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Fundamentos de Biologia aplicados à Educação Física Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Celio Kenji Miyasaka Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco Síntese de Proteínas • A Estrutura da Membrana • Nucleotídeos • DNA • RNA • Ribossomos • Síntese proteica · Os objetivos desta Unidade são: · Abordar a síntese de proteínas, ou seja, como são produzidas as proteínas e os demais aspectos relacionados à regulação da síntese e importância dos ácidos nucleicos. · Compreender como as proteínas são sintetizadas e a importância desse fato. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade discutiremos e aplicaremos os conceitos mais importantes dos mecanismos pelos quais as proteínas são sintetizadas. Ao estudar esses mecanismos de síntese, você notará a importância das proteínas e de sua síntese para o organismo. Assim, o principal objetivo desta Unidade é lhe proporcionar a capacidade de conhecer como uma proteína é sintetizada e identificar como esta síntese é regulada. ORIENTAÇÕES Síntese de Proteínas UNIDADE Síntese de Proteínas Contextualização Nesta Unidade abordaremos os diferentes tipos de mecanismos e da síntese das proteínas. A síntese proteica é um processo onde ocorre a construção de novas proteínas, neste caso estamos nos referindo a um processo de crescimento do organismo onde, na fase de infância, adolescência, até a etapa do jovem adulto – mais ou menos com 25 anos de idade – predomina o crescimento dos tecidos. Já na fase adulta – mais ou menos entre 25 e 60 anos de idade – a construção de novos tecidos não ocorre na mesma velocidade, mas, ainda assim, existe a renovação dos tecidos, de modo que a perda de massa muscular é compensada pela síntese. Todavia, a impressão que fica é que estamos iguais ao ano anterior, por exemplo. Desse modo, se você está pesando hoje o mesmo que estava há três anos, a impressão é que está tudo igual, o que não é verdade, pois o seu organismo renovou-se. Quando envelhecemos – passamos dos 60 anos de idade, mais ou menos – os processos de síntese diminuem ainda mais. Nessa fase, uma alternativa para aumentar a síntese muscular é o uso de anabolizantes/derivados da testosterona e/ ou musculação. Assim, iniciaremos nossos estudos conhecendo os ácidos nucleicos, sua constituição e algumas de suas funções. 6 7 A Estrutura da Membrana Conceitos Fundamentais As proteínas são sintetizadas a partir de uma modelagem. Esta unidade de modelagem é a fita de Ácido Ribonucleico (RNA) e este processo recebe o nome de tradução. Por sua vez, a molécula de RNA é moldada a partir de uma molécula de Ácido Desoxirribonucleico (DNA), processo este denominado transcrição. A molécula de DNA pode se autoduplicar quando uma célula está se duplicando, de modo que tal autoduplicação produz células filhas iguais às células originais – mães – que lhe produziram. Nucleotídeos Os nucleotídeos são as unidades básicas formadoras dos ácidos nucleicos, compostos por: • Um radical fosfato; • Uma pentose: carboidrato de 5 carbonos; no RNA esse carboidrato é uma ribose e no DNA é uma desoxirribose – ausência de oxigênio (Figura 1); • Uma base nitrogenada: entre estas bases nitrogenadas temos as bases púricas que possuem 2 anéis aromáticos em sua estrutura, representadas pela adenina e guanina. Temos também as bases pirimídicas que possuem apenas 1 anel aromático em sua estrutura, representadas pela citosina, uracila e timina (Quadro 1). Figura 1 – Representação esquemática da ribose e da desoxirribose Fonte: www.mun.ca 7 UNIDADE Síntese de Proteínas Quadro 1 – Representação esquemática das bases púricas e pirimídicas Fonte: ifyouneed.files.wordpress.com Figura 2 – Representação esquemática do DNA Fonte: http://es.slideshare.net/AmandaMonsalve DNA O ácido desoxirribonucleico é uma molécula de fita dupla semelhante a uma escada feita de madeira e cordas, essa estrutura na forma de “escada” é flexível e ocorre uma torção em seu próprio eixo, formando uma dupla hélice (Figura 2). Nessa “escada” os corrimãos são os fosfatos e os degraus são as bases nitrogenadas, sendo que metade do degrau pertence a um lado da fita e a outra metade pertence ao outro lado; de um dos lados temos uma base púrica que se pareia com uma base pirimídica que está do outro lado do degrau; os degraus são unidos uns aos outros por ligações de hidrogênio. O DNA é a única molécula com a capacidade de se autoduplicar, autoduplicação que é semiconservativa, pois cada uma das novas moléculas possui uma das fitas vinda da mãe e outra recém-sintetizada (Figura 3). 8 9 O pareamento das bases nitrogenadas nas fitas de DNA ocorre da seguinte forma: adenina-timina e citosina-guanina. Figura 3 – Representação esquemática da duplicação semiconservativa do DNA Fonte: http://professoraflaviavieira.blogspot.com.br/ RNA O ácido ribonucleico é uma molécula de fita simples sintetizada a partir do DNA por processo denominado transcrição. Na transcrição, um segmento da fita dupla de DNA se abre em um local específico, fazendo uma cópia de só um lado da fita, por isso o RNA de fita simples. O pareamento das bases nitrogenadas na fita de RNA ocorre da seguinte forma: adenina-uracila e citosina-guanina, não existe timina no RNA. Existem vários tipos de RNA, todos formados pela transcrição, porém os mais importantes para o tema desta aula são: • RNAm: tem a função de carregar a informação para a síntese das proteínas, esta informação é uma sequência de nucleotídeos; • RNAr: é o constituinte estrutural e funcional dos ribossomos, local onde ocorrerá a síntese das proteínas; • RNAt: este tipo de RNA carrega os aminoácidos que serão ligados uns aos outros para formar as proteínas, tais aminoácidos são codificados de acordo com a sequência dos nucleotídeos no RNAm, ou seja, o RNAt decodifica o código genético. 9 UNIDADE Síntese de Proteínas RNAm O RNAm leva a informação da sequência proteica que foi formada do núcleo ao citoplasma, onde ocorrerá a tradução – síntese das proteínas. Contém uma sequência de trincas correspondente a uma das fitas do DNA. Cada trinca – três nucleotídeos – no RNAm (Quadro 2) é denominada códon e corresponde a um aminoácido na proteína que se formará. Assim, uma sequência de 30 nucleotídeos terá 10 aminoácidos. Quadro 2 – Representação das trincas – 3 nucleotídeos – e sua codificação no RNAm U C A G Pr im eir a b as e d o C ód on U UUU-Fenilalanina UUC-Fenilalanina UUA-Leucina UUG-Leucina UCU-Serina UCC-Serina UCA-Serina UCG-Serina UAU-Tirosina UAC-Tirosina UAA-PARADA UAG-PARADA UGU-Cisteína UGC-Cisteína UGA-PARADA UGG-Triptofano UCAG Prim eira base do Códon C CUU-Leucina CUC-Leucina CUA-Leucina CUG-Leucina CCU-Prolina CCC-Prolina CCA-Prolina CCG-Prolina CAU-Histidina CAC-Histidina CAA-Glutamina CAG-Glutamina CGU--Arginina CGC-Arginina CGA-Arginina CGG-Arginina UCAG A AUU-Isoleucina AUC-Isoleucina AUA-Isoleucina AUG-Isoleucina ACU-Treonina ACC-Treonina ACA-Treonina ACG-Treonina AAU-Aspargina AAC-Aspargina AAA-Lisina AAG-Lisina AGU-Serina AGC-Serina AGA-Arginina AGG-Arginina UCAG G GUU-Valina GUC-Valina GUA-Valina GUG-Valina GCU-Alanina GCC-Alanina GCA-Alanina GCG-Alanina GAU-Ác. aspártico GAC-Ác. aspárgico GAA-Ác. glutâmico GAG-Ác. glutâmico GGU-Glicina GGC-Glicina GGA-Glicina GGG-Glicina UCAG Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/biologia/codigo-genetico.htm. Legenda: a cor verde representa a primeira base nucleotídica, a cor azul representa a segunda base nucleotídica e a cor rosa representa a terceira base nucleotídica. RNAt O RNAt leva os aminoácidos ao RNAm durante o processo de síntese proteica. As moléculas de RNAt apresentam, em uma determinada região, uma trinca de nucleotídeos que se destaca, denominada anticódon. As regiões do códon (RNAm) e do anticódon (RNAt) se pareiam da seguinte forma: Adenina-Uracila (A-U) e Citosina-Guanina (C-G). É através do anticódon que o RNAt reconhece o local do RNAm onde deve sercolocado o aminoácido por esse transportado. Cada RNAt carrega em aminoácido específico, de acordo com o anticódon que possui (Figura 4). 10 11 Figura 4 – Representação da estrutura do RNAt Fonte: http://biologoemcena.blogspot.com.br RNAr O RNAr, juntamente com as proteínas, corresponde aos componentes dos ribossomos, organela onde ocorre a síntese proteica. Ligação da molécula de mRNA aos tRNA – levando os aminoácidos – ao ribossomo, direcionando o crescimento da cadeia polipeptídica; então, durante a síntese proteica, o ribossomo se move ao longo da cadeia de mRNA, interagindo com vários fatores proteicos e o tRNA, formando a proteína. Ribossomos Os ribossomos são estruturas medindo entre 20 – inferior – e 30 nm – superior – de diâmetro. Desse modo, apenas podem ser observados pela microscopia eletrônica, podendo apresentar-se livres no citoplasma ou associados à membrana do retículo endoplasmático rugoso ou à membrana externa do envoltório nuclear, ou ainda no interior das mitocôndrias; são formados por duas subunidades: uma maior e outra menor. A subunidade menor se liga ao RNAm e ao RNAt durante a síntese de proteínas e a subunidade maior catalisa a ligação peptídica entre os aminoácidos durante a síntese de proteínas. 11 UNIDADE Síntese de Proteínas Síntese proteica A síntese proteica é também chamada de tradução. Quando o RNAm chega ao citoplasma, associa-se ao ribossomo, entre a subunidade maior – em cima – e a menor. Após essa associação, os RNAt levam os aminoácidos que serão ligados, formando, assim, a proteína. O RNAm liga-se entre as subunidades, a subunidade maior dos ribossomos possui três locais – sítios E, P e A (nessa ordem) –, então inicia-se a síntese da proteína/tradução: I. O primeiro RNAt levando o primeiro aminoácido liga-se ao RNAm no sítio P; II. O segundo RNAt levando o segundo aminoácido liga-se ao RNAm no sítio A; III. O ribossomo desloca-se, então o primeiro RNAt levando o primeiro aminoácido ligado ao RNAm está agora no sítio E e o segundo RNAt levando o segundo aminoácido ligado ao RNAm no sítio P, o sítio A está vazio; IV. O primeiro RNAt carregando o primeiro aminoácido está ao lado do segundo RNAt carregando o segundo aminoácido, então ocorre a ligação – união – entre o primeiro e o segundo aminoácido, tal ligação se dá entre os agrupamentos carboxila do primeiro aminoácido e anima do segundo aminoácido, nesta reação há a formação de uma molécula de água (H2O) que é liberada; V. O primeiro RNAt levando o primeiro aminoácido desliga-se primeiramente do aminoácido e depois também se desliga do RNAm; VI. O terceiro RNAt levando o terceiro aminoácido liga-se ao RNAm no sítio A que está vazio – veja o item III; VII. O ribossomo desloca-se, então o segundo RNAt levando o segundo aminoácido ligado ao RNAm está agora no sítio E e o terceiro RNAt levando o terceiro aminoácido ligado ao RNAm no sítio P, o sítio A está vazio; VIII. O segundo RNAt carregando o segundo aminoácido está ao lado do terceiro RNAt carregando o terceiro aminoácido, então ocorre a ligação – união – entre o segundo e o terceiro aminoácido, esta ligação ocorre entre os agrupamentos carboxila do primeiro aminoácido e anima do segundo aminoácido, nesta reação há a formação de uma molécula de água (H2O) que é liberada; IX. O segundo RNAt levando o segundo aminoácido desliga-se primeiramente do aminoácido e depois também se desliga do RNAm 12 13 Figura 5 – Representação esquemática do ribossomo Fonte: http://docplayer.com.br Figura 6 – Representação esquemática da síntese proteica Fonte: https://djalmasantos.wordpress.com Figura 7 – Representação esquemática da síntese proteica Fonte: http://desconversa.com.br A relação entre a sequência de bases no DNA e a sequência correspondente de aminoácidos, na proteína, é chamada de código genético. O código genético encontra-se na forma de triplets – os códons (RNAm). Durante a síntese de proteínas, os ribossomos deslocam-se ao longo do mRNA, possibilitando um pareamento entre esse e os RNAt que carregam os diferentes aminoácidos que comporão as proteínas, anticódon (RNAt) é complementar ao códon, de modo que cada RNAt leva consigo apenas um tipo de aminoácido determinado pelo anticódon. O códon AUG, que codifica o aminoácido metionina, age como o códon de iniciação na maioria das moléculas de mRNA. Desse modo, a proteína será formada até que haja uma trinca – sequência de nucleotídeos –; sem que haja pareamento com nenhum aminoácido (AUU ou UAG), a síntese acaba. O número de ligações peptídicas será o número total de aminoácidos menos 1. 13 UNIDADE Síntese de Proteínas Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos INTRODUÇÃO à Bioquímica – aula 8 – parte 1 – nucleotídeos e ácidos nucleicos. Univesp TV, 1 nov. 2013a. https://youtu.be/JrL2qQ0xJe8?list=PLxI8Can9yAHfFmCD2PCKl5I3tKMebHc8F INTRODUÇÃO à Bioquímica – aula 8 – parte 2 – nucleotídeos e ácidos nucleicos. Univesp TV, 1 nov. 2013b. https://youtu.be/BRC0CVPySUU?list=PLxI8Can9yAHfFmCD2PCKl5I3tKMebHc8F INTRODUÇÃO à Bioquímica – aula 8 – parte 3 – nucleotídeos e ácidos nucleicos. Univesp TV, 1 nov. 2013c. https://youtu.be/i0pobAVEVFo?list=PLxI8Can9yAHfFmCD2PCKl5I3tKMebHc8F INTRODUÇÃO à Bioquímica – aula 9 – parte 1 – fluxo de informação em sistemas biológicos. Univesp TV, 13 nov. 2013d. https://youtu.be/-OM_3nNfg-c?list=PLxI8Can9yAHfFmCD2PCKl5I3tKMebHc8F INTRODUÇÃO à Bioquímica – aula 9 – parte 2 – fluxo de informação em sistemas biológicos. Univesp TV, 7 nov. 2013e. https://youtu.be/YS1bdkRELfg?list=PLxI8Can9yAHfFmCD2PCKl5I3tKMebHc8F INTRODUÇÃO à Bioquímica – aula 9 – parte 3 – fluxo de informação em sistemas biológicos. Univesp TV, 12 nov. 2013f. https://youtu.be/hRvIn1Jkx1E?list=PLxI8Can9yAHfFmCD2PCKl5I3tKMebHc8F INTRODUÇÃO à Bioquímica – aula 9 – parte 3 – fluxo de informação em sistemas biológicos. Univesp TV, 12 nov. 2013f. https://youtu.be/hRvIn1Jkx1E?list=PLxI8Can9yAHfFmCD2PCKl5I3tKMebHc8F INTRODUÇÃO à Bioquímica – aula 9 – parte 4 – fluxo de informação em sistemas biológicos. Univesp TV, 12 nov. 2013g. https://youtu.be/iyC0amP0D7w?list=PLxI8Can9yAHfFmCD2PCKl5I3tKMebHc8F INTRODUÇÃO à Bioquímica – aula 9 – parte 5 – fluxo de informação em sistemas biológicos. Univesp TV, 12 nov. 2013h. https://youtu.be/6NFfoLhvSKQ?list=PLxI8Can9yAHfFmCD2PCKl5I3tKMebHc8F 14 15 Referências BERG; TYMOCZKO. Bioquímica. 7. ed. [S.l.: s.n.], 2014. JUNQUEIRA; CARNEIRO. Histologia básica. 12. ed. [S.l.: s.n.], 2013. PITHON-CURI. Fisiologia do exercício. [S.l.: s.n.], 2013. 15
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