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Yasmin Pacini CIRROSE HEPÁTICA É um estágio terminal de todas as doenças hepatocelulares. Há uma deposição de tecido fibroso no parênquima hepático, perda da arquitetura lobular e vascular normal e formação de nódulos de regeneração. Com isso, há uma redução do tamanho, aumento da consistência do fígado, bordas rombas e superfície irregular. Etiologias ● Metabólica → esteatose ● Viral → hepatites ● Alcoólica ● induzida por toxinas e fármacos ● Autoimune ● Biliar ● Obstrução do fluxo venoso hepático ● Criptogênica Quadro clínico Sintomas iniciais são inespecíficos ● Alterações na função hepática ou citopenias em assintomáticos. ● perda de peso ● Astenia ● Déficits neurológicos de concentração e memória ● alterações de ciclo menstrual e libido Sintomas mais específicos → aparecem com a evolução da doença ● Ginecomastia ● icterícia ● ascite ● esplenomegalia ● telangiectasias ● spiders/aranhas vasculares ● eritema palmar ● flapping tremor ● hálito hepático Exames Elastografia → Fibroscan ● Método não invasivo de maior sensibilidade e especificidade ● Gradua o nível de fibrose hepática entre os portadores de hepatopatias crônicas Classificação de Child-Pugh Classificação funcional baseada em critérios laboratoriais e clínicos usada para determinar a gravidade de cada caso. Variável de acordo com a clínica do paciente, se ele piora a classificação pode ser alterada. Yasmin Pacini Classificação de MELD Outro sistema de avaliação da doença hepática. São utilizados valores de bilirrubina sérica, creatinina e INR Diagnóstico ● Sinais e sintomas ● Alterações laboratoriais → INR alargado, hipoalbuminemia TGO E TGP não avaliam função hepática, são marcadores de lesão. ● Etiologia da doença ● Padrão histológico → Biópsia ou com a análise da elastografia Complicações Ascite Acúmulo anormal de líquido seroso na cavidade peritoneal ● Composição semelhante ao plasma ● Geralmente associada à doença hepática crônica ● Principal complicação da cirrose ● Sinal de mau prognóstico Aspectos clínicos ● aumento do volume abdominal ● empachamento pós prandial ● dispneia ● Sinais de macicez móvel, o semicírculo de Skoda e sinal de piparote. Em TODOS os casos novos de ascite e pacientes descompensados → realizar paracentese diagnóstica. Critérios de GASA (gradiente de albumina soro-ascite) Causas da ascite relacionadas à hipertensão portal: doenças hepáticas, cardiopatias, síndrome de Budd-Chiari e doença veno-oclusiva, mixedema. Causas da ascite não relacionadas à hipertensão portal: Carcinomatose peritoneal, inflamação do peritônio, diminuição da pressão oncótica, extravasamento de líquido para o peritônio. Paracentese diagnóstica ● Citologia total e diferencial ● proteínas totais e albumina ● glicose ● DHL ● amilase ● bilirrubina ● ADA → suspeita de tb peritoneal ● bacterologia com Gram ● Cultura com antibiograma ● pesquisa de células neoplásicas ● pesquisa de micobactérias Yasmin Pacini Diagnóstico Clínico → depende da quantidade de líquido presente ● Exames de imagem → em caso de dúvidas diagnósticas e investigação de doença de base ● Laparoscopia → suspeita de neoplasia maligna ou TB. Tratamento ● Dieta HIPOSSÓDICA ● Só restringir água livre se Na sérico <120 ● Diuréticos poupadores de K (antagonistas da aldosterona) → Espironolactona ● Associar a um diurético de alça pra evitar hipercalemia → Furosemida Se não houver melhora ao tto com diuréticos/surgir complicações pelo uso destes → PARACENTESE DE ALÍVIO (lembrar que para cada 5L repor albumina) e/ou descompressão portal com TIPS (shunt intra hepático) Peritonite bacteriana espontânea Infecção do líquido ascítico previamente estéril sem contaminação direta e sem perfuração de vísceras. Ocorre por translocação de bactérias intestinais Se o paciente tem baixa quantidade de proteína no líquido ascítico tem mais chances de fazer uma peritonite bacteriana. Diagnóstico Dor abdominal e febre/piora clínica nos cirróticos → suspeita clínica Nem sempre o paciente cirrótico vai apresentar febre na infecção, por isso atentar-se a piora do quadro ex: encefalopatia hepática, piora da função renal. Principais infecções no cirrótico → pulmonar, urinária e do líquido ascítico. Para diagnóstico de PBE realizar paracentese diagnóstica. ● Contagem de polimorfonucleares do LA >250 células ● Cultura positiva em 50 a 90% dos casos ● Etiologia mais comum: e.coli, pneumococo e klebsiella Tratamento Antibioticoterapia com cefalosporina de 3ª geração → Cefotaxima ou ceftriaxona por 5 dias Infusão de albumina EV 1,5g por kg por 5 dias Profilaxia Fazer em paciente com PBE prévia, com proteína do LA baixa ou com descompensação hepática. ● Norfloxacino VO → até o transplante Encefalopatia hepática Alteração neuropsíquica em paciente com insuficiência hepática ou shunt portossistêmico. Acontece devido a deficiência de depuração de toxinas e metabólitos, gerando acúmulo de amônia, presença de falsos neurotransmissores, sinergismo de neurotoxinas e alteração no metabolismo cerebral. Classificação de West Haven Yasmin Pacini Fatores precipitantes ● Sangramento grastrointestinal ● infecções ● Distúrbio eletrolítico ● Constipação → aumenta a amônia ● Alcalose metabólica → por uso de diuréticos ● Drogas → Benzodiazepínicos, narcóticos, álcool ● Trombose → de veia hepática ou porta ● Desidratação → Vômitos, diarréia, hemorragias, diuréticos, paracentese de grande vol ● Shunts ● Carcinoma hepatocelular Diagnóstico diferencial ● Encefalopatia metabólica ● Sangramento/isquemia cerebral ● Infecção do SNC ● delirium ● alcoolismo ● status pós ictal Diagnóstico Clínico → anamnese + exame físico Avaliação geral do doente e busca de fator precipitante Afastar causa infecciosa → paracentese diagnóstica Afastar lesão estrutural do SNC → TC se suspeita de lesão Exames laboratoriais → Hemograma, PCR, eletrólitos, função renal e hepática. Tratamento Dieta → proteínas vegetais e aminoácidos de cadeia ramificada ● Lactulose → proteína absorvida no tgi que induz a conversão de amônia em amônio, que não ultrapassa a barreira hematoencefálica reduzindo as chances de uma encefalopatia. Antibioticoterapia → inibe a produção de amônia e neurotoxinas pelas bactérias intestinais. ● rifaximina ● metronidazol ● neomicina → nefrotóxica Síndrome hepatorrenal Insuficiência renal e alterações da circulação arterial → vasoconstrição em pacientes com cirrose avançada causando hipoperfusão renal e alterando a função renal. *não há alteração morfológica renal* Yasmin Pacini Fatores precipitantes ● PBE ● infecções ● hepatite alcoólica aguda ● paracentese de grande volume sem reposição de albumina ● hemorragia digestiva ● sangramento intraperitoneal ● uso de diurético Diagnóstico SHR - AKI (tipo 1): lesão renal rapidamente progressiva SHR- NAKI (tipo 2): lenta deterioração da função renal (semanas/meses) ● Sódio urinário baixo ● Sem resposta a suspensão de diuréticos e a resposta volêmica vigorosa ● diagnóstico diferencial de IRA pré-renal Tratamento Suspensão do diurético e de drogas nefrotóxicas Realizar expansão volêmica com albumina EV por 2 dias consecutivos Vasoconstritores → terlipressina Hemorragia digestiva alta varicosa 1º passo → avaliar estabilidade hemodinâmica MOV Iniciar manobras de ressucitação volêmica → com coloide ou cristaloide Avaliar necessidade de sonda nasogástrica para proteção de via aérea Exames ● hemograma ● função renal ● eletrólitos ● perfil e função hepática ● coagulograma ● tipagem sanguínea → para necessidade de transfusão ● paracentese diagnóstica Hemotransfusão se hemoglobina < 7 → 1 bolsa de acordo com cada ponto que desejo subir Yasmin Pacini Se sangrou tenho que rastrear infecção → hemoculturas, eas, análise do líquido ascítico, rx de tórax. → realizar atb profilaxia com ceftriaxona EV 7dias Tratamento Vasoconstritor esplâncnicos → terlipressina EV por 5 dias Tratamento combinado → medicamentoso + endoscópico (ligadura elástica ou escleroterapia) Profilaxias secundária (prevenir novo sangramento) → betabloqueador nãoseletivo e ligadura elástica
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