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OBSTETRÍCIA VETERINÁRIA HORMÔNIOS -Estrógenos: prepara o endométrio para ação da progesterona (abre receptores para progesterona), prepara a glândula mamária para lactação. Controla a liberação dos Hormônios Folículo Estimulante (FSH) e luteinizante (LH). Altera glândulas endometriais favorecendo secreções e nutrição do embrião, promovendo quiescência uterina. Durante a gestação tende a aumentar atingindo pico entre a metade e final da gestação -Progesterona: Manutenção da gestação, produzida pelo corpo lúteo. Para a progesterona altera glândulas endometriais favorecendo secreções e nutrição do embrião, promovendo quiescência uterina. Esse hormônio atua no endométrio, assegura a implantação do embrião. A manutenção da gestação contribui para o desenvolvimento da glândula mamária. Altos níveis de progesterona inibem o cio e a onda pré-ovulatória de LH FSH e LH: São secretados pela hipófise, vão agir no processo de amadurecimento dos folículos e liberação dos óvulos. Ao nascimento, já existe no ovário um número definido de folículos que pode chegar à ovulação. Esses são os oócitos, localizados no interior dos folículos ovarianos que ficam em repouso até a maturidade sexual. Na fase adulta, o seu desenvolvimento é dependente dos hormônios, estrogênio, progesterona, FSH e LH. O folículo destinado a ovular é chamado de dominante pois impede a ovulação dos outros folículos (subordinados). Após a ovulação, as células do folículo sofrem luteinização e formam o corpo lúteo. GnRh libera FSH e LH FSH estimula desenvolvimento folicular e liberação de estrogênio pelo folículo (para preparar o útero) após ovulação ocorre pico de LH para formar progesterona e corpo lúteo. O estrogênio (produzido pelo folículo dominante, que foi previamente estimulado pelo FSH) prepara o endométrio para receber o embrião após a fecundação. O aumento dos níveis de estrogênio estimula a liberação do hormônio LH, que provoca o rompimento da membrana folicular e a liberação do óvulo para que seja fecundado pelo espermatozóide nas tubas uterinas. CICLO ESTRAL Professor: O principal hormônio é o estrogênio. Período compreendido entre a luteólise e a primeira aceitação de monta e é caracterizado por crescimento folicular (fase folicular) e aumento da atividade dos órgãos reprodutivos. Nessa fase, há o crescimento folicular final e a regressão do corpo lúteo do ciclo estral anterior Estro: O principal hormônio é o estrogênio, quando a fêmea aceita a monta. Meta-estro: estrogênio em queda e progesterona subindo, ovário vira o corpo hemorrágico. O início da formação do corpo lúteo e pela redução da secreção das glândulas do trato reprodutor feminino Diestro: o corpo lúteo é ativo e existe a predominância hormonal da progesterona (fase luteínica). Em caso de ausência de gestação, a luteólise ocorre após o diestro, desencadeando uma nova fase de proestro e início de um novo ciclo estral. CLIVAGEM Após o óvulo da fêmea ser fecundado pelo espermatozóide, dará início ao processo de embriogênese, que é conhecido pela clivagem. A clivagem consiste em uma série de divisões para formulação da blástula, que irá eclodir, se implantar ao útero e iniciar processo para gerar os folhetos germinativos e a partir desses folhetos os órgãos irão se desenvolver. RECONHECIMENTO MATERNO Durante o processo de clivagem, o embrião precisa ser reconhecido pela mãe, para não ocorrer regressão dessa gestação ou quebra do corpo lúteo, responsável pela manutenção da gestação. A secreção de progesterona é indispensável para a manutenção da gestação em todos os mamíferos. A sobrevivência do embrião no útero depende do prolongamento da funcionalidade do corpo lúteo (CL) formado após a ovulação, que passa a ser denominado CL gravídico. O fenômeno pelo qual o CL periódico do ciclo é transformado em CL gravídico é chamado de reconhecimento materno da gestação. O período de pré-implantação depende de uma série de interações materno-fetais para o reconhecimento e manutenção da gestação. O embrião sintetiza substâncias como citocinas (interferons, interleucinas), enzimas (proteases), prostaglandinas (PGF, PGE) e hormônios. RECONHECIMENTO IMUNOLÓGICO Ocorre bloqueio da rejeição imunológica do concepto. Vai haver redução da expressão de antígenos da superfície do embrião, e o tecido materno e trofoblasto inibe a replicação de linfócitos e da atividade celular para que o corpo da mãe não rejeite o embrião. IMPLANTAÇÃO Após a eclosão do blastocisto, algumas modificações começam a acontecer no útero e no embrião, resultando na implantação. Irá ocorrer o contato físico após a dissolução da zona pelúcida, entre o trofoblasto e o endométrio. PLACENTAÇÃO Após a implantação, ocorre a placentação que consiste na formação da placenta para realizar suprimento de oxigênio e nutrientes, remoção de detritos metabólicos, produção e secreção de hormônios. TIPOS DE PLACENTA O tipo de placenta das espécies carnívoras é a verdadeira ou deciduada, onde a união das porções materna e fetal ocorre por dissolução da mucosa uterina, ocorrendo descolamento placentário a parede do útero e hemorragia da mucosa no momento do parto. A placenta dos carnívoros também é classificada de acordo com o número de camadas que separam a circulação sanguínea da mãe e do feto chamada de placenta endotélio corial por possuir 4 camadas: Endotélio materno endotélio corial fetal tecido conectivo fetal endotélio fetal sangue fetal. Tendo de 5-10% de passagem do sangue materno-fetal, ocorrendo passagem de algumas imunoglobulinas da mãe para o feto. E é classificada em placenta zonária, pois suas vilosidades coriônicas ficam restritas na região equatorial formando um cinturão. ENVOLTÓRIOS E LÍQUIDOS FETAIS Os líquidos fetais são o amniótico e o alantoideano. As membranas fetais que envolvem o feto são o cório (mais externa), âmnio (envolve líquido amniótico), saco alantoideano (contém líquido alantoideano) e o saco vitelino. O cório é a camada epitelial da parede mais externa do blastocisto, envolve externamente todo o embrião e outras membranas e o seu folheto externo forma a placenta fetal para passagem de nutrientes e oxigênio O saco vitelino exerce função de placenta no início da prenhez promovendo nutrição do embrião, além de possuir função hematopoiética até que o fígado exerça essa função e ao passar da gestação quando as outras membranas vão se desenvolvendo, o saco vitelino torna-se vestigial. O líquido amniótico é de origem da secreção do epitélio, saliva e secreção nasofaringeal do feto. Contém enzimas, proteínas, frutose, lipídeos sendo responsável pela nutrição fetal. Saco alantoideano contém o líquido alantóide que é formado por produtos do catabolismo fetal (bexiga urinária). As funções dos líquidos fetais é proteger o feto contra traumatismos, desidratação e variações na temperatura, permitem o crescimento simétrico do feto e seus movimentos sem prejudicar o útero, DIAGNÓSTICO GESTACIONAL E MÉTODOS DE DIAGNÓSTICOS O tempo de gestação pode ser muito variável, tendo uma média após a cópula de 62-64 dias. Alterações comportamentais: ocorre principalmente devido ao aumento de prolactina. Aumenta consumo alimentar e ganho de peso (segunda metade da gestação) Alterações fisiológicas: corrimento vulvar mucóide 1 mês após acasalamento, desenvolvimento de glândulas mamárias, presença de secreção aquosa 2-3 dias antes do parto, dilatação do abdômen, anemia fisiológica devido a excesso de produção dos líquidos fetais, tempo de esvaziamento gástrico aumentado, por isso as gestantes comem pouco várias vezes ao dia. Palpação abdominal: as vesículas embrionárias podem ser sentidas durante a palpação após 20 dias. Auscultação: pode ser auscultada nos últimos 15 dias gestacionais, tendo cuidado para não confundir com os batimentos da mãe. Exame radiográfico: só deve ser feito entre 43-54 dias de gestação, antes disso fornece perigo aos fetos pois não passaram por processo de mineralização fetal. No raio-x é possível observar a quantidade de fetos mas não conseguimos ver a viabilidadefetal ULTRASSONOGRAFIA para confirmação de prenhez, viabilidade embrionária e fetal, desenvolvimento, contagem fetal no início, pelas vesículas embrionárias. Porém sempre lembrando que o indicado para contagem é a radiografia. Com o USG pode realizar FR, sendo que a frequência fetal deve ser 23x maior que a materna. A artéria útero-placentária é ideal até os 35 dias de gestação, fazendo através do doppler colorido e pulsado para detectar se existem anormalidades congênitas e reabsorções embrionárias. A artéria umbilical se faz depois dos 35 dias de gestação, deve ser avaliada o mais próximo da placenta possível, e caso se apresente abaixo de 0,7 cm é um indicativo de que o parto irá ocorrer em torno de 12 horas. Cadelas que vão parir em menos de 12 horas, mas ainda não assumiu nenhum aspecto de que vai parir (como fazer ninho), faz exame de progesterona, se estiver de 4 para cima não realiza cesárea, mas se tiver 2 faz cesárea. *Tabela correspondente ao que pode ser encontrado no usg de acordo com os dias de gestação: DIAGNÓSTICO GESTACIONAL EM BOVINOS A fêmea foi coberta → forma embrião→ embrião começa a utilizar mecanismos luteotróficos → O interferon-tau um dos hormônios principais para a fêmea não retornar ao estro (9-22 dias). Ocorre inibição PGF2 alfa → manutenção do corpo lúteo, com produção de progesterona. Mudanças nos órgãos reprodutivos: vulva edemaciada e vascularizada (principalmente final da gestação); cérvix possui tampão mucoso de alta viscosidade e forte constrição da abertura durante a gestação; Útero aumentando gradativamente, miométrio quiescente; Corpo lúteo permanente; Ligamentos pélvicos relaxam gradativamente com o crescimento do feto. Outras mudanças: pelo fica mais fino, liso, animal tende a engordar, em novilhas após 5 meses inicia edema de úbere, aumento do flanco direito, formação do colostro (final da gestação) Cio do encabelamento: fêmeas bovinas em torno de 5 meses de gestação podem apresentar aceitação da monta, pois alterações hormonais (materno e fetal) aumentam os estrógenos. É um falso cio pois apesar da flutuação de estrógeno no animal, não é acompanhado de ovulação. Essa fase coincide com o surgimento de pelos dos fetos (daí o nome cio do encabelamento). Praticar a inseminação nessa fase (por achar que o animal não está gestante e sim no cio) pode acarretar o aborto. Diagnóstico de gestação: serve para identificar animais vazios o mais rápido possível para evitar perdas econômicas, certificar animais para vendas, reduzir gastos desnecessários. Técnicas de diagnóstico: Clínicos (palpação retal, USG, laparoscopia), imunológicos (hormônios e substâncias associadas à gestação), não retorno ao estro. Anamnese: saber se o animal pariu há pouco tempo (pois pode confundir com gestação, fase de involução uterina), saber se foi coberta há pouco tempo (para não pensar que seja uma vaca vazia, sendo que está no início da gestação). Utilizar ficha de previsão de cio, geralmente vacas tem cio de 21 em 21 dias, se no primeiro cio, ela foi montada e daqui há 21 dias não apresentou cio, pode ser uma possível gestação. Apenas não estar no cio, não é diagnóstico de gestação, já que o animal pode apresentar um anestro nutricional/fisiológico/lactacional ou até mesmo por patologias do sistema reprodutivo. Com o ultrassom modo doppler é possível identificar a vaca positiva, tendo em mente que o corpo lúteo em vacas não gestantes regridem no 15ª dia, se no dia 19 tiver vascularização, significa que o corpo lúteo não morreu, logo é um método INDIRETO de diagnóstico, podendo ocorrer falso-positivo devido a atraso na morte do corpo lúteo. As alterações hormonais existem e podem ser dosadas, porém é inviável ao se tratar aspectos econômicos. EXAME RETAL Serve para a identificação do diagnóstico de gestação, pode ser feito em éguas, búfalas e vacas, será realizado palpação direta do útero e é um método prático, baixo custo e prático. Útero não gravídico: útero está oco e musculoso, fica assentado no assoalho da pelve, cornos uterinos são simétricos. Em bovinos o útero é bipartido, corpo tem 3-4 cm, a parte livre do corno uterino é de 35-40 cm curvando-se ventral, cranial e lateralmente. Útero gravídico: cornos assimétricos, sem contratilidade (útero flácido), aumento do útero, espessura mais fina à medida que progride a gestação. A vagina estará com mucosa rosa-pálida e seca, colo uterino fechado. No primeiro mês: não é possível identificar muitos sinais, o saco amniótico tem apenas 2 cm de diâmetro, a quantidade de líquido alantoideano é pouca, embrião possui tamanho pequeno. Entre 1-2 meses: é possível perceber distensão da curvatura maior do útero em algumas novilhas. Essa fase é chamada de pequena bolsa inicial. Ligeira assimetria dos cornos e flutuação do útero. Entre 50-60 dias: assimetria dos cornos e início da parede dupla, devido à presença do saco alantoideano no interior do útero, pode ser sentida por meio do deslizamento das membranas fetais e parede do útero entre os dedos (teste do beliscamento), acúmulo de líquido no interior do útero de 150-300 ml. Entre 70 dias: a assimetria pronunciada dos cornos uterinos, está se posicionando no abdômen, dificuldade em contornar esse útero. Entre 80-90 dias: acúmulo de 1 litro de líquido no útero, corpo do útero se torna tenso, o órgão ainda na cavidade pélvica, curvatura maior é palpável (em vacas multíparas pode estar na cavidade abdominal e a curvatura maior ser de difícil palpação) Entre 100-140 dias: útero se aprofunda na cavidade abdominal, deslocamento da cérvix em direção a cavidade abdominal o útero não é mais contornável, está em formato de bola de basquete (grande balão), dá para realizar teste de balotamento (realiza pressão para deslocar feto e você sente ele retornando), presença de placentoma (carúncula + cotilédones), presença de frêmito da artéria uterina nas laterais da pelve. Entre 5-6 meses: possui útero abdominal (descida do feto), dificuldade em achar cérvix e não consegue alcançar o feto, o único sinal que consegue palpar nessa fase é o frêmito, além do aumento do volume do flanco animal com presença de movimentos fetais. A partir do 7ª mês: ocorre subida do útero, conseguindo palpar a cabeça, frêmito persiste, glândula mamária se desenvolve com mais intensidade. A partir dessa fase, o feto pode ser detectado facilmente 9ª mês: o feto está na região mais caudal a última costela, nessa fase é possível verificar se o feto está vivo. INSEMINAÇÃO EM CADELAS No proesto começa sangramento e aumento de vulva (dura em torno de 10 dias) depois vem o estro que é onde ocorre a ovulação para iniciar o processo de inseminação. A detecção do estro é feita de 3 formas: citologia vaginal, dosagem hormonal e mudança de comportamento e anatômicas. Dosagem hormonal: A progesterona será avaliada, se ela estiver entre 1-3 vai estar na pré ovulação, uma progesterona de 4-10 vai estar na ovulação pronta para ser fecundada. Na citologia vaginal: entra com o swaab reto e quando chega no assoalho, inclina o swaab, gira para os dois lados (3 vezes cada lado), sempre evitando a parte ventral para não pegar partículas de xixi. No início do proestro as lâminas contêm células parabasais (parece ovo estalado) e no decorrer no proestro a célula fica com uma conformação seca: Estro: será observado células anucleadas e secas: Diestro: essa fase acontece sendo inseminada ou não. Dura de 2-3 meses em cadelas gestantes. Nas gestantes o corpo lúteo declina devido ao início do parto, em cadelas não prenhes ocorre apoptose do CL, é nessa fase que ocorre queda de progesterona, e aumento de prolactina. Também é nessa fase que ocorre piometra, pseudociese. Na citologia vamos voltar a ver as células em formato de ovo com presença de NEUTRÓFILOS PREPARAÇÃO DO MACHO Avaliar histórico reprodutivo, exames físicos, laboratoriais e reprodutivos. Método de coleta: manipulação digital/ estimulação manual. Vagina artificial, eletroejaculação, cauda do epidídimo (em casos de morte de animais com alto valor)A ejaculação do macho ocorre em 3 frações, a segunda é a rica em espermatozóide, enquanto a primeira e a terceira têm mais função de limpeza do canal peniano. AVALIAÇÃO DO SÊMEN Macroscopia: volume, cor, aspecto, odor Microscopia: (pega 10 microlitros com pipeta graduada), a motilidade deve ser no mínimo 70%; vigor que é a qualidade de movimento avaliar de 1-5 (sendo 5 está retilíneo, progressivo e rápido); concentração do sêmen (200x10^6 spt/mil) se conta pela câmera de new Bowman; morfologia ver se possui espermatozóides com cauda enrolada, defeito de cabeça etc. Método de inseminação: o principal é o fundo vaginal, mas pode ser feito intrauterina ou transcervical (é melhor pois atravessa a cérvix, mas o custo é alto). Na hora de inseminar com a pipeta, entra da mesma forma que entrar com o swaab de citologia, após depositar o sêmen no fundo da vagina, empurra uma seringa com ar para auxiliar a empurrar o sêmen (pode ter um pouco de refluxo em cadelas pequenas ou ao colocar volume de sêmen maior que o necessário). Uma spitz por exemplo dá para inseminar com 2 ml de sêmen, 2,5 no máximo. Uma cadela geralmente pode ser inseminada duas vezes (em um intervalo de 48 horas) que está dentro do pico de ovulação. Sempre na segunda inseminação faz a lâmina e vê se está no cio. Se a lâmina tiver esquisita, faz a progesterona novamente, se estiver na faixa de 9/10 ainda tem chance de realizar a inseminação. FASES DO PARTO Parto normal: conhecido como parto eutócico, irá ocorrer mudanças a nível hormonal, sendo o feto o principal fator para iniciar o parto (a maturação pulmonar do feto irá desencadear). A mãe terá pouca influência para desencadear o parto. Quando o feto está desenvolvido, o miométrio que antes estava quiescente, voltará a sofrer estímulos para contração. O ambiente uterino para animal maturado fica inapropriado (devido ao seu tamanho, divisão de espaço com os fetos, aporte nutricional, mudanças de pressão e glicose sanguínea), todos esses fatores geram estresse fazendo com que ative o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal que irá liberá cortisol fetal. O neonato sofrerá maturação pulmonar que é estimulada pela liberação de cortisol, produzindo o agente surfactante para que os pulmões não colabem. Desenvolvimento do eixo hipotálamo-hipófise adrenal: estresse à liberação de hormônio de liberação de corticotrofina à ação sobre células corticotróficas da hipófise à liberação de ACTH pela hipófise à ação sobre a adrenal fetal à liberação de cortisol à estimula placenta a converter progesterona em estrógeno à aumenta a resposta do miométrio da ocitocina, relaxamento da cérvix deixando dilatada e maleável e estimula liberação de prostaglandinas pelo útero (auxilia contratilidade). Fase de preparação do parto (fase prodrômica): animal busca isolamento, a porca e a cadela formam ninhos, cadelas apresentam queda de temperatura. Outros sinais observados é a inapetência em cadelas; ansiedade, agitação e colostro nos tetos de éguas; Vacas comm andar inseguro e relaxamento da musculatura da garupa. Fase de dilatação fetal (fase de insinuação): começa logo após as mudanças bioquímicas da cérvix, se estende desde o período de contrações uterinas até o rompimento das membranas fetais. As contrações geralmente começam fracas e irregulares, porém quando o feto começa a passar pelo canal pélvico, fica mais forte e regular. Fase de expulsão: última fase do parto, desde a ruptura das bolsas fetais até o nascimento do feto. Após o nascimento, o neonato possui uma reserva de glicogÊnio na musculatura cardíaca o que mantém a atividade cardíaca no pós-parto imediato, mesmo na ausência de oxigênio. Puerpério: período de recuperação dos órgãos reprodutivos após o parto. é dividido em 2 fases, delivramento (pós-parto até eliminação das membranas fetais) e fase de involução uterina (retorno do útero a condição normal e aptidão para uma nova gestação). Delivramento em bovinos: Dura de 30 minutos a 8 horas, passou de 12 horas o puerpério é considerado patológico. Involução uterina em bovinos: Ocorre associado a redução das carúnculas. A involução é lenta de 30-60 dias em taurinos e 100 a 120 dias em zebuínos. Os lóquis (secreções fisiológicas eliminadas no puerpério) pode ocorrer até os 14 dias pós-parto, podendo demorar até 30 dias para desaparecer totalmente. Delivramento em equinos: ocorre de 15-90 minutos após o parto eliminando a placenta intacta. A placenta equina deve ser avaliada após sua eliminação para obter informações sob o status uterino. Involução uterina em equinos: ocorre entre 10-14 dias. É comum ocorrer infecção estreptocócica do endométrio que irá alterar a coloração desse lóquio, porém é uma infecção autolimitante. O ciclo estral reinicia de 6-14 dias após o parto conhecido como “cio do potro”, porém o endométrio ainda se encontra desorganizado. Em casos de acúmulo de lóquio ou infecção uterina, pode gerar cobertura infértil ou morte embrionária. Delivramento suíno: logo após o parto junto com os leitões correspondentes ou em até 4 horas. Involução uterina em suínos: é rápida, com lóquio claro e escasso. Restos placentários intra-uterinos são absorvidos. Delivramento em cães e gatos: as membranas fetais são expulsas junto com o feto ou logo após. A eliminação do lóquio é feita de 3-6 semanas pós-parto de cor serosanguinolenta. Involução uterina de cães e gatos: ocorre 12 semanas após o parto. Fêmeas que passam por distocia, podem ter redução do tônus uterino, retendo lóquio e placenta podendo gerar infecções. PATOLOGIAS DA GESTAÇÃO EM CARNÍVOROS Distocia: dificuldade de nascer ou inabilidade materna em expelir os fetos pelo canal do parto, sem assistência. A distocia de origem materna corresponde a 75% dos casos, podendo ser devido a inércia uterina primária (falta dos sinais da segunda fase do parto), como nos casos de gestação de feto único (devido a só ter um feto, o animal pode ter ausência de estímulo endócrino devido a falta do estresse). Ou pode ser por inércia uterina secundária, quando o útero perde a capacidade de contrair em situações de ninhadas grandes, ruptura/torção uterina, vulva infantil, etc. *O estresse materno pode gerar incapacidade de contração do útero, pois ocorre liberação de adrenalina, competindo com os receptores de ocitocina. A distocia de origem fetal corresponde a 25% dos casos. Pode ser por deficiência de corticosteróides na adrenal do feto, falhas de desenvolvimento, alterações na estática fetal, etc. Sintomas da distocia: queda da temperatura, animal tem alterações comportamentais sem sinais de parto (ocorre contração mas não possui uma evolução com aparecimento de placenta). Diagnóstico: das distocias se baseia na anamnese, radiografia e ultrassom. Tratamento das distocias: pode tentar realizar manobras obstétricas como uso de lubrificantes, posicionar fetos mal posicionados, mas sempre com cuidado para não ocorrer fraturas. O tratamento medicamentoso deve ser feito nos casos em que as fêmeas possuem boas condições, ausência de obstrução, dilatação do canal do parto, tamanho dos fetos proporcionais e se não houver estática fetal. Gluconato de Ca a 10% na dose de 0,2 ml/kg/IV é indicado para aumentar as contrações, deve-se sempre monitorar os batimentos cardíacos pois causa aumento da frequência. Também é realizado ocitocina 5-10 UI/ IM ou SC/ em intervalos de 30-40 minutos podendo ser realizado até 3 vezes (após isso, organismo não responde). O tratamento cirúrgico é indicado em inércia uterina ou que não responde a tratamento medicamentoso. Aborto: expulsão prematura de um ou mais fetos, antes do período correto. Entre as causas temos infecciosas (brucella abortus), não infecciosas (traumas), e induzidos (por fármacos). Caninos: O estrógeno age como contraceptivo na primeira fase da gestação (0-22 dias), se faz uso de dietilbestrol (DES) ou cipionato de estradiol (ECP). Prostaglandinas para aborto se usa entre 35-40 dias de gestação, a mais utilizada é o dinoproste. Após os 35 dias, utiliza inibidores de prolactina como bromocriptinae cabergolina, esses medicamentos podem ser associados a PGF2 alfa como bromocriptina + dinoproste. Em felinos: utilizar prostaglandinas (efeito luteolítico direto) ou inibidores de prolactina (luteólise indiretamente devido ao efeito luteotrófico da prolactina) como a bromocriptina e a cabergolina. A obtenção de melhores resultados é começar o tratamento após 40 dias de gestação. Os efeitos colaterais podem ser vocalização, taquipnéia, hiperemia de vagina, prostração, micção, defecação e diarréia. Bromocriptina- 2 mg/animal VO 1 vez/dia. Cloprostenol- 0,25 mg/kg/ SC/ BID/ 5-6 Dias. 0,5-1,0 mg/kg/sc/SID. 2mg/animal/ VO/ até abortamento. Cabergolina- 5 mg/kg/dia VO/ 5 dias. Fase correta de aplicar o anticoncepcional: no anestro (interrompe o ciclo), deve-se realizar citologia para confirmação. Se fizer no proestro (interrompe atividade ovariana para não ovular). A pior fase para aplicação é no diestro. Sintomas do aborto: apatia, anorexia, lambedura constante da região genital, secreção de cor escura sem odor (se for secreção esverdeada sem cheiro, é fisiológico, útero verdina ocorre no momento da descolação da placenta), massas abdominais palpáveis, útero sem tonicidade. Diagnóstico: ultrassonográfico, para ver viabilidade fetal e determinação do estado do útero. Dosagem sérica de progesterona descarta o aborto por hipoluteolismo. No raio-x só conseguimos ver se for fetos macerados e fetos enfisematosos. Manutenção da gestação (quando morre um, mas ainda tem fetos viáveis), no caso de deficiências hormonais hipoluteolismo: utilização de progesterona (2,5 a 5 mg, IM, 2X por semana do 15 até o 55 dia da gestação) e controle minucioso da evolução dos fetos viáveis- US. Se for hipotireoidismo faz levotiroxina sódica 0,2 mg.kg VO de 1-2 vezes ao dia e utilizar antibiótico para prevenir infecções uterinas (cefalexina, ampicilina, penicilina, eritromicina) Manutenção da gestação por causas infecciosas: deve-se analisar qual o agente infeccioso, a opção de tratamento mais indicado (para fêmea e feto) e acompanhar viabilidade fetal Quando não interessa a gestação, mas sim o potencial reprodutivo (não quer castrar): tratamento para o esvaziamento total do útero e prevenção de possíveis infecções que comprometam a fertilidade da fêmea. Clorprosterenol (1-5 ug/kg SC, SID por 5 dias); Alfaprostol (20 ug/kg, BID por 5 dias), PGF2alfa (250 ug/kg, SID, por 5 dias) Quando a morte fetal se produz na fase final da gestação (57-58 dias): vai para cesariana de emergência para salvar demais fetos que já devem estar desenvolvidos. MORTE FETAL Maceração fetal: invasão de microrganismos no ambiente intrauterino destruindo partes moles do feto e o esqueleto fica totalmente desnudados, iremos ver um esqueleto solto, com presença de líquido (que pode ser purulento). Seu diagnóstico: é sintomático com secreção vulvar de cor cinza-escura bastante tempo depois do parto, diminuição do tamanho abdominal que aumentou durante a gestação (destruição das partes moles do feto). No raio x tem presença de restos de esqueletos fetais no útero, os microrganismos não produzem gás na maceração, o que difere do processo enfisematoso que tem microrganismos produzindo gás. No USG será visto presença de restos de esqueletos. O tratamento: de eleição é o OSH, não se deve apenas retirar os restos do esqueleto e deixar o útero, pois o útero está muito reativo e cheio de microrganismo podendo gerar infecção, além de ocorrer fibrose endometrial irreversível (útero não fica viável a reprodução). A antibioticoterapia pode não acabar com a infecção. Mumificação fetal: alteração resultante da morte do feto, com sua reabsorção incompleta, ocorrendo após formação de placenta, ocorre perda dos líquidos associados aos fetos e anexos fetais que serão reabsorvidos, deixando o ambiente desidratado. Não tem microrganismos associados (o que diferencia da maceração e de fetos enfisematosos), o feto morre e o corpo tenta reabsorver. Sua causa é multifatorial Sinais clínicos: desconforto abdominal, com regressão de tamanho da barriga, USG, Tratamento: OSH Feto enfisematoso: presença de ar no interstício do tecido conjuntivo do feto. Através da cérvix, penetra no útero grávido bactérias anaeróbicas que são responsáveis pela putrefação do feto. A presença de gases no raio-x se aparece de forma enegrecida, imagens mais radiolúcidas. Sinais clínicos: toxemia, dilatação de abdômen (devido ao gás), secreção de odor fétido. Diagnóstico: através de sintomatologia +exames de imagem. Tratamento: OSH, antibioticoterapia Fluidoterapia (terapia de suporte) PATOLOGIAS DA PLACENTA Descolamento de placenta: ocorre mais normalmente em mulheres. Sintomas: secreção vulvar de cor verde (uteroverdina e sem odor), apatia, anorexia, lambedura constante da região genital, massas abdominais palpáveis, útero sem tonicidade. Se a secreção aparece em qualquer momento da gestação, mas não durante o parto, está ocorrendo descolamento prematuro da placenta que anuncia uma provável morte fetal. Causas mais comuns: são as traumáticas, nutricionais, hormonais ou bacterianas. Diagnóstico: é por ultrassom para avaliar grau de descolamento e viabilidade fetal, dosar grau de progesterona. Tratamento: evitar situações de estresse e movimentos bruscos, se for devido a progesterona, deve-se administrar e fazer acompanhamento ultrassonográfico. Caso a continuidade da gestação não seja indicada: utilizar prostaglandinas para eliminação de fetos mortos, dos envoltórios fetais e das placentas. Além de antibioticoterapia para prevenir possível infecção. Porém se o descolamento acontecer no final da gestação, deve ser enviado para cesariana. Retenção de placenta: não é comum acontecer, geralmente ocorre em casos de parto demorado ou distocias. Uma placenta retida por 12-24 horas começa caso de metrite podendo evoluir para necrose da parede uterina. As causas podem ser por esgotamento da força de contração no parto, hipocalcemia, alterações hormonais e é mais comum em raças pequenas. A secreção varia de verde escura a enegrecida com palpação de massa firme dentro do útero. O diagnóstico é clínico, e ultrassonográfico. Diagnóstico diferencial de metrite (hemograma com sinais de infecção). Tratamento: quando acontece o parto em poucas horas, sem metrite pode utilizar gluconato de cálcio 3-10 ml IV lenta com monitoramento cardíaco, seguido de administração IM de 0,5 UI de ocitocina, para tentar expulsão da placenta. Porém se já tem muitos dias/horas do parto, culminando com metrite, deve encaminhar com OSH. Metrite: afecção pós-parto, caracterizada a inflamação bacteriana aguda que afeta útero e paredes uterinas associada a distocias, fetos ou placentas retidas e manipulações obstétricas exacerbada. Os sintomas: incluem hipertermia, depressão, anorexia, vômitos, secreção vaginal negro-esverdeada com odor pútrido, útero aumentado de tamanho na palpação. Diagnóstico: no usg pode ser visto acúmulo de líquido, restos placentários, fetos mortos. O raio-x pode ser visto aumento uterino e fetos retidos (não dá tantas informações). Hemograma apresenta leucocitose neutrofílica. Tratamento: terapia de suporte (fluidos e antibióticos, pode realizar tentativa de eliminar conteúdo uterino com maleato de ergonovina (0,2-0,5 mg/15 KG por 5 dias) e prostaglandina (em fêmeas debilitadas não é indicado, pois debilita mais ainda). Cuidado com metrite que ocorrem há muito tempo, pois pode gerar septicemia. Se o animal não tem importância reprodutiva faz OSH. PIOMETRA Ação da progesterona atuando no útero durante o ciclo estral, quando chega no diestro tem pico de progesterona pelo corpo lúteo, causando hiperplasia endometrial cística. O pico de progesterona diminui a defesa natural do útero, aumento do muco e menor contração uterina. Os 3 fatores são um ambiente propício para proliferação de bactérias na cavidade uterina. Pode ocorrer uma infecção ascendente, geralmente ocorre por escherichia coli que vem do trato gastrointestinal (ânus) e se desenvolve no útero se aderindo aos receptoresde progesterona, também ocorre por streptococcus. 20% das cadelas não castradas podem desenvolver piometra até os 10 anos. E 2,2% das gatas não castradas. Acontece mais na cadela do que em gatas, isso é devido pois em cadelas têm o cio de 6 em 6 meses (se reproduzindo ou não), tendo pico de progesterona todo cio. Já as gatas não têm o cio regulado, seu pico de progesterona depende da ovulação, ou seja, necessita que ocorra estímulo sexual. Piometra hipertrófica: mais comum em felinos, possui pouco conteúdo, com parede mais espessa. Piometra atrófica: normalmente em cadelas com maior quantidade de conteúdo e parede mais fina. Sinais clínicos: ter saído do cio recentemente, distensão abdominal, dor abdominal aguda, hipertermia, anorexia, apatia, bradicardia/taquicardia, hipotensão, choque, secreção vulvar ou não, é comum ter IRA por depósito de imunocomplexos nos néfrons, paciente aumenta ureia e creatinina, glomerulonefrite. O USG é exame de diagnóstico, porém não diferencia piometra, mucometra, hemometra (ruptura de vasos no útero) e hidrometra, essa diferenciação é feita caso a piometra seja aberta e veremos a coloração da secreção que está saindo. É comum ter leucocitose, mas uma leucopenia pode aparecer em casos de piometra que estão instaladas há muito tempo, a medula não está respondendo mais a infecção. Piometra de coto: ocorre quando se deixa resquícios de ovário. Obs.: se o animal não saiu do cio a pouco tempo, investigar outras causas de dor abdominal aguda, como pancreatite. Como agir em casos de piometra: Avaliar os sintomas do paciente e tratar. Se estiver hipotensa-restabelece pressão; hipertermia -aplica dipirona; para a dor- analgesia; desidratação-fluidoterapia; em casos de vômito- antiemético. Piometra fechadas (cérvix fechada) tem mais chance de serem de emergência, pois acumula mais rápido e a chance de romper é maior, quando comparado a piometra aberta. Piometras abertas com pequenas dimensões e animal estável (pode aguardar exames de sangue); piometras abertas e com grandes dimensões e o exame não for obtido rapidamente, irá para cirurgia de emergência. Animal em sepse, cirurgia de emergência. Casos de hidrometra não é emergência tendo em vista que é um líquido estéril, já a mucometra (estágio antes da piometra) e a hemometra (paciente tá perdendo sangue e a depender do grau pode necessitar de transfusão sanguínea) podem evoluir para piometra Um animal com feto mumificado terá corpo lúteo. Feto macerado o animal terá corpo lúteo. Uma infecção uterina pode ser que o animal tenha corpo lúteo. O corpo lúteo quando há infecção uterina é uma das razões para que se estabeleça a infecção uterina porque o útero está flácido, sua irrigação está diminuída, a migração de células de defesa está diminuída.
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