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CIRURGIA SEGURA CONCEITOS E CHECKLIST - CLÍNICA CIRURGICA AULA 1

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Clínica cirúrgica – Cirurgia Segura
CULTURA DE SEGURANÇA:
· Conjunto de valores, atitudes, competências e comportamentos que determinam o comprometimento com a gestão da saúde e da segurança, substituindo a culpa e a punição pela oportunidade de aprender com as falhas e melhorar a atenção à saúde (MS-2014)
SEGURANÇA DO PACIENTE:
· Reduzir a um mínimo aceitável o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde.
DANO: 
· Comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito de oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo assim ser físico, social ou psicológico.
RISCO:
· Probabilidade de um incidente ocorrer
INCIDENTE:
· Evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário ao paciente.
QUASE-FALHA (Near Miss):
· incidente que não atingiu o paciente.
EVENTO ADVERSO:
· incidente que resulta em dano ao paciente
EVENTO SENTINELA (EAG, Never Event)
· ocorrência inesperada que implique em morte ou perda grave e permanente de função, não relacionado à doença.
CUIDADO DE BOA QUALIDADE:
· aquele que proporciona ao paciente o máximo de bem-estar, após considerar o equilíbrio previsto entre benefícios e danos que acompanham o processo de cuidado.
TEORIA DO QUEIJO SUIÇO: 
Essa teoria diz que quando geramos dano ao paciente significa que atingimos os “buracos no queijo” das barreiras, ou seja, as barreiras são meios de evitar danos, e os seus “buracos” são as suas fraquezas. Portanto quando essas fraquezas, “buracos” estão alinhados, causamos danos ao paciente.
BARREIRAS: 
· cultura organizacional
· normas administrativas
· procedimentos operacionais padrão
· comunicação/divulgação
· barreiras físicas.
PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE:
O programa tem por objetivo a qualificação do cuidado em saúde no território nacional. Seus objetivos específicos são:
· promover e apoiar a implementação de iniciativas.
· Envolver pacientes e familiares
· Ampliar acesso da sociedade às informações.
· Produzir, sistematizar e difundir conhecimentos.
· Inclusão do tema “segurança do paciente” no ensino.
METAS INTERNACIONAIS DE SEGURANÇA DO PACIENTE:
1. Identificar os pacientes corretamente
2. Melhorar a comunicação efetiva
3. Melhorar a segurança de medicamentos de alta vigilância 
4. Assegurar cirurgias com local de intervenção, procedimento e paciente correto.
5. Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde
6. Reduzir o risco de lesões ao paciente decorrente de quedas.
Em relação a meta número 4:
 “assegurar cirurgias com local de intervenção, procedimento e paciente correto”
Foco dessa meta:
· Abrange todos os procedimentos, inclusive os de fora do centro cirúrgico.
· Define uma marcação evidente para identificação do local da intervenção
· O paciente deve ser envolvido no processo de marcação.
· Deve ser verificado previamente se todos os documentos e equipamentos necessários estão à disposição, se são corretos e em pleno funcionamento
· Utilizar uma lista de verificação e realizar uma avaliação para questões não respondidas ou confusas logo antes da cirurgia...
A importância dessa meta: ainda acontecem cirurgias em locais errados, erro de medicação, aumento de eventos sentinelas, problemas relacionados a equipamentos médicos, falha na identificação do paciente, queda de paciente, procedimentos incorretos entre outros.
OBSERVAÇÃO: Quando se fala que o padrão de segurança é de 99,9% não é um dado tão bom, pois 0,1% do total de procedimentos realizados é MUITO. 0,1% significa 500 cirurgias incorretas por semana, 15000 quedas acidentais de recém-nascidos em hospitais por ano, etc.
CHECLIST DA CAMPANHA DE CIRURGIA SEGURA DA OMS:
PASSO A PASSO DE COMO REALIZAR O CHECKLIST:
· Primeiramente alguém deve ficar responsável por verificar os itens da lista em cada uma das 3 fases
FASE 1 - ANTES DA INDUÇÃO ANESTÉSICA:
CONFIRMAÇÃO SOBRE O PACIENTE: 
· Identificação
· Procedimento a ser realizado
· Local onde será feita a cirurgia 
· Há consentimento informado?
· Perguntas feitas ao paciente.
Obs: parte repetitiva, mas que é uma forma de garantir que não se opere o paciente errado ou um membro errado, ou que não faça o procedimento errado naquele paciente.
Em casos em que o paciente esteja inconsciente, mentalmente incapaz, ou seja, uma criança, não checar esse item da lista
SÍTIO CIRÚRGICO DO LADO CORRETO:
· Pergunta direcionada ao cirurgião
· Indicado em casos em que há lateralidade: MmD/MmE, tireoide, pulmão...), ou também quando há várias opções ou níveis (um dedo especifico, uma lesão de pele especifica)
· Deve-se marcar desenhando um ALVO com caneta propria marcadora.
CHECAGEM DO EQUIPAMENTO:
· Pergunta direcionada ao anestesista
· Itens: material de via aérea, gases, ventilador mecânico, material de aspiração, drogas, equipamento para emergência.
OXÍMETRO DE PULSO INSTALADO E FUNCIONANDO:
· Checar se o oximetro esta intalado e se funciona antes do inicio da indução anestésica.
ALERGIAS DO PACIENTE:
· Pergunta direcionada ao anestesista:
· Há alergia? Se sim, a que?
· Isso evita que seja administrada no paciente alguma medicação que ponha ele em risco.
RISCO DE VIA AÉREA DIFÍCIL OU BRONCOASPIRAÇÃO:
· Pergunta direcionada ao anestesista
· Verificar a possibilidade de via aérea difícil e se há material disponível caso seja necessário, nesses casos deve se ter outra pessoa na sala com o anestesista.
· O risco de broncoaspiração deve ser lembrado principlamente em pacientes que não tiveram tempo de jejum adequado, ajudando o anestesista a se lembra de ter atenção durante a indução anestésica.
RISCO DE PERDA SANGUÍNEA > 500ML (7ml/Kg em crianças):
· Pergunta é direcionada ao anestesista, caso não saiba responder pergunta se passa para o cirurgião 
· Essas possíveis perdas podem gerar risco de choque hipovolêmico 
· Caso haja o risco de perda sanguínea, deve antes da indução anestésica o paciente ter 2 acessos venosos calibrosos ou um acesso central + reserva de sangue e soluções intravenosas como cristaloides e/ou coloides
FASE 2 - ANTES DA INCISÃO CIRÚRGICA:
· Confirmação de nomes e funções de todos os membros da equipe. Ajuda a gerenciar as ações de cada um em possíveis momentos críticos.
· Confirmação sobre o paciente (identificação do paciente, procedimento a ser realizado, local onde será feita a cirurgia)
ANTECIPAÇÃO DE EVENTOS CRÍTICOS:
· O coordenador do checklist conduz uma rápida discussão entre o cirurgião, o anestesista e a equipe de enfermagem sobre situações críticas e planejamento de segurança.
· Caso não haja nada específico a ser dito, profissional pode simplesmente declarar que não há nada fora do rotineiro a ser lembrado.
REVISÃO DO CIRURGIÃO: relata se haverá alguma perda sanguínea volumosa, em que momento precisará de equipamentos especiais ou sobre fases da cirurgia que serão críticas.
REVISÃO DO ANESTESISTA: fala o que está planejado para possíveis perdas sanguíneas, ou que o paciente tem alguma patologia de base que não pode ser esquecida, ou qualquer outro item que pareça ser relevante relatar a toda equipe.
REVISÃO DA ENFERMAGEM: deve confirmar que o equipamento está adequado quanto ao processo de esterilização, pois, caso não esteja, isso deve ser corrigido antes da incisão na pele. Deve-se também, caso necessário, verificar se há alguma necessidade especifica quanto a qualquer material ou equipamento que será indispensável durante o procedimento.
PROFILAXIA COM ATB REALIZADA NOS ÚLTIMOS 60MIN:
· Fundamental para a redução de infecção de sítio cirurgico.
· Perguntar ao anestesista se a dose de ATB profilático foi dado nos ultimos 60 min. Pois se não foi feita, deve-se fazer antes da incisão da pele ou caso tenha sido feita a mais de 60 min a equipe deve refazer a dose.
· Em pacientes que já estão recebendo tratamento este item não se aplica 
DISPONIBILIDADE DE EXAMES DE IMAGEM:
· De extrema importancia para realização de cirurgias ortopédicas, coluna, torácica entre outras.
· Deve-se perguntar ao cirurgiãose é necessário.
FASE 3 – ANTES DA SAÍDA DO PACIENTE DO CC:
CONFIRMAÇÃO DO PROCEDIMENTO REALIZADO:
· O coordenador confirma com o cirurgião 
CONTAGEM DE INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS, COMPRESSAS E AGULHAS
· fazer em voz alta
· atenção especial para cirurgias de cavidade aberta
· o ideal é que exista um checklist de checagem
IDENTIFICAÇÃO DE BIOPSIAS
· confirmar que o material esta identificado da forma correta e com o nome do paciente.
CUIDADOS NO PÓS OPERATÓRIO:
· o cirugião, anestesista e o profissional da enfermagem devem rever todos os cuidados especificos que devm ser realizados no pós-operatório do paciente.
· Devem estar incluídos itens como monitoramento, reações adversas esperadas conforme os agentes anestésicos utilizados, cuisado com feridas operatórias, drenos e cateteres, itens de prescrição médica que devem ter atenção.
Com a conclusão desta etapa final, o checklist de segurança para cirurgias está finalizado. Este material pode ficar anexado ao prontuário do paciente, ou ser utilizado em análises de controle de qualidade, conforme as necessidades locais.
DIFERENTES ABORDAGENS DE ERROS:
Visão individualizada: O médico que teve alguma falha profissional, pelo medo de medidas punitivas, censuras e humilhações acaba negando os erros fazendo com que não haja mecanismos de prevenção. 
Visão sistêmica: O médico pensa no coletivo, relata a falha no processo gerando oportunidade de revisão e formação de mecanismos de prevenção. A ocorrência de erros é maior em médicos jovens e em médicos mais experientes (Senior), pois esses últimos já se sentem muito seguros e acabam podendo deixar passar algo importante. Já com médicos no meio da carreira o índice de erros é bem mais baixo.

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