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teoria do conhecimento aula 3

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Teoria do conhecimento
Aula 3: Descartes e o problema do conhecimento
Apresentação:
Nesta aula, discutiremos sobre o período de transição entre o pensamento medieval e
o pensamento moderno, materializado no trabalho do filósofo inglês Roger Bacon
(1214-1292) e em sua concepção acerca do método. 
Trabalharemos o conceito de renascimentos, buscando compreender como decorre a
retomada de valores científicos e filosóficos que norteiam a moderna teoria do
conhecimento. 
Por fim, estudaremos as teorias do também filósofo inglês Francis Bacon (1561-
1626), a elaboração do método indutivo e como este abriu caminho para a produção
do filósofo francês René Descartes (1596-1650) – conhecido como pai da Filosofia
moderna.
Objetivos:
Analisar a contribuição de Roger Bacon para a elaboração do método científico; 
Localizar temporalmente os renascimentos como fundamentais ao pensamento
filosófico ocidental; 
Identificar o método indutivo e seus desdobramentos rumo ao método
cartesiano.
Elaboração do método científico
Como vimos nas primeiras aulas, uma das mais importantes questões que embasam
a teoria do conhecimento é o conceito de ciência.
Durante os diversos períodos históricos, houve diferentes interpretações e noções
distintas, até chegarmos à chamada ciência moderna, que abordaremos nesta aula.
Mas como podemos definir ciência?
Existem muitas possibilidades. De modo mais simples, podemos afirmar que ciência é
aquilo que muda.
Como? De que forma?
Como estudamos na aula anterior, o pensamento medieval tinha uma grande
influência do pensamento religioso, e as contradições entre fé e ciência eram
significativas. Nomes como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino tentaram
eliminá-las, alinhando ciência e fé.
Por que, então, isso era visto como uma
contradição?
Ora, porque a fé é baseada no dogma . Todas as religiões possuem dogmas, nos
quais sua prática é fundada.
A ciência, por sua vez, é o oposto: as teorias científicas estão
sujeitas à comprovação, e aquilo que acreditamos ser uma
verdade científica pode ser alterada ao longo do tempo.
Você já ouviu falar em Geocentrismo?
É uma teoria científica, onde acreditava-se que o sol girava em torno da terra.
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Observamos o nascimento e o pôr do sol, e não sentimos a Terra girar. Logo, o que se
move é o sol, e não a Terra. Essa afirmação foi feita de forma empírica, ou seja,
baseada em nossa experiência e observação.
Esse modelo – denominado heliocêntrico – causou inúmeras controvérsias na época
em que foi formulado.
Essa teoria científica foi refutada e substituída por outra mais correta. Este é o
sentido do pensamento científico: ele se altera à medida que novas observações,
pesquisas e novos experimentos são feitos.
A ciência evolui e transforma-se conforme novos
métodos e novas teorias são concebidos.
O filósofo austríaco Karl Popper (1902-1994), que viveu no século XX,
chamou esse princípio de falseabilidade ou refutabilidade, sobre o
qual trataremos mais adiante. 
Ainda que a ciência tenda a se afastar cada vez mais da fé, após as tentativas de
aproximação feitas pela Igreja, esse distanciamento não foi repentino ou definitivo. A
discussão entre fé e ciência provocou diversos debates no final da Idade Média e no
início da Idade Moderna. 
Quando nos aprofundamos no estudo da Filosofia e da teoria do conhecimento,
acabamos por desconstruir a ideia – hoje já bastante superada – de que a Idade
Média se constituiu como a Idade das Trevas.
Essa denominação pejorativa, cunhada durante o iluminismo, entendia o Período
Medieval como estático, sem mudanças significativas, em que apenas o pensamento
teológico tinha predominado em detrimento da razão.
Como vimos, isso não corresponde à realidade. Ainda que tenha havido um intenso
movimento intelectual eclesiástico, a ciência não desapareceu durante o medievo.
Uma das mais importantes instituições de conhecimento – as universidades –
nasceram no Ocidente durante a Idade Média.
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Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto, conheça As 10 universidades mais antigas
do mundo.
<http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI343904-
17770,00-AS+UNIVERSIDADES+MAIS+ANTIGAS+DO+MUNDO.html>
Embora a primeira universidade ocidental tenha sido instituída em Bolonha,
na Itália, foi a Universidade de Paris que se destacou quanto aos estudos
filosóficos.
No século XIII , vimos emergir o pensamento do filósofo inglês Roger Bacon
(1214-1292) – também grafado como Rogério: um dos mais significativos
nomes que marcou a transição de pensamento entre fé e ciência, entre
medieval e moderno.
Roger Bacon era um religioso franciscano que vivia nesse período, cuja
experiência o aproximava da teologia, mas seus estudos matemáticos e
filosóficos o acercavam da ciência e do discurso científico.
A exemplo de seus antecessores, ele estudou profundamente a obra de
Aristóteles e, a partir de diversas influências, dedicou-se a pensar no método
científico – fundamental na concepção de uma metodologia da ciência.
Algumas questões que podemos observar em sua obra são:
Como fazemos ciência?
Como chegamos a uma verdade científica?
Para que serve a ciência?
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http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI343904-17770,00-AS+UNIVERSIDADES+MAIS+ANTIGAS+DO+MUNDO.html
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 Roger Bacon (Fonte: https://goo.gl/emVTnJ
<https://goo.gl/emVTnJ> )
Roger Bacon desenvolveu esse método baseando-se na observação: o ponto
de partida para diversos pensadores e inúmeras correntes de pensamento da
Filosofia desde a Antiguidade.
Mas esse filósofo foi muito além e sistematizou um método, uma forma de
pensar a ciência. De fato, começamos, então, com a observação, mas, a partir
dela, formulamos uma hipótese científica.
Vamos relembrar o sentido dessa expressão: trata-se de uma possibilidade,
uma tentativa de explicação.
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Exemplo
Imagine o mundo que nos cerca. Atualmente, somos bombardeados com
muitas propagandas de produtos diversos. Alguns são essenciais, e
outros, nem tanto, mas continuamos consumindo, ainda que não
tenhamos necessidade específica da mercadoria.
Essa dinâmica – que chamamos de sociedade de consumo – pode ser
percebida em nosso dia a dia por meio da observação, a partir da qual
formulamos uma hipótese para tentar explicar por que consumimos bens
de que não precisamos.
https://goo.gl/emVTnJ
Vamos a algumas hipóteses prováveis:
01
Na sociedade contemporânea ocidental, há valorização do ter em detrimento
do ser. 
02
Em um mundo de novas tecnologias e redes sociais, há mais distanciamento
entre os indivíduos, e o consumo completaria essas lacunas na vida em
sociedade. 
03
O consumo nos motiva a buscar novas formas de obter dinheiro, e é o símbolo
de sucesso e bem-estar.
Tudo isso significa que, a partir da observação, formulamos explicações
plausíveis para compreender um fenômeno – nesse caso, o consumo.
 Chegamos, agora, ao que seria, para Roger Bacon, a última parte do método
científico: o experimento, que deve produzir dados para fundamentar as
hipóteses.

Exemplo
Podemos fazer os seguintes experimentos:
Solicitar que cada indivíduo de um grupo mantenha um valor
específico e predeterminado para gastar; 
Privar um grupo de gastos injustificados; 
Realizar entrevistas entre pessoas que buscam ajuda para controlar
seus gastos, inquirindo-os quanto ao que sentem quando consomem
mercadorias desnecessárias.
Assim como existem várias possibilidades para a hipótese, também há
inúmeros experimentos que podem ser conduzidos para demonstrá-las.
O que acabamos de fazer foi aplicar o método proposto por Roger Bacon,
fundando-o na(o):
Observação;
Hipótese;
Experimento.
O experimento vai ao encontro da ideia do filósofo de que a ciência deve ser
prática, ter um uso e uma aplicação. Além disso, é fundamental para o
homem chegar a Deus e melhorar sua vida terrena. 
Lembre-se de que Roger Bacon era um religioso. Mesmo
elaborando um método científico, ele não deixou de lado
suascrenças. A exemplo de outros religiosos, que se
dedicaram à Filosofia, a Bíblia era entendida por ele como
um documento que contém a verdade.
Nesse espírito de uma ciência prática, Roger Bacon propôs a criação de uma
enciclopédia das ciências, que reuniria os mais importantes saberes de sua
época.
 Denis Diderot (Fonte:
https://goo.gl/VSS8Kn
<https://goo.gl/VSS8Kn> )
Apesar de ter sido pensada no século XIII, a realização de uma enciclopédia
do conhecimento foi retomada no século XVIII, no iluminismo, pelos filósofos
franceses Denis Diderot (1713-1784) e Jean le Rond d’Alembert (1717-1783).
As ideias de Roger Bacon o levaram à prisão entre 1277 e 1279. Sua defesa
do método experimental o fez alvo de teólogos que o acusavam de defender a
astronomia e a alquimia em detrimento da verdade bíblica e de introduzir os
princípios aristotélicos na educação.
O pensamento vanguardista de Roger Bacon o inseriu em um movimento que
originou o Renascimento, cujo princípio era o seguinte:
O homem é capaz de controlar a natureza e o meio que vive
por meio da ciência e do desenvolvimento tecnológico.
https://goo.gl/VSS8Kn
 Jean le Rond d’Alembert (Fonte:
https://goo.gl/idTcjJ <https://goo.gl/idTcjJ>
)
Renascimentos fundamentais ao
pensamento filosófico ocidental
O termo renascimento consagrou-se na história entre os séculos XIV e XVI.
Incialmente pensado como um único movimento, hoje, entendemos que não
houve apenas um, mas diversos renascimentos na história, a saber:
Renascimento comercial e urbano;
Renascimento cultural;
Renascimento científico.
https://goo.gl/idTcjJ
De forma geral, caracterizamos o Renascimento como o
momento em que o conhecimento e a cultura produzidos
na Antiguidade foram retomados e passaram a constituir
os valores morais e estéticos do homem moderno.
Mas, se durante a Idade Média, essa cultura da
Antiguidade desapareceu, como pôde ser
retomada?
Ora, porque, efetivamente, a Antiguidade jamais se extinguiu. Essa cultura,
esses valores e essas formas de organização política haviam sido deixadas de
lado no Ocidente, mas seguiram sendo fundamentais no Oriente. Justamente
por meio do contato contínuo com o Oriente, a cultura da Antiguidade foi
retomada.
De acordo com Rosa (2012, p. 318):

A preservação da cultura helênica se deu,
fundamentalmente, através dos árabes (que a
receberam dos nestorianos cristãos) e do Império
Bizantino, cujos sábios, eruditos e escribas, ao copiar e
ao comentar algumas obras filosóficas e científicas
gregas, tornariam possível, a partir do século XII, a
divulgação, ainda que criteriosa e restrita, desses
trabalhos.
Inicialmente traduções latinas de textos árabes
(Álgebra, de al-Khwarizmi, Óptica, de al-Haythan, ou
comentários árabes sobre Aristóteles), mais tarde, os
textos gregos estariam disponíveis no original ou em
latim.
Nestorianos
3
3
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Seguidores de Nestório (386 d.C.-451 d.C.) – patriarca de Constantinopla que,
no século V, havia formulado uma teoria na qual defendia que Jesus possuía
uma dupla natureza: humana e divina.
O contato da Europa com o Oriente intensificou-se a partir de meados da
Idade Média. O objetivo primordial era buscar mercadorias – as chamadas
especiarias orientais (como seda, por exemplo) – para vender na Europa,
onde esses artigos atingiam um alto preço, fazendo desta uma empresa
extremamente lucrativa.
Na bagagem, além das cobiçadas especiarias, vinham, também, livros,
técnicas e culturas que logo penetrariam na Europa e seriam determinantes
para a mudança na forma de ver o mundo.
O comércio com o Oriente é fundamental para compreendermos diversos
momentos da história da Europa, além do Renascimento, como é o caso das
Cruzadas e, mais tarde, da unificação dos Estados Ibéricos.
O Renascimento cultural mudou o foco de pensamento: antes, era Deus –
todo saber e toda verdade emana Dele – e, depois, passou a ser o homem –
que pensa e deseja.
Voltamos, então, à máxima do sofista grego Protágoras (486 a.C.-411
a.C.) que estudamos na primeira aula:
“O homem é a medida de todas as coisas”.
Portanto, progressivamente, o mundo deixou de ser teocêntrico para ser
antropocêntrico. Assim:
Na ciência, foram valorizados os estudos de Medicina e anatomia.
Na Física, foi valorizada a astronomia, que contestaria o modelo
heliocêntrico.
Na arte, a pintura e a escultura dividiram seu interesse entre temas
religiosos e retratos de ricos burgueses – classe que se tornaria
mecenas de diversos artistas.4
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Esse mundo vive em transformação, e a noção de conhecimento continua em
movimento. Nesse contexto, destacamos o filósofo inglês (1561-1626) Francis
Bacon, que viveu entre os séculos XVI e XVII.
Métodos indutivo e cartesiano
Francis Bacon teve uma intensa vida política e ocupou diversos cargos
administrativos na Inglaterra, retirando-se após ser acusado de corrupção. Ele
retomou as discussões sobre o método.
No início de suas pesquisas, tornou-se um estudioso de São Tomás de Aquino
e de Aristóteles, mas reconheceu que o método aristotélico podia induzir ao
erro.
O método que desenvolveu – método indutivo puro – aproxima-se mais
daquele elaborado por Roger Bacon do que daquele pensado por Aristóteles.
Além das etapas já apontadas por Roger Bacon – observação, hipóteses e
experimento –, Francis Bacon introduziu a organização e a coleta
sistemática de dados.
Além disso, estabeleceu que, para tornar-se válido, um mesmo experimento
precisava ser repetido inúmeras vezes até que não houvesse margem para
dúvidas. Ele defendia a ideia de que o método científico devia ser rigoroso,
pois se opunha ao que chamava de ídolos.
 Francis Bacon (Fonte:
https://goo.gl/fBHDUy
<https://goo.gl/fBHDUy> )
Essa teoria de Francis Bacon é muito interessante. Ele entendia que o
conhecimento científico é turvado pela existência de ídolos, divididos em
quatro categorias:
Ídolos da tribo
Ao pensar em tribo, o filósofo remetia-se à própria espécie humana e a
sua maneira de perceber o mundo por meio dos sentidos. Para ele, essa
percepção não é absoluta, pois cada indivíduo sente e enxerga a
natureza das coisas de forma particular.
Ídolos da caverna
O homem analisa a natureza das coisas a partir de sua própria percepção
de mundo, de sua caverna particular, como vimos no mito de Platão. Isso
gera imprecisões, já que cada pessoa tem uma visão de mundo
https://goo.gl/fBHDUy
condicionada por quem é, pelas relações sociais que compartilha, pela
região que habita etc.
Ídolos do foro
Estes ídolos são estabelecidos a partir da linguagem. A comunicação
descuidada causa diversos ruídos e interpretações errôneas que induzem
ao equívoco.
Ídolos do teatro
Estes ídolos são derivados do próprio pensamento filosófico. As análises e
afirmações não podem ser verificadas.

Saiba mais
Para entender melhor o assunto, acesse a tabela e veja a sistematização
da Teoria dos ídolos de Francis Bacon.
<galeria/aula3/anexo/teoria_bacon.pdf>
Francis Bacon entendia que os ídolos são tudo aquilo que nos impede de
atingir a verdade. Ao adotar o método indutivo, esses erros e problemas de
análise derivados dos ídolos não ocorrem mais.
Pela valorização acerca do método baseado na experiência, Francis Bacon é
considerado o pai do empirismo moderno e fundador da corrente de
pensamento fundamentada na empiria.
file:///W:/2018.2/teoria_do_conhecimento__GON962/galeria/aula3/anexo/teoria_bacon.pdf
Atividade
1 - Compare as teorias de Roger Bacon e de Francis Bacon no que diz
respeito ao método.
Conhecimento moderno
As teorias acerca do método são fundamentais para compreendermos como o
conhecimento moderno se transforma.
Por isso, diversos pensadores dedicam-se a metodologias, e suas teorias –
como vimos por meio da análise das propostas metodológicas de Roger
Bacon e Francis Bacon – levaram a uma discussão que culminou na obra de
do filósofo francês René Descartes (1596-1650), considerado um dos mais
influentes pensadores da Filosofiamoderna e da Matemática.
Sua obra Discurso do método para bem conduzir a razão na busca da verdade
dentro da ciência – que ficou conhecida apenas como Discurso do método,
publicada no século XVII – ilustra, de forma precisa, o que Descartes entendia
em termos de metodologia filosófica:
Somente a partir da razão, podemos buscar a
verdade, que emerge do método científico,
rigidamente observado.
Atividade
2 - (ENEM - 2001) O franciscano Roger Bacon foi condenado, entre 1277
e 1279, por dirigir ataques aos teólogos, devido a uma suposta crença na
alquimia, na astrologia e no método experimental, e, também, por
introduzir no ensino as ideias de Aristóteles.
Em 1260, Roger Bacon escreveu:
“Pode ser que se fabriquem máquinas graças às quais os maiores navios,
dirigidos por um único homem, desloquem-se mais depressa do que se
fossem cheios de remadores; que se construam carros que avancem a
uma velocidade incrível sem a ajuda de animais; que se fabriquem
máquinas voadoras nas quais um homem [...] bata o ar com asas como
um pássaro. [...] Máquinas que permitam ir ao fundo dos mares e dos
rios”.
Fonte: Braudel, 1996.
Considerando a dinâmica do processo histórico, as ideias de Roger
Bacon:
 a) Eram fundamentalmente voltadas para o passado, pois não apenas
seguiam Aristóteles, como também se baseavam na tradição e na
teologia.
 b) Inseriam-se plenamente no espírito da Idade Média ao privilegiar a
crença em Deus como o principal meio para antecipar as descobertas da
humanidade.
 c) Opunham-se ao desencadeamento da primeira Revolução Industrial
ao rejeitar a aplicação da Matemática e do método experimental nas
invenções industriais.
 d) Estavam em atraso com relação a seu tempo ao desconsiderar os
instrumentos intelectuais oferecidos pela Igreja para o avanço científico
da humanidade.
 e) Inseriam-se em um movimento que convergiria mais tarde para o
Renascimento ao contemplar a possibilidade de o ser humano controlar a
natureza por meio das invenções.
3 - (UEL - 2003) O Renascimento – amplo movimento artístico, literário e
científico – expandiu-se da Península Itálica por quase toda a Europa,
provocando transformações na sociedade.
Sobre o tema, é CORRETO afirmar que:
 a) O racionalismo renascentista reforçou o princípio da autoridade da
ciência teológica e da tradição medieval.
 b) Os estudiosos do período buscaram apoio na observação, no método
experimental e na reflexão racional, valorizando a natureza e o ser
humano.
 c) Houve o resgate, pelos intelectuais renascentistas, dos ideais
medievais ligados aos dogmas do catolicismo, sobretudo da concepção
teocêntrica de mundo.
 d) O humanismo pregou a determinação das ações humanas pelo
divino e negou que o homem tivesse a capacidade de agir sobre o
mundo, transformando-o de acordo com sua vontade e seu interesse.
 e) Nesse período, reafirmou-se a ideia de homem cidadão, que
terminou por enfraquecer os sentimentos de identidade nacional e
cultural, os quais contribuíram para o fim das monarquias absolutas.
4 - (PUC-PR - 2009) Leia o fragmento de texto a seguir:
“São de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana. Para
melhor apresentá-los, assinalamos os nomes: ídolos da tribo, ídolos da
caverna, ídolos do foro e ídolos do teatro”.
Fonte: Bacon, 1999, p. 33.
Para o autor, é CORRETO afirmar que:
 a) Os ídolos do foro são as ideias formadas em nós por meio de nossos
sentidos.
 b) Os ídolos do teatro são todos os grandes atores que nos influenciam
na vida cotidiana.
 c) Por meio dos ídolos, mesmo considerando que temos a mente
bloqueada, podemos chegar à verdade.
 d) Os ídolos são falsas noções e retratam os principais motivos pelos
quais erramos quando buscamos conhecer.
 e) Os ídolos da tribo e da caverna são os conhecimentos primitivos que
herdamos de nossos antepassados mais notáveis.
Notas
Dogma
Crença fundamental e imutável, que não pode ser questionada, pois é matéria de fé.
Trata-se, portanto, daquilo que não muda.
século XIII
Momento de intensa efervescência cultural e intelectual na Europa, dinamizado
exatamente pelas instituições universitárias.
1
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Nestorianos
Seguidores de Nestório (386 d.C.-451 d.C.) – patriarca de Constantinopla que, no
século V, havia formulado uma teoria na qual defendia que Jesus possuía uma dupla
natureza: humana e divina.
Mecenas
Indivíduo rico que protege artistas, homens de letras ou de ciências, proporcionando
recursos financeiros, ou que patrocina, de modo geral, um campo do saber ou das
artes.
Fonte: Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa.
Referências
BACON, F. Novum organum. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
BRAUDEL, F. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII. São
Paulo: Martins Fontes, 1996. v. 3. 
CORREIA, A. A universidade medieval. Revista da Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 45, p. 292-329, 1950. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/ rfdusp/ article / viewFile/ 66131/ 68741
<http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/66131/68741> .
Acesso em: 13 mar. 2018. 
LACERDA, R. C. O sentido moral do saber no pensamento de Rogério Bacon.
2009. 94 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Centro de Humanidades,
Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2009. Disponível em:
http://www.uece.br/ cmaf/ dmdocuments/ dissertacao2009_ sentindo_
moral_ saber_ bacon.pdf
<http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/66131/68741> .
Acesso em: 13 mar. 2018. 
RETONDAR, A. M. A (re)construção do indivíduo: a sociedade de consumo como
“contexto social” de produção de subjetividades. Sociedade e Estado, v. 23, n. 1, p.
137-160, jan./abr. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br /pdf /se /v23n1
/a06v23n1.pdf <http://www.scielo.br/pdf/se/v23n1/a06v23n1.pdf> .
Acesso em: 13 mar. 2018. 
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http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/66131/68741
http://www.scielo.br/pdf/se/v23n1/a06v23n1.pdf
ROSA, C. A. de P. História da Ciência: da Antiguidade ao Renascimento Científico.
Brasília: FUNAG, 2012. 
STANGUE, F. Tópicos de Filosofia Moderna. Curitiba: InterSaberes, 2017.
Próximos Passos
Método cartesiano;
Conhecimento científico em Copérnico e Galileu Galilei;
Pensamento de Leibniz.
Explore mais
Novum organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da
natureza;
<http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?
select_action=&co_obra=2278 >
Origem e memória das universidades medievais: a preservação de uma
instituição educacional.
<http://www.scielo.br/pdf/vh/v23n37/v23n37a07>
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2278
http://www.scielo.br/pdf/vh/v23n37/v23n37a07

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