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Patologias do peritônio Introdução • Parietal • Visceral • Permeável • Peritonite: primária (rupturas da parede formando eventrações, evisceração e tumores do mesotélio) ou secundária (alterações cardíacas que fazem ascite, insuficiência hepática que também faz ascite, neoplasias malignas,...) • Necropsia ▪ Quantidade de líquido na cavidade. ▪ Coloração do líquido. ▪ Hiperemia do peritônio ou do omento. Achado indicativo de processo inflamatório. ▪ Presença de fibrina no líquido ou na superfície de vísceras. Também pode indicar inflamação ou uma reação leve da cavidade diante um acúmulo de líquido. ▪ Aderências de vísceras ou do omento sobre qualquer víscera da cavidade abdominal. Auxilia na identificação de rupturas. ▪ Presença de sangue: analisar rupturas ou alterações sistêmicas na coagulação. ▪ Posição de órgãos dentro da cavidade abdominal, exemplo, torções gástricas e de alças intestinais. ▪ Presença de corpos estranhos. ▪ Identificações de nódulos dentro da cavidade abdominal que possam sugerir uma neoplasia, procurando identificar uma possível origem em algum órgão desta cavidade, com origem na cavidade torácica ou em qualquer outra região. ▪ Observações de alterações cardíacas, hepáticas, procedimentos cirúrgicos, traumas externos, etc. Alterações post mortem • Visceras autolisadas com pseudomelanose • Embebição por Hb e bile • Gás • Acumulo de quantidade moderada de líquido avermelhado: ocorre pelo aumento da permeabilidade vascular como resultado da autólise por ruptura de hemácias. • Observar: tempo da morte, modo de conservação, a ruptura de alguma víscera, alterações cardíacas ou circulatórias que podem levar ao acúmulo de líquido no período ante mortem são fatores importantes na interpretação do líquido da cavidade abdominal • Fermentação continuada pode levar a ruptura de vísceras do estomago – post mortem • Rupturas ante -mortem no TGI tem-se sempre indícios de reação inflamatória associada, bordas do local de rompimento estarão lesionadas e hemorrágicas, ingesta fica firmemente aderida ao peritônio acompanhada de peritonite. • Rupturas post-mortem o acumulo de ingesta fica localizada, margens não ficam hemorrágicas e superfícies não estarão inflamadas. Ascite • = hidroperitônio • Edema verdadeiro não inflamatório – transudato • Casos de edema generalizado: baixa quantidade de proteína circulante, doenças hepática graves, anemias graves, IRC, verminoses (haemoncus em ruminantes), enterites por toxocara ou ancylostoma em pequenos animais, ICD (aumenta P de retorno venoso – congestão abd – aumento de P hidrostática), cirrose, tumores hepáticos malignos • O acumulo de liquido inflamatório é diferenciado de ascite pela presença de outros sinais de inflamação como exudação inflamatória, principalmente leucócitos e fibrina Peritonite • Processo inflamatório da serosa do peritônio • Primária ou secundária • Séptica ou asséptica • Focal ou difusa • Aguda ou crônica • Serofibrinosa, fibrinopurulenta, purulenta, hemorrágica e granulomatosa → Química • Utilização de medicamentos dentro da cavidade abdominal sem recomendação • Pancreatite necrótica: ação de enzimas pancreáticas ou por rupturas da vesícula biliar pelo extravasamento da bile → Bacteriana • Rupturas da parede abdominal • Perfuração de ulceras gástricas, junção gastroduodenal, ruptura de segmento necrótico de intussuscepção, reticulopericardite traumática, distocia ou piometra, cistite necrótica, obstrução de fluxo de urina por cálculos, rupturas de abcessos hepáticos,... • Complicações: septicemia, toxemia e endocardite valvular Causas individuais que cursam com peritonite → Equinos • Difusa, aguda e fatal • Omento pequeno (?) • Peritonite clinica: ruptura ou perfuração de estomago/intestino e rhodococcus equi e actinobacillus equuli • Peritonite aguda/crônica local: castração • Peritonite focal: secundaria a verminoses como a gastrite supurativa e perfuração por gasterophillus → Bovinos • Perfuração de ulcera do abomaso ▪ Adulto e bezerro ▪ Pode causar hemorragia aguda, melena e perfuração causando peritonite local aguda dolorosa ou aguda difusa e morte rápida ou indigestão crônica com hemorragia do abomaso ▪ Linfoma do abomaso, erosões da mucosa abomasal em BVD e febre catarral maligna • Tuberculose ▪ Mycobacterium bovis ▪ Lesão inicial: linfonodos bronquiais e mediastínicos e parênquima pulmonar; pode estender-se dentro do pulmão ou se disseminar através de VL ou sanguíneos ▪ Complexo primário: linfonodos mesentéricos ▪ Bovinos: infecção pelo bacilo da tuberculose no peritônio e conhecida como “doença perolada”, devido ao grande número de nódulos esféricos acizentados e brilhosos dos tubérculos individuais na superfície diafragmática ou de outras superfícies do peritônio. ▪ Macroscopia: pequenos nódulos acinzentados que, geralmente, contem pequenas áreas centrais amareladas, de aspecto caseoso, que ocupa a maior parte da lesão e que aparece rodada por uma cápsula esbranquiçada ▪ Quando a lesão se dissemina e forma tuberculose miliar, ocorre lesões focais em fígado e pulmão. Em bovinos, lesões de tuberculose localizadas no baço e meninges indicam infecção congênita. ▪ Micro: necrose caseosa central, com áreas de calcificação rodeadas por células gigantes, monócitos, linfócitos e proliferação de tecido fibroso. • Reticulo Peritonite Traumática ▪ Peritonite local aguda ▪ Pericardite ▪ Disseminação hematógena da infecção a partir de um abscesso diafragmático ou peritonite local crônica é uma das causas mais comuns de endocardite, arterite, nefrite e abscesso pulmonar ▪ SC forma aguda: anorexia completa, agalaxia, dor abdominal e hipomotilidade ou estase ruminal; período curto, se persistir como crônica focal. ▪ Diferencial: impactação omasal, pielonefrite, linfomas do abomaso, carcinoma intestinal e hérnia diafragmática ▪ Tratamento conservador: adm de atbt ou ruminotomia → Pequenos ruminantes • Urolitiase ▪ Cálculos no trato urinário ▪ Em ruminantes do RS alimentados com concentrado: excesso de fosforo ▪ Causas: Excesso de sais na agua, Pastagens com oxalato, sílica ou cálcio em excesso , Estrogenios, esteroides, Carencia de vitamina A,.. ▪ Ruptura da bexiga ou uretra ▪ SC: anorexia, inquietação, dificuldade para andar e marcha rígida ▪ Necropsia: observar-se dilatação ou ruptura da uretra ou bexiga, uretrite necrótica ou hemorrágica no local da obstrução, hidronefrose, cistite ou pielonefrite → Caninos • Hepatite infecciosa canina ▪ Adenovírus tipo 1 - afinidade pelos hepatócitos, células de Kupffer do fígado e células endoteliais ▪ Multissistemica ▪ Vírus na urina ▪ Infecção naso oral – faringite, tonsilite ▪ Caes jovens ▪ SC: apatia seguida de anorexia e sede intensa; vomito, diarreia sanguinolenta; mucosas pálidas, ictéricas ▪ Macro: hemorragia, sobretudo do estômago e superfícies serosas; baço e linfonodos estão edemaciados e congestos, e esses órgãos podem conter hemorragia (podendo ocorrer hemoperitônio); fígado congesto ▪ Micro: necrose hepática focal, particularmente na região periportal dos lóbulos. Os hepatócitos perdem seu perfil celular, e terminam desaparecendo. As lesões nos outros órgãos são inconstantes, e quando presentes estão ligadas as alterações no endotélio vascular. → Felinos • Peritonite infecciosa felina (PIF) ▪ Coronavirus felino ▪ Inflamação piogranulomatosa em vários locais ▪ Efusiva/seca ▪ Efusiva: líquido na cavidade abd e/ou torácica ▪ Seca: sem líquidos porem granulomas nas cavidades ▪ Liquido amarelo, viscoso, opacidade discreta e granulomas de fibrina ▪ Predisposição: baixa idade dos gatos, criação de umgrande número de gatos no mesmo ambiente, estresse e doença concomitante ▪ Faz peritonite com formação de granulomas sobre serosa de órgãos abd, omento e peritônio. ▪ Macro o Granulomas de poucos centímetros de diâmetro são identificados na serosa do baço, intestino, estômago, fígado e peritônio parietal. o No fígado, além desta inflamação piogranulomatosa na cápsula hepática ocorre a formação de hepatite piogranulomatosa. o Nódulos brancos de diferentes tamanhos são identificados no parênquima renal, achado que corresponde na microscopia a uma nefrite intersticial piogranulomatosa. o Inflamação piogranulomatosa é identificada no parênquima do baço e em linfonodos mesentéricos. o Na cavidade torácica, além da efusão pleural temos também a formação de granulomas no mediastino, pleura e na superfície pulmonar. o Alguns gatos apresentam sinais neurológicos diversos (tremores, ataxia, convulsões, alterações de comportamento) pela formação de meningite piogranulomatosa no cérebro, cerebelo ou medula espinhal. Sinais neurológicos são identificados com maior frequência na PIF seca (não efusiva). → Suínos • Doença de Glasser ▪ inflamação serofibrinosa das serosas, podendo ocasionar pleurite, pericardite, peritonte, artrite e meningite, em varias combinações ▪ Glaesserella (Haemophilus) parasuis - tropismo particular por membranas serosas, sinovial e meningeal e para o parênquima pulmonar ▪ Suinos de 2 semanas a 4 meses de idade ▪ Esporádica em leitões ▪ Desmame, estresse ▪ Aerógena ▪ Anorexia, febre e apatia; pode ocorrer tosse, dispneia, cianose, inflamação em articulações, sintomas nervosos ▪ Pode evoluir para a forma crônica: artrite crônica e aderências de serosas ▪ Macro: pleurite, pericardite, peritonite, poliartrite e meningite, com exsudação fibrinosa ou serofibrinosa e, às vezes, áreas de pneumonia hemorrágica; O fígado e o baço podem estar aumentados de volume; Hemorragias puntiformes podem ocorrer nos rins, quando há septicemia o Casos crônicos (observado em abatedouros): aderências nas serosas torácicas e abdominais, com presença de conteúdo fibrino-purulento nas articulações ▪ Micro: inflamação fibrino-purulenta e algumas células mononucleares nas serosas afetadas. ▪ Confirmação: isolamento do agente a partir de leitões doentes não medicados. Neoplasias • Primarias são rara → Mesotelioma • Cães e bovinos • Origem em células do revestimento da serosa da cavidade peritoneal, pleura ou pericárdio • Forma nódulos firmes e brancos • Maligno • Metástase em cav abd → Lipoma • Benigna de células adiposas • Omento, mesentério,.. • Equinos → lipossarcoma • Maligno de células adiposas • Crescimento rápido, invasão de tecidos subjacentes • Metástase em fígado, linfonodos regionais e baço → Adenocarcinoma de pâncreas/ carcinoma de ovário • Metástases atingem peritônio • Metástase por implantação
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