a apenas 300 anos, data na qual se fundaram as
primeiras sociedades científicas na Inglaterra e na França. Esta divisão ocorreu para que se
concebesse a ideia de que o que conhecemos como ciência não se resume ao conhecimento
produzido nos últimos 300 anos, com grandes avanços da ciência moderna, com seus métodos
cada vez mais sofisticados, baseados na razão e na experimentação. Poucas vezes nos
ensinaram a reconhecer a existência de uma experiência, de certa sabedoria, nas mentes de
milhões de homens e mulheres que dia após dia trabalham a natureza precisamente mediante
técnicas que podemos entender como científicas para entender a natureza. E compreender que
isso ocorre ao menos desde que nós nos entendemos como humanos, de que somos dotados de
potencialidades que nos permitem mudar a realidade ao nosso redor. Este "conhecimento
científico antigo" nos permitiu construir ferramentas, desenvolver a cultura, linguagem, a
agricultura e pecuária e diversas outras técnicas, mesmo não tendo a mínima ideia de método
científico ou do que seria a experimentação, mas de alguma forma usando-os. Em algum
momento da história humana foi requerida uma atitude mental verdadeiramente científica,
uma curiosidade assídua e perpetuamente alerta, um gosto do conhecimento pelo prazer de se
conhecer algo, pois uma fração somente das observações e das experiências podiam dar
resultados práticos e imediatamente utilizáveis e isso permitiu o desenvolvimento da espécie
humana como hoje se conhece.
3) Como a etnoecologia analisa o complexo “kosmos-corpus-práxis”? Obs. Essa questão
deverá ter no mínimo 300 caracteres.
R: O surgimento e desenvolvimento da etnoecologia, com seu enfoque holístico e
multidisciplinar, permitiram o estudo do complexo integrado pelo sistema de crenças
(kosmos), o conjunto de conhecimentos (corpus) e de práticas produtivas (práxis), o que torna
possível compreender cabalmente as relações que se estabelecem entre a interpretação e
leitura e o uso ou manejo da natureza e seus processos. Desta maneira, a etnoecologia se
propõe a estudar a integração do complexo kosmos-corpus-praxis (k-c-p) dentro dos
processos de teorização, representação e produção nas diversas escalas espaço-temporais. Os
etnoecólogos precisam então interpretar os modelos do mundo natural que possuem os
produtores, famílias e comunidades com culturas tradicionais, com o fim de compreender em
toda sua complexidade as sabedorias locais. Em paralelo, os etnoecólogos também geram um
modelo científico “externo” sobre o mencionado contexto local. O enfoque etnoecológico
busca então integrar, comparar e validar ambos os modelos para criar diretrizes que apontem a
implementação de propostas de desenvolvimento local endógeno ou sustentável com a plena
participação dos atores locais. Assim, seu enfoque busca encontrar possíveis sinergias entre
ambas as maneiras de valorizar o mundo e o consequente aproveitamento dos recursos
naturais.

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