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Infecções cutâneas - piodermites Ocorrem pela multiplicação das bactérias da microbiota A principal bactéria envolvida é Staphylococcus pseudintermedius (presente em grande quantidade na pele dos cães) As piodermites podem ser: Primárias ou secundárias De superfície (ex: hot spot/ dermatite úmida aguda - por lambedura) Superficiais (mais comuns, um pouco mais profundas que as de superfície) Profundas (precisam ser tratadas por períodos mais prolongados). Dermatopatias BacterianasDermatopatias Bacterianas Leptospira - 84 PRIMÁRIAS Sem causa de base, as recidivas demoram para ocorrer SECUNDÁRIAS Mais comuns Causada por alterações geradas por uma doença de base (ex: inflamação, alergia, alterações de microclima) Dermatite alérgica, que leva a quadros de infecção por repetição; seguidas de dermatites parasitárias (principalmente demodiciose); Endocrinopatias (pele atua como “sentinela”, sendo a sua alteração o primeiro sinal percebido pelos tutores) - hipotireoidismo leva à desqueratinização As recidivas são mais rápidas caso não haja correção da causa de base. PIODERMITES PROFUNDAS Acometem principalmente Pit bull, Bull terrier e American Stanfordshire, sendo que a cicatriz é a furunculose (destruição do folículo piloso, havendo alopecia permanente) TRATAMENTO: antibioticoterapia tópica e sistêmica por períodos longos (>90 dias). No caso de pacientes com doenças de base como dermatite atópica, é necessário tratar primeiro a infecção bacteriana e se o quadro de prurido continuar, tratar o quadro alérgico Resistência (MRSP): cuidado na seleção da antibioticoterapia DIAGNÓSTICO: Lesões - pústulas, colarinho epidérmico, crostas, pápulas, lesões tonsuradas ou em “roedura de traça”/ “ralador de queijo” Citologia: quantitativo (subjetivo)/ neutrófilos fagocitando bactérias (neutrófilos degenerados - feita a partir de pústula (punção) ou colarinho epidérmico (swab). Complementares: é necessário identificar doenças de base, já que as piodermites secundárias são mais comuns - exame parasitológico do raspado cutâneo (EPRC), citologia, dosagens hormonais, histopatológico. A resistência bacteriana não é a primeira suspeita Identificação da causa de base: infecções - consequências da redução da imunidade associada à alterações da barreira cutânea. Diagnóstico de foliculite bacteriana superficial: a cultura e o antibiograma são usados em infecções recorrentes ou recidivantes com pouca ou nenhuma resposta (avaliar administração - dose, frequência e duração do tratamento antes de considerar resistência) Cuidados na colheita do material clínico: sem antissepsia, remover pelame com tesoura estéril. As pústulas são mais indicadas para coleta, porém nem sempre estão presentes por conta do prurido (são rompidas); podem ser usados colarinhos epidérmicos, crostas e pápulas. Meio de transporte (Stuart) - semear logo após a coleta ou enviar o paciente para coleta no laboratório Interpretação da cultura e antibiograma: cuidado com as espécies de bactérias identificadas (lembrar que S. pseudintermedius é a mais comum) Importante considerar a CIM (método Maldi-tof). Algumas bactérias desse gênero apresentam um gene que as torna resistentes a alguns antibióticos como beta-lactâmicos, então mesmo que dê positivo no teste, evitar o uso desse grupo (pode dar sensível por não ser possível detectar o gene). PIODERMITES SUPERFICIAIS Tratamento: Optar por tratamento tópico para reduzir o risco de resistência. É possível usar clorexidine 2%, Irgasan 0,5-1%, ácido hipocloroso 0,05%, pomadas/ cremes/ sprays (se houver resistência - ácido fusídico 2%; mupirocina 2%; rifampicina 10 mg/ ml). Muitas vezes são prescritos medicamentos sistêmicos por praticidade (é preferível que só sejam usados em piodermites profundas). Bactérias multirresistentes S. pseudintermedius Identificação (PCR) Risco de zoonose, podendo prejudicar a saúde humana. Realizar cultura e antibiograma visando escolha da medicação adequada. Dermatopatias BacterianasDermatopatias Bacterianas Leptospira - 84 Escolha do antibiótico sistêmico: considerar o espectro, o modo de ação (bactericida/ bacteriostático), via de administração, custo, realizar cultura (diferenças in vivo e in vitro). Inicialmente pode ser usada amoxicilina associada a clavulanato, se necessário posteriormente cefalexina e por fim enrofloxacina Tempo de antibioticoterapia: mínimo 21 dias (30 dias); pode chegar a 90 dias ou mais - piodermites profundas (com indicação de terapia tópica e sistêmica). Sempre que há infecção bacteriana, ela deve ser tratada primeiro (e não a causa de base do prurido - muitas vezes é causado pela hipersensibilidade bacteriana), e deve ser feita a reavaliação do paciente após a terapia - auxilia no diagnóstico final. O período de tratamento é mais longo, porque a pele dos cães absorve menos medicamentos. Melhorar a adesão à terapia: prescrição a cada 24h, instruções por escrito, comunicação clara e acompanhamento. Piodermites primárias recidivantes Infecções que respondem ao tratamento, mas recidivam dentro de semanas após a suspensão da terapia Ausência de causa de base (não identificada) Há prurido variável (hipersensibilidade bacteriana) Lesões e localização idênticas às da secundária Diagnóstico: EPRC, citologia, testes de triagem e perfil hormonal específico, exame histopatológico; cultura e antibiograma Tratamento Bacterinas (imunoestimulantes): produzida a partir de bacteriófagos e fragmentos de S. aureus ou S. pseudintermedius. Iniciar após recidivas - só deve ser feito com a pele hígida. Manter antibiótico por mais de 2 semanas (além dos 30 dias iniciais) - esquema: 0,5 a 1,0 ml SC a cada 72h por 3 meses - espaçar (7d ->15d ->30d …). Pulsoterapia: não é mais recomendada, pois sabe-se que pode ser um fator que seleciona resistência. Eram usados antibióticos com boa ação no tegumento, com administração alternada (finais de semana ou em semanas alternadas) - funciona contra as recidivas, mas causa desenvolvimento de resistência CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: Comum haver cães com foliculite bacteriana superficial secundária desencadeada por S. pseudintermedius Exames complementares - EPRC, citologia Cultura e antibiograma - cuidados com colheita, laboratório e interpretação Tratamento tópico isolado sempre que possível Terapia sistêmica - uso racional.
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