Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
9 1. INTRODUÇÃO Nos dias atuais, imaginar como o processo de ensino aprendizagem se dá, dentro das escolas de rede pública em especial, realmente é uma tarefa muito difícil. Com a modernidade, tecnologia se expandindo muito rapidamente, fica cada dia mais complexo se pensar em um ensino de qualidade, se torna muito desafiador para o professor desenvolver atividades que contemplem todos os alunos e que tenha uma aprendizagem significativa. Esta questão deve ser analisada cautelosamente, visando o ensino da arte neste contexto como uma ferramenta riquíssima em aprendizado, ludicidade e interação. No processo de ensino e aprendizagem, podemos engajar a arte como aliada, reinventando a própria prática, tratando de diversos assuntos, a arte estará sempre interligada a ações que colaborem para um ensino e aprendizagem de fato. Pensando numa educação de qualidade, este trabalho fará uma reflexão sobre o ensino da arte como facilitador no processo ensino aprendizagem. 10 1. A ARTE E SUA HISTÓRIA A definição de arte segundo a reformulação do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o substantivo “arte” é definido como atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito, de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou renovação “a capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir tais sensações ou sentimentos...”. Desde os primórdios a arte esteve presente como manifestação cultural de determinado povo; e, além disso, desde o tempo das cavernas, construir práticas para mostrar e compartilhar o que aprendeu com outras pessoas o que tinha aprendido, já estava presente na sociedade. Ou seja, a aprendizagem e o ensino da arte sempre existiram inseridos, porém foram se transformando ao longo da história; em diversos contextos culturais e sociais. A arte integra pessoas, faz com que o ser humano possa se expressar, demostrar aquilo que pensa, vê ou fala muito diferente do que muitas pessoas pensam a Arte, não é apenas desenhar ou pintar, atualmente o ensino da Arte é diversificado, não sendo voltado a desenhos geométricos ou Artes plásticas, mas também é voltado para linguagens artísticas, dança música e teatro. Mas na realidade o que é Arte? Para BERTELLO (2004), Arte é vista como uma palavra difícil, quando na verdade não é, muitos tem contato com ela diariamente: muitas ideias estão corretas, afinal quem nunca realizou um desenho, nunca mexeu com tinta, nunca viu e nem ouviu um artista cantando, nunca assistiu uma peça de teatro ou filme? Tudo isso, segundo autor trata-se de Arte. Arte contribui para a felicidade ao ser humano, dá prazer, e muito, além disso, quando ouvimos uma música, ou de repente vemos uma escultura, uma representação cênica, é importante que não fiquemos em uma apreciação passiva, mas sim, saibamos analisar a obra em vários contextos. 11 Barbosa (1994), diz que o Ensino da Arte deve seguir o que chama de Metodologia Triangular, que é composta pela história da Arte, pela leitura da obra de arte e pelo fazer artístico, ou melhor, a pessoa que aprende arte, deve saber não apenas fazer algo, mas também, de onde veio aquilo, e a mensagem que o artista quis passar com aquela obra. Também diz que a pessoa em questão deve saber sobre a técnica utilizada e aprimorá-la cada dia mais. Desta forma, compreendemos que são muitas as mudanças e vertentes que a história e o Ensino da Arte ganharam, mas daremos uma atenção especial às mudanças acontecidas no Brasil, para que assim nosso estudo fique mais bem compreendido. 1.1 O ENSINO DA ARTE NO BRASIL – BREVE HISTÓRICO No Brasil, em 1816 D. João trouxe a Missão Francesa com o intuito de forma uma Escola de Arte aqui no Brasil, mas os custos eram altos e poucos tinham acesso e oportunidade de estudar Arte. A partir de 1870, estavam ocorrendo muitos acontecimentos transformadores na cultura do Brasil e também dos Estados Unidos, neste período, o ensino da Arte foi voltada a formação de desenhistas. Entre 1890 e 1920, predominavam aqui no Brasil, a cópia de quadros geométricos; a partir de 1920, a arte passa a ser inserida como atividade integrada, apoiando as outras disciplinas, na escola, como cópias como se fazia em anos anteriores. Já em 1922, A semana da arte moderna, A arte educação no Brasil, teve uma grande evolução, com as ideias de livre expressão, trazidas por Mario de Andrade e Anita Malfatti, que tinha como ideia principal que a criança pudesse se expressar, e que Arte não pudesse ser ensina. Foi então que em 1948, o artista plástico Augusto Rodrigues, após saber que uma mostra de arte infantil foi excluída por ter interferências 12 adultas e alguns clichês, resolveu criar a escolinha de arte, onde se valorizava a capacidade de se criar. A partir dos anos 50, passaram a fazer parte do currículo escolar as matérias de: Música, Canto Orfeônico e trabalhos manuais, que mantinham o caráter e a metodologia do ensino artístico anterior. O ensino e aprendizagem estavam concentrados na transmissão de conteúdos a serem reproduzidos, não se preocupavam com a realidade social, nem com as diferenças, ou melhor, se aplicava a pedagogia Tradicional. O Brasil ainda passou pelas décadas de 50,60,70 pela fase da pedagogia Nova, que tinha como primordial a livre expressão, e a espontaneidade pela pedagogia Tecnicista, onde professor e aluno tinham o papel secundário, sendo o sistema técnico de organização. Neste período, as aulas de Arte, eram aplicadas pelo professor enfatizando um saber construir com poucos aspectos técnicos, uso diversificado de materiais, caracterizado com o conhecimento da linguagem artística. Em 1971, a pedagogia Libertadora, graças ao grande educador Paulo Freire, que era voltada para uma perspectiva de consciência crítica da sociedade. A Arte foi incluída no currículo escolar como educação artística, desde 1971, através da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ainda como atividade educativa, e não como disciplina, sendo que em 1988 houve a ameaça de serem excluídos do currículo, a partir de discussões da lei de diretrizes e bases, muitos educadores contrariados fizeram manifestos contra esta versão da lei, pois como a Arte não era uma disciplina, não faziam os alunos se interessarem pelas atividades e consequentemente não reprovavam os alunos, vista somente com aula para desenho, e o professor visto como organizador de festas e eventos dentro da escola. A partir dos anos 80, passam a discutir novas técnicas educacionais, o que segundo Barbosa (1994) chamava de Metodologia Triangular, que é composta pela História da Arte, pela leitura de obra de arte, e pelo fazer artístico, ou seja, aprender não apenas sobre aquele determinado quadro, mas também sobre o que quer passar como mensagem e ainda, o que levou 13 o artista a fazer a Arte em si. Além disso, criar sua própria arte a partir do que foi estudado. No século XX, a área de Arte acompanha e se fundamenta nas transformações educacionais, artísticas, estéticas e culturais. As pesquisas desenvolvidas a partir do início do século em vários campos das ciências humanas trouxeram dados importantes sobre o desenvolvimento da criança e do adolescente, sobre o processo criador, sobre a arte de outras culturas. Na confluência da antropologia, da filosofia, da psicologia, da psicanálise, da crítica de arte, da psicopedagogia e das tendências estéticas da modernidade, surgiram autores que formularam os princípios inovadores para o ensino de linguagens artísticas. Tais princípios reconheciam a arte da criança como manifestação espontânea e auto expressiva: valorizavam a livre expressão e a sensibilização para a experimentação artística como orientações que visavam aodesenvolvimento do potencial criador, ou seja, eram propostas centradas na questão do desenvolvimento do aluno. As atividades de teatro e danças não estavam incluídas no currículo escolar como práticas obrigatórias, e somente eram reconhecidas quando faziam parte das festividades escolares na celebração de datas como Natal, Páscoa ou Independência, ou nas festas de final de período escolar. O teatro era tratado com uma única finalidade: a da apresentação. Os alunos decoravam os textos e os movimentos cênicos eram marcados com rigor. Apesar da rigidez gestual e vocal dessa atividade, a relação com a plateia era de alguma forma contemplada, tanto que se privilegiava a aprendizagem da dicção. A dança também era regida por regras e organizada sobre coreografias fixas, reportando-se, algumas vezes, às festividades regionais. E por outro lado, os professores, para exercer esta função de professor de Educação Artística tinha feito apenas um curso de curto prazo, sem ter especialização na área. Foi então sancionada a LDB em 20 de dezembro de 1996, com a Lei no 9.394/96, revogam-se as disposições anteriores e a arte é considerada obrigatória na educação básica: “O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (artigo 26, parágrafo 2º). 14 Os anos 90, esta mobilizado a diferentes tendências curriculares em arte. Nas décadas de 80 e 90, desenvolveram-se muitas pesquisas, entre as quais se ressaltaram as que investigam o modo de aprender dos artistas, das crianças e dos jovens. Muitos trabalhos trouxeram dados importantes para as propostas pedagógicas, que consideram tanto os conteúdos a serem ensinados quanto os processos de aprendizagem dos alunos. As escolas brasileiras têm integrado às suas práticas as tendências ocorridas ao longo da história do ensino de arte em outras partes do mundo. Entre as várias propostas disseminadas no Brasil, na transição para o século XXI, destacam-se aquelas que se têm confirmado o envolver de ações que estão interferindo na melhoria da aprendizagem e do ensino de arte. Trata-se das tendências que estabelecem as relações entre a educação estética e a educação artística dos alunos. É uma educação estética que não propõe apenas um código, mas também a apreciação de cânones de valores de múltiplas culturas, do meio ambiente imediato e do cotidiano. Isso é característica desse novo marco curricular a reivindicação de se designar a área por Arte (e não mais por Educação Artística) e de incluí-la na estrutura curricular como área com conteúdos próprios ligados à cultura artística, e não apenas como atividade. E o documento que nos mostra isso atualmente e assegura um ensino de Arte que vise à expressão e todas as vertentes deste ensino é o PCN (Parâmetro Curricular Nacional). 15 2. DOCUMENTO SOBRE A ARTE NA SALA DE AULA Dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais no ensino da Arte, vem para nortear objetivos: natureza e abrangência na educação de arte e as práticas educativas; fundamentando práticas que auxiliem o professor no ensino e na prática. Também vemos em outro documento o ensino da arte com total relevância: dentro do curso de professor do ensino fundamental I, o PNAIC (Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa), que promoveu cursos onde os professores dos primeiros anos do ensino fundamental I puderam observar diversas ferramentas, objetivos e currículo escolar para alfabetizar até o 3º ano; observou-se também a necessidade de se explanar nestes cursos, o quanto se é relevante a Arte dentro destas series iniciais, e no curso de 2015 se estabeleceu atividades do ensino da Arte e como as mesmas podem servir de auxilio para que as crianças se apropriem da escrita, leitura e alfabetizar-se de fato; também que a arte é uma aliada neste processo. São muitos ganhos que esta disciplina pode nos oferecer dentro do âmbito escolar, e, para compreendermos melhor, faremos uma enxuta análise nos documentos oficiais que trata deste assunto na educação brasileira em especial. 2.1 PCN Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) trata do ensino da Arte como uma área de conhecimento, que visa várias linguagens e formação artística referem-se a Artes Visuais, a Música, o Teatro e a Dança. O que prepara o aluno para um olhar crítico em relação à cultura do cidadão contemporâneo. 16 Faz o aluno construir pensamentos, mobilizam a expressão e a comunicação. Incentivam ações que integram o perceber, o pensar, o aprender, o recordar, o imaginar, o sentir, o expressar, o comunicar de cada educando. Neste documento também se mostra objetivos, características e caminhos da disciplina que possam fazer o aluno refletir sobre conteúdos e ainda mais perceber e evoluir seu pensamento quanto a sua inserção e participação na sociedade. O documento foi elaborado também pensando no respeito à diversidade regional, cultural e política existente no país, para que assim, possam se construir referencias nacionais comuns, ao processo educativo brasileiro. A primeira parte do documento tem por objetivo analisar e mostrar caminhos que o ensino da Arte pode ter no ensino Fundamental. Na segunda parte, estão destacadas as quatro linguagens do ensino: Artes Visuais, dança, música e teatro. Artes visuais: vão muitos mais além da tradicional concepção de se fazer e ver desenhos, gravuras, pinturas, entalhe, cerâmicas, entre outras, vemos as múltiplas manifestações visuais, são mais que isso, é transformações em moda, fotografias, vídeo, televisão, arte em computador, etc., cada uma tem sua particularidade e fazem parte das artes visuais. “Elementos como ponto, linha, plano, cor, luz, volume, textura, movimento e ritmo relacionam-se dando origem a códigos, representações e sistemas de significações. Os códigos e as formas se apresentam de maneiras diversas ao longo da história da arte, pois têm correlação com o imaginário do tempo histórico nas diversas culturas. O aluno, quando cria suas poéticas visuais, também gera códigos que estão correlacionados com o seu tempo.” (Parâmetro Curricular Nacional, caderno de Artes, página 64) 17 Dança: O Brasil tem um como visão geral que os brasileiros saibam “dançar por natureza”, mas há um desacordo em relação a isso. Dança é o movimento do corpo, que e sequencias, se transformam em dança. A escola tem subsídios que mostram e práticas e teorias para que as danças que são criadas e aprendidas possam contribuir na formação de indivíduos mais conscientes de seu papel social e cultural na construção de uma sociedade democrática. Música: “1.Música: combinação harmônica e expressiva de sons (A. M. Tem poder de harmonizar a alma); 2. Música: arte de se exprimir por meios de sons seguindo regras variaveis conforme a época, civilização, etc. (A.M. é uma das manifestações mais autenticas de uma cultura); 3. Música: interpretação musical de obra musical;4. Música:acompanhamento musical (dançar ao ritmo); 5. Música: sons vocais, instrumentais ou mecanicos com ritmo, harmonia e melodia; (Dicionário Houaiss da Lingua Portuguesa, editora Objetiva, 1ªedição,2001;) Porém nos dias atuais, vem se contorcendo esse entendimento sobre música, ritmos e pulsação excitante e envolvente da música, é um dos elementos mais comuns formadores de vários grupos, distinguindo seus comportamentos, vestimentas e pelos estilos musicais: rock, tecno, dance, sertanejo, pagode, rap, entre outros. Teatro: narração de fatos e acontecimentos, representadas por ações dramáticas, vistas em diversas culturas de muitas formas, faz o adolescente e o adultos a refletir sobre suas ações no cotidiano e até enxergar a si mesmo nas diversas situações. Observa gestose atitudes, recriando a realidade por meio de apresentações. O material, por completo disponibiliza algo sistemático, para que o professor possa exercer todas as competências exigidas no projeto curricular na escola de atuação. 18 2.2 A arte no ciclo da alfabetização (PNAIC) PNAIC significa Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, é uma ação do Ministério da Educação, com participação articulada do Governo Federal, dos governos estaduais e municipais, dispostos a mobilizar todos os seus esforços, para valorizar professores e escolas, instituída pela ex- presidente Dilma Rousseff. Atualmente está sendo o quarto ano de implantação do programa no Brasil, com a tarefa principal de alfabetizar todas as crianças até 8 anos de idade. Em 2013, a ênfase foi em Língua Portuguesa, no ano seguinte em Matemática, e em 2015 estudou-se uma ampliação para as demais áreas do conhecimento, daí é que o ensino da Arte se contempla. O trabalho dos professores alfabetizadores foi a de ampliar discussões sobre alfabetização a cerca do letramento, numa abordagem interdisciplinar. O ensino da Arte neste ano no programa PNAIC teve destaque no caderno 6 desta edição, realizando reflexões, sobre o tema, destacando os aspectos conceituais, históricos e metodológicos para o trabalho dentro dos temas: Artes visuais, Dança, música e teatro, de uma maneira contextualizada e interdisciplinar, compreendendo as especificidades e entendo a importância da Arte até nas series iniciais. Refletimos então que a Arte está interligada, com o processo de ensino aprendizagem, com ela, se podem trabalhar as suas diversas particularidades, mas com temas atuais e transversais, que visem o entendimento e reflexão e desafios do educando em seu cotidiano. 2.3 A arte na sala de aula Nas aulas, a mudança das crianças buscando novas descobertas quando se tem professores comprometidos com aulas que agucem a criatividade e o interesse dos alunos em sempre buscam caminhos inovadores, que façam da sala de aula um 19 palco de muito aprendizado de qualidade e criação, com certeza nesta vertente o ensino da Arte é uma aliada, sendo facilitadora no processo de aprendizagem. Aquele que escolhe ser educador necessita de um olhar refinado frente à sala de aula. Enamorar um ambiente prazeroso, recheado de respeito e cumplicidade é crucial, e que vise um resultado positivo de seus alunos, conforme a afirmativa de Libâneo (1994, p.17): “ O trabalho docente é parte integrante do processo educativo mais global pelo qual os membros da sociedade são preparados para a participação na vida social. A educação – ou seja, a prática educativa – é um fenômeno social e universal, sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento de todas as sociedades.” (Libâneo, 1994, p. 17). Desenvolver um trabalho de qualidade, visando à independência, auxilia no desenvolvimento pessoal, esclarecendo seus direitos e deveres de futuro cidadão da sociedade vigente. É exercitar aulas de qualidade, de ludicidade, interação, compreensão e dinamismo, onde a arte seja sua aliada nas mais diversas adversidades da escola. Assim como diz Paulo Freire: “Não há transição que não implique um ponto de partida, um processo e um ponto de chegada. Todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje. De modo que o nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no presente. Temos de saber o que fomos e o que somos para sabermos o que seremos.”(Paulo Freire). Devemos adequar o ensino em prol do aluno, podem criar situações de ensino que atendam às características de aprendizagem dos estudantes, e que garantam a eficácia do seu papel de educador. Buscando sempre variar constantemente as suas técnicas/métodos de ensino visando atender aos diferentes estilos de aprendizagem e, ainda, não se esquecer dos objetivos, e esferas que o ensino da Arte apresenta, seguindo os espelhos de norte para aulas produtivas e que garantam inserção das particularidades da matéria em questão. 20 CAPÍTULO 3 Planejamento e benefícios para aprendizagem Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, para que a aprendizagem faça valer de fato na formação cultural e cidadã dos alunos, desde as séries iniciais, é necessário que todos tenham oportunidades para participar ativamente das aulas diversificadas como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores de sequências rítmicas, dentro e fora da sala de aula. Diz o documento: “A escola pode contribuir para que os alunos se tornem ouvintes sensíveis, amadores talentosos ou músicos profissionais”. Observa-se então que: proporcionar condições para uma apreciação rica e ampla, onde o aluno aprenda a valorizar os momentos importantes. Neste contexto, os professores das salas de aulas atuais devem incluir em suas aulas e no planejamento, atividades que viabilizem o uso da música, do teatro, das artes visuais e a dança como princípio de trabalhos. Na preparação de aulas, o professor deve reler os objetivos gerais da matéria e a sequência de conteúdos do plano de ensino. Não pode esquecer que cada tópico novo é uma continuidade do anterior; é necessário assim, considerar o nível de preparação inicial dos alunos para a matéria nova. Sem isso as aulas perdem os sentidos e as ferramentas usadas na surtem o efeito devido. Segundo Vasconcellos (2000) o conceito de planejar fica claro, pois: “Planejar é antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a ser realizadas e agir de acordo com o previsto. Planejar não é, pois, apenas algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função daquilo que se pensa.” (VASCONCELLOS, 2000, p.79). Dai a importância do profissional da educação se preparar, e planejar toda a ação dentro de sala de aula. 21 Outra vertente muito importante são os recursos didáticos a serem utilizados neste planejamento, os resultados de utilizar as quatro linguagens do ensino da arte é muito importante e se bem planejadas são imensamente produtivos. Com elas, as crianças se interessam pelas aulas, despertam o interesse, desperta a interação e o lúdico. 22 CAPÍTULO 4- A ludicidade Contudo, percebemos que vários pensadores da educação, contribuíram com pesquisas dando ênfase ao uso da ludicidade no processo de ensino aprendizagem. Assim ressalta Oliveira: A brincadeira infantil beneficia-se de suportes externos para sua realização: rituais interativos, objetos e brinquedos, organizados ou não em cenários (casa de bonecas, hospital, etc.), que contém não só temas, mas também regras. Em virtude disso, o professor pode organizar áreas para desenvolvimento de atividades diversificadas que possibilitem às crianças estruturar certos jogos de papéis em atividades específicas. (OLIVEIRA, 2002, p.231). É um engajar de segurança e respeito mútuos, deixando a aprendizagem como prazeroso, gerando assim, uma construção do conhecimento, despertando o interesse e vivências jamais esquecidas para ambas as partes. Torna-se então, uma educação com resultados, pois o aluno se sente coadjuvante desta história, sendo o principal papel a ser apresentado. Segundo Jeandot (1990, p. 70), os educadores devem “[...] expor a criança à linguagem musical e dialogar com ela sobre e por meio da música”. Ou seja, é preciso estudar a música e explorar as informações nelas contidas. Deve explorar, da mesma forma, músicas de outras culturas, civilização, grupo social, comunidade, pois cada um tem sua própria expressão musical. Antes, é preciso que o educador pesquise o universo musical que a criança pertence, e planejar e relacionar atividades relacionadas com a descoberta e com a criação de novas formas de expressão através da música, levando sempre em consideração o que a criança já conhece. Por meio dessa coletividade conseguimos encontraralgo que seja comum e unificador para o grupo naquele momento. A integração e o canto são estimulados gerando grandes frutos. A música é gesto, movimento e ação. No entanto, é preciso dar as crianças a possibilidades de desenvolver a expressão, permitindo que criem gestos, que 23 observe e emitem os colegas e que, principalmente, concentrem-se na interpretação da canção, sem a obrigação de fazer gestos comandados durante o tempo todo. (BRITO, 2003, p. 93). O teatro é uma liberação de imitações do mundo real para fantasia, é o desabrochar de sentimentos e emoções; o teatro favorece aos jovens e adultos possibilidades de compartilhar descobertas, ideias, sentimentos, atitudes, ao permitir a observação de diversos pontos de vista, estabelecendo a relação do indivíduo com o coletivo e desenvolvendo a socialização, desenvolve também a criatividade, a maneira de dialogar. Artes Visuais é a criação e exposição de múltiplas formas visuais, contato com imagens, luzes e cores; no mundo contemporâneo identificamos muitas combinações e criações das artes visuais: uma escultura, um pintura, arte no computador, etc. A dança “Ao trabalhar com os sons, a criança aguça sua audição, ao acompanhar gestos e dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a atenção, ao cantar ou imitar sons ela está estabelecendo relações com o ambiente em que vive. O aprendizado de música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo.” (BRÉSCIA, 2003, p. 81). Portanto a ludicidade deve estar presente em todos os momentos da sala de aula, pois ela valoriza e facilita o processo ensino-aprendizagem, sem deixa de lado as especificidades de cada linguagem do ensino da Arte; se podem ter grandes benefícios, entrelaçando na sala de aula o lúdico, a brincadeira e despertar o interesse no educando pelo currículo escolar. 24 4.1 A ludicidade e os benefícios para sala de aula Buscar o conceito da palavra “lúdico”, teremos sua origem da palavra latim ludus, que significa: associado a brincadeira, jogo e divertimento. Para Friedmann (1992), para ela este conceito se atrela a brincadeira, jogo e brinquedo, segundo ela: “brincadeira refere-se, basicamente, a ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada; jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras; brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto de brincar; atividade lúdica abrange, de forma ampla, os conceitos anteriores.” (FRIEDMANN, 1992, p. 122) NÃO TEM NEGRITO E NEM ITÁLICO, O ESPAÇAMENTO É SIMPLES, FONTE ARIAL 11 – VER NORMAS DA ABNT Entendendo-se assim, que ludicidade se trata de uma atividade lúdica, uma atividade de entretenimento, que dá prazer, induz a motivação e a diversão. “Lúdico”, termo já conceituado, “atividades lúdicas”; jogos e brincadeiras, e também “recurso lúdicos”, ou seja, brinquedos e materiais, que colaboram para uma aula mais significativa, prazerosa para a criança. Desta forma, compreende-se que o trabalho lúdico dentro da disciplina de arte trás benefícios físicos para o desenvolvimento da criança e também para habilidades motoras e de expressão corporal. Em relação ao desenvolvimento cognitivo, o brincar estimula as ações intelectuais, desenvolve habilidades perceptuais, como atenção, e também a memória. A criança recorre ao lúdico para representar e significar acontecimentos de sua vida cotidiana de situações vividas, aprendendo a fantasiar e também compartilhar experiências. O brincar é importante na sala de aula, diz Borba (2006) dá sugestões: 25 Organizando rotinas, Criando espaços de jogos e brincadeiras e compartilhando-as, Colocando-se a disposição das crianças, Observando as crianças nas brincadeiras para melhor conhece-las, Percebendo as alianças, amizades, Estabelecendo pontes e centrando a Ação pedagógica no diálogo. Neste sentido percebemos a participarão constante do educador nas atividades, outra vertente que facilita o processo ensino aprendizagem lhe dando mais segurança nas atividades do brincar desenvolvidas em sala de aula. Os espaços/tempos são propícios aos prazeres, devem ser levados em conta na hora das atividades lúdicas; o pátio, a brinquedoteca ou mesmo a sala de aula, são espaços possíveis para a ludicidade acontecer. É importante promover atividades estimulantes, que faça a criança se envolver e gostar de aprender determinado conteúdo, a criança desenvolve com extrema facilidade a de se desenvolver e definir ideias, percepções, experiências e perspectivas com relação aos imensos conteúdos da arte. O professor precisa constantemente ensinar as crianças apreendendo com elas, e aprender com elas ensinando-as, pois como menciona Francisco Marques em seu livro sobre as ideias de Comieno: “Paixão, fervor, entusiasmo, encanto... são habilidades subjetivas, misteriosas, necessárias, decisivas”. (MARQUES, Francisco M. Muitas Coisas, Poucas Palavras: A Oficina do Professor Comenio e a arte de ensinar e aprender. São Paulo: Peiropolis, 2009). 26 As atividades lúdicas possibilitam que as crianças reelaborem criativamente sentimentos e conhecimentos, e edifiquem novas possibilidades de interpretação do real. Ao vivenciar o lúdico, o professor também se beneficiará no âmbito social. Andrade defende que: “a busca por situações favorecedoras de integração entre as crianças, sabendo da sua riqueza para o desenvolvimento humano, deve se entender para as relações docentes, visto que o trabalho docente tem se demonstrado tão individualizado.” (Andrade, 2008, p.62) Sendo assim, a sensibilidade dos educadores em sua práxis pedagógica também seria uma reflexão muito eficiente, como também recorrendo a Paulo Freire (1996), que relata em seu livro Pedagogia da Autonomia, que “ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo”, firmando então, que professores serem brincantes para propor brincadeiras; que encandeçam as suas aulas de ludicidade, sem esquecer-se de suas abordagens aos temas principais da matéria em estudo, mas considerando que suas aulas sejam chamativas, os novos olhares, que acrescentem e muito sua sala de aula, e que sejam também a cada dia, mais produtivas. Concretizando que essas atividades propiciam ações voltadas tanto para a aprendizagem como também para a vida cotidiana, sendo elas um elemento facilitador neste processo. 27 5. Aprendizagem e o ensino da arte A aprendizagem é um processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. Este processo pode ser analisado a partir de diferentes perspectivas, de forma que há diferentes teorias de aprendizagem. Aprender é uma das funções mentais mais importantes em humanos e animais e também pode ser aplicada a sistemas artificiais. A aprendizagem humana está ligada à educação e desenvolvimento pessoal. Sendo devidamente orientada e é favorecida quando o indivíduo está motivado. As atividades lúdicas de um modo geral são excelentes para despertar novas descobertas, fantasias e aprendizagem para os alunos, envolvendo também a dramatização, a arte por si só, a dança e o teatro com certeza, favorecem o processo de ensino aprendizagem, as aulas tornam-se muito mais prazerosa e divertida, podendo ser uma matéria que desenvolvem habilidades sociais, cognitivas, e linguísticas, concretizando ainda a criança no mundo real em que está inserido e de uma constante aprendizagem. A arte estimula o aluno a perceber, compreender e relacionar tais significados sociais, a compreensão da arte inclui modos de interação como a empatia e se concretizaem múltiplas sínteses. A arte demonstra ao aluno, nossas experiências e estas experiências servem de transformação permanente em sua vida. Isso significa que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender. Ao aprender arte na escola, o jovem poderá integrar os múltiplos sentidos presentes na dimensão do concreto e do virtual, do sonho e da realidade. Tal integração é fundamental na construção da identidade e da consciência do jovem, que poderá assim compreender melhor sua inserção e participação na sociedade. http://pt.wikipedia.org/wiki/Compet%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Habilidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimentos http://pt.wikipedia.org/wiki/Valores http://pt.wikipedia.org/wiki/Estudo http://pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Forma%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Racioc%C3%ADnio http://pt.wikipedia.org/wiki/Observa%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o 28 Com este pensamento, os educadores devem planejar suas aulas com determinação, confiança, e principalmente organização que levem as crianças a buscarem sempre mais. Assim participaremos de uma evolução na educação, sendo a mesma de qualidade, onde o apego final seja de fato uma educação mais proveitosa e enriquecedora, e de fato se ter aprendizado. 5.1 A MÚSICA NA SALA DE AULA A música e a musicalização em sala de aula, podem gerar criatividade, percepção, socialização, interesse e concentração, pois para cada assunto ou matéria trabalhada o lúdico sempre terá local e espaços especiais, chamando a atenção do educando e consequentemente gerando um processo de ensino aprendizagem mais lucrativa. É o diz Rosa (1990, p.21) “...o que a música contribui: [...] para o desenvolvimento da coordenação viso motora, da imitação de sons e gestos, da atenção e percepção, da memorização, do raciocínio, da inteligência, da linguagem e da expressão corporal. Essas funções psiconeurológicas envolvem aspectos psicológicos e cognitivos, que constituem as diversas maneiras de adquirir conhecimento, ou seja, são a operações mentais que usamos para aprender, para raciocinar. A simples atividade de cantar uma música proporciona à criança o treinamento de uma série de aptidões importantes’’ (ROSA, 1990, p.21). A musicalização permite a inserção da música no cotidiano das crianças proporcionando às mesmas o primeiro contato com o mundo musical sob a ótica das próprias crianças, onde o imaginário, o lúdico, a fantasia estão ligados à seu próprio mundo. Com o propósito de tornar a experiência musical às crianças compreensível a seu próprio universo, as aulas de musicalização buscam apresentar a música através de histórias, imagens e jogos infantis e atividades lúdicas Sem dúvidas o professor que exerce suas funções levando em consideração o espaço de aprendizagem em algo mágico, com certeza deixa seus alunos ainda mais interessados e motivados a aprender e consequentemente usar coisas novas em seu cotidiano. 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebeu-se com este trabalho que o ensino da Arte deve estar dentro da sala de aula; que o educador deve planejar suas aulas, obtendo práticas que viabilizem o lúdico com recursos didáticos que o auxilie no processo ensino aprendizagem. Obedecendo aos critérios estabelecidos pelos documentos oficiais brasileiros, PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), e também do PNAIC (Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa), de modo a integrar na disciplina de artes, aprendizagens relativas ao tema; e seus diferentes componentes curriculares. Ousar das linguagens do ensino: Artes visuais, Teatro, dança e música, respeitando cada especificidade e características de cada uma; formando cidadãos capazes de entender e desenvolver mecanismos que articulem suas descobertas na escola e em sua vida no geral. Pois no Brasil, pouco se fazia pela ampla disciplina que é a de Arte, hoje se está buscando uma nova disciplina, capaz de formar pessoas pensantes e entendedoras de suas ações na sociedade. Ao contrário do que muitos professores pensam, é preciso investigar e instigar seus alunos utilizando-se do maior número possível de recursos pedagógicos com o intuito de estimular a aprendizagem. Utilizar práticas que implicará em trabalhar o lúdico, e o benefício será de todos os alunos, pois conseguirão atingir os devidos resultados esperados. O presente trabalho nos leva a pensar em muitas possibilidades investigativas a partir do tema. A atividade lúdica com traços de uma metodologia interdisciplinar vem ao encontro de estudos que nos legaram grandes conhecimentos para aplicação de uma estratégia lúdica, a fim de melhorar a prática diária dos professores em sala de aula, bem como o aprendizado das crianças dentro do ensino da arte como facilitador no processo ensino aprendizagem. 30 Por fim, realmente pode-se idealizar uma escola brasileira renomada, onde tanto alunos e professores alcancem seu objetivo maior que é educação de qualidade, e muito, além disso, é encher o âmbito escolar de culturas, ampliar o que a criança já conhece expandir vivencias dentro e fora da sala de aula. 31 REFERÊNCIAS ANDRADE, Cyrce. A formação lúdica do professor. IN: Jogos e brincadeiras: desafios e descobertas. 2 ed. Salto para o futuro. Ano XVIII, Boletim 07, p. 57 a 64. Maio 2008 BARBOSA, A. M. Arte-educação: leitura no subsolo. São Paulo: Cortez, 1997. BORBA, Angela Meyer. O brincar como modo de ser e estar no mundo. IN: Ensino Fundamental de nove anos de idade: BRASÍLIA. Estação gráfica, 2006, 33 – 45. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. BRECHT, B. Teatro dialético. Rio de Janeiro. BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental. Coordenação Geral de Educação Infantil. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, DF: MEC/SEF/COEDI, 1998 c. Vol: III. Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : Arte / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC / SEF, 1998. 116 p. 1. Parâmetros Curriculares Nacionais. 2. Arte : Ensino de quinta a oitava séries. BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 2003. BRITO, Teca A. de. “Musica na Educação Infantil: propostas para a formação integral da criança”, São Paulo: Petrópolis, 2003 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: paz e Terra, 1996. FRIEDMANN, Adriana. O direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo: Scritta, ABRINQ, 1992 JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da música. Scipione: São Paulo, 1990 32 LIBÂNEO, José Carlos, Didática. São Paulo. Editora Cortez. 1994. OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. p.231 (Coleção Docência em Formação). ROSA, N. S. S. Educação musical para pré-escola. São Paulo: Ática, 1990. VASCONCELLOS, Celso dos S: Planejamento Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico Ladermos Libertad-1. p.79, 7º Ed. São Paulo, 2000.
Compartilhar