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Negócios jurídicos
Classificação dos negócios jurídicos (número de partes, vantagens patrimoniais, efeitos, forma e existência); Elementos do negócio jurídico (Plano de existência e validade: partes, objeto, forma, vontade; Plano de eficácia (condição, termo e encargo
Negócio jurídico
A expressão “negócio jurídico” não é empregada no Código Civil no sentido comum de operação ou transação comercial, mas como uma das espécies em que se subdividem os atos jurídicos lícitos. O Código de 1916 referia-se ao ato jurídico de forma genérica, sem distinguir as suas subespécies, dentre elas o negócio jurídico, porque a teoria que o concebeu desenvolveu-se na Alemanha e na Áustria posteriormente à sua entrada em vigor.
■ Conceito
O primeiro tratamento legal ao negócio jurídico deu-se no Código Civil alemão (BGB), quando se lhe conferiu um regime jurídico específico. O referido diploma permitiu, segundo Karl Larenz, que se formulasse o seguinte conceito: “Negócio jurídico é um ato, ou uma pluralidade de atos, entre si relacionados, quer sejam de uma ou de várias pessoas, que tem por fim produzir efeitos jurídicos, modificações nas relações jurídicas no âmbito do direito privado”.
Miguel Reale, por sua vez, preleciona que tais atos “não se confundem com os atos jurídicos em sentido estrito, nos quais não há acordo de vontade, como, por exemplo, se dá nos chamados atos materiais, como os da ocupação ou posse de um terreno, a edificação de uma casa no terreno apossado etc. Um contrato de compra e venda, ao contrário, tem a forma específica de um negócio jurídico...”.
■ Finalidade negocial
No negócio jurídico, a manifestação da vontade tem finalidade negocial, que abrange a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos. O art. 81 do Código Civil de 1916 dizia que “todo o ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, se denomina ato jurídico”. Na verdade, hoje se denomina negócio jurídico, por haver o intuito negocial.
Classificações do negócio jurídico
1. Número de partes
Unilaterais: quando apenas uma pessoa manifesta sua vontade (ex.: testamento, aceitação da herança). Podem ser:
· Receptícios: quando necessita que a outra parte tome conhecimento para se tornar válido. Ex.: revogação do mandato.
· Não receptícios: a declaração de vontade é irrelevante para que o negócio produza efeitos. Ex.: testamento.
Bilaterais: acontece quando duas pessoas manifestam sua vontade com o mesmo intuito. São vontades convergentes (ex.: contrato de compra e venda). A multiplicidade no pólo passivo ou ativo não altera essa classificação, desde que exista apenas duas posições jurídicas (ex.: diversos compradores e diversos vendedores é bilateral, pois são só duas posições jurídicas).
Plurilaterais: quando três ou mais pessoas voltam sua vontade para um negócio na busca de interesses comuns. Configura-se esta classificação se existirem três ou mais posições jurídicas diferentes (ex.: contrato de sociedade, contrato de incorporação etc). 
2. Vantagens patrimoniais para os envolvidos
Gratuitos: é caracterizada pela diminuição do patrimônio de apenas uma pessoa, enquanto a outra recebe os benefícios, isto é, enquanto uma suporta um ônus, a outra recebe vantagens (ex.: doação pura).
Onerosos: uma parte suporta o ônus, enquanto a outra recebe o benefício (ex.: compra e venda). Ressalta-se que quando o negócio jurídico é oneroso o patrimônio de ambas as partes é afetado.
Bifrontes: é uma modalidade de negócio jurídico que pode ser tanto oneroso, como também gratuito. O contrato de mútuo (empréstimo de coisa fungível) é o exemplo clássico desta modalidade, pois, dependendo da forma com que foi acertado, pode ser gratuito não.
Neutros: não há alterações patrimoniais, posto que não atribuem valor específico no negócio jurídico (ex.: instituição de bem de família voluntário por meio de escritura pública). Neste caso, fica impossível afirmar se o negócio é gratuito ou oneroso, portanto, são neutros. 
3. Momento em que produzirão efeitos
Inter vivos: são destinados para produzirem efeitos durante a vida dos interessados (ex.: contrato).
Mortis causa: são destinados para produzirem efeitos apenas após a morte de um determinado indivíduo (ex.: testamento, contrato de seguro de vida etc.).
4. Forma
Solenes: devem obedecer uma pré-determinada forma ou solenidade disciplinada em lei para que possam se tornar válidos (ex.: escritura pública para compra de bens imóveis com valor superior a 30 salários mínimos), ou para que possam ser provados (ex.: registro do casamento).
Não solenes: os negócios têm a forma livre, não existindo nenhuma prescrição legal vinculando o assunto, ou seja, não precisam de nenhuma solenidade ou forma para que se tornem válidos (desde que não contrariem os bons costumes, princípios, moral ou ordem pública).
5. Existência ou autonomia
Principais: não dependem de nenhum outro negócio para sua existência e validade. Ex.: Contrato de locação.
Acessórios: A existência e validade estão vinculadas em um outro negócio jurídico considerado principal. Ex.: Contrato de fiança (acessório do principal). 
Elementos do negócio jurídico
Não existe consenso doutrinário acerca do tema, por isso, seguindo a linha de André Borges de Carvalho Barros, adotaremos neste estudo a teoria de Pontes de Miranda, a chamada "escala pontiana". Para ele, os negócios jurídicos devem ser estudados em três planos distintos (existência, validade e eficácia). Para melhor compreensão da escala pontiana, devemos analisar precipuamente os seguintes elementos:
· essenciais: são imprescindíveis para a existência do ato negocial. Abrange os requisitos de existência (partes, objeto, vontade e forma) e os de validade (partes capazes e legitimadas; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; vontade ou consentimento livre; e forma prescrita ou não defesa em lei). 
· naturais: efeitos que decorrem naturalmente do negócio jurídico sem qualquer interferência legal (não é necessária nenhuma previsão). A própria lei define os efeitos do ato (ex.: no contrato de compra e venda, a entrega do bem que é objeto do contrato é um efeito natural). 
· acidentais: usadas para modificar a eficácia do negócio.
1. PLANO DE EXISTÊNCIA E VALIDADE
1.1. Partes 
· Capazes: são aqueles que tem o pleno discernimento para assumir direitos e deveres. 
· Os absolutamente incapazes necessitam de representação dos pais, tutor ou curador, sendo que sem essa representação o negócio se tornará NULO.
· Os relativamente incapazes necessitam da assistência dos pais, tutor ou curador, sendo que sem essa assistência o negócio será ANULÁVEL.
· Legitimadas: São as pessoas titulares do direito em negociação ou as pessoas autorizadas para tanto. Ex.: só o dono do imóvel pode vendê-lo (O código civil veda a venda non domino, ou seja, por quem não é o dono). 
2.2. Objeto 
· Lícito: o que não contraria a lei, a moral, os bons costumes e a ordem pública.
· Possível: é a possibilidade física (deve ser analisada em um âmbito geral e não apenas em relação à parte contratante).
· Determinado ou determinável: 
· Determinado é o objeto definido, não existem dúvidas sobre ele. 
· Determinável é aquele que ainda não está inteiramente definido (ainda será individualizado). Necessita-se, ao menos, ser certo (em relação à sua existência) e/ou determinado (valor/objeto). 
2.3. Forma 
É aquela prevista ou não proibida na lei. Neste contexto, quando existir previsões legais prescrevendo determinados atos, os negócios jurídicos são chamados de ad solemnitatem (ex.: necessidade de escritura pública para venda e compra de bens imóveis com valor acima de 30 salários mínimos - art. 108, Código Civil). 
2.4. Vontade 
Será sempre livre, sendo que as partes não podem sofrer nenhum tipo de ameaça ou coação para a realização dos negócios jurídicos.
2. PLANO DE EFICÁCIA (elementos acidentais)
As partes podem inserir elementos acidentais no negócio jurídico visando alguma alteração ou regulamentação para a produção de seus efeitos.
Elementos acidentaissão dispensáveis para a existência ou validade dos negócios, uma vez que não são necessários para que o negócio jurídico se torne eficaz. Via de regra, os elementos acidentais são inseridos através de cláusulas contratuais em qualquer negócio jurídico, contudo, em alguns casos são proibidas sua utilização, como por exemplo no casamento ou na aceitação da herança (art. 1.808, CC).
São elementos acidentais a Condição, o Termo e o Modo ou Encargo, a seguir: 
2.1. Condição
Elemento voluntário que subordina o nascimento ou extinção do direito subjetivo a acontecimento futuro e incerto e deriva-se exclusivamente da vontade das partes. Conforme a doutrina, classifica-se a condição de diversas formas: 
· Quanto à licitude 
· Lícita: quando não contrariar a lei, a moral, os bons costumes e a ordem pública.
· Ilícita: quando contrariar a lei, a moral, os bons costumes e a ordem pública. Considera-se ilícita a condição perplexa, ou seja, aquela condição que impede todo o efeito do negócio (ex.: vender um carro com a condição do comprador não poder utilizá-lo). 
· Quanto ao modo de atuação 
· Suspensiva: há o impedimento da produção dos efeitos do negócio jurídico até a realização de um evento futuro e incerto. Segundo Silvio Venosa: "Sob essa forma de condição, portanto, o nascimento do direito fica suspenso, a obrigação não existe durante o período de pendência da condição" (ex.: se chover amanhã, pode utilizar meu carro). 
· Resolutiva: ocorrido o evento futuro e incerto, extingue o direito transferido pelo negócio jurídico. Conforme o art. 127 do Código Civil: "Se for resolutiva a condição, enquanto esta não se realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste direito por ele estabelecido". Ex.: pode utilizar meu carro enquanto estiver chovendo. 
· Quanto à possibilidade 
· Possível: pode ser cumprido o negócio em todos aspectos (físico e jurídico).
· Impossível: não pode ser cumprido o negócio por uma determinada razão natural ou jurídica. 
A condição impossível invalida o negócio jurídico quando suspensiva. Se a condição impossível for aposta como resolutiva, é considerada inexistente. 
· Quanto à vontade das partes (fonte) 
· Causal: o negócio jurídico fica vinculado a um acaso, fortuito, ou seja, a um fato falho das partes (ex.: emprestarei o carro se chover amanhã). É uma espécie de condição válida. Conforme exemplo de Carlos Roberto Gonçalves, "segundo o art. 1.169 do Código Civil francês, 'condição causal é aquela que depende do acaso, não estando de qualquer modo dentro do poder do credor ou do devedor'".
· Potestativa: a eficácia do negócio jurídico está vinculada a uma das partes. Pode ser: 
· Puramente potestativa: a eficácia é subordinada ao puro arbítrio de uma das partes (Ex.: dou se quiser). Conforme o artigo 122 do Código Civil, esta condição é considerada inválida.
· Simplesmente potestativa: dependem da manifestação de vontade de uma das partes e, concomitantemente, de um acontecimento ou circunstância exterior que não está em seu controle, não ficando vinculado a um mero capricho de uma das partes (ex.: empresto o carro se você der uma volta correndo no quarteirão). Ressalta-se que as condições simples (ou meramente potestativas) são consideradas como lícitas e, portanto, válidas. 
· Mista: dependem simultaneamente de um ato de vontade de uma das partes e da de um terceiro ou de um evento natural (ex.: pago-lhe uma quantia em dinheiro se efetuar uma apresentação teatral e estiver chovendo, ou, conforme Carlos Roberto Gonçalves, "dar-te-ei tal quantia se casares com essa pessoa" ou "se constituíres sociedade com fulano"). 
2.2. Termo 
É o momento (dia, mês, ano) em que começa e/ou termina a eficácia do negócio jurídico. Portanto, o início ou o fim da eficácia do negócio jurídico ficam vinculados a um evento futuro e certo.
· Quanto ao modo de atuação 
· Suspensivo: vincula-se o início de eficácia do negócio (termo inicial). Ex.: Darei um carro quando você completar 18 anos, ou
· Resolutivo: vincula-se ao fim da eficácia do negócio (termo final). Ex.: Eu te empresto meu carro até junho (termo resolutivo). 
· Quanto à origem: 
· Legal: quando há previsão legal. 
· Convencional: quanto há previsão contratual, ou seja, quando há o acordo das partes por meio das cláusulas estipuladas no contrato. 
2.3. Modo ou encargo
Conforme André B. C. Barros, o modo ou encargo "consiste em um ônus ou obrigação imposto à parte que é beneficiada em virtude de uma liberalidade praticada pelo agente. Em regra o modo ou encargo não suspende nem interrompe a eficácia do negócio jurídico. É comum em contratos de doação e também em testamentos (ex.: empresto minha casa para que cuide de minha sogra)".
Ressalta-se que o modo ou encargo é considerado:
· Não escrito: quando for ilícito ou impossível, desde que NÃO seja o motivo determinante da liberalidade.
· Inválido: quando for ilícito ou impossível, desde que SEJA o motivo determinante da liberalidade.
Bibliografia
BARROS, André Borges de Carvalho. Elementos do Direito - Direito Civil. São Paulo: Premier máxima, 2007. 
AGUIRRE, João Ricardo Brandão. _________________________. (todos os exemplos, desde que não mencionados o autor, foram retirados desta obra).
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro - Parte Geral. 5° edição, Volume I. São Paulo: Saraiva, 2007.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil - Parte Geral. Sexta edição, volume I. São Paulo: Atlas, 2006.
Atualização: 2017

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