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05 Direito Civil Seção 5 Embargos de Declaração (1)

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AO DESEMBARGADOR RELATOR DA 14ª CÂMARA DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA.
 
Processo de origem nº ........
Embargante: Myrcella Lannister
Embargados: Joffrey Lannister e Tommen Lannister
MYRCELLA LANNISTER, já qualificada nos autos em epigrafe, por seu advogado in fine assinado, na ação que lhe move JOFFREY LANNISTER e TOMMEM LANNISTER, também já qualificados, vêm a presença de Vossa Excelência com fulcro no artigo 1.022 e seguintes do Código de Processo Civil, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO pelas razões e fundamentos abaixo expendidos:
Que o presente recurso de embargos de declaração é tempestivo, pois fora interposto no prazo legal de cinco dias, conforme determina o art. 1023, do Código de Processo Civil, como pode ser comprovado pela cópia da intimação publicada no diário oficial eletrônico de justiça. 
Que, o cabimento do recurso encontra-se no art. 1022, I e II do Código de Processo Civil, lastreado na omissão e contradição da presente decisão objurgada. 
Que, por se tratar de embargos de declaração não há falar-se em preparo, uma vez que é dispensado pela própria legislação federal. 
Assim sendo, passamos a narrar os fatos que embasaram a presente lide. 
1. SÍNTESE DO PROCESSO
Trata-se de Ação de interdição movida em face da Embargante, que contestou tempestivamente a ação, alegando em sede de preliminar a nulidade de citação e, quanto ao mérito, o pleno gozo de suas faculdades mentais e, na hipótese de procedência da ação, a nomeação de curador diverso. A preliminar foi negada. Após o regular tramite da ação, sobreveio sentença de procedência do pedido, tendo sido objeto de Recuso de Apelação que, após o recebimento, foi julgado improcedente, nos seguintes termos:
Registro: ... ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos, os autos da Ação de Interdição, da Comarca de Porto Real/BA, em que é recorrente MYRCELLA LANNISTER, e recorridos JOFFREY LANNISTER E TOMMEN LANNISTER, ACORDAM, na 14ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça da Bahia, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao Recurso. V. U.", de conformidade com o voto do(a) Relator(a), que integra este acórdão.
RECURSO. Apelação. Interdição. Pródigo. Representação para Todos os Atos da Vida Civil. Impossibilidade. APELAÇÃO DESPROVIDA.
(..)
É O RELATÓRIO De início, cumpre apontar que não constam dos autos quaisquer comprovações da situação psicológica da interditanda, sendo presumida sua condição apenas por viver na clínica até os dias de hoje. Em que pesem as argumentações existentes, a parte autora não juntou quaisquer documentos que comprovem o quanto alegado. Não obstante, não se nega a possibilidade de interdição de pródigo, até porque, prevista em lei, porém, indispensável a observância do quanto disposto no art. 1.782 do Código Civil, ao passo que “A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração”. Cumpre observar ainda que é cristalino o conflito de interesses existente, sendo a alteração do curador, medida indispensável ao cumprimento das finalidades prevista para o instituto da interdição do pródigo. Ante o exposto, pelo meu voto, entendo pelo DESPROVIMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO PROPOSTO, reformando-se a sentença atacada, conduzindo assim, pela improcedência da ação.
Entretanto, não fica claro o dispositivo do acordão, restando dúvidas quanto a decisão bem como omissão quanto a preliminar suscitada pela Embargante. É a síntese dos fatos. 
2. FUNDAMENTOS DO RECURSO DE EMBARGOS
2. 1 Da omissão
Cuida-se de Recurso de Embargos de Declaração para tentar corrigir omissão e contradição existentes no v. acórdão profligado pelo E. Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, que se omitiu no que tange a preliminar de ausência de citação válida e ao final foi contraditório na parte dispositiva da sentença onde declarou improvido o recurso e julgou a ação improcedente. 
O art. 1022, do Código de Processo Civil, assevera que: 
“Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º .” 
O v. acórdão nada falou sobre a preliminar de nulidade de citação realizada, pontuada em sede de apelação, ocorrendo assim em omissão, uma vez que todos os pontos da sentença deveriam ser abordados no referido acórdão. 
É o entendimento e posicionamento da jurisprudência a respeito:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. PRELIMINAR. NULIDADE DA CITAÇÃO. NÃO APRECIAÇÃO. OMISSÃO. VÍCIO CITRA PETITA. SENTENÇA CASSADA. - Ocorre vício citra petita da sentença, quando o julgador deixa de apreciar pedido formulado pelas partes.
(TJ-MG - AC: 10394130097014002 MG, Relator: José Marcos Vieira, Data de Julgamento: 13/07/2016, Data de Publicação: 22/07/2016)
A citação da embargante fora feita de forma irregular, uma vez que Myrcela Lannister tomou conhecimento da ação porque a citação foi enviada erroneamente para o e-mail de sua prima, cujo prenome é idêntico ao seu, sendo esta citada em seu nome por equívoco.
Em que pese a possibilidade de citação eletrônica nos termos impostos pelo art. 246 do Código de Processo Civil, esta deve ser realizada por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional de Justiça, o que não foi o caso, sendo utilizado para tanto, e-mail de terceiro fornecido pelos autores, o que não se coaduna com os ditames legais.
O Código de Processo Civil é taxativo ao impor em seu art. 242 que a citação será pessoal, o que, por obvio, não ocorreu na instrução processual, sendo, portanto, nula de pleno direito, ferindo, o direito ao contraditório constitucionalmente garantido.
Por essa razão deve o magistrado, se manifestar acerca da preliminar diante da nulidade de citação.
2. 2 Da contradição
Por sua vez, houve também contradição na parte dispositiva da sentença, pelo que passamos a transcrever: “Ante o exposto, pelo meu voto, entendo pelo DESPROVIMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO PROPOSTO, reformando-se a sentença atacada, conduzindo, assim, pela improcedência da ação”
Desta sorte, restou contraditório o presente dispositivo, visto que, os r. Julgadores desproveram o recurso de apelação, mas reformaram a sentença para julgar pela improcedência da ação. Além do que os fundamentos invocados levam a crer que o julgamento do recurso interposto será pelo provimento, quando assim diz:
“De início, cumpre apontar que não constam dos autos quaisquer comprovações da situação psicológica da interditanda, sendo presumida sua condição apenas por viver na clínica até os dias de hoje. Em que pesem as argumentações existentes, a parte autora não juntou quaisquer documentos que comprovem o quanto alegado.”
“Não obstante, não se nega a possibilidade de interdição de pródigo, até porque, prevista em lei, porém, indispensável a observância do quanto disposto no art. 1.782 do Código Civil, ao passo que “A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração”. 
Como se observa, há evidente contradição e a a jurisprudência é pacífica no sentido de que, em havendo a contradição entre os fundamentos e a conclusão, devem os embargos ser acolhidos:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO ENTRE OS FUNDAMENTOS E A CONCLUSÃO. Situação em que são acolhidos os embargos de declaração opostos pelo exequente para sanar contradição entre os fundamentos e a conclusão.
(TRT-4 - AP: 00100311520145040661,Data de Julgamento: 07/11/2020, Seção Especializada em Execução)
Com efeito, fica claro que o acórdão guerreado se contradisse na parte do dispositivo, devendo ser retificada para que se faça a mais clara e lídima justiça. 
3. PEDIDOS:
Diante o exposto, requer a VOSSA EXCELÊNCIA que o presente recurso de embargos de declaração, seja recebido, conhecido e provido, uma vez que tempestivo, para sanar a omissão no que tange a nulidade de citação, acatamento da preliminar de nulidade de citação, anulando-se o processo ab initio, sob pena de cerceamento de defesa., bem como, para sanar a contradição existente no r. acórdão profligado, no que tange ao desprovimento do recurso e reforma da sentença julgando-a improcedente, para que sejam sanados os referidos vícios, sob pena de nulidade da decisão por ausência de respaldo jurídico. 
Neste ato, requer-se os benefícios do art. 1023, do CPC, para achando necessário intimar a parte contrária, para esta querendo se manifestar nos autos do processo, no prazo de 05 dias. 
Nesses termos, pede deferimento.
local, data ____de _____de _____.				
ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº