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Membrana plasmática

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Membrana plasmática 
CÉLULA E DESENVOLVIMENTO ANIMAL 
 
 
 
 
 
 
GENERALIDADES 
 
A membrana plasmática é a estrutura celular 
que estabelece o limite entre os meios intra e 
extracelulares. Uma função importante dessa 
membrana é a manutenção da constância do 
meio intracelular, cuja composição é diferente 
da do líquido extracelular. 
 
Apesar da existência desse limite, há grande 
interação entre o interior da célula e moléculas 
extracelulares. A membrana plasmática contém 
inúmeras proteínas que se ligam tanto a 
moléculas localizadas no citoplasma como a 
macromoléculas extracelulares. Por meio 
dessas ligações, existe uma troca constante 
nos dois sentidos, entre o citoplasma e o meio 
extracelular. 
 
 
ESTRUTURA MOLECULAR DA 
MEMBRANA PLASMÁTICA 
 
A estrutura da membrana plasmática é descrita 
utilizando-se o modelo do mosaico fluido. 
Conforme esse modelo, o arranjo molecular da 
membrana plasmática assemelha-se a um mar 
de lipídios em constante movimento que 
contém um “mosaico” de muitas proteínas 
diferentes. As proteínas flutuam livremente 
(como icebergs) ou permanecem ancoradas em 
locais específicos (semelhantes a ilhas). Os 
lipídios atuam como uma barreira à passagem 
de várias substâncias que entram e saem da 
célula enquanto algumas das proteínas na 
membrana regulam a passagem de várias 
moléculas e íons entre os ambientes interno e 
externo da célula. 
 
 
 
 
COMPOSIÇÃO DA MEMBRANA 
PLASMÁTICA 
 
O arcabouço estrutural básico da membrana 
plasmática é a bicamada fosfolipídica, que 
consiste em duas camadas justapostas 
formadas por três tipos de moléculas lipídicas – 
fosfolipídios, glicolipídios e colesterol. As 
proteínas de membrana são divididas em duas 
categorias: integrais e periféricas. 
 Proteínas integrais: estendem-se para 
dentro ou por entre a bicamada lipídica e 
estão firmemente intercaladas nela. As 
proteínas integrais são, em sua maioria, 
proteínas transmembrana, o que significa 
que atravessam a bicamada lipídica e 
projetam-se para o citosol e para o líquido 
extracelular. 
 Proteínas periféricas: não estão firmemente 
inseridas na membrana e estão conectadas 
aos lipídios da membrana ou às proteínas 
integrais, na face externa ou interna da 
membrana. 
 
Funções das proteínas de membrana 
 
 Formação de canais iônicos: algumas 
proteínas integrais da membrana formam 
canais iônicos, poros ou orifícios através dos 
quais íons específicos, como os íons 
potássio (K+), fluem para o interior ou para o 
exterior da célula. 
 Atuam como carreadoras ou 
transportadoras: movem seletivamente 
uma substância polar ou um íon de um lado 
da membrana para outro. 
 Proteínas canais: criam passagens cheias 
de água que diretamente ligam o meio 
intracelular com o extracelular. 
 Proteínas carreadoras: também 
chamadas de transportadoras, ligam-se 
aos substratos que são carreados por 
elas, mas nunca formam uma ligação 
direta entre os líquidos intracelular e 
extracelular. 
 Algumas proteínas integrais, chamadas de 
receptores, atuam como locais de 
reconhecimento celular. Cada tipo de 
receptor reconhece e se liga a um tipo 
específico de molécula. Uma molécula 
específica que se liga ao receptor é chamada 
de ligante. Exemplo: os receptores de 
insulina se ligam ao hormônio insulina. 
 Função catalisadora: algumas proteínas 
integrais são enzimas que catalisam reações 
químicas específicas na face interna ou 
externa da célula. 
 Função ligadora: proteínas que ancoram as 
membranas plasmáticas das células vizinhas 
umas às outras ou a filamentos proteicos 
dentro e fora da célula. Proteínas periféricas 
também atuam como ligadores. 
 Proteínas estruturais: possuem três papeis 
principais: 
 Ajudam a criar junções celulares que 
mantém os tecidos unidos, como as 
junções oclusivas e comunicantes. 
 Conectam a membrana ao citoesqueleto 
para manter a forma da célula. As 
microvilosidades do epitélio de 
transporte são um exemplo de 
membrana moldada pelo citoesqueleto. 
 Ligam as células à matriz extracelular 
pela ligação de fibras do citoesqueleto 
com colágeno extracelular ou outras 
proteínas. 
 Marcadores de identidade celular: 
possibilita que uma célula (1) reconheça 
outras células do mesmo tipo durante a 
formação tecidual ou (2) reconheça e 
responda a células estranhas 
potencialmente perigosas. Os marcadores 
do sistema ABO são exemplos de 
marcadores da identidade celular. 
 Funções das proteínas periféricas: ajudam a 
sustentar a membrana plasmática, ancorar 
as proteínas integrais e participam de 
atividades mecânicas como movimentar 
materiais e organelas no interior das células, 
alterar o formato da célula na divisão celular 
e fixar uma célula a outra. 
 
Permeabilidade da membrana 
 
Embora as membranas plasmáticas não sejam 
completamente permeáveis a todas as 
substâncias, elas permitem que algumas 
substâncias atravessem mais facilmente do que 
outras. Essa propriedade é chamada de 
permeabilidade seletiva. 
 
A bicamada lipídica da membrana é permeável 
a moléculas como oxigênio, dióxido de carbono 
e esteroides, mas é impermeável a íons e 
moléculas como a glicose. Em outras palavras, 
as membranas são impermeáveis para a 
maioria dos solutos polares, mas são 
permeáveis a compostos apolares. Além disso, 
é permeável a água. As proteínas 
transmembrana que atuam como carreadoras 
aumentam a permeabilidade da membrana 
plasmática a várias substâncias carregadas 
eletricamente, de tamanho pequeno a médio 
(incluindo íons), que não conseguem cruzar a 
bicamada lipídica sem ajuda. Essas proteínas 
são muito seletivas – cada uma ajuda somente 
uma molécula ou íon específico a cruzar a 
membrana. Macromoléculas, como proteínas, 
não conseguem atravessar a membrana 
plasmática, exceto através de exocitose e 
endocitose. 
 
Glicocálice 
 
Muitas proteínas integrais da membrana são 
glicoproteínas, proteínas com grupamento de 
carboidrato presos às extremidades, que se 
projetam para o líquido extracelular. As partes 
de carboidrato dos glicolipídios e das 
glicoproteínas formam uma camada extensa de 
açúcar, o glicocálice. Dentre suas funções, 
estão: 
 
 Atua como uma “assinatura molecular”, 
permitindo que as células reconheçam umas 
às outras. Por exemplo, a capacidade de um 
leucócito em detectar um glicocálice 
estranho é a base da resposta imune. 
 Permite a aderência intercelular em alguns 
tecidos e impede que as células sejam 
digeridas pelas enzimas no líquido 
extracelular. 
 Proteção da superfície da célula de 
agressões mecânicas e químicas. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, 
José. Histologia Básica: texto & atlas. 13. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 
 
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia 
Humana. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2007. 
 
NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de 
bioquímica de Lehninger. 7. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2019. 
 
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma 
Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017. 
 
 
 
 
 
Karisse Farias

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