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E-book da Unidade - História, Políticas e Currículo da Educação Infantil

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Unidade 1
Livro Didático Digital
Joana Áurea Cordeiro Barbosa e 
Aline Pedro Feza
Organização do 
Trabalho Pedagógico na 
Educação Infantil
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoras
JOANA ÁUREA CORDEIRO BARBOSA E 
ALINE PEDRO FEZA
AS AUTORAS
Joana Áurea Cordeiro Barbosa e Aline Pedro Feza
Olá. Meu nome é Joana Áurea Cordeiro Barbosa. Sou formada 
em Psicologia, especialista em Psicopedagogia, mestre e doutora em 
Ciências da Educação: formação de professores. Tenho experiência como 
professora no ensino superior há mais de dez anos. Sou apaixonada por 
educação, e por isso me interesso em pesquisas de maneira incessante 
na área de formação de professores e aprendizagem escolar. É um grande 
privilégio transmitir minha experiência àqueles que estão iniciando suas 
profissões. 
Olá. Meu nome é Aline Pedro Feza. Sou graduada em Pedagogia 
pela Universidade Estadual de Maringá (2009). Especialista em Educação 
Especial (2010), Psicopedagogia (2011) e Gestão e Tutoria em EAD (2017), 
Mestranda em Ciências da Educação pela UNISUL (turma 2019), graduanda 
em Letras-libras Licenciatura UNIOESTE (turma 2018). Atualmente 
trabalho como Professora de Educação Especial na Prefeitura Municipal 
de Maringá, como Professora Conteudista e como Psicopedagoga Clínica 
registro ABPp 312.15/PR. Experiência atendimento psicopedagógico 
clínico e institucional deste (desde 2014), assessoria em psicopedagogia 
(desde 2015), professora de educação especial (desde 2010), professora 
de ensino superior (desde 2010) e LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) 
(desde 2006) como professora bilíngue com identidade surda. Atuações 
nas área de Educação e Educação Especial e Psicopedagogia, com 
ênfase em Métodos e Técnicas de Ensino, Formação Docente e 
Atendimentos Especializados, trabalhando principalmente nos seguintes 
temas: Língua Brasileira de Sinais, salas de recursos multifuncional, 
aquisição da linguagem, inclusão, ensino-aprendizagem de pessoas com 
necessidades educacionais especiais, neurociência, psicopedagogia, 
psicomotricidade, desenvolvimento humano.
Agradecemos à Editora Telesapiens pelo convite para integrar seu 
elenco de autores independentes e estamos muito felizes em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Histórico da Educação Infantil .............................................................. 10
Concepção de Infância ao Longo da História da Humanidade .....19
A História da Criança no Brasil ............................................................................................... 21
Políticas Públicas e Legislação na Educação Infantil no Brasil ....28
Aspectos Legais ...............................................................................................................................29
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ............................................................ 30
Aspectos Legais da Educação Infantil ...........................................................................35
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil .........40
Aspectos Gerais do RCNEI .......................................................................................................42
As Práticas no Sistema do RCNEI .......................................................................................47
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 7
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
01
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil8
INTRODUÇÃO
A infância é um conceito muito estudado nos dias de hoje e é 
considerada uma etapa fundamental para o desenvolvimento integral da 
criança, mas isso nem sempre foi assim.
Antigamente, a criança era conhecida como um adulto em miniatura 
e seu desenvolvimento se dava a partir do aprendizado das tarefas do dia 
a dia. Por isso, a infância era considerada um período de transição sem 
importância.
Com o passar dos anos, essa concepção foi se modificando e 
ganhando um espaço importante na educação das crianças. 
Ao longo dessa unidade, você, futuro professor, compreenderá 
que alguns marcos ao longo dessa história contribuíram para a criação de 
creches e a educação infantil e entenderá as especificidades de cada uma 
dessas etapas para o desenvolvimento da criança. Vamos lá! 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Explicar o histórico da Educação Infantil.
2. Definir as concepções de infância ao longo da história da 
humanidade.
3. Identificar as políticas públicas e legislação da Educação Infantil 
no Brasil.
4. Interpretar o Referencial Curricular Nacional para a Educação 
Infantil.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil10
Histórico da Educação Infantil
INTRODUÇÃO:
Olá, prezado aluno. Seja bem-vindo a mais esta oportunidade 
de estudo e aprofundamento do seu conhecimento na área 
da Educação Infantil. Nesta unidade, você compreenderá 
os elementos relacionados com a história da Educação 
Infantil a partir de uma perspectiva ampla, visto que através 
do presente texto será possível viajar pela construção 
da importância da educação no decorrer da história da 
humanidade. Ao término deste capítulo você será capaz 
de entender a história da educação. E aí? Preparado para 
entrar no mundo da educação infantil? Vamos lá!
DEFINIÇÃO:
A infância é compreendida como a concepção ou a 
representação que os adultos fazem sobre o período inicial 
da vida, ou como o próprio período vivido pela criança 
(KUHLMANN, 2004).
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no 
Art. 2º, “considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze 
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito 
anos de idade” (BRASIL, 1990). Nos dias de hoje, não são poucos em nossa 
sociedade aqueles que gostariam de voltar à infância, passar os dias sem 
nenhuma responsabilidade, dedicando a maior parte do tempo para se 
divertir, não é mesmo?
Hoje sabemos distinguir de forma muito clara as diferentes etapas 
da vida, mas será que isso sempre foi assim?
Nós temos a tendência de naturalizar certos sentimentos que foram 
socialmente construídos ao longo da história. Um exemplo é o amor 
materno incondicional que as mães devem ter pelos seus filhos. Esse 
sentimento, assim como a infância, não é inato ao ser humano. Ele foi 
construído ao longo dos séculos. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 11
Para iniciarmos nossoestudo sobre a infância, utilizaremos a 
classificação proposta pelo educador italiano Franco Frabboni (1990) 
em seu texto “A Escola Infantil entre a Cultura da Infância e a Ciência 
Pedagógica e Didática”. Frabboni se baseia nos estudos realizados pelo 
historiador francês Philippe Ariès, que é conhecido mundialmente como 
uma referência no estudo da infância como uma construção social. 
A primeira fase descrita por Frabboni é conhecida como infância 
negada ou criança-adulto, que tem duração até o século XV. A segunda 
é conhecida como a infância industrializada, que vai do século XVI até o 
século XVIII. A terceira, conhecida como a infância de direitos, teve início 
no século XIX e permanece até os dias de hoje.
Vamos entender um pouco mais sobre cada uma dessas fases? 
Primeira fase: é conhecida como a infância negada ou criança-
-adulto (duração até o século XV). Nesse período, o historiador francês 
Philippe Ariès (1981) concluiu que a sociedade medieval desconhecia a 
infância. Tal descoberta se deu através da observação de obras de arte 
nas quais não havia a representação de crianças e, quando raramente essa 
representação acontecia, ela se assemelhava a miniadultos, conforme 
ilustrado na Figura 1.
Figura 1: Comparativos entre crianças do século XII com crianças dos dias atuais
 
Fonte: @pixabay
https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7as-vit%C3%B3ria-sucesso-593313/
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil12
VOCÊ SABIA?
Que algumas obras de arte na sociedade medieval 
ilustravam as crianças de mãos dadas com representações 
da morte em alusão à alta mortalidade infantil?
Com o alto índice de mortalidade infantil na época, poucas crianças 
conseguiam passar dos seis anos de idade. Aquelas que completavam 
sete anos de idade eram introduzidas no mundo adulto sem nenhum 
preparo para exercer as tarefas do dia a dia. A grande preocupação da 
sociedade medieval em ter filhos era para que esses viessem a cuidar de 
seus pais anos depois, ou seja, o pensamento já era de introduzi-los no 
mundo do trabalho (ARIÈS, 1981).
O desconhecimento em relação à infância era tão grande que até o 
amor incondicional materno, conforme citado no início deste tópico, não 
existia. Quando as mães perdiam um filho, sabiam que logo esse seria 
substituído por outro.
A infância também era negada na escola, pois, naquela época, a 
escola era reservada apenas para a formação dos clérigos e não tinha a 
pretensão de formação da criança (ARIÈS, 1981).
Nessa primeira fase, a infância não tinha características próprias. Por 
isso, as crianças eram vistas e tratadas como adultos com uma estatura 
menor. Não significa que os adultos não tinham afeto pela criança, mas sim 
que não existia a compreensão da infância como um estágio específico 
do desenvolvimento humano, diferente do adulto. 
Segunda fase: ela que durou aproximadamente do século XVI até 
o século XVIII, e foi marcada pela Revolução Industrial e o surgimento 
da família moderna. Com isso, houve uma separação entre a indústria 
(local de trabalho) e a casa (onde fica a família). Essa separação levou 
ao fechamento do núcleo familiar, o que favoreceu a formação de um 
sentimento de afeto muito forte pelas crianças (cuidado, afeto) (FRABBONI, 
1998).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 13
Figura 2: Surgimento da família moderna com a Revolução Industrial
Fonte: @pixabay
Com o surgimento da família moderna, os pais já não colocavam 
filhos no mundo apenas com o objetivo de terem mais membros da família 
trabalhando, mas sim porque tinham a convicção de que precisavam lhes 
proporcionar uma preparação para vida. E essa preparação não poderia 
ser somente para o filho mais velho, o primogênito. De acordo com a 
nova ordem moral, todos os filhos, incluindo as filhas mulheres, deveriam 
ser preparadas para a vida. Assim, tal preparação ficou assegurada pela 
escola (ARIÈS, 1981).
IMPORTANTE:
No início, esse formato de família era constituído apenas 
em famílias de classes mais altas.
Dentro desse contexto, com a criação da escola formal, as crianças 
deixaram de aprender a vida apenas com o contato direto com os adultos 
e passaram a ser separadas de suas famílias para frequentarem a escola 
https://pixabay.com/pt/photos/pessoas-fam%C3%ADlia-pais-crian%C3%A7a-731514/
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil14
(ARIÈS, 1981). O autor define esse momento como um “enclausuramento” 
das crianças, em que elas deixam de conviver e aprender com os adultos 
(normalmente os familiares) para serem confinadas, em grande parte em 
internatos. 
Segundo Ariès (1981), foi nesse período que as ordens religiosas 
se tornaram responsáveis pelo ensino das crianças e dos jovens. Dentro 
dos internatos, os diretores e mestres possuíam uma autoridade superior, 
dispondo do dever de educar moralmente e de forma rigorosa a criança 
frágil e inocente, surgindo o conceito da disciplina dentro da escola. 
Por causa disso, as primeiras escolas mantinham uma doutrina bem 
específica e rígida. Esse sistema foi definido a partir de três características: 
a vigilância constante, a delação e a aplicação ampla dos castigos 
corporais (ARIÈS, 1981).
O século XVI se caracterizou como a época das agressões e 
violências contra as crianças. Nesta época, surgiram os “colégios” que 
abrigavam estudantes pobres e sem família, indesejados pela sociedade, 
submetendo-os aos piores maus tratos e humilhações deliberadas 
(SCHERER, 2000).
No século XVII, a teologia cristã, na pessoa de Santo Agostinho, 
elaborou uma imagem dramática da infância, onde a criança, após o seu 
nascimento, era vista como símbolo da força do mal, um ser imperfeito, 
esmagado pelo peso do pecado original. Nesse período, a amamentação 
era considerada prazer ilícito da mãe que causaria perda moral da criança. 
Ainda neste século, a criança era incluída nas brincadeiras sexuais do 
adulto (BRÊTAS, 1994).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 15
NOTA:
Os internatos para a formação de meninos pobres 
no trabalho artesanal datam do século XVIII no Brasil, 
resultando, em geral, de iniciativas de cunho religioso, como 
ocorreu no caso da Casa Pia de Órfãos de São Joaquim, 
instalada em Salvador no ano de 1799. Desse período 
até meados do Segundo Reinado, o treinamento para o 
trabalho se dava fora dos muros das instituições, como nos 
arsenais de guerra, oficinas particulares e, eventualmente, 
em alguma fábrica. Da década de 1860 em diante, tendeu-
se a criar obstáculos mais eficazes para as fugas e a evitar 
a contaminação dos meninos com os vícios da cidade, 
instalando as oficinas intramuros (CASTRO, 2008, p.28).
Ocorre que, os internatos, a partir de sua perspectiva rigorosa, 
buscavam implementar um sistema de aperfeiçoamento da criança 
interna, com o intuito apenas de torná-la útil para a sociedade e, em 
especial, para a família. Dessa maneira, apesar de no início do sistema 
do internato existir uma aplicação para crianças que se encontravam 
em estado de miserabilidade, pouco depois, famílias mais abastadas 
passaram também a se utilizar dos serviços e, por isso, identifica-se o 
caráter clientelista dos internatos. 
Nesse sentido, Castro (2008, p.27) observa que: 
Após o Ato Adicional de 1834, que atribuiu competência 
às assembleias provinciais para legislar sobre a instrução 
pública, surgiram vários internatos de aprendizes artífices, sob 
a responsabilidade dos governos das províncias. A maioria 
das instituições recebeu a denominação de “Casa”, termo que 
remetia mais ao ambiente doméstico do que propriamente à 
ideia de profissionalização, que nesse período não era feita 
dentro da instituição. Em levantamento dos internatos de ensino 
profissional do século XIX, cadastrei cerca de 30 instituições, 
localizadas em 16 províncias e na corte, incluindo algumas 
que associavam o ensino artesanal ao agrícola. Existiam 
Organização doTrabalho Pedagógico na Educação Infantil16
outras iniciativas no período, responsáveis pela formação de 
consideráveis contingentes para o Exército e a Marinha, como 
as Companhias de Aprendizes Artífices dos Arsenais de Guerra 
e as Companhias de Aprendizes Marinheiros. 
A diminuição da mortalidade infantil também foi decisiva nessa 
época para o fortalecimento do sentimento em torno da infância, resultado 
de melhores condições de higiene e da menor taxa de infanticídio. Assim, 
a sociedade pouco a pouco foi aderindo à nova ideia de infância. 
Terceira fase: infância de direitos (início no século XIX até os dias de 
hoje). Podemos iniciar refletindo sobre como a infância é vista hoje.
Já parou para pensar que, atualmente, mesmo com todos os 
direitos reservados à infância, as crianças ainda enfrentam maus-tratos, 
abusos sexuais, miséria, exploração para o trabalho, entre outras aflições? 
Agora imagine antigamente, quando a infância não era reconhecida.
Também vale lembrar que os avanços que ocorreram no 
reconhecimento da infância eram nas classes mais privilegiadas 
economicamente. Será que isso mudou na sociedade atual? Apesar de 
ainda convivermos com inúmeras violações de direitos da criança, a ideia 
de criança como um sujeito que necessitava de cuidados específicos, 
construída no decorrer da história, abriu caminhos para futuras políticas 
implantadas no decorrer do século XX. 
Essa nova fase é marcada pelas novas ciências, a Psicologia, a 
Pedagogia e a Psicanálise. Essas ciências modernas mostraram ao longo 
de suas pesquisas que a qualidade da infância — e não apenas a sua 
existência — é essencial para o desenvolvimento humano. E foram esses 
saberes históricos que marcaram as concepções de infância na atualidade. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 17
Figura 3: Qualidade da infância X desenvolvimento humano
Fonte: Elaborada pelas autoras (2020).
A figura acima representa abstratamente a importância do 
tratamento que a sociedade deve ter no que diz respeito ao tratamento 
da criança como um todo, ou seja, que o Estado e família devem dar à 
criança respeito e reconhecimento, visto que, no futuro, eles estarão nos 
lugares em que ocupamos hoje. 
Dessa maneira, seria insensato permanecer com um Estado que 
aplica tratamento inadequado às crianças e, por isso, quanto melhor a 
qualidade da educação, onde seja possível perceber a autonomia e 
desenvolvimento infantil, melhor será, no futuro, o desenvolvimento 
daquele Estado.
Atualmente no sistema jurídico brasileiro, a maneira que, não 
apenas o Estado, mas também a sociedade civil e, em especial, a 
família devem tratar as crianças, podem ser identificadas no decorrer da 
Constituição Federal e, ainda, no Estatuto da Criança e do Adolescente 
de maneira expressa. Em função do posicionamento do Brasil frente ao 
valor que a figura da criança reveste no cenário nacional, observou-se 
um crescimento substancial no que diz respeito à qualidade de vida no 
setor da infância. Muito embora ainda existam situações que apontem o 
contrário, o que se percebe é um sistema político-jurídico voltado para 
a proteção da criança no sentido do seu desenvolvimento psicossocial.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil18
EXPLICANDO MELHOR:
Vimos ao longo deste tópico a construção do conceito 
de infância como uma construção social, criada pela 
modernidade, tendo sofrido influências dos períodos 
históricos que contribuíram para os grandes avanços 
científicos e políticos que conhecemos hoje.
No tópico a seguir veremos a trajetória da criança ao longo da 
história, que está relacionada com o conceito de infância, mas que não 
pode ser entendida como sinônimo.
SAIBA MAIS:
Quer saber mais sobre isso? Leia o artigo “Concepções de 
infância ao longo da história”, de Mariane Rocha Niehues e 
Marli de Oliveira Costa, a fim de conhecer o processo da 
compreensão do desenvolvimento da criança ao longo da 
história. Disponível em: https://bit.ly/31KaTLX. 
Essa nova fase é marcada pelas novas ciências, a Psicologia, a 
Pedagogia e a Psicanálise. Essas ciências modernas mostraram ao longo 
de suas pesquisas que a qualidade da infância — e não apenas a sua 
existência — é essencial para o desenvolvimento humano. E foram esses 
saberes históricos que marcaram as concepções de infância na atualidade.
RESUMINDO:
Vimos ao longo deste tópico a construção do conceito 
de infância como uma construção social, criada pela 
modernidade, tendo sofrido influências dos períodos 
históricos que contribuíram para os grandes avanços 
científicos e políticos que conhecemos hoje. A infância não 
tinha características próprias. Por isso, as crianças eram 
vistas e tratadas como adultos com uma estatura menor. 
Não significa que os adultos não tinham afeto pela criança, 
mas sim que não existia a compreensão da infância como 
um estágio específico do desenvolvimento humano, 
diferente do adulto. 
https://bit.ly/31KaTLX
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 19
Concepção de Infância ao Longo da 
História da Humanidade
INTRODUÇÃO:
Nesta unidade de estudo, abordaremos a concepção da 
infância ao longo da história, para que você seja capaz de 
entender como a infância evoluiu durante todo o processo 
da história da sociedade. E, aí? Preparado para entrar no 
mundo da infância? Vamos lá!
Durante a Idade Média era comum encontrar crianças nas 
plantações, nas pescas e caças, auxiliando em tarefas que traziam 
sustento para a família. Como já mencionamos anteriormente, nessa 
época não havia a necessidade de escolas, pois o único contato que as 
crianças tinham com o aprendizado era aprender as tarefas do cotidiano, 
ou seja, a figura de criança sempre existiu, só não havia o reconhecimento 
de suas peculiaridades (ÁRIES, 1981).
REFLITA:
Já parou para pensar como seria passar a vida sem 
desfrutar dos prazeres de ser criança? E o que a ausência 
de diferenciação entre as idades poderia causar? 
Devemos lembrar que foi somente a partir do século XV que 
pequenas mudanças começaram a acontecer. Parte da sociedade 
começou a perceber peculiaridades nas crianças, então passou a 
confeccionar vestimentas adequadas para diferenciá-las dos adultos. 
Inicia-se uma nova relação entre as crianças por meio de uma convivência 
mais saudável (ARIÈS, 1978).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil20
VOCÊ SABIA?
Que a palavra “criança” só foi aparecer nos dicionários no 
início do século XIX?
Com essa forma de diferenciar as crianças dos adultos, a criança 
passou a ser vista como ingênua, meiga, engraçada e gentil. Por isso, os 
adultos começaram a observá-las tendo esse momento como distração 
e relaxamento (ARIÈS, 1978). Esse novo sentimento ficou conhecido como 
“paparicação”.
Figura 4: Crianças brincando
Fonte: @pixabay
De acordo com Ariès (1978), os adultos brincavam com a criança 
como se elas fossem um macaquinho, algo que servia para entreter e 
passar o tempo. Como por exemplo:
O adulto inicia uma contagem, dezoito, dezenove... e a criança 
completa... “dezedez”. Então os adultos, diante da resposta da criança, 
caem na gargalhada, beijando-as e acariciando-as como se elas tivessem 
dito algo correto.
https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7as-brincando-palha%C3%A7o-divers%C3%A3o-1198834/
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 21
Mesmo com esse novo sentimento em relação às crianças, não 
eram todas as pessoas que o tinham. Alguns criticavam quem valorizava 
essa diferença entre criança e adultos até então desconhecida pela 
grande maioria das pessoas.
Como já mencionamos, esse sentimento relacionado à criança foi 
historicamente construído, de acordo com os acontecimentos sociais, 
históricos, econômicos, culturais e políticos.
A História da Criança no Brasil
A história da criança no Brasil foi de grandes dificuldades e com 
inúmeras tragédias. Não foi muito diferente da criança descrita por Ariès.No entanto, quando pensamos na história da criança brasileira, temos que 
considerar de que criança estamos falando. Não é possível compreender 
as infâncias vividas pelas crianças brasileiras de forma isolada dos seus 
contextos sociais, políticos e econômicos. Isso nos possibilita compreender 
as diferenças culturais entre as crianças indígenas, africanas filhas de 
pais escravizados, filhas dos colonos europeus ou mesmo aquelas cujos 
pais eram abastados. Não há dúvidas de que essas crianças viviam suas 
infâncias de maneira bastante diferente. 
No Brasil colônia, era comum a prática do abandono de recém-
nascidos, principalmente das crianças que viviam em situação de pobreza. 
Essa prática foi introduzida pelos portugueses. Essas crianças, conhecidas 
como “enjeitadas”, comumente eram filhas de mulheres indígenas ou 
africanas que foram abusadas sexualmente, ou crianças órfãs, filhas de 
mulheres e homens escravizados. 
Desde a perspectiva da historiadora e professora Mary Del Priore, 
que aborda essa temática, principalmente no livro “A história das crianças 
no Brasil”, até mais ou menos o século XVIII, as crianças que conseguiam 
sobreviver eram designadas pelos adultos com termos como “meúdos” 
ou “ingênuos” (DEL PRIORI, 2006). Esse conceito foi introduzido porque 
acreditava-se que as crianças até sete anos não sabiam diferenciar o bem 
e o mal. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil22
No início do século XIX, com a chegada da família real portuguesa ao 
Brasil, era o calendário religioso que regia grande parte das atividades. As 
crianças que completavam sete anos de idade participavam da primeira 
comunhão, ingressando oficialmente no catolicismo (DEL PRIORI, 2006). 
No Brasil colônia, a maioria das crianças indígenas estava sob os cuidados 
dos padres da Companhia de Jesus, responsáveis pela catequese e 
educação. Esse conceito veio da representação que os Jesuítas tinham 
de criança santa, pois as viam como puras e consideravam essa fase 
a oportunidade de ensiná-las antes que fossem contaminadas com os 
maus costumes dos adultos (DEL PRIORI, 2006).
Esse ingresso no mundo religioso permitia o exercício de atividades 
sociais na igreja em que as crianças eram inseridas. Mas assim que a criança 
ganhava a possibilidade de diferenciar o certo do errado ingressando no 
mundo religioso, ela também era inserida no mundo do trabalho. 
Como Visto Anteriormente
Não podemos falar de infância brasileira, mas de diferentes infâncias. 
Isso dependia da classe social que a criança fazia parte. Se pertencia à 
família de elite, tinha sua identidade reconhecida, recebendo educação e 
usufruindo de momentos de brincadeira. É notório que as diferenças sociais, 
de raça, de credo e de gênero sempre sustentaram diferentes tratamentos 
voltados à primeira infância no Brasil. E até hoje essas diferenças marcam 
as diversas formas das crianças viverem suas infâncias. 
Figura 5: Diversidade social
Fonte: @pixabay
https://pixabay.com/pt/illustrations/pessoas-grupo-crian%C3%A7as-pr%C3%A9-escolar-2127510/
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 23
Agora, vamos entender um pouco as diferenças entre as crianças 
de elite, as escravizadas e as indígenas. 
Durante o Império, os professores estrangeiros que vinham ao Brasil 
com o objetivo de ensinar as crianças de elite reclamavam dos maus 
costumes que tinham as crianças brasileiras e as viam como endiabradas. 
Essa visão mostra uma clara incompreensão em relação aos diferentes 
hábitos e costumes entre as diferentes civilizações (DEL PRIORI, 2006).
Vamos entender o porquê. Apesar das crianças de elite pertencerem 
ao mundo da infância, tendo acesso à educação e à brincadeira, suas 
vestimentas não eram compatíveis com essa realidade. O modelo de roupa 
usado nas crianças de elite era baseado em roupas europeias, ou seja, 
feito de tecidos muito quentes, considerados inadequados para o clima 
tropical do Brasil (DEL PRIORI, 2006). Diante do calor e das vestimentas 
desconfortáveis, as crianças ficavam impacientes, não suportando o calor. 
Assim, logo se desmazelavam durante as brincadeiras, explicando a 
indisciplina das crianças brasileiras vista pelos estrangeiros.
VOCÊ SABIA?
No Brasil, até o período de amamentação – considerado 
um estreito laço de afetividade entre mães e filhos – era 
uma tarefa atribuída às “amas de leite”. 
Vimos até aqui como viviam as crianças de elite no Brasil. Será que 
as crianças escravizadas viviam a mesma realidade? 
Primeiramente, é importante entender que durante o período 
colonial, os estrangeiros imigrantes valorizavam mais as pessoas 
escravizadas nascidas no Brasil do que as que haviam nascido no 
continente Africano, pois eram consideradas mais dóceis e menos 
propensas a fugas (DEL PRIORI, 2006). 
Com isso, o nascimento de escravos no Brasil era estimulado, 
considerando as crianças como mercadorias. Então, assim que nasciam, 
eram logo separadas de suas mães para serem vendidas. As mães eram 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil24
alugadas como “amas de leite para amamentar as crianças de elite” (DEL 
PRIORI, 2006). 
Além disso, essas crianças, diferentemente das crianças de elite, 
não tinham acesso à educação, tampouco a brincadeiras, pois desde cedo 
eram imersas no mundo do trabalho, sendo sujeitadas a muitas privações 
e repressão, ou seja, a valorização do indivíduo infantil não existia.
VOCÊ SABIA?
Que somente em 1871 que foi promulgada a Lei do 
Ventre Livre, também conhecida como Lei Rio Branco, 
que determinava que os filhos de mulheres escravizadas 
nascidos a partir desta data ficariam livres? A promulgação 
dessa Lei veio atender à exigência dos ingleses, tendo 
em vista os grandes investimentos que eles fizeram em 
território brasileiro. Não foi por razões humanitárias. 
O número de mortalidade entre as crianças escravizadas também 
era maior, considerando a privação que tinham em relação às condições 
de saúde e higiene.
No Brasil Colônia e parte do Período Imperial, o número de crianças 
abandonadas era muito grande e isso acontecia por diversas razões. 
Dentre elas podemos citar a falta de recursos financeiros, filhos fora do 
casamento, mulheres escravizadas que sofriam abusos e engravidavam 
de seus donos, que as obrigavam a abandonar os filhos, entre outros. 
Somente a partir do século XX é que a infância passou a ser 
reconhecida legalmente, a partir da publicação do primeiro documento 
internacional em defesa da criança, nomeado como a Declaração 
Universal dos Direitos das Crianças (1959). Seu conteúdo teve como base 
a Declaração de Genebra de 1924. De acordo com a Declaração Universal 
dos Direitos das Crianças, estabelece-se como direitos da criança:
 • Igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade;
 • Proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social;
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 25
 • Um nome e uma nacionalidade;
 • Alimentação, moradia e assistência médica adequadas;
 • Educação e cuidados especiais às crianças com deficiência;
 • Amor e compreensão por parte dos pais e da sociedade;
 • Educação gratuita e lazer infantil;
 • Serem socorridas em primeiro lugar, em caso de catástrofes;
 • Serem protegidas contra o abandono e a exploração no trabalho;
 • Crescerem dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, 
amizade e justiça entre os povos. 
NOTA:
A carta das Nações Unidas elaborada em meados da 
década de 50 foi motivada por uma necessidade de 
defender a liberdade e os direitos humanos. Ela foi 
assinada com o objetivo de acabar com o totalitarismo e os 
regimes militares. Diante desse contexto, observa-se que 
existe uma relação de “locupletamento” entre os referidos 
documentos, ou seja, a partir dos elementos indicados 
de respeito aos povos especificado na Declaração de 
Genebra, evidenciado na Carta das Nações Unidas de 
1945, aperfeiçoado na Declaração Universalde Direitos 
do Homem de 1948, fecha-se a ideia de uma Declaração 
voltada para os direitos da criança que, ao ser aceita 
(incorporada) pelos países, ressalta a necessidade do 
tratamento humano às crianças. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil26
De forma geral, no Brasil, temos o conhecimento de algumas leis 
de uma forma muito generalizada e não paramos para refletir sobre sua 
aplicabilidade no dia a dia. Podemos ver um exemplo disso no Art.5º da 
Constituição Federal que diz: 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, a 
liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade. (BRASIL, 
1988)
Não se pode deixar de apontar a relação direta que existe entre 
as normas internas brasileiras e os documentos internacionais acima 
mencionados. Dessa maneira, identifica-se que os documentos estão na 
mesma linha protetiva dos indivíduos e, em especial, das crianças. 
A figura 6 apresenta a sistematização de que o sistema jurídico de 
proteção às crianças, no Brasil, evidencia claramente uma relação direta 
com o sistema normativo internacional.
Figura 6: Relação direta e essencial: a construção da proteção
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 27
ACESSE:
No sentido de compreender de maneira literal o especificado 
no sistema normativo brasileiro e sua relação direta com 
os documentos internacionais, em especial a Declaração 
Universal dos Direitos das Crianças, indicamos a leitura e 
análise da referida declaração, a qual pode ser acessada na 
íntegra. Disponível em: https://bit.ly/38mA0XB. 
RESUMINDO:
Nesta unidade de estudo, você compreendeu a concepção 
da infância ao longo da história e o processo evolutivo 
satisfatório na construção da infância. Não se pode deixar de 
perceber que, muito embora a criança atravesse desafios 
patentes, existem muitas políticas públicas voltadas para 
a proteção integral do indivíduo na infância. Até o próximo 
tópico!
https://bit.ly/38mA0XB
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil28
Políticas Públicas e Legislação na 
Educação Infantil no Brasil
INTRODUÇÃO:
Nesse tópico serão abordados os aspectos legais que 
amparam a criança, compreendendo quais leis foram 
estabelecidas com a finalidade de defender seus direitos, 
reconhecendo-as como cidadãs que necessitam de 
cuidado e atenção nesse período tão importante do 
desenvolvimento. Ao término deste capítulo, você será 
capaz de entender a aplicação das políticas públicas e 
legislação na educação infantil no Brasil. Vamos lá!
As políticas públicas e legislação específica para a Educação Infantil 
foram importantes iniciativas que contribuíram para a valorização da 
infância, promovendo uma mudança na forma em que a sociedade via e 
tratava as crianças, bem como a maneira como essa visão se modificou 
com o passar do tempo. 
Figura 7: Valorização da Infância
Fonte: @pixabay
https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7as-feliz-irm%C3%A3os-ocultar-1879907/
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 29
Aspectos Legais
Um documento considerado marco na história dos direitos humanos 
é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948, que 
estabelece em seu Artigo 1º: “Todos os seres humanos nascem livres e 
iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, 
devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” 
Tal documento considera que a dignidade humana é inerente a 
“TODOS” os membros da família humana. Contudo, isso é colocado de 
uma forma muito generalizada.
Se você ler este documento, conseguirá perceber que o termo 
“criança” é citado no documento apenas uma vez. É possível refletir sobre 
a motivação de alguns aspectos mencionados na declaração e sobre a 
motivação para a criação de novos documentos, como, por exemplo, a 
garantia de alguns direitos de forma específica para as crianças, conforme 
estudaremos adiante.
Nossa Constituição estabelece de forma mais clara e objetiva os 
direitos da criança, considerando os princípios proclamados na Carta da 
Nações Unidas em 1945.
Em 1979 foi decretada a Lei nº6.697 que estabeleceu o Código de 
menores. Esse documento defendia a doutrina da situação irregular, ou 
seja, entendia as crianças menores de dezoito anos de idade como um 
objeto de medidas judiciais. 
Diante dos documentos citados acima e, considerando que a 
criança é um sujeito que necessita de cuidados em decorrência de sua 
imaturidade física e mental, foi necessário conferir o dever de assegurar 
às crianças esses direitos à família e ao Estado, conforme o Artigo 227 da 
Constituição Federal.
O Artigo 227 da Constituição Federal (1988) estabelece que:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, 
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito 
à vida, a saúde, a educação, ao lazer, a profissionalização, a 
cultura, a dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil30
familiar e comunitária. Além de colocá-los a salvo de toda 
forma negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão.
REFLITA:
Por que será que foram estabelecidos esses direitos de 
proteção à criança? Faça uma breve recordação dos marcos 
da história em relação a cada um desses itens assegurados 
no Artigo 227 da Constituição Federal de 1988.
Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA)
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi estabelecido pela Lei 
nº 8.069/1990 e é considerado um marco na defesa dos direitos das crianças 
(0-12 anos de idade) e adolescentes (12 a 18 anos de idade) brasileiros.
Mas, o que mais o ECA nos traz além do que consta nos documentos 
citados anteriormente? E qual a diferença do Código de Menores?
O ECA revogou o Código de Menores de 1979, que defendia 
a doutrina da situação irregular e trouxe um novo modelo baseado no 
princípio da proteção integral, reconhecendo a criança e ao adolescente 
como sujeitos de direitos, além da garantia dos direitos das crianças e 
adolescentes. Ele também estabeleceu os direitos e deveres do Estado e 
da sociedade como responsáveis pelos mesmos, fundamentando-se no 
Artigo 227 da Constituição Federal, já citada anteriormente, e isso se dá 
independente de sua condição (regular ou irregular).
O objetivo do ECA é garantir a criança e ao adolescente todos 
os direitos inerentes ao ser humano e específicos à sua condição, 
independentemente de raça, crença, etnia, classe social e da condição 
familiar, garantindo-lhes o desenvolvimento físico, mental, moral, 
espiritual e social.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 31
Pense Nisso
Como seria se não existissem leis que garantissem os direitos e a 
proteção das crianças hoje?
Com essa reflexão você compreenderá a criança como um sujeito 
dependente de cuidados. Vamos usar como exemplo um bebê: para que 
ele sobreviva, cresça e se desenvolva, é necessário que um adulto lhe dê 
alimento, dedique cuidados com sua higiene e saúde, lhe dê estímulos 
adequados para o seu bom desenvolvimento. Caso isso não aconteça, 
ele não terá condições de ter esses cuidados por si mesmo e virá a óbito.
Agora, vamos estudar alguns artigos contidos nesse documento. 
Primeiramente você deve saber que o ECA é composto por 267 artigos 
que estão divididos em dois livros.
O Artigo 1º dispõe sobre a proteção integral à criança e ao 
adolescente, e está fundamentado no Art.227 da Constituição Federal. 
Ele reconhece a criança e ao adolescente como sujeitos de direito com 
absoluta prioridade, respeitando a condição de desenvolvimento em que 
se encontram.
TESTANDO:
Por qual motivo as crianças e adolescentes são tratados 
com absoluta prioridade, não podendo ter as mesmas 
garantias de direitos dos adultos?
As crianças e adolescentessão tratadas com absoluta prioridade 
porque a constituição as reconheceu como sendo credoras de atenção 
especial por serem pessoas em desenvolvimento físico, mental, moral, 
espiritual e social.
Os Artigos 7º e 8º abordam o cuidado assegurado a todas as 
mulheres gestantes, garantindo nutrição e condições adequadas para 
o parto, além de apoio psicológico no período pré e pós-natal, além 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil32
de orientação sobre amamentação. Dessa forma, é possível observar o 
cuidado e proteção com a criança mesmo antes de seu nascimento.
No Artigo 9º, após o nascimento da criança é considerado dever 
do poder público, das instituições e empregadores garantirem condições 
adequadas para as mães e seus filhos no período de amamentação. 
O Artigo 13º menciona três instituições que garantem possibilidade 
de proteger a criança de maus tratos ou em caso de a mãe não querer 
ficar com seu filho:
1. Conselho Tutelar: local para onde são encaminhadas as crianças 
com suspeita ou confirmação de maus tratos.
2. Justiça da Infância e da Juventude: local onde realiza-se atendimento 
às mães que tenham interesse em entregar para adoção seus filhos, 
seja qual for a razão.
3. Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS): 
local onde realiza-se acompanhamento terapêutico as crianças na 
primeira infância, vítimas de violência.
Até aqui vimos um panorama sobre o direito à vida e à saúde das 
crianças. A seguir, veremos de forma resumida o direito à liberdade, ao 
respeito e à dignidade. Mas, antes de iniciarmos, convido você a refletir 
sobre o que é respeito e dignidade.
DEFINIÇÃO:
Respeito é um sentimento que leva alguém a tratar outra 
pessoa com atenção e consideração. Dignidade é a 
consciência que temos de nosso próprio valor.
A partir dessas definições, vamos pensar na realidade do nosso dia 
a dia. Será que as crianças e adolescentes têm sido tratadas com respeito 
e dignidade? Como isso pode ser feito?
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 33
Dessa forma, do Artigo 15º ao 18º, o ECA garante:
1. Liberdade: direito da criança de ir e vir, dar opinião, brincar, ter uma 
religião, buscar orientação e participar a vida familiar e comunitária;
2. Respeito: proteger a integridade física, psíquica e moral das crianças;
3. Dignidade: sendo dever de todos, zelar pela dignidade da criança 
colocando-as a salvo de correção em forma de castigo físico 
geralmente aplicados por pais e educadores.
VOCÊ SABIA?
Em 2014 foi estabelecida a “lei da palmada” (Lei nº 
13.010/2014) que proíbe o uso de castigos físicos como 
forma de disciplina. 
Do Artigo 19º ao 24º, é descrita a importância da convivência familiar 
e comunitária para o bom desenvolvimento da criança e do adolescente, 
garantindo-lhes o direito de serem criados e educados por sua família ou, 
na ausência ou falta desta, por uma família substituta.
O documento descreve as várias possibilidades de constituição 
familiar sendo: a família natural, a família substituta, da guarda, da tutela 
e da adoção. Para entender melhor cada uma delas, leia do Artigo 25º ao 
52º do ECA.
A educação ganha atenção especial nos Artigos 53° a 59º, nos quais 
é posto que todas as crianças e adolescentes têm direito à educação, 
visando o pleno desenvolvimento como pessoa e o preparo para o 
exercício da cidadania. Eles também devem ter acesso à escola pública e 
gratuita, perto de suas residências.
O Artigo 56º aborda uma realidade que deve ser respeitada e 
combatida, isto é, a escola deve comunicar ao conselho tutelar os casos 
de maus tratos, faltas injustificadas e evasão escolar.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil34
Dentro do processo educacional, o Artigo 58º diz que é preciso 
respeitar os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto 
social de cada criança e adolescente.
Exemplo
Cabe aos educadores proporcionar dinâmicas sobre diversidade 
cultural em sala de aula, promovendo respeito entre os alunos. 
Agora, vamos conhecer um pouco sobre o direito à profissionalização 
e à proteção do trabalho, descritos do Artigo 60º ao 69º. Tais artigos 
indicam que crianças até os treze anos de idade são proibidas de exercer 
qualquer tipo de trabalho.
DEFINIÇÃO:
É considerado trabalho infantil toda forma de trabalho, 
remunerado ou não, que prive crianças e adolescentes 
de experiências próprias de suas idades, como estudar e 
brincar.
Dos treze aos dezesseis anos de idade o trabalho é permitido apenas 
na condição de aprendiz, onde o jovem frequenta a escola em um período 
do dia e no outro realiza o ensino profissionalizante supervisionado. 
Entre os dezesseis e dezoito anos de idade o trabalho é permitido, 
porém o jovem não pode trabalhar no período noturno e nem exercer 
tarefas consideradas de risco. 
O ECA é considerado uma referência. Portanto, é importante que 
você tenha conhecimento do seu conteúdo para refletir com seus alunos 
sobre os direitos e responsabilidades para o pleno exercício da cidadania 
e ajude sua escola a construir um novo olhar sobre a infância.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 35
Aspectos Legais da Educação Infantil 
A Constituição reconhece que o Estado tem o dever de garantir 
o direito das crianças de serem atendidas em creches e pré-escolas e 
vincula esse atendimento à área educacional.
TESTANDO:
Por que as creches e pré-escolas foram vinculadas a um 
atendimento educacional? 
Antes a Educação Infantil era vista como um ambiente de cuidado 
e estava na esfera da ação social, ou seja, era um espaço que cuidava 
das crianças no período em que seus pais ou responsáveis estavam 
trabalhando. Mas então, qual é a diferença de cuidar e educar? 
DEFINIÇÃO:
Cuidar significa a ação de tomar conta de alguém e educar 
é dar a alguém todos os cuidados e instruções necessárias 
para o pleno desenvolvimento do ser humano.
Para cuidarmos de alguém não é necessário conhecimento 
pedagógico, basta alimentar a criança, mantê-la limpa e segura. Essa 
ação pode ser realizada em ambiente doméstico.
Porém, se pensarmos em um atendimento educacional, podemos 
relacionar esses dois conceitos.
Exemplo
Quando uma cuidadora vai dar banho em um bebê ela pode, durante 
esse processo, cantar músicas nomeando as partes do corpo enquanto 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil36
realiza a limpeza delas. Essa simples ação estimula o desenvolvimento da 
criança em seus aspectos físicos e cognitivos. 
Portanto, a partir do cuidado eu posso também realizar uma ação 
pedagógica.
A educação nada mais é do que um conjunto de processos 
pedagógicos tendentes ao desenvolvimento geral do ser humano. Nesse 
sentido, vamos compreender a implantação e o funcionamento da 
Educação Infantil no Brasil.
A Educação Infantil foi regulamentada a partir da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96). Esse documento define 
a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica, tendo 
como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a seis 
anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, 
complementando a ação da família e da comunidade.
NOTA:
A Educação Básica está dividida em três etapas: Educação 
Infantil, Ensino Fundamental (I e II) e Ensino Médio.
Também foram instituídas as Diretrizes Curriculares Nacionais para 
a Educação Infantil (Resolução CNE/CEB n.1, de 07/04/1999). Nelas está 
descrito que é dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil 
pública, gratuita e sem critério de seleção. Ela deve ser oferecida por 
creches e pré-escolas em espaços institucionais não domésticos que 
constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados, que 
educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade. Esse documento 
também estabelece a obrigatoriedade da matrícula das crianças de 4 a 6 
anos de idade na Educação Infantil.
Organizaçãodo Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 37
As propostas pedagógicas descritas nas Diretrizes Curriculares 
Nacionais para Educação Infantil regem três princípios:
1. Princípios éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade 
e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes 
culturas, identidades e singularidades.
2. Princípios Políticos: garantir os direitos de cidadania dessa criança, o 
exercício dessa cidadania e o respeito à democracia.
3. Princípios Estéticos: a valorização da sensibilidade, da criatividade, da 
ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações 
artísticas e culturais.
O Programa Currículo em Movimento da Educação Básica nos traz 
quatro eixos a serem trabalhados na Educação infantil: educar, cuidar, 
brincar e interagir. Esses eixos são considerados indissociáveis.
Através dessas dimensões podemos entender que o ato de 
alimentar, cuidar e vestir pode ser utilizado para desenvolver o intelecto 
da criança, propor atividades que haja envolvimento afetivo, psicológico 
e cognitivo. 
Outro documento muito importante divulgado pelo Ministério da 
Educação em 1990 é o Referencial Curricular Nacional para Educação 
Infantil (RCNEI). Ele se fundamenta na orientação dos trabalhos a serem 
desenvolvidos nas creches e pré-escolas, apresentando objetivos e 
conteúdo a serem trabalhados nessa etapa educacional com orientações 
didáticas relativas à avaliação do desenvolvimento da criança. 
Outros documentos foram publicados pelo Ministério da Educação 
(MEC) com o objetivo de subsidiar as práticas presentes nas escolas de 
Educação Infantil. A seguir, vamos comentar alguns deles:
1. Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil: 
tem como objetivo orientar o sistema de ensino com os padrões de 
referência e organização, gestão e funcionamento de creches e pré-
escolas de todo país. Esse documento é considerado um norteador 
para implementar e avaliar políticas públicas educacionais para 
crianças de 0 até 5 anos de idade (BRASIL, 2006).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil38
2. Indicadores da Qualidade na Educação Infantil: esse documento é 
um instrumento de autoavaliação institucional que visa o envolvimento 
de todos da comunidade escolar, visando a construção de uma escola 
de qualidade (BRASIL, 2009).
3. Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de 
Educação Infantil: esse documento foi desenvolvido com o 
objetivo de realizar adaptações dos espaços de Educação Infantil, 
desenvolvendo projetos relacionados à qualidade dos ambientes 
escolares (BRASIL, 2006).
4. Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito das crianças de 
zero a seis anos à Educação ä educação - esse documento trabalha 
em prol das políticas para Educação Infantil, contribuindo para um 
processo mais democrático de implementação de políticas para 
crianças de zero a seis anos de idade (BRASIL, 2006).
5. Nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC): é considerado 
um documento essencial para melhorar a qualidade de ensino. Seu 
conteúdo detalha os objetivos de aprendizagem para Educação 
Infantil e Ensino Fundamental. Sua última versão traz modificações 
significativas. 
Como exemplo de participação no pensar a Educação Infantil, 
encontramos experiências nas quais os profissionais participam da 
construção de modelos práticos e contextualizados. Por exemplo, alguns 
profissionais da gestão municipal de São Paulo elaboraram o Currículo da 
Cidade – Educação Infantil publicado em 2019. Esse documento busca 
integrar as experiências práticas das crianças dessa rede de ensino, 
trazendo novas possibilidade e atuação na Educação Infantil.
A Educação Infantil se tornou alvo de interesse de muitas pesquisas, 
abrangendo diversas temáticas relacionadas às práticas de educação e 
aos cuidados das crianças.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 39
REFLITA:
Será que, apesar de toda essa garantia de direitos 
respaldada em leis, todas as crianças de 0 a 5 anos de 
idade no Brasil frequentam a escola?
Mesmo com a iniciativa de tantas políticas garantindo a educação 
dessa população, muitas crianças nessa faixa etária ainda estão fora das 
creches e das pré-escolas, e a principal razão desse cenário é, muitas 
vezes, a falta de vagas.
RESUMINDO:
Chegamos ao final da unidade. Aqui vocês viram diversos 
documentos que subsidiam as práticas presentes nas 
escolas de Educação Infantil, assim como garantem os 
direitos dessas crianças. A finalidade da Educação Infantil 
no Brasil é o desenvolvimento integral da criança de zero a 
cinco anos de idade em seus aspectos físicos, intelectual, 
linguístico e social. É importante destacar que não é função 
só da escola a Educação Infantil. Essa educação será 
complementada pela educação que a criança tem em casa 
e na comunidade em que vive. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil40
Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil
INTRODUÇÃO:
Nesta unidade, será possível que você, aluno(a), 
compreenda a importância do Referencial Curricular 
Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). Analisaremos 
os aspectos que o referencial curricular pode interferir 
nas propostas educacionais. Ao término desta unidade, 
você conhecerá as diretrizes e saberá como ela pode ser 
aplicada na proposta curricular da escola.
Todo professor, para um bom desempenho no ambiente funcional 
e, consequentemente, uma prática de qualidade, deve necessariamente 
passar pelo processo de formação adequada. Dessa maneira, justifica-se 
a necessidade de atualização permanente na formação de profissionais 
da área de educação. Muito embora observe-se que a formação inicial 
de um professor deve ser seguida de outras formações, como forma de 
atualização de suas atividades em todas as áreas educacionais, o foco do 
presente tópico é tão somente Educação Infantil. 
Dessa maneira, pode ser afirmado que o disposto na Lei de Diretrizes 
e Bases, muito embora tenha especificado sobre a formação inicial básica 
para professores da educação infantil básica, existe uma necessidade 
patente de aperfeiçoamento, ou seja, de melhoramento do processo 
de formação profissional. E, por isso, conclui-se que o especificado na 
LDB estaria um pouco aquém das necessidades reais do professor e dos 
alunos. 
Nesse sentido, o Ministério da Educação tendo por base as 
necessidades das crianças que estão entre 0 a 6 anos de idade, 
estabeleceu o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. 
Contudo, antes de entrar no mundo do RCNEI, torna-se essencial a 
análise da importância do ato de brincar no dia a dia da criança, como um 
dos direitos específicos garantidos as crianças. É curioso pensarmos, nos 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 41
dias de hoje, que foi necessário a criação de uma lei para garantir esse 
direito as crianças, não é mesmo?
A Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959) foi fortalecida 
pela convenção dos Direitos da Criança (1989) para garantir o direito da 
toda criança de brincar e divertir-se, sendo dever da sociedade e das 
autoridades públicas garantirem esse direito. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu Artigo 16º, 
também assegura à criança o direito ao brincar, mas esse direito foi ainda 
mais fortalecido com a implantação da Lei 13.257/2016 sobre a primeira 
infância. Essa lei garante às crianças de 0 a 6 anos de idade prioridade 
no desenvolvimento de programas, nas formações dos profissionais e 
na formulação de políticas públicas. Foi a partir dessa lei que surgiram 
as organizações de espaços lúdicos em todos os lugares públicos ou 
privados em que tenha circulação de crianças.
Você precisa entender que o brincar é essencial para as crianças, 
pois enquanto se divertem, elas também desenvolvem aspectos físicos, 
emocionais e cognitivos.
Por isso, é preciso garantir espaços lúdicos para que essasbrincadeiras aconteçam, pois eles promovem a diversão e o aprendizado 
dessas crianças.
Vygotsky (1987) entende o brincar como uma atividade humana 
criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção 
de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas 
crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com 
outros sujeitos, crianças e adultos.
É por meio da brincadeira, imaginação, fantasias e questionamentos 
que as crianças irão aprender e compreender o mundo ao mesmo tempo 
em que constroem sua identidade pessoal e coletiva.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil42
REFLITA:
Você acredita no brincar como o viver da infância, ou 
acredita no brincar como forma de aprendizado?
Nesse sentido, a partir da compreensão exata da importância da 
brincadeira na vida cotidiana da criança, observa-se a presença do RCNEI, 
como elemento que irá dar as diretrizes para garantir uma educação 
infantil de qualidade, como será visto a seguir.
Aspectos Gerais do RCNEI
Tendo em vista todo esse panorama da importância do brincar na 
Educação Infantil e, especialmente, na formação da criança, podemos 
pontuar que o RCNEI tem por objetivo auxiliar o processo de formação 
dos profissionais que se encontram em atividades que envolvem a 
educação infantil. Dessa maneira, objetivou-se, a partir do preceituado 
na Constituição Federal quanto aos direitos inerentes à condição da 
criança, favorecer o desenvolvimento da dela nos anos iniciais a partir das 
necessidades patentes em cada fase, que podem ser identificados em 
princípios especificados no decorrer do texto, a saber (BRASIL, 1998):
 • O respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas 
suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, 
religiosas etc.;
 • O direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, 
pensamento, interação e comunicação infantil;
 • O acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando 
o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à 
comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética;
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 43
 • A socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas 
mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma;
 • O atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e 
ao desenvolvimento de sua identidade. 
O supramencionado documento traz em sua existência a importância 
real de dinamizar as propostas trabalhadas nos currículos escolares 
de maneira institucionalizada, ou seja, permitiu-se a possibilidade de 
se trabalhar a partir de uma perspectiva macro ao invés de iniciativas 
pulverizadas ao longo do país.
IMPORTANTE:
Considerando a fase transitória pela qual passam creches e 
pré-escolas na busca por uma ação integrada que incorpore 
às atividades educativas os cuidados essenciais das 
crianças e suas brincadeiras, o Referencial pretende apontar 
metas de qualidade que contribuam para que as crianças 
tenham um desenvolvimento integral de suas identidades, 
capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos à 
infância são reconhecidos. Visa, também, contribuir para 
que possa realizar, nas instituições, o objetivo socializador 
dessa etapa educacional, em ambientes que propiciem o 
acesso e a ampliação, pelas crianças, dos conhecimentos 
da realidade social e cultural (BRASIL, 1998).
Dessa maneira, muito embora a padronização inerente a condição 
do RCNEI exista, não se pode deixar de lado o cuidado que se teve ao 
estruturar o mencionado referencial, visto que se observou a importância 
de elaborar o currículo de acordo com a realidade de cada comunidade. 
Dessa maneira, fica evidente eu o objetivo do referencial é tão somente 
estabelecer um padrão único de qualidade, sem esquecer as nuances de 
cada sistema educacional em particular. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil44
NOTA:
Leia a apresentação do Volume 1 do RCNEI e observe que 
existirá a indicação do referencial como um instrumento de 
direcionamento para a tomada de decisão por parte dos 
órgãos educacionais. Referencial curricular nacional para a 
educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, 
Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 
1998. 3v.: il. Volume 1: Introdução. 
A leitura da apresentação do Volume 1 do RCNEI aponta, na 
prática, que existe a especificação de maneira expressa do RCNEI ser um 
documento que se destina a estabelecer orientações pedagógicas para 
os profissionais que trabalham com educação inicial.
Nesse sentido, observa-se quando, no próprio documento do 
referencial, este é apontado como instrumento:
A organização do Referencial possui caráter instrumental 
e didático, devendo os professores ter consciência, em sua 
prática educativa, que a construção de conhecimentos se 
processa de maneira integrada e global e que há inter-relações 
entre os diferentes eixos sugeridos a serem trabalhados com 
as crianças. Nessa perspectiva, o Referencial é um guia de 
orientação que deverá servir de base para discussões entre 
profissionais de um mesmo sistema de ensino ou no interior da 
instituição, na elaboração de projetos educativos singulares e 
diversos. (BRASIL, 1998)
E, de maneira importante, destaca-se ainda que as diretrizes 
observadas no referido documento vislumbram tão somente o 
enaltecimento dos valores morais de cidadania.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 45
NOTA:
O RCNEI é um documento que tem por objetivo direcionar 
as atividades pedagógicas dos profissionais da educação, 
com o objetivo de facilitar o processo de disseminação do 
conhecimento através da realização de pesquisas, estudos 
e todas as demais práticas que favorece o crescimento 
do aluno como um cidadão capaz de contribuir para o 
aperfeiçoamento do Estado. 
Diante do observado nos objetivos identificados no RCNEI, muito 
embora se observe um interesse explícito no desenvolvimento da criança, 
não se deve confundir como um documento que se destina a solucionar os 
problemas sociais que surgem no âmbito da educação infantil. Destaca-se 
ainda que o documento em análise busca o favorecimento da qualidade 
da educação e, portanto, possui ligação estreita com a implementação de 
políticas públicas educacionais.
Exemplo
Estão no âmbito dos elementos abordados pela RCNEI as 
decisões relacionadas com orçamento, espaço físico adequado com 
o estabelecimento de uma padronização, a escolha de materiais 
educacionais de qualidade e que estejam sendo suficientes para as 
crianças, dentre outros elementos técnicos mais amplos. 
Quando se percebe a amplitude e importância da RCNEI fica fácil 
de compreender sua função social, visto que, o atendimento institucional 
que se destina à criança nos anos iniciais não possui um padrão de 
qualidade pré-estabelecido, questão que dificulta a valorização do ensino 
no âmbito do tratamento da qualidade do ensino. 
Ocorre que, durante muito tempo, as instituições de ensino que 
trabalham com educação inicial trabalhavam com uma perspectiva 
diferente, pois eram tratadas mais como um instrumento de suporte para 
crianças de baixa renda do que especificamente como instituições que 
objetivavam a prestação de um serviço educacional de qualidade. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil46
Com o documento RCNEI se torna perceptível a mudança de 
paradigma da educação, a partir da identificação de uma dinâmica mais 
ampla, em que fosse possível aplicar instruções capazes de favorecer a 
construção de um ensino de qualidade.
NOTA:
Modificar essa concepção de educação assistencialista 
significa atentar para várias questões que vão muito além 
dos aspectos legais. Envolve, principalmente, assumir as 
especificidades da educação infantil e rever concepções 
sobre a infância, as relações entre classessociais, as 
responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante 
das crianças pequenas (BRASIL, 1998).
Diante do especificado no RCNEI, identifica-se, portanto, que 
a educação de qualidade visa de maneira ampla o favorecimento do 
desenvolvimento da criança nos aspectos emocionais, cognitivos, 
sociais e afetivos da criança, dentro de um ambiente físico devidamente 
construído e adaptados às necessidades específicas das crianças. 
Por isso o Referencial (BRASIL, 1998) foi concebido de maneira a 
servir como um guia de reflexão de cunho educacional sobre objetivos, 
conteúdos e orientações didáticas para os profissionais que atuam 
diretamente com crianças de zero a seis anos, respeitando seus estilos 
pedagógicos e a diversidade cultural brasileira.
Figura 8: A equação necessária para a educação de qualidade
Aspectos 
abstratos: 
Emoção, afeição, 
conhecimento, 
relação
Aspectos 
físicos
Educação de 
qualidade
Fonte: Elaborada pelas autoras (2020).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 47
As Práticas no Sistema do RCNEI
Muito embora exista o consenso de que para o desenvolvimento 
da educação de qualidade é necessário existir a harmonização 
entre os elementos físicos e abstratos, não existe, na verdade uma 
universalização de práticas, de maneira a ser possível identificar uma 
gama de possibilidades que pode ser aplicada a depender da estrutura 
do ambiente ou interesse do gestor escolar.
Sendo assim, quando se observa o uso de práticas que destinam 
aos cuidados físicos, identifica-se a utilização de uma concepção que 
não respeita as necessidades individuais de cada criança, ou seja, existe 
a especificação da construção de uma rotina bastante rigorosa para a 
criança, que dificulta de certa maneira, o desenvolvimento da autonomia 
da criança. Normalmente, a prática, em comento, funciona a partir de uma 
prática do adulto e acaba por gerar, consequentemente, a dependência 
da criança sobre a atuação do adulto.
TESTANDO:
Muito embora as práticas educacionais que são escolhidas 
para a inclusão nas propostas serem distintas e, dentro da 
sua aplicação, existe sua importância fundamental. Você 
saberia dizer qual a importância da autonomia no âmbito 
do desenvolvimento da criança?
Numa perspectiva mais ampla, existem práticas que englobam 
atividades onde a criança poderá desenvolver aspectos mais ativos, 
pois possibilita que a criança esteja em contato como ambiente e, em 
consequência, favorece a interação direta. Nessas práticas, os cuidados 
que se deseja aplicar é tão somente de proteção que engloba uma 
perspectiva mais individual e, nesse caso, vê-se práticas de interação, 
segurança, cuidados básicos (alimentação, higiene).
Uma tendência bastante curiosa foi a de considerar a relação entre 
instituição e aluno como essencial, visto que o estabelecimento das 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil48
relações pessoais entre crianças e adultos favorece o desenvolvimento 
da educação infantil. 
E, por fim, ainda existem as práticas que estão voltadas mais para 
o suporte emocional, visto que, as instituições educacionais propõem 
uma substituição, enquanto as crianças estão sob seus cuidados, de se 
tornarem os substitutos afetivos da criança, seria, na verdade, o que se 
denomina de substitutos maternos. 
NOTA:
Polêmicas sobre cuidar e educar, sobre o papel do 
afeto na relação pedagógica e sobre educar para o 
desenvolvimento ou para o conhecimento têm constituído, 
portanto, o panorama de fundo sobre o qual se constroem 
as propostas em educação infantil (BRASIL, 1998).
Por isso que o processo de desenvolvimento de uma proposta 
que se destina a educação deve ter como pressuposto a inclusão de 
elementos essenciais, nomeadamente, a compreensão de criança, do que 
seria cuidar, da importância da aprendizagem e técnicas que priorizem 
um desenvolvimento mais adequado da criança. 
Figura 9: Os elementos essenciais para uma proposta educacional nos anos iniciais
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil 49
Sendo assim, o que deve ser levado em consideração é tão 
somente a importância de se tratar as propostas educacionais de uma 
forma clara, explícita, para que não haja prejuízo no processo de execução 
das propostas que estão sendo implementadas.
RESUMINDO:
Neste capítulo de estudo, foi possível que você, aluno (a), 
compreendesse o funcionamento do referencial curricular 
nacional para a educação infantil. Destacou-se, portanto, 
que a qualidade é elemento essencial no processo da 
educação brasileira e que, mesmo não sendo ainda uma 
regra impositiva, deve haver a introspecção das diretrizes 
do RCNEI. Até a próxima!
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil50
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Joana Áurea Cordeiro Barbosa e 
Aline Pedro Feza
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