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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Dispepsia não ulcerosa ou Dispepsia funcional ou Síndrome Dispéptica ➜ sintomas dispépticos não acompanhados de úlcera péptica ou neoplasia na endoscopia; Quadro de dor ou desconforto estomacal crônico, que não apresenta nenhuma alteração ao nível do estômago que possa justificar os sintomas; Chamada de indigestão, má digestão crônica, dispepsia nervosa; Associada à doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), síndrome do cólon irritável e dor torácica não cardíaca; Quadro clínico clássico: paciente queixa-se que acorda enjoado e “de barriga cheia”, não toma café da manhã e somente horas depois a fome é despertada; Epigastralgia; desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, saciedade precoce, plenitude pós-prandial, distensão abdominal e eructações; queimação ou dor estomacal; excesso de gases, azia; náuseas e sensação de má digestão; Padrões clínicos: o Dispepsia “tipo úlcera”: Dor epigástrica, aliviada por antiácidos, bloqueadores H2 ou alimento; Desperta o paciente à noite; Caráter periódico ➜ períodos dolorosos de semanas a meses, intercalados com remissões de, no mínimo, duas semanas; o Dispepsia “tipo dismotilidade”: Predomina o desconforto abdominal; saciedade precoce, náusea, peso epigástrico pós-prandial, vômito, sensação de gases no abdome sem distensão abdominal; o Dispepsia “tipo inespecífica”: Sintomas vagos e inespecíficos que não se enquadram nos dois tipos anteriores; Presença de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas, com início há pelo menos 6 meses*: o Incômoda sensação de plenitude pós-prandial ➜ sentir-se “empanturrado” ou “empanzinado” após as refeições; o Saciedade precoce ➜ sentir-se satisfeito rapidamente, mesmo após ingestão de pequena quantidade de comida; o Dor epigástrica ➜ dor na altura da “boca do estômago”; o Queimação estomacal; Além de pelo menos 1 dos sintomas acima, o paciente não pode ter nenhuma evidência de doença gástrica ou duodenal identificável na endoscopia digestiva alta que seja capaz de explicar os sintomas; * Os sintomas precisam estar presentes nos últimos três meses e devem ter tido início há pelo menos 6 meses. Pirose e regurgitação ➜ não é sintoma de dispepsia; é DRGE; Síndrome do desconforto pós-prandial: sintomas da dispepsia funcional são predominantemente de plenitude pós-prandial ou saciedade precoce; Síndrome da dor epigástrica: sintomas da dispepsia funcional são predominantemente de dor estomacal. Causas exatas são desconhecidas; Fatores associados: o Problemas motores nos músculos do estômago ➜ hipomotilidade antral, relaxamento fúndico inadequado, diminuição do número de complexos motores migratórios, hipermotilidade intestinal pós-prandial ➜ Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo provocam lentificação do processo de esvaziamento gástrico; o Gastroparesia idiopática primária; o Hipersensibilidade à distensão e à lipídeos/ácidos; o Distúrbios psicológicos ➜ regulação da integração neuronal ao longo do eixo cérebro- tubo digestivo (depressão e ansiedade); o Presença da H. pylori ➜ pode provocar dispepsia mesmo não havendo sinais de gastrite ou úlcera gástrica; o Histórico familiar; estresse; Outros fatores: tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes e uso de anti- inflamatórios; Obtenção de dados clínicos ➜ história de plenitude pós-prandial, saciedade precoce ou dor epigástrica nos últimos três meses; Clínico: presença de pelo menos um dos sintomas definido pelo critério de Roma IV (dor epigástrica, plenitude pós-prandial, saciedade precoce, queimação estomacal) nos últimos 3 meses, com início há 6 meses, no mínimo; Endoscopia digestiva alta: ausência de lesões no estômago ou duodeno que possam ser responsáveis pelos sintomas; Descartar outras causas que justifiquem os sintomas, como problemas no pâncreas ou na vesícula biliar. É um diagnóstico de exclusão; Necessário pelo menos 12 semanas de sintomatologia, não necessariamente consecutivas; Achado mais consistente: hipersensibilidade visceral ➜ revelada pela distensão de um balão no interior do estômago; Dispepsia funcional ➜ maior sintomatologia com uma menor distensão; Alívio da saciedade precoce: fracionamento das refeições; Alívio da plenitude pós-prandial: evitar alimentos gordurosos e condimentos; Psicoterapia ➜ pacientes com fatores emocionais predominantes; Dispepsia “tipo úlcera” ➜ bloqueadores H2 e os IBP; 1-2 meses; Procinéticos; redutores da acidez gástrica; protetores da mucosa gástrica; Tratamento da H. pylori; Inibidores da bomba de prótons: controlam a acidez estomacal; indicados na Sd. da dor epigástrica; o Omeprazol: 10 a 20mg, 1x/dia, via oral; o Pantoprazol 20 a 40mg, 1x/dia, via oral; Bloqueadores H2: inibem a secreção ácida; o Ranitidina: 150 a 300mg, 1x/dia, via oral; Procinéticos: melhoram a motilidade gastroduodenal ao aumentar o tônus gástrico, a motilidade antral e a coordenação antroduodenal; alguns podem relaxar o fundo gástrico; indicados na Sd. do desconforto pós-prandial; o Domperidona: 10mg, 3x/dia, via oral, 15- 30min antes das refeições; (menor toxicidade em relação à metoclopramida e à cisaprida); o Metoclopramida: 10mg, 3x/dia, via oral, 10min antes das refeições; Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, imipramina) e a fluoxetina, em baixas doses, mostraram eficácia; o Amitriplina: 12,5 a 50mg/dia, via oral; o Fluoxetina: 10 a 20mg/dia, via oral; o Sertralina: 25 a 50mg/dia, via oral; Protetores da mucosa gástrica: Misoprostol ➜ não é muito utilizado por conta de efeitos colaterais (abortamento e diarreia); Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Amoxicilina: 1g, 2x/dia (ao acordar e antes da refeição da noite), via oral; Claritromicina: 500mg, 2x/dia, via oral; IBP (omeprazol): 20mg, 1x/dia, via oral; Realizar o esquema durante 7 a 14 dias;
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