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Seminário 2 - Larissa Neves Silva

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO
LARISSA NEVES SILVA
MÓDULO: CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
SEMINÁRIO II – CONTROLE PROCESSUAL DA INCIDÊNCIA: DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
São Paulo,
2021
Questão 01: A respeito do controle de constitucionalidade no sistema processual brasileiro, pergunta-se:
(a) Quais as Espécies de controle de constitucionalidade existentes no ordenamento jurídico brasileiro? 
	No ordenamento jurídico brasileiro o controle de constitucionalidade é realizado pelo controle preventivo, através do Poder Legislativo e pelo controle repressivo, nas formas de controle difuso e concentrado. 
	No controle difuso o caso concreto é imprescindível para resolução da lide, enquanto no controle concentrado independe. Neste caso, é analisado a constitucionalidade/inconstitucionalidade da letra lei que contrarie a Carta Magna.
	A análise poderá ser realizada através da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADI por omissão), Ação declaratória de Constitucionalidade (ADC), a Ação Direta Interventiva (ou Representação Interventiva) e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).
(b) Explique as diferentes técnicas de interpretação adotadas pelo STF no controle de constitucionalidade (parcial com redução de texto, sem redução de texto, interpretação conforme à Constituição). 
	Atualmente existem diferentes técnicas para solucionar normas em desconformidade com a Carta Magna.
	Parcial com redução de texto: ao analisar o texto legal, o Supremo Tribunal Federal declara parcialmente a inconstitucionalidade do enredo, invalidando apenas uma parte (podendo ser mesmo uma expressão ou uma palavra), que resultará na adequação do restante da norma à Constituição Federal.
	Parcial sem redução do texto: ao analisar o texto legal, o Supremo Tribunal Federal declara as interpretações que restam na inconstitucionalidade da norma, entretanto, outras interpretações (as quais constitucionais) poderão ser dadas.
	Interpretação conforme a Constituição: nesta forma, ao analisar o texto legal, o Supremo Tribunal Federal institui o modo em que a norma deve ser interpretada de forma a resguardar a constitucionalidade do texto, sem qualquer tipo de alteração na letra lei.
(c) Considerando os efeitos (inter partes x erga omnes) da decisão proferida em controle de constitucionalidade, é possível afirmar que na hipótese de julgamento de recurso extraordinário repetitivo, nos termos do CPC/15, o ordenamento jurídico passou a admitir efeito erga omnes a decisão do STF que julga a questão constitucional mediante provocação difusa?
	O CPC /2015 traz como um dos requisitos para admissibilidade a repercussão geral, ou seja, a necessidade de que o tema discutido seja relevante do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico., de forma a desafogar os inúmeros apelos extraordinários que sejam diariamente a Suprema Corte. 
	Reconhecida a repercussão geral, os demais recursos que tratem da mesma matéria passam ao sobrestamento, aguardando a decisão final do processo principal, conforme prescreve o § 5º, do art. 1.035 do CPC.
	Apesar da decisão proferida não ter efeito vinculante para nenhum juízo em força legal, aliás, não inserida no artigo 927 do CPC/2015, inegável que causa impacto em todos os recursos extraordinários sobrestados.
	Da análise conjunta do artigo 1.030, III e do artigo 1.042, vê-se que o legislador buscou, através do CPC/2015, infirmar a necessidade de observação de precedentes, como o mecanismo jurídico processual que visa conter e diminuir o fluxo dos recursos de natureza extraordinária em sentido amplo.
Questão 02: A respeito da modulação de efeitos prescrita no (i) art. 27 da Lei n. 9.868/99 e no (ii) § 3º do art. 927 do CPC/15, responda:
(a) há distinção entre a espécie de controle de constitucionalidade em que a modulação dos efeitos pode ser consagrada, considerando o teor de cada um dos dispositivos em análise? 
	Sim, conforme se infere do texto das normas, o art. 27 é parte do controle concentrado, afetando diretamente a letra lei. A causa de pedir é a própria constitucionalidade/inconstitucionalidade do texto legal.
	Por outro lado, no artigo 927 a decisão se dará se dará apenas entre as partes do processo, não obstante nosso sistema cada vez mais amplifique os efeitos das decisões produzidas nesse modelo, especialmente quanto as regras trazidas através de recursos repetitivos e ou por força do requisito essencial da repercussão geral do recurso extraordinário e o efeito vinculante de tais decisões.
(b) há identidade entre os fundamentos apontados em cada um dos dispositivos para que seja convocada a modulação dos efeitos da decisão proferida em controle de constitucionalidade? Identifique-os.
	Sim, para modulação de efeitos são indispensáveis o excepcional interesse social e a observação basilar da segurança jurídica vez que os jurisdicionados afetados pela nova decisão não devem ser surpreendidos por mudanças abruptas de entendimento que podem-lhes ser prejudiciais.
Questão 03: Os conceitos de controle concreto e abstrato de constitucionalidade podem ser equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado, respectivamente? 
Que espécie de controle de constitucionalidade o STF exerce ao analisar pretensão deduzida em reclamação (art. 102, I, “l”, da CF)? Concreto ou abstrato, difuso ou concentrado?
	Sim, os conceitos de controle abstrato e concentrado de constitucionalidade podem ser equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado, pois enfoque principal da ação será a análise de constitucionalidade da norma, sobre o objeto principal de uma ação. 
	Por outro lado, mesma semelhança se detém entre o controle concreto e difuso, pois ambos enfocam em uma situação específica na qual a constitucionalidade/inconstitucionalidade será secundário, mas imprescindível na resolução da lide.
	O artigo 102, I, da Constituição Federal é baseado no controle abstrato e concentrado, eis que o objeto principal da ação é a constitucionalidade/inconstitucionalidade da norma em apreço.
Questão 04: 4. Que significa afirmar que as sentenças produzidas em ADI e ADC possuem “efeito dúplice”? As decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam os demais órgãos do Poder Executivo e Judiciário? E os órgãos do Poder Legislativo? O efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88, introduzido pela EC n. 45/04, é o mesmo da ADIN? Justifique sua resposta.
	A natureza ambivalente das ADIs e das ADCs, embasada no artigo 24 da Lei 9.868/1999 é o que produz o efeito dúplice da das sentenças proferidas nas referidas ações.
	Conforme o citado artigo "proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória".
	Sim, as decisões proferidas em ambas ações são vinculantes aos demais órgãos do executivo, judiciário, conforme art. 102, §2 da Constituição Federal, sendo que, caso desrespeitado, cabe reclamação. Quanto ao Poder Legislativo, não é atribuído efeito vinculante, eis que é o órgão competente a provocar uma nova perspectiva de entendimento e evolução do poder judiciário,
	Tanto a súmula vinculante quanto a ADI tem efeito erga omnes e vinculam tanto o judiciário quanto o executivo, contudo são institutos distintos, principalmente no tocante ao art. art. 52, X, da CF/88, que determina que a ADI deverá depender da movimentação do Senado Federal, enquanto a súmula vinculante produz efeitos automáticos.
Questão 05: O STF tem a prerrogativa de rever seus posicionamentos ou também está inexoravelmente vinculado às decisões por ele produzidas em controle abstrato de constitucionalidade? Se determinada lei tributária, num dado momento histórico, é declarada constitucional em ADC, poderá, futuramente, após mudança substancial dos membros desse tribunal, ser declarada inconstitucional em ADI? É cabível a modulação deefeitos neste caso? Analisar a questão levando-se em conta os princípios da segurança jurídica, coisa julgada e as disposições do art. 927, § 3o, do CPC/15
	O STF tem sim a prerrogativa de rever seus posicionamentos, especialmente caso haja mudança política, econômica ou social acerca de qualquer tema. 
	Contudo, em qualquer mudança deve-se observar o princípio da segurança jurídica e da proteção de confiança do Estado, vez que os jurisdicionados afetados pela decisão devem não devem ser surpreendidos por mudanças abruptas de entendimento que podem-lhes ser prejudiciais.
	E essa observância de efeitos poderá ser mantida justamente através da modulação de efeitos, garantida no artigo mencionado que determina que com alteração de jurisprudência do tribunal deve-se utilizar da modulação de efeitos como peça garantidora da segurança jurídica.
Questão 06: O art. 535, §5º, do CPC/15 prevê a possibilidade de desconstituição, por meio de impugnação ao cumprimento de sentença, de título executivo fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal em controle concentrado ou difuso. Pergunta-se:
(a) É necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja anterior à formação do título executivo? 
		Via de regra as normas postas pelo Poder Legislativo são feitas para reger o futuro, acarretando na não retroatividade[footnoteRef:1], [1: COISA JULGADA, LIMITES E RELATIVIZAÇÃO: O CASO METABEL E O RE N.º 590.809 EM FACE DOS NOVOS PARADIGMAS PROCESSUAIS E FILOSÓFICOS. Bianor Arruda] 
		Contudo, para que a regra constante do art. 525 respeite os artigos art. 926 e 927, as decisões do STF devem ser anteriores a formação do título executivo, com aplicação retroativa da norma, dando oportunidade às partes oportunidade de se manifestarem.
(b) E se for posterior, poderá ser alegada? Se sim, por qual meio? Há prazo para esta alegação?
		Sim, através de ação rescisória, desde que a motivação seja a estabilidade e integralidade da jurisprudência, observando-se o rol previsto no CPC, no prazo de dois anos a contar a partir do trânsito em julgado da decisão proferida pelo STF.[footnoteRef:2] [2: COISA JULGADA, LIMITES E RELATIVIZAÇÃO: O CASO METABEL E O RE N.º 590.809 EM FACE DOS NOVOS PARADIGMAS PROCESSUAIS E FILOSÓFICOS. Bianor Arruda] 
Questão 07: Contribuinte ajuíza ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária que o obrigue em relação a tributo cuja lei instituidora seria, em seu sentir, inconstitucional (porque violadora do princípio da anterioridade). Paralelamente a isso, o STF, em ADIN, declara constitucional a mesma lei, fazendo-o, contudo, em relação a argumento diverso. Pergunta-se (vide anexo I): 
a) Como deve o juiz da ação declaratória agir: examinar (1) o mérito da ação e julgá-la procedente, ou (2) extingui-la, sem julgamento de mérito (sem análise do direito material), por força dos efeitos erga omnes da decisão em controle de constitucionalidade abstrato? 
Deve-se julgar o mérito da questão, pois o argumento utilizado não tem força de precedente para que seja atribuído o efeito vinculante do decidido pela Corte Suprema.
b) Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na ação declaratória (violação do princípio da anterioridade), qual solução se colocaria adequada? Responda a essa pergunta, considerando o que foi respondido na questão “a)”. 
Neste caso deveria ser observada a decisão proferida pelo STF, pois o argumento teria sido ventilado já pelo STF com efeitos vinculantes e ai seria verificado a hipótese do inciso VI, artigo 485, pela ausência de interesse processual.
c) Se a referida ação declaratória já tivesse ocorrido o trânsito em julgado de decisão de improcedência (rejeitando o pedido do contribuinte), poder-se-ia falar em ação rescisória com base no julgamento do STF (art. 966 CPC/15)? Qual o termo inicial do prazo para ajuizamento da ação rescisória? E se o prazo para propositura dessa ação (2 anos) houver exaurido? Haveria alguma outra medida a ser adotada pelo Fisco objetivando desconstituir a coisa julgada, diante desse último cenário (exaurimento do prazo de 2 anos da ação rescisória)? Vide art. 505, I do CPC/15
		Em observância ao artigo 505 a rescisória é cabível em até dois anos após a decisão proferida pela Suprema Corte.
Questão 08. Considerando os mecanismos de controle de constitucionalidade existentes é possível admitir que atualmente consagram-se duas formas (meios) de provocação do Supremo Tribunal Federal para que aquele órgão exerça o controle de constitucionalidade (concentrado e difuso), mas que a decisão por ele proferida é dotada dos mesmos efeitos independentemente do meio de sua provocação (erga omnes)?
	Sim, embora a provocação seja distinta, a eficácia erga omnes e o efeito vinculante trazem, mesmo quando do controle difuso, efeitos de decisões semelhantes aos preditos no controle concentrado.

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