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NOÇÕES DE FISIOLOGIA RENAL AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO - Funções do rim: · Regulação da volemia – através da produção de urina · Excreção (desintoxicação) · Regulação de eletrólitos – Na, K, Ca, P, Mg · Controle acidobásico – principal sistema tampão (não é o mais rápido, mas é o mais eficiente de todos, o mais rápido é o pulmonar e o sanguíneo) – HCO3 e H+ · Regulação da PA – volemia e SRAA · Regulação do hematócrito – eritropoetina (funções endócrinas) – regular a produção de hemácias · Regulação do metabolismo do Ca e P – ativação da vitamina D (funções endócrinas) - Unidade funcional renal – Néfron · Filtração – Glomérulo · Tirar uma substância de dentro do sangue e passar para um filtrado glomerular (ultrafiltrado) · Reabsorção e secreção – Túbulos · Reabsorção: substância ultrafiltrado, eu vou trazer ela para o sangue, reabsorver – sentido inverso da filtração e secreção. · Secreção: mesmo sentido da filtração – tirar do vaso p/ jogar no ultrafiltrado. Diferente da filtração, na secreção há gasto de energia, e vai ocorrer a nível tubular. - Vascularização · Veia renal e Artéria renal – VRD é menor que a VRE, a ARE é menor que a ARD · Artéria Renal -> A. segmentar -> A. interlobar -> A. arqueada -> A. interlobulares · A. aferente – leva sangue p/ dentro do glomérulo · Capilares glomerulares · A. eferentes – sai do glomérulo · Capilares peritubulares e arteríolas retas - Transplante – RM renal (pré-transplante) – saber quantas veias/artérias o paciente tem para transplantar e escolher apenas o rim que tenha 1/1. Ter 2/2 é uma desvantagem para anastomose e trombose renal. - Anatomia renal · Cápsula renal – envolve o parênquima renal · Câncer – se for de parênquima, limita o desenvolvimento, e caso fique limitado, após a nefrectomia, o paciente pode-se dizer que esteja curado. · Se romper a cápsula – a nefrectomia não é tão útil (reduz a chance de cura) · É uma região inervada – é a região que “sente dor” · O rim não costuma dor, só em situações especiais (distensão da capsula de Glisson) · Córtex renal – localização dos glomérulos – filtração · É a região que primeiro é irrigada com sangue arterial – são mais irrigadas · Medula renal – localização dos túbulos · Pirâmides · Papila · É a região que chega por último o sangue arterial – são áreas pouco irrigadas. · Necrose tubular aguda (NTA) · Cálices maiores e menores · Pelve · Ureter · Obstrução – represamento de urina com dilatação da pelve – hidronefrose · Hilo renal – região de entrada V/A e saída do ureter - Nefro · Glomérulo, cápsula de Bowman, espaço de Bowman, arteríola eferente e aferente. · 90 - 120ml por minuto ou 170 litros ultrafiltrado produzidos por dia · Macromoléculas – células e PTN (não passam) · Túbulo contorcido proximal · 70% do que é ultrafiltrado, é reabsorvido no TCP · Diurético que age no TCP seria o diurético mais potente que teríamos, mas a alça de Henle compensaria tudo que não foi absorvido. · Alça de Henle – Ascendente · Alça de Henle – Descendente · Alça de Henle – Porção espessa · Furosemida age nessa porção, o que vem depois o TCD e o duto coletor não conseguem dar conta de compensar. · Túbulo contorcido distal · Túbulo de conexão · Duto coletor · Faz o controle fino da quantidade de urina que vamos produzir (ADH) · Local de ação da Espironolactona - Ultrafiltração · Forças de Frank-Starling · Pressão hidrostática no capilar glomerular – favorece a filtração e é igual a pressão sanguínea nos capilares glomerulares; · Pressão osmótica na cápsula de Bowman – favorece a filtração; · Pouca concentração de PTN, ou muito pouca a concentração. · Pressão hidrostática na cápsula de Bowman – se opõe a filtração; · Pressão osmótica glomerular – se opõe a filtração. · Determinantes da TFG – Kf x [Pressão hidrostática do capilar (PCG) – (Pressão hidrostática do espaço de Bowman (PCB) + Pressão osmótica glomerular (CG))] · Kf = Permeabilidade hidráulica x Área de superfície · PCG > PCB + CG · Hidronefrose grave com obstrução do Ureter – PCB + CG > PCG · Força oncótica – força causada pela concentração de PTN (tende a puxar o liquido no sentido do vaso) · Controle renal da FG – interfere na pressão hidráulica glomerular · Vasodilatação · Arteríola eferente – diminui a PCG – diminui a FG · Arteríola aferente – aumenta a PCG – aumenta a FG · Vasoconstrição · Arteríola eferente – aumenta a PCG – aumenta a FG · Arteríola aferente – diminui a PCG – diminui a FG · Creatinina – marcador de função renal · Se Cr aumenta no sangue – pouca FG · Se ocorre uma Vasoconstrição da Arteríola Aferente ou Vasodilatação de Arteríola Eferente, a diminuição da Pressão hidráulica glomerular diminui a TFG, e consequentemente eleva a Creatinina. · Se Cr baixa no sangue – FG adequada · Se ocorre uma Vasoconstrição da Arteríola Eferente ou Vasodilatação de Arteríola Aferente, o aumento da Pressão hidráulica glomerular eleva a TFG, e consequentemente uma queda da Creatinina. · Função endógena renal · Arteríola eferente · Angiotensina II – produzida pela ativação do SRAA · Vasoconstrição da AE · Arteríola aferente · Prostaglandinas vasodilatadoras – produzidas localmente · Predominam – aumenta a TFG · Prostaglandinas vasoconstritoras – produzidas localmente · Endotelina – vasoconstritor da arteríola aferente · Dopamina – vasodilatador da arteríola aferente/eferente · Óxido nítrico – vasodilatador da arteríola aferente/eferente · ADH – vasoconstritor da arteríola aferente/eferente · Noradrenalina – substância exógena · Vasoconstritor potente de meia vida curta usado em bomba de infusão para causar vasoconstrição no paciente p/ elevar a PA do paciente. · Vasoconstritor da arteríola aferente/eferente - Glomérulo · Mesángio – sustentação das alças glomerulares, formado por células mesangiais e matriz mesangial · É uma porção viva do glomérulo, principal função de sustentação, mas responde se for agredido (inflama – distorção do glomérulo e dificulta filtração do glomérulo) · Capilar glomerular – fenestrado, não tem barreira de tamanho, mas tem barreira de carga (repele PTN) · Membrana basal glomerular – porção acelular formada por colágeno do tipo IV (mesmo do cristalino e na cóclea), proteoglicanos e glicosaminoglicanos. Há barreira de tamanho e de carga. · Síndrome de Alport – mutação no gene COL4A5 no braço largo do cromossomo X, gene responsável por codificar porção alfa-5 do colágeno tipo IV. · Nefropatia (IR+proteinúria+hematúria) + Hipoacusia + Alterações oculares. · Podócitos – epitélio do capilar glomerular · Pedicelos ou processos podocitário – emissão de prolongamentos · Nefrina – conecta os processos podocitários entre eles p/ construir uma barreira de tamanho importante para evitar a passagem de PTN, e é quem dá sustentação à membrana basal glomerular (carga negativa). · O glomérulo não se regenera, então deve ser protegido. Se houver perda do glomérulo, há uma perda do néfron. · O túbulo pode se regenerar, a depender do grau da isquemia (NTA) pode haver regeneração e o néfron volta a funcionar. - Filtração – é um processo passivo, sem gasto de energia, e é a primeira região que passa o sangue arterial, e é certamente uma região privilegiada do rim. - Reabsorção tubular – a nível tubular · Osmose – transporte passivo · Transporte ativo · Bomba de Na/K – localizadas na membrana basolateral · Na+ fora, K+ dentro · Forma de absorção de Na+ · A bomba serve para manter o gradiente de Na+ que vai fazer funcionar o transporte do outro lado (passivo?). · Difusão passiva · Canal específico · Cotransportadores · Cotransportadores Na+/água/Glicose/Aminoácido/Fosfato/Cl- · Trocadores · Trocador Na+/H+ – entra Na+, sai H+. - Túbulo Contorcido Proximal · Trocador de Na+/H+ - acidificar a urina · Cotransportador de Na+/Glicose – toda glicose que é ultrafiltrada, é reabsorvida de volta TCP. · [Glicose] > 180mg/dl – a glicose passa para urina somente se estiver acima desse valor. · Medicações que inibem a reabsorção, então paciente pode ter glicosúria mesmo com glicemia controlada – Inibidores da SGLT2, ou gliflozinas. · No TCP ocorre a maior parte da reabsorçãode água e sódio. · Cerca de 67-80% de Na+ e H20 são reabsorvidos nessa etapa. · Cotransportador de Na+/AA – na urina só é possível detectar menos de 150mg de PTN por dia, o glomérulo deixa passar 1g-1,5g de PTN por dia, mas a maior parte é reabsorvida no TCP. · Cotransportador de Na+/Fosfato · Sistema Tampão · Na Luz – H+ + HCO3- – Anidrase carbónica -> H20 + CO2 · CO2 é um gás com boa difusão pela membrana · Dentro da célula tubular – CO2 + H20 – Anidrase carbónica -> HCO3- + H+ · O HCO3- é reabsorvido, e o H+ é mandado de volta para a urina (ultrafiltrado) · Diuréticos no TCP – não são tão potentes pois a alça de Henle contrabalanceia · Manitol – diurético osmótico – “puxar o liquido de volta p/ luz” · Acetazolamida – inibidor da Anidrase Carbônica - Síndrome de Fanconi · É uma disfunção do TCP, então terei: · Bicarbonatenúria (ATR – tipo 2) · Aminoacidúria · Hiperfosfatenúria · Glicosúria · Uricosúria · Causas · Genética – síndrome rara · Intoxicação por metais pesados · Deficiência de vitamina D · Transplante renal · Mieloma múltiplo · Amiloidose - Porção fina da alça de Henle · Porção descendente – quase que exclusivamente é permeável à saída de água · Quanto mais medular a alça de Henle, mais hiperosmolar vai ficando o ultrafiltrado · Porção ascendente – quase que exclusivamente é permeável à saída de sódio · Quanto mais cortical, o ultrafiltrado vai ficando mais hiposmolar · A medula é hiperosmolar – a vantagem é a reabsorção de água do ducto coletor por meio de aguaporinas para a porção medular da alça de Henle. - Porção espessa da alça de Henle · Cotransportador Na+/K+/2Cl- · Local de ação da Furosemida – inibe · Inibe diretamente a reabsorção de: K+, Na+ e 2Cl- · Logo, indiretamente inibe a reabsorção dos cátions: Na+/K+/Ca2+/Mg2+ · Efeitos colaterais/esperado – Elevação dos cátions na urina · Bomba Na+/K+ · Canal iônico – Na+/K+/Ca2+/Mg2+ · Canal específico de K+ · Síndrome de Bartter – defeito do Cotransportador Na+/K+/2Cl- · Simula uma intoxicação por furosemida. - Túbulo Contorcido Distal · Cotransportador Na+/Cl- (NCC ou TSC) · Diuréticos tiazídicos – inibem o NCC/TSC · Bomba Na+/K+ na membrana basolateral · Canal de Cl- na membrana basolateral · Síndrome de Gitelman – paciente simula uma intoxicação por tiazídico, tem defeito no cotransportador (nefropatia autossômica recessiva) · Paciente hipotenso, desidratado com hipocalemia, hipomagnesemia, hipocalciúria e alcalose metabólica. - Ducto coletor · Células principais · Canais de Sódio (aumenta entrada) e Potássio (aumenta saída) – são ativados pelo complexo Aldosterona-Receptor que migra para o núcleo. · Hiperaldosteronismo – aumenta a reabsorção de Sódio (hipertensão + edema) e secreção de Potássio (hipocalemia). · Células intercaladas · Bomba H-K-ATPase – equilibra o balanço K+ e H+ · Aldosterona · Reabsorve Na e excreta K ou H · Espironolactona inibe a aldosterona · ADH ou vasopressina · Controle fino da diurese · Barorreceptores de pressão e osmorreceptores de desidratação – liberação de ADH · Age estimulando a atividade de aquaporinas · Síndrome de Liddle – hiper expressão dos canais de Sódio, causando uma hipertensão secundária · Tratamento é feito com Amiloride – diurético poupador de potássio que age justamente inibindo os canais de sódio. - Aparelho justaglomerular · É responsável pela produção de Renina – ativação do SRAA · TCD proximal à arteríola aferente – mácula densa (adaptação celular) – sensível ao fluxo e a concentração de sódio · Células justaglomerulares – adaptação das células do endotélio da arteríola aferente que recebe estímulos da mácula densa, e que libera renina na circulação - Renina · Age no angiotensinogênio proveniente do fígado Angiotensina I · Angiotensina I ECA Angiotensina II · Potente vasoconstritor direto a nível arteriolar; estimular sistema simpático; causar reabsorção de Na/Cl e retenção de água; estimula a secreção de aldosterona; estimula a secreção de ADH. · É receptor dependente (ATR1-2), pode ter efeitos inversos a depender do receptor que atinge. Resumos das síndromes citadas em aula - Síndrome de Fanconi - defeito na reabsorção do túbulo contorcido proximal (tubulopatia) · Albuminúria, Glicosúria, Acidúria, Bicarbonatenúria e Aminoacidúria. - Síndrome de Aport - mutação genética do braço longo do cromossomo X responsável pela codificação do porção 5-alfa do colágeno, o paciente tem uma nefropatia (TCP) com alterações oculares e auditivas (hipoacusia). · TCP - Síndrome de Gitelman - simula uma intoxicação por tiazídico por um defeito no cotransportador Na/Cl. · TCD – cotransportador Na/Cl - Síndrome de Bartter - simula uma intoxicação por furosemida por um defeito no cotransportador Na/K/Cl. · Alça de Henle alça espessa – cotransportador NA/K/Cl - Síndrome de Liddle - defeito nos canais de Na (hiperexpressão de tais), resultando em uma hipertensão secundária. · Ducto coletor – Canais de Na+
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