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AULA 22/02 O sistema nervoso e o endócrino iniciam e regulam as funções do sistema reprodutivo por meio de hormônios (mensageiros químicos) que inibem, estimulam ou regulam os órgãos ou tecidos-alvo (gônadas). Existem hormônios 1. Hidrossolúveis: que se ligam a receptores específicos na membrana celular e podem ser proteicos ou peptídicos, e 2. Lipossolúveis: que atravessam a membrana celular por difusão simples, possuem receptores nucleares e são esteróides. Transmitem a informação de modo autócrino (célula alvo é a mesma que produz), parácrino (célula alvo é adjacente) ou endócrino (célula alvo é distante). Produzidos:: Hipotálamo: GnRH, liberador de gonadotrofina, GNRH, TRH, CRH e PIF Hipófise posterior: Ocitocina Hipófise anterior: LH, FSH, Prolactina Gônadas: andrógenos no testículo, estrógenos e progestinas nos ovários e inibina e ativina. Útero e Placenta: prostaglandinas, relaxina, hCG/eCG, lactogênio placentário. Os hormônios possuem dois mecanismos de ação: estimulação ou retroação positiva, ex: estrógeno na fase pré ovulatória estimula a liberação de pico de LH e inibição ou retroação negativa, ex: GnRH estimula FSH que estimula estrógeno que estimula inibina que, por fim, inibe FSH. GnRH, hormônio liberador de gonadotrofina é um decapeptídeo (10 aminoácidos) produzido no hipotálamo e possui ação neuroendócrina e endócrina estimulando a secreção de FSH e LH. Progesterona e Inibina interagem com ele por retro-inibição e Estrógeno por retro-estimulação. FSH, hormônio folículo estimulante é uma glicoproteína com duas subunidades alfa e beta produzido na adeno-hipófise (hipófise anterior) de secreção tônica e pulsátil e possui ação endócrina estimulando o crescimento e maturação oocitária e secreta estrógeno em presença de LH. Estrógeno, Progesterona e Inibina interagem com ele por retro-inibição. LH, hormônio luteinizante é uma glicoproteína com duas subunidades alfa e beta produzido na hipófise anterior (adeno-hipófise) de secreção tônica e pulsátil e possui ação endócrina estimulando o desenvolvimento folicular (junto com o FSH), a ovulação e as células intersticiais de Leydig (produção de andrógenos). P4 interage por retroinibição e o Estrógeno no núcleo pulsátil por retro-estimulação. Inibina, hormônio proteico é produzido pelas células da granulosa nos ovários e inibe a liberação de FSH hipofisário e é parcialmente responsável pela liberação diferencial de LH e FSH pela hipófise. Os hormônios esteróides seguem o trajeto de: colesterol (27 C)→ pregnenolona (21 C)→ progestágeno (21 C)→ testosterona (19 C)→ estradiol (18 C). Estrógenos, ex: estradiol, estrona e estriol, possuem ação de induzir comportamento de cio na fêmea, mitose do endométrio e miométrio, pelas características sexuais secundárias e estimular o desenvolvimento da glândula mamária. FSH e LH interagem por retro-inibição no núcleo tônico e o LH por retro-estimulação no núcleo pulsátil. Progesterona é produzida nas células luteínicas do corpo lúteo, na placenta e na glândula adrenal e possui ação de: estimular a produção de glândulas secretoras do endométrio, inibir a motilidade do miométrio, induzir o comportamento de cio, estimular o tecido secretor (alvéolos) na gl. mamária, inibir o cio e o pico ovulatório de LH e estimular o ganho de peso. Age por feedback negativo no núcleo pulsátil. Prostaglandinas (PGE2 e PGF2 alfa), ácidos graxos de meia-vida curta, derivam do ácido aracdônico e são produzidas em quase todos os tecidos e possui ação de contrair o músculo liso (TGI e reprodutor) e o miométrio, dilatar os vasos no parto, estimular a ejeção de leite e de luteólise. Aula 23/02- gametogênese em fêmeas Adenohipófise produz hormônios do tipo gonadotrofinas (trofina=estímulo). Ovários possuem duas funções: 1. Endócrina: faz esteroidogênese, produção de E2 e P4; 2. Exócrina: produção cíclica de oócitos ou ovócitos. E pode ser separado em duas partes: cortical (epitélio germinativo, folículos em desenvolvimento, túnica albugínea, corpos lúteos e células intersticiais) e medular (rica em vasos sanguíneos, tecido conjuntivo frouxo e células intersticiais ou de Leydig). obs: em éguas, a relação córtex-medula é invertida. Todos os oócitos são desenvolvidos em vida fetal (células germinativas primordiais 2n→ oogônias 2n→ oócitos n). No nascimento, ocorre a atresia folicular ou apoptose e os oócitos passam de bilhões para milhões. Na puberdade, ocorre a atresia folicular também passando de milhões para milhares. O oócito é o gameta feminina, célula n, e fica revestido por camadas de células chamadas de folículo. Existem 5 tipos de folículos: Primordiais de reserva (folículos antes da puberdade ou que não estão ciclando), Primário, Secundário ou Pré-antrais, Terciários ou Antrais e Pré-ovulatórios. Primordiais de reserva, estacionários: composto por um oócito dictiado (parado, estacionado) em P1/ prófase 1, envolto por uma camada de células foliculares planas e lâmina basal, sem receptores para hormônios gonadotróficos (LH e FSH) e degeneram por apoptose. Não se desenvolvem por gonadotrofinas e sim por concentração de glicose, a.a, leptina, cortisol, t4, etc. Primários, puberdade: um oócito dictiado em P1 com zona pelúcida (camada de proteção) envolto por uma camada de células da granulosa cubóides e lâmina basal, fora da lâmina basal está o estroma (tecido de sustentação) diferenciado em células da Teca. Sem receptores para FSH e LH Secundário: um oócito dictiado em P1 com zona pelúcida envolta por múltiplas camadas da granulosa que produzem fluido folicular ou antro, lâmina basal e células da Teca proliferada e diferenciada em interna e externa. Com receptores para hormônios gonadotróficos e secretam esteróides pela Teca. Terciário: um oócito em meiose na metáfase 2 com zona pelúcida, múltiplas camadas da granulosa, muito fluido folicular empurrando o ovócito para a periferia, lâmina basal e teca proliferada. Intensa secreção de teca e granulosa. Obs: após o rompimento da lâmina basal, todo o fluido sai junto com a zona pelúcida, as células da granulosa e o oócito. Zona pelúcida é uma capa de proteção composta por glicoproteínas, proteínas e polissacarídeos, é uma camada acelular e gelatinosa que está entre a superfície do oócito e as células granulosas que é responsável por reconhecer o espermatozoides em estágios iniciais da fertilização e pela antigenicidade. Células da granulosa são células planas ou cubóides que sofrem muita mitose em resposta ao estrógeno e fatores intra-ovarianos. Produzem estrógenos (esteroidogênese) e possuem receptores de FSH em folículos antrais. São responsáveis por: controlar o amadurecimento e crescimento do folículo, produzir o fluido folicular ou antro e preparar o ambiente folicular para formar o corpo lúteo e auxiliar os espermatozoides no processo de fecundação. Células da Teca respondem ao estímulo de LH produzindo andrógenos (testosterona e estrógenos). Em fêmeas, a meiose é diferenciada. No final da primeira meiose, um dos oócitos é inviável e é chamado de corpúsculo polar. O viável se desenvolve normalmente e sofre meiose. Porém um dos oócitos formados também não se desenvolve e assim, no final da meiose, apenas um dos oócitos será um gameta. Para um oócito ovular, vários folículos são degenerados (atresia) em casos de mono ovulatórias pois apenas um deles apresenta dominância folicular. A dominância folicular se dá pela maior presença de receptores para FSH e LH e pela síntese de inibina. Em espécies multi ovulatórias, o papel da inibina não é tão acentuado. O corpo lúteo é um órgão endócrino temporário que produz progesterona para garantir a gestação e é subsequente ao corpo hemorrágico e à ovulação. O corpo hemorrágico é formado pelo coágulo mais as células da granulosa que sobraram, após certo tempo o coágulo é absorvido pelo organismo. As células da granulosa sofrem luteinização por ação do LH e hipertrofiam. As células da Teca degeneram-se em 24 horas. Em todas as espécies, com exceção da égua, o corpo lúteo é maior que o folículo ovulatório. Se nãoocorrer a luteólise, o CL regride pela diminuição do aporte sanguíneo, da granulação citoplasmática e pela vacuolização celular mediado pela PGF2alfa (produzida pelo endométrio). AULA 01/03 VACA Ciclo estral é o período entre dois estros consecutivos e envolve o crescimento dos folículos ovarianos e ovulação, em vacas dura 21 dias (entre 17 a 25 dias), elas são poliéstricas não estacionais/ sazonais ou poliéstricas anuais (vários ciclos ovulatórios ao longo do ano) e não apresentam estação de monta. A ovulação é espontânea, única (90%) e no ovário direito (60%). Ocorrem de duas a três ondas foliculares a cada 7 dias. Ovulação ocorre 12 a 14 horas após o término dos sinais de cio Proestro: desenvolvimento folicular da onda ovulatória (dura até 24h)- começam os sinais de cio mas não aceita monta Estro: receptividade da fêmea (pico de LH, dura 18 horas aprox., 12-30h)- aceita monta Metaestro: formação do CL funcional (nas vacas, a ovulação marca o início do metaestro e dura de 3 a 5 dias) Diestro: fase luteínica (corpo lúteo funcional, predomínio de progesterona, termina com a luteólise e dura 15 dias) Anestro: quiescência reprodutiva, sem desenvolvimento folicular. não tem CL Anestro pós parto: dura aprox. 30 até a próxima ovulação, 10-110 dias. Varia com a condição corporal, a duração da amamentação, a condição nutricional, a precocidade, etc. Comportamento de cio: o estrógeno é potencializado pela pré exposição à progesterona. No início da vida reprodutiva, a ovulação não apresenta sintomas porque não teve a pré- exposição. São visiveis: mugidos, comportamento homossexual (aceitam a monta), tampão mucoso, vacas mais ativas e micção frequente. Há falhas, em dias quentes as vacas não montam, por isso utilizam o rufião (touro com desvio de pênis) com buçal marcador, por exemplo. Erros na detecção do cio levam ao aumento do intervalo entre partos que diminui a produção leiteira e aumenta o gasto com alimentação. O ideal seria a detecção de cio de 90% das vacas, com o intervalo entre partos de 12 meses e 70% das vacas prenhe. BÚFALA São poliéstricas estacionais ou sazonais, anestro de primavera: ciclam quando número de horas de luz diminui (março à junho), são sensíveis ao fotoperíodo negativo (a redução do número de horas de sol por dia é percebido pela retina e, assim, aumenta a secreção de melatonina pela pineal que estimula a secreção de GnRH), puberdade é variável aprox. 21 meses (15-36 meses) e 60% pv adulto. Ciclo estral de 21 dias Proestro: 12 a 24 horas, fêmeas não são receptivas, cauda erguida, mugido intensos e edema vulvar (não apresentam comportamento homossexual) Estro: 12 horas aprox. (20-27 horas) Metaestro: ovulação, 3 a 5 dias Diestro: CL funcionante, 16 dias Período de gestação é variável com as subespécies: “do rio” e “do pantano”. Fases da onda folicular: Recrutamento, Seleção e Dominância. Inseminação artificial- IA: assumiu escala comercial em 1950 com a criopreservação, é a mais simples e a mais amplamente empregada na espécie bovina. É a ferramenta que engloba desde a colheita do semen até a introdução no aparelho genital feminino por meio de recursos artificiais objetivando a concepção. Permite o controle da transmissão de doenças infectocontagiosas, como brucelose e tuberculose, o incremento do melhoramento genético e da produção animal, maior número de descendentes por reprodutor, o aprimoramento do controle zootécnico, encurtamento da estação reprodutiva e concentração de partos, a racionalização do manejo reprodutivo. Porém há desvantagens como: má escolha do touro, processamento errado do semen, armazenamento incorreto, falta de higiene, redução da variabilidade genética, por má escolha, e o sucesso depende da detecção correta do cio. Etapas: colheita, avaliação, processamento (congelação), manipulação e técnica de IA. Introdução da vaca no cio, descongelamento, limpeza da região perineal, abertura dos lábios vulvares e introdução do aplicador tomando cuidado para não introduzir no óstio uretral, deposição no corpo do útero. AULA 02/03 AULA 08/03 A taxa de concepção depende da manifestação e detecção do estro, e da taxa de fecundação de oócitos ovulados. CADA ONDA FOLICULAR DURA 7 DIAS Indução: provocar o estro e a ovulação em fêmeas que estão em anestro (por exemplo, induzir puberdade ou anestro lactacional), por meio do uso de hormônios e/ou práticas de manejo. A ação do estradiol é potencializada pela pré-exposição à progesterona, por isso que na primeira ovulação, não tem manifestação do cio (ovulação assintomática). Em anestro, não tem hormônios suficientes para ovulação, existe crescimento folicular mas ele entra em atresia. Com o implante de progesterona por 7-8 dias, a P4 sensibiliza o hipotálamo e possibilita a maturação do folículo para ovulação (aumento de E2 e pico de LH). O uso de P4 por mais de 7 dias diminui a qualidade do oócito. Para sincronizar as ondas, se usa P4 e E2 exógenos pq eles juntos inibem o LH e o FSH. Logo, reiniciam a onda folicular e possibilitam uma maior sincronicidade das vacas, pq vc não sabe em que fase do crescimento folicular elas estão. Sincronização: manipulação do ciclo estral, por meio do uso de hormônios ou associações hormonais que induzem a luteólise ou alongam a atividade do CL (fêmeas devem estar ciclando). Prostaglandinas induzem a luteólise, só funcionam no diestro entre o 5º e 16º dia do ciclo estral pq deve ter o CL funcional. O Estro acontece de 2 a 6 dias após a aplicação de Prostaglandina. eCG tem função de FSH e LH e é utilizada para estimular o crescimento dos folículos, não é crucial, utilizada em momentos específicos. Análogos do GnRH estimulam a liberação de FSH e LH. Se usa o protocolo de Ovsynch quando você sabe que tem um folículo dominante. -Para vacas leiteiras de alta produção: Primeiro inserir P4 e aplicar E2, 7 a 8 dias depois retirar o P4 e aplicar Prostaglandina e eCG. Depois de 2 dias aplicar GnRH ou BE (estrógeno) e depois de 12h IA. Começar 10 dias antes. 1º dia: P4 e E2, 8º dia: retirar implante e aplicar PG2 alfa (eCG não obrigatório), 9º dia: E2 e 10º dia: IA. 09/03 Programa de transferência de embriões- TE (produção in vivo): embrião é formado no ventre da doadora e depois é implantado na receptora. Vantagens: Melhor aproveitamento da genética materna, redução do intervalo entre gerações, controle da transmissão de doenças infectocontagiosas e facilidade de comércio (produção in vivo e depois congelar, melhor que vender uma novilha). Dificuldades: Processo trabalhoso, alto custo financeiro, necessidade de preparação técnica e discrepância nas respostas aos tratamentos hormonais (quantos embriões a vaca vai dar). Retirada de 6-8 embriões por coleta, mas apenas 3-4 são implantados com sucesso. Sendo que são 4 coletas por ano aproximadamente. Nos meses mais quentes, as vacas -principalmente as leiteiras- têm menor chance de sucesso na IA, por isso se utiliza TE. A Receptora deve ser uma vaca com boa habilidade materna, bom escore corporal, boa rusticidade (ideal as mestiças e não novilhas), porte adequado com a raça do embrião a ser transferido, estejam livres de doença ou anomalias do trato digestivo (ex. não ter tido aborto) e atividade cíclica regular. Colocar o embrião 6 dias depois da ovulação para mimetizar ao máximo uma gravidez normal. A Doadora deve ter genética superior para o que o produtor busca e bom índice zootécnico. Atividade cíclica regular, não apresentar anomalias congênitas, livre de doenças infecto-contagiosas e bom escore de condição corporal. Para Superovulação: observar o cio e aplicar FSH no momento de Recrutamento, utiliza-se o segundo ciclo. Protocolo: 1) após a observação de cio/estro, contasse 9 dias e depois começa a aplicação de FSH (pq o folículo deve estar na fase de Recrutamento) a cada 12 horas, 8 vezes, em dose decrescente. Na 5ª aplicação, se aplica PGF2 alfa. No 12º dia acaba a aplicação e depois de 24h ou 48h, se faz a inseminação duas vezes em intervalo de 12 horas por ter mais de um oócito. Impossibilidade de controlar quando éa emergência folicular, grande variabilidade de resultados pois precisa analisar os momentos de cio corretamente e grande variação do desenvolvimento dos embriões coletados (embriões em estágios diferentes). 2) SOVTF e TETF: implante vaginal ou auricular mais aplicação de estrógeno. Dia 0, implante P4 e E2, a partir do dia 4 começa aplicações de FSH decrescente a cada 12 horas, 8 vezes. No 6º dia, PGF2 alfa e no 7º dia, retirar implante. No 8º, aplicar E2, GnRH ou hCG (semelhante ao LH) e, 12 horas após, inseminação. E uma próxima inseminação 12 horas depois da última IA. Elimina a detecção de cio, evita uma possível necessidade de IA noturna, melhora a sincronização da ovulação e estágio de desenvolvimento dos embriões, melhor aproveitamento do semen e melhor taxa de ovulação. Coleta de embriões 6 a 8 dias depois da primeira inseminação e aplicação de PGF2 alfa para evitar uma possível gravidez. Ambiente limpo com sonda, mangueira e filtros siliconados estéreis e higienização da doadora. US para procurar superovulação, se sim: vaca no tronco de contenção, anestesia epidural, lavagem uterina (6-8 dias após 1º IA), introdução e fixação da sonda no corno ipsilateral à ovulação, palpação retal na cérvix para auxiliar a passagem, lavar o filtro e colocar o líquido em placas de petri, … avaliar o estágio do desenvolvimento (sincronia com a receptora) e a qualidade embrionária (capacidade de resistir à congelação/transferência). Estágios do embrião: Mórula não compacta (dia 5-6), Mórula compacta (dia 6), Blastocisto inicial, pouca blastocele (dia 7), Blastocisto, blastocele em grande parte do embrião (dia 7-8), Blastocisto expandido, embrião maior e zona pelúcida menos espessa (dia 8-9), Blastocisto eclodido (dia 9) e Blastocisto eclodido em expansão (dia 9-10). Qualidade do embrião: grau 1, embrião excelente ou bom: blastocisto inicial, massa embrionária simétrica e compacta, zona pelúcida intacta e pouca célula extrusada, menos de 15% (célula não clivada). grau 2, embrião regular: mais células extrusadas, mais de 15 e menos de 50%, zona pelúcida intacta ou não, blastocisto inicial e irregularidades moderadas da massa embrionária (tamanho, cor, densidade, …). grau 3, embrião pobre: desenvolvimento não compatível, 50% da massa é viável e até 75% de células extrusadas. grau 4, embrião degenerado ou morto: desenvolvimento não compatível, 25% da massa é viável. Transferir embriões graus 1, 2 (doadora e receptora devem ter entrado em cio juntas) e 3 (receptoras apresentam estro 24 horas antes ou após a doadora). Envase embrião à fresco para inseminação na vaca receptora, transferência não cirúrgica, receptora precisa de CL para aceitar o embrião. 15/03 INTERSEXO: alteração no desenvolvimento orgânico, que se contrapõem às características determinadas pelo sexo genético (cromossômicos)- características marcantes do mesmo sexo. sexo cromossômico: quem dita são os gametas; sexo gonadal: Sexo fenotípico: características secundárias Primeiro a união dos gametas ocorre (sexo cromossomico). O cromossomo Y tem o gene SRY, e por conta dele, forma-se o testiculo embrionário (sexo gonadal). No testiculo, as células de sertoli produzem o hormonio anti-mulleriano (MIF): que impede a formação do útero, cérvix e vagina, e a testosterona e o 5-DHT: que produz o epididimo, testiculos, ductos deferentes, … (sexo fenotípico). Em fêmeas, a falta do MIF desenvolve as características secundárias femininas. Hermafrodita verdadeiro: possui ambas as gônadas, ovário e testículo. Pseudo-hermafrodita: 1) Masculino: gônada masculina mas com característica sexual feminina. 2) Feminino: gônada feminina mas com característica sexual secundária masculina. Podem ser causadas por fatores genéticos, cromossômicos, insuficiência endócrina do testiculo ou aplicação de andrógenos exógenos na gestante. 3) Freemartinismo: quando ocorre gestação gemelar com fetos de ambos os sexo, acontece uma anastomose dos vasos sanguíneos e há trocas recíprocas de sangue e estruturas orgânicas entre os fetos (passagem de hemácias e leucócitos, de andrógenos, do FDT, do MIF)xxxxxxxxxxxxxxx Mais frequente em bovinos pq não há anastomose de vasos sanguíneos fetais em outras espécies. Sinais clínicos: masculinização da fêmea, alterações de temperamento, maior massa muscular e acúmulo de gordura, alterações de vulva: pequena, pelos longos, pseudo prepúcio, hipertrofia de clitóris a penis hipoplásico e vagina mais curta (4 a 6 cm). Palpação retal: gônadas indiferenciadas e hipoplásicas, agenesia ou hipoplasia de corpo e cornos uterinos, percepção de segmentos tubulares e glândulas rudimentares. Avaliação citogenética: quimerismo XX/XY. Diagnóstico: ambivalência de gônadas e quimerismo. PROLAPSO VAGINAL: mais comum durante o parto Deslocamento da vagina para o exterior da vulva (relaxamento vaginal, aumento do lúmen e força), sendo influenciada pela preposição hereditária e relaxamento de ligamentos pélvicos (aumento da pressão intra abdominal, fêmea idosa e/ou plurípara). Etiologia: exs: agentes mecânicos, obesidade e cervicites e vaginites. -prolapso PARCIAL da vagina: exteriorização de uma porção da vagina, mucosa avermelhada, lesionada e inflamada. -prolapso TOTAL da vagina: permanente, vagina e cérvix exposta, mucosa edematosa, inflamada, infectada, necrótica, retenção urinária por constrição uretral. Diagnóstico: sinais clínicos, diferencial com tumores vaginais e hiperplasia, US: viabilidade fetal e posicionamento vesicular urinário. Tratamento: limpeza e desinfecção, causa base (hidropsia, vaginite etc), redução do prolapso (anestesia epidural) e sondagem vesical. Tratamento: técnicas de manutenção por suturas vulvares. INFECÇÕES VAGINAIS: infecções vulvo vaginais caracterizadas por hiperemia, presença de exsudato purulento e infiltrado inflamatório leucocitário. Vírus, bactérias ou protozoários transmitidos pelo coito, monta natural (Ureplasma diversum, Mycoplasma bovigenitalium e Herpesvirus bovino tipo 1). sinais clínicos: descarga purulenta vulvar, infertilidade , pústulas/ erosão, nódulos marrons ou avermelhados ou nódulos brancos. CERVICOPATIA (rara): congênitas (aplasia segmentar, dupla, curta, retorcida) ou adquiridas (cervicite, prolapso dos anéis cervicais externos, vaginite, endometriose, uso incorreto de pipetas de IA, agente ascendente ou descendente). Cervicite: Sinais: descarga mucopurulenta, repetição de cio, infertilidade, dificuldade de passagem da pipeta de IA. Exame ginecológico: cérvix externa edematosa, vermelha escura, inchada, descarga purulenta e abcessos. Tratamento: Antibioticoterapia, swab com antisséptico nos anéis afetados. UTEROPATIAS, AFECÇÕES UTERINAS: 1) endometrite: infecção uterina que envolve apenas o endométrio (camada mais superficial), ocorre após o parto, cópula, IA, infusão de substâncias irritantes. não há comprometimento sistêmico, útero normal à palpação, exsudato purulento ou mucopurulento. diminui a taxa de fertilidade, para tratar se administra intra uterinamente Cefapirina. 2) metrite: atinge o endométrio, tecidos glandulares e miométrio (camadas mais profundas). infecção com maior prevalência no período pós parto, puerpério. 3) perimetrite: camada serosa do endométrio é atingida. 4) piometra: coleção de exsudato purulento em quantidades variáveis no interior da cavidade uterina e na persistência de corpo lúteo e suspensão do ciclo estral (anestro). 1ª ovulação pós parto ocorre antes da eliminação bacteriana uterina, coleção purulenta inibe a produção endometrial de PGF2 alfa e P4 elevada suprime as defesas uterinas. Normalmente se contamina por Tritrichomonas fetus na estação de monta. Lavagem uterina por sonda para retirar pus e antibioticoterapia. 16/03 PRODUÇÃO IN VITRO DE EMBRIÕES (PIV): Colheita de oócitos da fêmea, maturação in vitro (MIV), fecundação in vitro (FIV), cultivo ou co-cultivo embrionário e transferência embrionária. Limitações: inconsistência dos resultados, taxa excelente de 50%, varia de 20 a 60% e depende de n fatores. custo inicial de implementação da infraestrutura.tempo consumido para executar todo o processo e inexistência de protocolos de criopreservação adequados. in vivo: menor investimentos nas receptoras, escala de produção mais lenta, maior necessidade de mão de obra, maior gasto com semen, embriões congelam bem, melhor em taurinos e resultados variáveis com semen sexado. in vitro: maior investimento em receptoras, escala de produção mais rápida, menor necessidade de mão de obra, menor gasto com semen, embriões congelam pior, melhor em zebuínos e resultados melhores com semen sexado. Colheita dos oócitos: punção ou dissecação folicular (abatedouro), laparoscopia via flanco (técnica cirúrgica) e via tranvaginal por US (não cirúrgica) ou OPU (aspiração de oócitos com anestesia epidural). OPU, folículos aspirados com menos de 2 mm não permite reiniciar a meiose e acima de 8 mm estão em maturação ou atresia, o melhor são os entre 6-8 mm (pré pico de LH), pois tem maior chance de desenvolvimento até blastocisto. 23/03 Embrião: organismo no estágio inicial de seu desenvolvimento, sem características anatômicas para reconhecimento de uma determinada espécie (ex. blastocisto de cadela é igual ao de vaca). período mais crítico pois é quando acontece acontece mortes embrionárias, anomalias fetais e defeitos teratogênicos. Embrião perdido é absorvido. Feto: organismo com características de sua espécie com formação de suas estruturas. (o que muda do embrião para o feto é o tempo, momento da gestação). Período mais longo, com menos problemas e crescimento de tecidos. Concepto: feto ou embrião junto com os seus anexos/ membranas embrionárias ou fetais. 1) período de ovo: fecundação, clivagem e formação do blastocisto 2) período de embrião: eclosão do blastocisto, formação da placenta e mineralização do embrião. 3) período de feto: crescimento do feto e desenvolvimento da placenta, vai até o parto. Fecundação: união do material genético de dois gametas, espermatozóide e óvulo. combinação de genes derivados dos pais e formação de novos indivíduos. Dividida em 5 etapas: 1) contato e reconhecimento do espermatozóide e oócito, é espécie-específico, ligação do sptz à zona pelúcida do oócito (glicoproteínas presentes na ZP de uma determinada espécie são reconhecidas por proteínas da cabeça do SPTZ da mesma espécie e induz a reação acrossomal). 2) digestão enzimática e penetração da zp, Acrossomo é uma organela derivada do Complexo de Golgi e contém enzimas lisossomais, a membrana do acrossomo se funde com a membrana plasmática da cabeça do sptz e as enzimas acrossomais são liberadas para fazer digestão enzimática da ZP. E as células da granulosa induzem a hiper ativação metabólica para que o sptz penetre na ZP por batimento dos flagelos e a cabeça vai até o micro espaço entre a ZP e o oócito (espaço perivitelínico). 3) ligação e fusão com membrana vitelínica (oolema), proteínas da membrana plasmática do sptz encontram as proteínas da membrana plasmática do oócito, mudando a polaridade da membrana plasmática, a fusão é possível e o sptz envia seu núcleo. após o núcleo espermático entrar, o oócito faz o bloqueio à polispermia liberando os grânulos corticais (vesículas citoplasmáticas) que impedem que os sptz se liguem as proteínas da MP do oócito. 4) fusão do material genético dos pronúcleos masculino e feminino: duração de 12 horas, formação do pró núcleo masculino, nesse momento o oócito em metáfase 2 termina a meiose e ocorre a liberação do segundo corpúsculo polar. 5) ativação do óvulo e início do desenvolvimento, mudanças no citoplasma do oócito para começar o desenvolvimento embrionário para ativação metabólica. Zigoto: embrião de uma única célula FASE INICIAL, inicia o processo de clivagem, divisões mitóticas extremamente rápidas com formação de inúmeras pequenas células (blastômeros). a primeira clivagem acontece de 11 a 20 horas depois da fecundação e a segunda clivagem acontece de 2 a 3 dias. o embrião ainda está cercado pela ZP que limita a expansão do embrião mas o protege. No processo de compactação de mórula para mórula compacta, a camada externa das células (blastômeros indiferenciados) se diferenciam em trofoblastos/trofectoderme. De mórula compacta para blastocisto, células do trofoblasto passam a secretar fluidos para a cavidade do embrião chamado de blastocele (cavidade do blastocisto). blastômeros internos (massa celular interna) posicionam-se em um polo do embrião. embrião saindo da tuba e indo para o útero. (ZP + trofoblasto + massa celular interna + blastocele= blastocisto) Trofoblasto dá origem à placenta e a massa celular interna ao embrião/feto. Células do trofoblasto e do endométrio secretam enzimas que digerem a ZP. Por conta da pressão física interna exercida pelo blastocisto na ZP, ocorre a sua eclosão (importante para o crescimento do embrião e formação da placenta). Em ruminantes e suínos, acontece o alongamento embrionário,mais especificamente o trofoblasto que alonga para ter um maior contato com o útero. Após a separação, acontece a diferenciação da massa celular interna em Epiblasto (maior parte) e Hipoblasto. Hipoblasto começa a ocupar a blastocele pela periferia e forma o saco vitelínico primitivo, primeira membrana embrionária (funciona como placenta enquanto ela ainda não foi formada, regulação na sobrevivência). Gastrulação: células do epiblasto começam a invaginar e viram o ectoderme, as que estão entre o epi e o hipo viram o mesoderme (células que migraram do epiblasto) e as do hipoblasto viram a endoderme. (Ectoderme, Mesoderme e Endoderme são células pluripotentes, não são mais totipotentes). O mesoderme começa a ocupar a periferia e se funde envolvendo o saco vitelínico e o embrião. A vesícula amniótica ou corioamniótica envolve o embrião, é preenchida com líquido amniótico ou âmnion e é formada pelo mesoderme. Córion é a fusão da membrana do mesoderme e do trofoblasto. Vesícula alantoideana: preenchida com líquido alantóide ou urina fetal, origem de tecido endoderme e forrado por mesoderme. Aumenta com o passar da gestação. Âmnion é uma vesícula membranosa dupla de aspecto membranoso, transparente e resistente. Na gestação inicial é composta de urina fetal + descamação do epitélio e na gestação final por saliva e secreção nasofaríngea Alantóide é formado tardiamente: 2-3 semanas. Formado pela endoderme + capa vascular da mesoderme, se funde ao córion: alantocórion e é composta por urina fetal. 05/04 Reconhecimento da gestação e Placentação Para a gestação acontecer, não pode ocorrer a luteólise pois precisam da P4 formada pelo CL. O bloqueio da luteólise pode ocorrer pelo concepto: Prevenindo a secreção de PGF2 alfa (ruminantes), o trofoblasto produz moléculas, o Interferon-tau, que interagem com o endométrio e inibem a produção de PGF2 alfa. Alterando a distribuição (porcas), concepto produz estrógenos que alteram o fluxo da PGF2 alfa produzida e ela é degradada (não cai na circulação e sim para a luz do útero). Secretando substâncias anti luteolíticas que competem com ela no CL (éguas), concepto secreta prostaglandinas que competem com a PGF2 alfa. Estrógeno embrionário também tem importância, pois associado à progesterona estimula a produção da uteroferrina. A Uteroferrina é uma proteína que atua no reconhecimento do feto. Placenta é um órgão de justaposição de tecidos materno e fetal. Formada pela parte fetal a partir do saco coriônico e a parte materna a partir das criptas endometriais. Suprimento de oxigênio e nutrientes, remoção de detritos metabólicos do feto, produção e secreção de hormônios e regulação do ambiente uterino fetal. Intercâmbio entre sangue materno e fetal. órgão de alimentação do feto: água, eletrólitos, substâncias inorgânicas como ferro e substâncias orgânicas. órgão de filtração: impermeável a soluções coloidais e elementos celulares como leucócitos e bactérias e permeável a medicamentos anestésicos, narcóticos e barbitúricos. órgão de secreção interna: progesterona, estrógeno e gonadotrofinas para preparação do parto e indução da lactação. órgão de imunossupressão:passagem de imunoglobulinas. epiteliocorial: impermeável (alta importância da ingestão do colostro), endoteliocorial: parcialmente permeável, hemocorial: muito permeável. Classificação: quanto a modificação da porção materna na hora do parto, número de camadas teciduais entre mãe-feto, e distribuição e padrão dos vilos coriônicos. 1. deciduada: dissolução prévia de uma ou mais camadas uterinas, placenta é eliminada junto ao feto na hora do parto ex.: carnívoros, primatas e roedores. ou adeciduada: primeiro nasce o feto e depois a placenta, sem perda de mucosa uterina. hemorragia é bem menos acentuada. ex.: ruminantes e porcas. 2. epiteliocorial: todas as 6 camadas presentes (endotélio materno, estroma materno, epitélio endometrial materno, epitélio coriônico fetal, estroma fetal e endotélio fetal) ex.: égua, jumenta e porca. sinepiteliocorial ou sindesmocorial: de 5 a 6 camadas, 20% das células do epitélio do endométrio se fundem com as do córion e se tornam gigantes binucleadas ex.: ruminantes. endoteliocorial: epitélio uterino e estroma materno estão ausentes, 4 camadas apenas ex.: carnívoros. hemocorial: as 3 camadas maternas estão ausentes (sangue materno em contato direto com o feto, sem endotélio, estroma e epitélio materno) ex.: primata e roedor. 3. Córions frondoso: recoberto por vilos Córion liso: avascular, película protetora. Placenta difusa, vilosidade estão presentes em toda a superfície do corion que estão uniformemente unido ao endométrio ex.: porca e égua. Placenta cotiledonária: no corion se formam arranjos (cotilédones, vilosidades agrupadas) de forma isolada e eles se ligam às carúnculas maternas (proeminência do endométrio), que se unem na forma chave-fechadura. cotilédone mais carúncula formas os placentônios. cotilédone convexo em vacas e côncavo em cabras e ovelhas. Placenta zonária: vilos em faixa, semelhante a cinta e ao redor do equador do saco coriônico ex.: carnívoros. Placenta discoidal: área do córion em formato de disco e se une ao estroma endometrial ex.: primatas e roedores 06/04 Fisiologia e diagnóstico da gestação em fêmeas domésticas. Equinos: 11 meses Grandes ruminantes: 280 dias Pequenos ruminantes: 5 meses Suínos: 3 meses, 3 semanas e 3 dias Cães e gatos: 60 dias Fase de implantação: equilíbrio entre P4 e E2 (produzido pelo embrião), excesso de estrógeno impede a nidação pois modifica o trânsito do embrião e o ambiente uterino. A progesterona é produzida em grande escala pelo CL e pela placenta para manutenção da gravidez [estimula a proliferação do endométrio junto com o E2, secreção do “leite uterino” (secreção do endométrio que nutre o embrião), quiescência do miométrio, economia do metabolismo corporal para acúmulo de reservas para o feto, aumento de apetite, aumento de peso, diminuição da atividade física, aumento do volume plasmático (mais sangue circulante, rim retém mais água), comportamento materno junto com a prolactina e desenvolvimento de glândula mamária]. O Estrógeno produzido pelo embrião aumenta o número de receptores para P4 no útero, promove trocas maternas de nutrientes e gases antes da placenta ser formada (vasodilatador), provoca mitose e proliferação, aumento do fluxo sanguíneo no útero e estimula a síntese de proteínas de concentração nas células miometriais como actina e miosina (hiperplasia). A Prolactina é um hormônio proteico produzido pela neuro hipófise e estimula a lactação, comportamento materno e manutenção do CL em algumas espécies. Aumenta do meio para o final da gestação e depois do parto atinge seu pico (é inibida em partes pela P4). A Relaxina é produzida pelas células do trofoblasto/lado fetal e contribui para a quiescência uterina durante a gestação e atua na via fetal mole (cérvix, canal vaginal, ligamentos que sustentam a vagina, útero, sínfise púbica e vulva) na hora do parto. Sinergismo hormonal: Prolactina, tem efeito luteotrófico (nutrir o CL) e inibir a degradação de progesterona por não inibir o CL. P4 e Prolactina, comportamento materno. Relaxina, facilitador do parto. BOVINOS Gestação corpo lúteo dependente, sem CL a gestação não vinga pois é a principal fonte de Progesterona na gestação e entra em luteólise 2 dias antes do parto. E tem como fonte secundária de P4 a placenta. A queda de P4 dá o start para o trabalho de parto. OVINOS gestação corpo lúteo dependente até os 60 dias de gestação, depois a placenta começa a produzir (até 5 vezes mais que o CL, placenta dependente). CAPRINOS Gestação corpo lúteo dependente até 60 dias , depois a placenta produz também, mas nunca supera a produção do CL. PORCAS Gestação corpo lúteo dependente toda a gestação e cai dias antes do parto. CADELA E GATA Corpo lúteo dependente, o CL não sofre luteólise depois de 15 dias EQUINOS Diferentes fontes de P4 ao longo da gestação. Até 40 dias de gestação é corpo lúteo dependente (CL veio da ovulação e é chamado de primário), depois até os 90 dias, a eCG (gonadotrofina coriônica equina, produzida nos cálices endometriais) estimula no ovário a luteinização de alguns folículos para formação de CL acessórios/secundários, mesmo com o LH e FSH inibidos. Os CL acessórios duram até os 160 dias de gestação e depois sofrem luteólise. A partir de 70 dias/5 meses de gestação a placenta começa a assumir a produção de P4 e a gestação se torna placenta dependente. Importância do diagnóstico, essencial para adoção de um manejo eficiente. Controlar os índices de fertilidade (coletiva e individual), diminuir os gastos com animais inférteis, manejar adequadamente as matrizes, adotar medidas preventivas e diminuir intervalos entre partos. Métodos para diagnóstico: Observação, não retorno ao estro, Manual, palpação abdominal e retal, Físico, radiologia, US e efeito doppler, Cirúrgico, laparotomia e laparoscopia, Laboratoriais, progesterona, sulfato de estrona, lactogênios placentários e proteínas associadas à gestação. Não retorno do estro, método mais utilizado em suínos pq elas não tem problema em não demonstrar cio e problema de fertilidade (mas tem perda embrionária grande por estresse). Mas também é utilizado em pequenos ruminantes e bovinos, cuidado com o anestro, cio silencioso e falha na luteólise pois dá falso positivo. Palpação manual via transretal em bovinos e equinos, em suínos não se faz. Em equinos, contenção do animal no tronco, atadura na cauda, limpar períneo, remover fezes e lubrificação excessiva para evitar laceração retal durante o exame. XXXXXXXXXXXX VER SLIDES 12/04 Obstetrícia: gravidez (diagnóstico, acompanhamento e prevenção), parto (processo fisiológico através do qual o feto e os envoltórios/anexos fetais são expulsos do útero) e pós parto. Parto normal: eutócico Parto anormal: distócico. Desencadeamento do parto parte do feto! No feto: aumentando as concentrações plasmáticas de cortisol fetal e estímulo do EHH. Maturação do hipotálamo, aumento da função neuroendócrina fetal, hipotálamo passa a responder aos hormônios placentários. Hipóxia fetal, mudanças da pressão sanguínea, disponibilidade de glicose SECREÇÃO DE CORTISOL PELA ADRENAL. Na mãe: atividade muscular uterina exacerbada, o miométrio sai da quiescência e começa a ser contrátil. Relaxina (relaxa o canal do parto), estrógeno (vasodilatação) e ocitocina (auxilia a concentração) são hormônios do parto. Cortisol do parto estimula a placenta a converter P4 em Estrógeno que tem ação sobre o miométrio aumentando a responsividade a ocitocina, relaxamento da cérvix e ação das PGF2alfa que lisam o CL e causam contração uterina. Prostaciclina (PGI2), vasodilatador potente, perfusão vascular da placenta. PGF2alfa, lise do CL e contratilidade do endométrio. PGE, relaxamento da cérvix e canal de parto. 1 fase: insinuação do feto 2 fase: exposição do feto 3 fase: expulsão dos anexos Via fetal: 1. óssea: ílio, ísquio, púbis, sacro e primeiras vértebras coccígeas. 2. mole: cérvix, vagina, vestíbulo, vulva e ligamentos sacro-isquiáticos. Estática fetal: instituir o diagnóstico, prognóstico e tratamento das distocias de origem fetal, dependentes da estáticafetal. relação do feto com a pelve materna e o canal do parto. Apresentação: maneira com a qual o feto insinua-se no conduto pélvico (em relação aos eixos longitudinais do feto: longitudinal: anterior ou posterior e transversa: horizontal, vertical, dorsal e ventral) longitudinal anterior: eutocia longitudinal posterior: eutocia ou distocia transversa dorsal: distocia transversa ventral: distocia Posição: relação entre a coluna vertebral do feto e a pelve materna (vértebro F-sacra M, eutocia e vértebro-pública, distocia) Atitude: maneira com a qual os apêndices fetais insinuam-se no conduto pélvico (cabeça e membros, estendidos: eutocia ou flexionados: distocia) Distocia: fatores que ocorrem no momento do parto e interferem com o seu desenvolvimento normal, nascimento difícil e inabilidade em expulsar o feto sem auxílio. MATERNA, FETAL dependente da estática e FETAL independente da estática. Operações obstétricas: incruentas, manobras obstétricas: contenção adequada, posição quadrupedal, antissepsia rigorosa da região perineal, antissepsia rigorosa do material obstétrico, atar a causa, LUBRIFICAÇÃO e anestesia. Retropulsão, recolocar o feto dentro do útero, manualmente ou com instrumento, para garantir maior espaço físico de manuseio. Extensão, estender porções fletidas de membros, cabeça e pescoço, manualmente ou com instrumento Rotação, impingir ao feto um giro sobre seu eixo longitudinal (maior), a fim de corrigir distocias de posição feita manualmente ou com garfo obstétrico e tem risco de torção uterina. Versão, alterar apresentações transversas (vertical ou longitudinal) em apresentação longitudinal anterior ou posterior com movimentação fetal sobre o eixo menor Tração, tracionar o feto quando devidamente insinuado com o uso das mãos ou instrumentos obedecendo-se uma série de normas e simultaneamente à contração materna puxando um membro de cada vez em direção ao solo e cruentas, cirúrgicas 13/04 Neonatologia Os neonatos presas nascem com maior percepção do ambiente/ melhor adaptação neonatal ao nascimento, pq tem maior amadurecimento neurológico (neurônios mielinizados e sinapses mais adequadas) e gestação mais prolongada, que os predadores. Período neonatal é um período crítico, uma fase de transição que ocorre o desenvolvimento de funções vitais extra uterinas. Termorregulação, pode estar presente ou não nos neonatos pois depende da espécie. Grandes animais conseguem termorregular desde o momento do nascimento, mas pequenos animais não. Porque o centro termorregulador está funcionando melhor, vasoconstrição periférica, reflexo de tremor, piloereção, retenção de urina, diminuição da sudorese, diminuir a frequência respiratória… Filhotes tem maior área de pele e menor tecido adiposo subcutâneo em relação ao peso, maior área para perder calor por consequência. Mas eles compensam com um metabolismo mais acelerado. E possuem tecido adiposo marrom que não forma atp, então toda cadeia oxidativa leva 100% à produção de calor, mas ele é limitado. Também recebem calor pela ingestão do alimento materno e pelo contato materno. Pecilotérmicos, pequenos animais: 1º dia: 34,4-36ºC 2º ao 14º dia: 36-37ºC Tomar cuidado com a primeira hora de vida porque a queda de temperatura é alta, principalmente nos filhotes de cesariana. Homeotérmicos, grandes animais: 37-39ºC Tem baixa variação de temperatura na primeira hora de vida. Aparelho cardiovascular: hipotensos (baixa pressão sanguínea) e baixa resistência vascular periférica (não fazem vasoconstrição). Para compensar, eles aumentam a FC, o DC e volume plasmático concentrado. FC pequenos: 180-220 bpm FC grandes: 80-130 bpm Aparelho urinário: menor densidade urinária (pode apresentar proteína, glicose e aa na urina), menor taxa de filtração glomerular e menor fluxo plasmático renal. Problemas de desidratação, aumenta a chance de nefrotoxicidade pois tem imaturidade renal. Aparelho hepatobiliar: fígado imaturo na capacidade de metabolização pois a enzima citocromo P450, que metabolizam as substâncias no fígado, tem sua atividade reduzida (tomar cuidado com as medicações e com a nefrotoxicidade). Baixa capacidade de fazer gliconeogênese e possuem colestase funcional. Aparelho hematopoiético: sofrem anemia progressiva nos primeiros 30 dias de vida porque estão substituindo as hemácias fetais. E em exames de sangue podem ser encontradas células que são comuns na medula adulta. E possuem hematopoiese pelo Timo. Mas não tem alterações na série branca. Aparelho respiratório: aparelho crítico para a sobrevivência, tem alto consumo de oxigênio pq tem alto metabolismo. Tem baixa capacidade respiratória residual (ar que sobra nos pulmões ao final de uma respiração). Tórax mais arredondado dificulta a expansão da caixa torácica. Imaturidade dos receptores carotídeos (que detectam as pressões parciais dos gases dissolvidos) pq possuem imaturidade neurológica, então demoram para perceber alta de CO2/hipercapnia, levando a hipoxemia. FR pequenos: 15-45 mpm Ruminantes: 30-40 mpm Equinos: 60-80 mpm Aparelho digestório: imaturo, baixa motilidade gastrointestinal e baixa absorção, Nas primeiras horas de vida, as células intestinais são separadas para absorção de imunoglobulinas inteiras. Transição feto neonatal: Adaptações respiratórias Respiração pulmonar, estímulos táteis do canal do parto e da lambedura e térmicos, e privação de oxigênio pelo parto (diminuição de pO2). Expansão pulmonar pelo ar, diminuição da resistência vascular (pela saída do fluido amniótico dos alvéolos pulmonares), aumento do fluxo sanguíneo e elevação da oxigenação. Nunca chacoalhar um filhote, pq não sai o líquido do pulmão e ainda sai o líquido do estômago (pode causar enterocolite necrosante), causar traumas e pode levar à concussão cerebral. Pequenos animais: remoção da membrana amniótica, limpar as secreções oro nasais com compressa ou bombinha de sucção, massagem e fricção torácica, clampeamento do cordão umbilical (pinçar), avaliação clínica por escore de APGAR (menor ou igual a 3 deve ser reanimado, entre 4 e 6 deve ser estimulado, 7 ou mais é o desejado), aquecimento e cuidados com o umbigo e mamar o quanto antes. Assistência imediata para deprimidos: Distocia: hipóxia prolongada pelo alto tempo de expulsão fetal tem compressão de vasos umbilicais e uterinos e deslocamento de placenta que interrompe o fluxo mãe-feto. Também tem aspiração de líquido amniótico por estar muito tempo no canal e aspiração de mecônio (fezes fetais) liberado pelo filhote por conta do estresse. obs.: mecônio inativa a substância surfactante, ativa a resposta inflamatória de maneira exacerbada, edema e tendência ao colabamento. Consequências da distocia: desequilíbrio ácido-básico, acidose mista (respiratória e metabólica), hipercapnia, hipóxia, escore Apgar diminuído (menor vitalidade neonatal). Instabilidade respiratória em potros (síndrome do mal ajustamento), em bovinos (asfixia neonatal) e em pequenos (SDR). Cesariana, 1. remoção da membrana amniótica antes de deslocar a placenta, 2. limpeza das secreções oro-nasais 3. massagem/fricção torácica 4. clampeamento do cordão umbilical 5. avaliação clínica pelo escore de Apgar. Possíveis problemas: depressão cárdio-respiratória por conta de agentes anestésicos pela barreira hemato-placentária. Hipóxia prolongada por conta de hipoxemia materna (útero pressiona vasos sanguíneos por conta do decúbito) e distocias. Discreto estímulo para a respiração reflexa por conta de depressão fetal e as condições de parto não ideal (leite demora para descer, mãe demora para reconhecer o filhote, não tem a lambedura, etc). Consequências: desequilíbrio ácido-básico (acidose mista ou respiratória, hipercapnia e hipóxia), menor vitalidade neonatal (menor escore de Apgar e menor temperatura corpórea) e estresse respiratório/permanente (menor reabsorção fluido pulmonar). CONHECER O FISIOLÓGICO PARA RECONHECER O PATOLÓGICO, AS PRIMEIRAS 24 HORAS SÃO CRUCIAIS E MONITORAR, MONITORAR E MONITORAR. 19/04 Puerpério fisiológico e patológico geral Conceito: processofisiológico de modificações uterinas que ocorrem imediatamente após o parto e o preparam para uma futura prenhez. Dividido em duas fases: delivramento das secundinas ou anexos fetais e involução uterina. Delivramento em vacas até 12 horas, éguas de 15 a 90 minutos, se passar desse tempo é considerado puerpério patológico. Do pós parto imediato até a eliminação dos anexos fetais/placenta. Por atividade contrátil do miométrio até a perda de aderência materno-fetal xxxx. Durante a gestação final ocorrem: modificações celulares na parte fetal da placenta por conta do cortisol pré parto e migração delas para a parte materna, por conta disso, as células da mãe começam uma resposta de defesa contra essas células que migraram e se da início da degeneração dos vilos coriônicos e em conjunto com isso, ocorrem modificações homeostáticas. Levando ao colapso/desprendimento dos vilos e a expulsão da placenta. Etapas: diminui o fluxo sanguíneo, diminui a pressão sanguínea nos vilos coriônicos, vilos se desprendem das criptas carunculares e, por fim, liberação da placenta. PLACENTA MADURA Involução uterina: volta do útero a condição não gravídica e apto para nova gestação. Mecanismos de ação: a queda da P4 faz com que ocorra a reabsorção e a dissolução tecidual uterina por enzimas lisossomais proteolíticas armazenadas na gestação e por apoptose celular. Contratilidade do miométrio por resposta à ocitocina (24 horas após o parto) e por resposta à PGF2 alfa (4 a 5 dias após o parto) que auxilia o retorno ao tamanho original. Lóquio é uma secreção presente na cavidade uterina, com restos celulares da superfície endometrial (carúncula, tecido endometrial necrosado, restos de fluidos fetais, sangue da ruptura do cordão umbilical, etc), que foi destruído por degeneração gordurosa. Que possui duração e coloração variáveis com a espécie e tempo após o parto. O puerpério está estritamente ligado a índices reprodutivos (intervalos entre partos, taxa de serviço, número de serviços por concepção, taxa de concepção e taxa de prenhez). Afecções do puerpério/puerpério patológico: afecções decorrentes ao parto, mas que ocorrem durante o período de expulsão da placenta, involução uterina e/ou retorno da atividade cíclica ovariana. Atonia uterina/inércia uterina: ausência de contrações uterina nos pós parto (decorrente de atonia uterina durante o part). Consequência: não involução uterina e eliminação insuficiente de lóquios. Diagnóstico: palpação uterina e US (fluidez uterina, aumento de volume e espessura uterina. ausência de corrimento vaginal pós parto). Tratamento: drogas ecbólicas, como ocitocina e PGF2 alfa, e antibioticoterapia mais lavagem do útero. Retenção de placenta: falha na expulsão da placenta no período aceitável para cada espécie. Fatores predisponentes: parição por animais pluríparas e idosas, infecções do aparelho reprodutivo, deficiência de vitaminas A, E e Selênio, hiperproteinemia, indução do parto, parto prematuro, gemelaridade, hipocalcemia, atonia uterina e distocias. Sinais clínicos: restos placentários na rima vulvar, odor, corrimento serossanguíneo, hipertermia, inapetência, diminuição da produção leiteira e rejeição à cria. Tratamento: agentes ecbólicos, lavagem uterina (mais frequente nas éguas), antibioticoterapia, controle da endotoxemia e infusões pela artéria umbilical. Medidas profiláticas: suplementação com vitamina E e selênio durante o período seco, administração de ocitocina no pós parto imediato ou pós cirúrgico e administração de prostaglandina nos pós parto imediato (uso questionável). Complicações: metrite, endometrite, septicemia, laminite, cetose, deslocamento de abomaso e morte. Metrite puerperal: inflamação de todas as camadas uterinas durante o pós parto, com comprometimento sistêmico da fêmea. Metrite aguda até 14 dias pós parto e subaguda ou crônica acima de 14 dias. Etiologia: mecanismos de defesa uterina ineficientes no período pós parto. TODO PARTO TEM CONTAMINAÇÃO BACTERIANA. Predisposição: retenção placentária, distocias, natimortalidade, gemelaridade, gestação prolongada, manejo sanitário inadequado, alterações de involução uterina e primíparas ou idade avançada. Sinais clínicos: secreção fétida purulenta, cérvix dilatada, diminuição na produção de leite, hipertermia ou normotermia, anorexia, depressão, rejeição à cria e em pequenos animais choque hipovolêmico por conta da desidratação. Diagnóstico: anamnese, exame físico, palpação retal em grandes para ver aumento uterino e assimetria de cornos, vaginoscopia, US uterino, hemograma para pequenos e microbiológico de vagina. Tratamento: antibioticoterapia sistêmica e local, lavagens uterinas constantes em éguas, agentes ecbólicos, analgesia e suporte, em pequenos, retirada dos filhotes e manejo dos órfãos. Prolapso uterino: deslocamento do útero (inversão e exteriorização) logo após a expulsão fetal ou durante o período puerperal imediato. Etiologia: idade, extração forçada, fetos enfisematosos, lesões do canal do parto, retenção de placenta, hiperestrogenismo, atonia uterina por hipocalcemia com contração abdominal. Sinais clínicos: exteriorização de graus variados do útero pela rima vulvar (total ou parcial), alterações de estado geral, tenesmo, dor abdominal, choque hipovolêmico, diferenciar do prolapso de vagina/bexiga ou neoplasias vaginais. Tratamento: reposicionamento ou reposicionamento e evarioexterectomia, lavagem, debridar e retirar tecido necrótico, anestesia epidural e sedação, redução manual, antibiótico local e sistêmico. Laceração de períneo grau 1: mucosa do vestíbulo mais pele da comissura dorsal da vulva grau 2: mucosa e submucosa do vestíbulo mais pele da comissura dorsal da vulva mais músculo do corpo perineal grau 3: todos os anteriores mais mucosas e submucosa retal, septo perineal e esfíncter anal fístula reto-vaginal: idem ao grau 3, mas sem envolver o períneo e esfícter anal (apenas rasgo interno). Por conta de distocia, feto grande, assistência forçada, baixa dilatação do canal do parto. Sinais clínicos: fezes em vagina, corrimento vaginal mucopurulento, deformações anatômicas de períneo, hemorragia de via fetal mole. Diagnóstico: histórico clínico mais sintomatologia e inspeção e palpação vaginal e retal. Tratamento de grau 2 e 3: perineoplastia Hipocalcemia puerperal: alteração metabólica por uma súbita mudança da demanda de cálcio, muito frequente em cadelas e vacas, eclâmpsia ou tetania da lactação (cadelas), febre do leite (vacas). Etiologia: Perde-se muito cálcio por lactação e mineralização fetal e entra pouco pela absorção intestinal e reabsorção óssea. Importância do cálcio: coagulação sanguínea, permeabilidade de membrana, excitação neuromuscular, transmissão do impulso nervoso e ativação de sistemas enzimáticos. Fatores predisponentes: dietas inadequadas, hipocalcemia e hipercalcemia, hipofosfatemia, hipomagnesemia, idade (mais frequente em idosos), tamanho da ninhada (mais freq. em grandes ninhadas), porte. Excesso de cálcio no período pré natal por dieta desbalanceada, leva a uma diminuição progressiva da atividade da glândula paratireóide. Então após o parto, há um déficit de atuação da glândula pq antes estava super excitada. a lactogênese é deficitária. Sinais clínicos: para cadelas: hipertermia, espasmos musculares, polidipsia, taquicardia, convulsões, emese e taquipneia. a diminuição do cálcio sérico aumenta a permeabilidade da membrana muscular aos íons Ca, causando despolarização facilitada e tetania (espasmos são contrações musculares involuntárias que ocorrem de forma acentuada) para gatas e vacas: hipotermia/normotermia, incoordenação, paralisia flácida, resfriamento de extremidades e timpanismo (vacas). a diminuição do cálcio sérico bloqueia a transmissão de acetilcolina. Complicações: falência cardio respiratória, hipertermia intensa em cadelas, edema cerebral e morte. Diagnóstico: anamnese e exames físicos, contagem de Ca ionizado total. Diagnóstico diferencial: hipoglicemia, epilepsia, meningoencefalite, envenenamento. Tratamento: cálcio IV lento e monitorização(ECG), Cálcio VO, separar a ninhada da mãe e controlar a temperatura corpórea (hipertermia nas cadelas. NUNCA SUPLEMENTAR CÁLCIO DURANTE A GESTAÇÃO, INIBIÇÃO DA PARATIREOIDE. 20/04 CÃES A puberdade ocorre 2-3 meses antes de atingir a estrutura adulta corpórea (60-70% do peso). Varia segundo o porte e a raça, variando de 6 a 24 meses. Raças pequenas são mais precoces que as grandes. O ciclo estral das cadelas é monoéstrica (entre dois anestros, ela apresentará somente um estro) não estacional (não sofrem influência da luminosidade ou estação do ano). O ciclo estral dura 6-7 meses normalmente, mas pode variar entre 3,5 a 13 meses pois depende da genética/raças e características individuais. Fases do ciclo estral: Cio corresponde ao proestro mais o estro. Proestro, duração média de 9 dias (3-21 dias). Apresentam secreção serossanguínea, edema vulvar, atração do macho mas não aceita cópula e células granulosa e teca interna produzem estrógeno (fase de desenvolvimento folicular, mitose das células, edema tecidual e diapedese das hemácias dos capilares endometriais para o útero, que se une com a secreção endometrial e forma a secreção serossanguínea). Estrógeno é responsável pelo espessamento da mucosa da vagina, prolongamento do cérvix, espessamento endometrial, prolongamento dos cornos, receptores de progesterona, etc. Para detectar o proestro pode ser por citologia vaginal e vaginoscopia. Proestro final, luteinização precoce dos folículos em desenvolvimento (pois as células granulosas se tornam luteínicas antes de ovular), então no final do proestro ocorre o pico de LH e o estrógeno começa a cair. O PICO DE LH MARCA A PASSAGEM DO PROESTRO PARA O ESTRO. Estro, dura em média de 9 dias (4-24 dias), diminuição do edema vulvar e da secreção serossanguínea, fêmea está receptiva ao macho e tem reflexo de monta/perineal positivo. Estrógeno está diminuindo, no estro o E2 é baixo e a P4 é alta. No estro as células da vagina perdem o núcleo e o edema é drenado. Dia 0: pico de LH, depois ocorre o desenvolvimento folicular/amadurecimento final e dura 48 horas (luteinização das células foliculares e concentração de E2 para níveis basais). Após essas 48 horas (dia 2), ocorre a ovulação que dura até 12 horas, e ela é multi ovulatória. Todos os óvulos são fecundados ao mesmo tempo. Após a ovulação, ocorre a maturação oocitária na tuba uterina e dura 72 horas (acaba no dia 5). Ou seja, na tuba o óvulo sai de prófase I até metáfase II. O dia 5 então é o melhor para a inseminação/cruzamento. Diestro, dura 63 dias para gestante e 75 para não gestantes e tem comportamento não receptivo. Manifestações clínicas como regressão do edema vulvar, corrimento vaginal mucoso e hiperplasia mamária (por conta da P4 alta). Fase progestacional: semelhante na gestação e não gestante, diferenciar pela relaxina (21 d), pelo FSH (18 d) e pelo E2 (21 d). Exames: citologia vaginal tem muitos neutrófilos e vaginoscopia com muco cristalino. Anestro, sempre ocorre. Quiescência reprodutiva, dura de 4 a 5 meses, ausência de alterações sintomáticas, é um descanso reprodutivo sem hiperplasia de mama, sem alteração de comportamento, sem muco vaginal. GATAS Média 4 a 8 meses, 60% do peso adulto, pelo curto é mais precoce que pelo longo. Elas são poliéstricas (vários estros entre 2 anestros) estacionais, sofrem influência da luminosidade, região geográfica e estação do ano (fotoperíodo positivo/luz estimula a reprodução). Dias longos (maior tempo de luminosidade), diminui a produção de melatonina (hormônio do escuro) pela glândula pineal. A melatonina bloqueia o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. fases do ciclo estral Proestro: 1 a 2 dias, difícil de diagnosticar porque as mudanças são apenas comportamentais, como rolamento, fricção, ruídos/vocalização e reação de rejeição ao macho. desenvolvimento folicular com elevação dos níveis de estrógeno. Estro: 5 a 6 dias (até 21), aceita cópula, discreto edema vulvar e sangramento, comportamentos característicos como lordose, elevação de pelve, desvio de cauda, rolamento e vocalização. Máximo desenvolvimento folicular e máxima produção de estrógeno. Ocorre a cópula, contenção do macho na região do pescoço, movimentos copulatórios e rápida ejaculação. Ovulação é induzida na cópula pela fricção na parede da vagina e leva à ativação neuroendócrina (estímulo nervoso que gera uma resposta endócrina para a ovulação, pico de LH). Quanto mais cópulas a fêmea tiver, maior a chance de sensibilizar o eixo hipotálamo-hipófise. Interestro: 2 a 21 dias, intervalo entre cios/interfolicular, ocorre durante a estação reprodutiva/alta luminosidade e ocorre nas condições de não ovular e/ou não ser coberta. Diestro/Pseudociese/Pseudoprenhez: ovulação eficiente e fecundação eficiente leva a um diestro gestacional que dura 62 dias. Ovulação eficiente mas falha na fecundação leva a pseudociese que dura 40-45 dias. Anestro: outono/inverno, período de baixa luminosidade, quiescência reprodutiva, intervalo entre as estações reprodutivas, raças de pêlo longo é mais demarcada que as de curto, comportamento de gata castrada. 26/04 Ciclo estral e IA das fêmeas de pequenos ruminantes Em ruminantes a PGF2 alfa chega circulação útero-ovárica porque é muito sensível a oxidação nos pulmões. Poliéstrica estacional: ciclo estral da cabra dura 21 dias e da ovelha, 17. Vários ciclos ovulatórios na estação sexual, anestro na primavera e verão, então ciclam no outono e inverno (março a junho) pq tem menor quantidade menor de horas luz/dia (fotoperíodo decrescente/negativo/ animais de dias curtos). Menos horas luz/dia aumenta a secreção de melatonina pela pineal, que estimula a secreção de GnRH pelo hipotálamo. A estação sexual depende da genética individual, da raça (ex. deslanadas são menos estacionais que as lanadas) e da localidade geográfica (proximidade com o equador). Ovulação ocorre no Estro (diferente das vacas) Ciclos estrais: curtos no início da estação por conta de luteólise precoce ou anovulação (fotoperíodo). Duração do cio sofre influência de raça, idade, momento da estação de monta, presença do macho (ovelhas lanadas têm duração do cio mais longa que as ovelhas de corte) Sinais de cio: nas ovelhas é bem mais discreto que nas cabras, vulva edemaciada, corrimento mucoso são os sinais mais perceptíveis (na ausência do macho se torna quase impossível a detecção). Nas cabras: inquieta, berra, balança a cauda, urina, queda na produção leiteira, reflexo de Fleming (macho ergue o lábio superior quando detecta fêmea no cio), se deixa montar por outras fêmeas, micção frequente. Ovulação é espontânea, nas ovelhas no terço final do cio (24 a 27 horas), nas cabras mais para o fim do cio (24 a 36 horas). Taxa de ovulação: 1, 2 a 3 filhotes, depende da estação do ano, do nível nutricional (Flushing 2 a 3 semanas antes da estação de monta e manter de 2 a 3 semanas depois do inicio, para melhorar o aporte nutricional e aumentar a taxa de ovulação) e da idade. Indução e Sincronização: dois conjuntos de métodos de manipulação do ciclo. 1. Método natural: efeito-macho e luz artificial. Influência do macho sobre o cio: estimula aumento da secreção de LH até seu pico (em aproximadamente 48h) e a ovulação em 3 a 6 dias. Tudo isso pela introdução do macho, que possui ferormônios andrógenos-dependentes secretados pelas glândulas sebáceas e atingem o tálamo e o hipotálamo da fêmea por estímulo visual. E serve para antecipar o estro em 1 mês antes da estação de monta, antecipar a puberdade e o cio pós anestro lactacional. Pode formar um CL hipofuncional (produz pouca P4 e sofre regressão precoce) ou funcional, normalmente é o hipofuncional e não apresenta manifestação do cio. ↳(OVELHA E CABRA): inseminar no estro após as duas ovulações silenciosas. {é mais eficiente para a espécie caprina}. Iluminação artificial em galpões para confinamento total: aumentar o período de luz durante 60 dias para depois retirar a iluminação artificial, então o organismo começa a achar que diminui as horas de luz por dia e começar a ciclar (jáque tem fotoperíodo negativo). Menos preciso porém menos custoso. Usados no final do anestro estacional para antecipar a atividade reprodutiva (não é protocolo de inseminação). 2. Método medicamentoso: Prostaglandinas, progestágenos e gonadotrofinas. OVELHAS 1º MÉTODO: apenas P4 Usado para antecipar ou sincronizar. Progesterona por 11 dias (porque o diestro/CL funcional dela dura mais que o das vacas). Prostaglandinas são usadas na estação reprodutiva, no diestro, uma única aplicação não sincroniza o cio pq as ovelhas podem estar em fases diferentes, então aplicar duas vezes com 9 dias de intervalo. 2º MÉTODO: P4 e prostaglandina 3º MÉTODO: P4 e eCG (ação de FSH e LH) 11 dias de P4 pq não faz a prostaglandina CABRAS Prostaglandina usada durante a estação reprodutiva porque é necessário ter CL. 1º MÉTODO: apenas prostaglandina Quando o ciclo estral é desconhecido: fazer 2 aplicações de prostaglandinas com 11 a 14 dias de intervalo. Quando o ciclo estral é conhecido: fazer 1 aplicação do 12º dia do ciclo e o estro ocorre após 24-72 horas. 2º MÉTODO: Progesterona e eCG (pode ser utilizado fora da estação reprodutiva) 3º MÉTODO: P4, PGF e eCG Usado na estação de monta/reprodutiva, deve ter CL Cloprostenol atua como prostaglandina. Quando utilizado eCG aumenta muito a chance de ovulações duplas ou triplas Obs: como o eCG é espécie-específico de éguas, se utilizado de maneira corriqueira, pode ter seu efeito diminuído. 4º MÉTODO, SINCRONIZAÇÃO DE CURTA DURAÇÃO: Utilizado para reduzir o tempo de P4 no organismo, já que se utilizado por muito tempo, aumenta a vida do folículo mas diminui a viabilidade do oócito. Leva a baixa fertilidade! Inseminação em Caprinos e Ovinos Locais de depósito do sêmen: Intravaginal (sêmen fresco podendo ser puro ou pouco diluído) no fundo vaginal e feito com vaginoscópio/espéculo vaginal. Rápida, fácil e baixo custo. SID, semen puro e de boa qualidade. Cervical superficial (semen fresco ou refrigerado sendo puro ou diluído) no primeiro anel cartilaginoso da cérvix. Rápida, baixo custo e fácil. Feita com espéculo Cervical profunda (semen fresco ou refrigerado, puro ou diluído) como os anéis são tortuosos é necessário ter mais técnica para evitar perfurações e pinçar a parede adjacente a cérvix com a pinça. cérvix das ovelhas muito fibrosa, tortuosa e fechada, chance de sucesso perto de 6%. e nas cabras de 60%. Intrauterina via transcervical (semen criopreservado), deposição do semen no corpo do útero, profissional adequado, pinçamento da cérvix, espéculo, fonte de luz, recomendado fêmeas adultas e pluríparas. Intrauterina via laparoscopia (semen criopreservado), deposição do semen no corno uterino, risco de perfuração gastrointestinal e de bexiga. Técnica cirúrgica complicada, porém com os maiores resultados. 27/04 AFECÇÕES REPRODUTIVAS EM CADELAS E GATAS Células superficiais queratinizadas indicam estrógeno alto Células parabasais e intermediárias, e células espumosas indicam concentração de estrógeno baixa. Estrógeno estimula a vascularização/vasodilatação e a atividade imunológica local. Progesterona imunossuprime o trato local Vaginite Sinais clínicos: corrimento sero-sanguíneo ou purulento, edema da mucosa, prurido com lambedura, alopecia perianal e atração de machos (por conta do cheiro). cuidado para não confundir com “cio”. Etiologia: fêmeas pré púberes e adultas (inteira e castradas), normalmente os agentes primários são bacterianos (fazem parte da microbiota), agentes secundários (neoplasias, corpo estranho, infecção urinária) Fatores predisponentes: fêmeas castradas (ausência de E2 e vulva e vagina infantil por castrar antes da puberdade) e período pós-cio (diestro, P4 alta) Diagnóstico: idade, histórico clínico, vaginoscopia (telescópio na vagina para ver muco), citologia vaginal (neutrófilos em grande quantidade e células degeneradas), cultura e antibiograma (só é feita em vaginites recidivante). Tratamento (juvenil): higienização, aplicação de cremes ou soluções intra-vaginais, repositor de flora ou esperar (porque normalmente o primeiro cio já melhora a imunidade local vaginal). Antibiótico oral não é recomendável porque após terminar o tratamento, a flora fica desregulada e a chance de reincidir é alta. Tratamento (adulto): definir a etiologia, lavagens com soluções intra-vaginais, meio acidificante do pH vaginal, Flogo-rosa e ácido ascórbico VO, e pomada vaginal em cadelas de médio e grande porte pq tem vaginas que comportam o aplicador (depois de fazer antibiograma, em pequenos usa antibiótico oral). Hiperplasia e Prolapso Mais comuns em cadelas que gatas, e em fêmeas jovens por conta das alterações hormonais e com o passar dos anos a fêmea fica menos sensível aos hormônios e a chance de prolapso é menor. Etiologia: Alteração hormonal por conta do estrógeno endógeno de cio e final de gestação e estrógeno exógeno. Alteração anatômica por compressão abdominal por gestação final ou alteração patológica. Sinais clínicos: exposição da mucosa vaginal em 3 graus variados. Grau 1: moderada aversão do assoalho vaginal, sem protrusão e exposição de mucosa vaginal pela vulva. aumento de períneo e afastamento dos lábios Grau 2: prolapso do assoalho cranial e das paredes laterais , com exposição de pequena parte pela vulva (forma de bolinha). Grau 3: prolapso de toda circunferência vaginal com exposição do lúmen vaginal. Exposição da mucosa gera complicações como alteração de circulação sanguínea, traumatismo de mucosa, necrose de tecido, contaminação e processos de miíase em casos avançados. Obstrução da uretra, disúria. Diagnóstico: histórico mais sinais clínicos, e a citologia vaginal é fundamental Tratamento: depende do estágio do ciclo estral (mais comum no começo do cio), medicamentoso por interrupção do cio, analgesica e para diminuir o edema, lavagem e limpeza tópica e cirúrgico em casos mais avançados. sempre acompanhar se a fêmea está conseguindo urinar Afecções neoplásicas: Benignas: leiomioma, mais comum; fibropapiloma, pólipos vaginais; fibroma, fibroleiomioma ;e fibropapiloma. Malignas: são raras Tumor venéreo transmissível (TVT) é a neoplasia mais comum, normalmente passado pelo coito, atinge o penis e a vagina normalmente, não sofre muita mutação então o tratamento costuma ser simples. Tumor friável, sangrante de crescimento rápido. tratamento com quimioterapia Sinais clínicos: corrimento vaginal sero-sanguíneo, aumento de volume localizado, disúria e tenesmo, lambedura. Tratamento: excisão cirúrgica, quimioterapia, radioterapia (não é comum) ÚTERO Hidrometra/mucometra (não são infecções) Etiologia: acúmulo de material estéril seroso ou mucoso, associada à ação progestacional. (P4 age nas glândulas endometriais estimulando sua atividade de secreção, cadela no diestro). Se preocupar apenas se o acúmulo de líquido está em excesso, o útero está com tamanho aumentado e a degeneração cística do endométrio está presente. Diagnóstico: aumento dos cornos uterinos por palpação abdominal ou US. Ausência de quadro sistêmico Tratamento: antibioticoterapia para prevenir uma possível infecção, se não for castrar. Hemometra (não são infecções) Etiologia: acúmulo de material sanguíneo estéril, de forma líquida ou coagulada. Útero distendido com conteúdo líquido de alta celularidade (não é possível diferenciar pus do sangue nesse laudo de US). Está associada a cistos ovarianos e a distúrbios de coagulação (mais raros). Tratamento: OHE e suporte Endometrite (são infecções localizadas no endométrio apenas, sem alterações sistêmicas) Piometra (infecção mais frequente! são infecções sistêmicas, acontece no momento da fase de progesterona alta/diestro/necessita do corpo lúteo para ocorrer) Complexo hiperplasia endometrial cística Etiologia: atingem úteros degenerados com cistos. É a inflamação de todas as camadas do útero, com acúmulo de pus no lúmen uterino, acarretando doença sistêmica. É mais comum no diestro, em cadelas de meia idade/senis e cadelas com ciclos irregulares. Hiperplasia cística endometrial responsiva a P4 leva acúmulo demuco no útero (produzido pelos cistos), mucometra serve como caldo de cultura para crescimento de bactérias por via ascendente. Como E.coli, a maioria vem da vagina, S.aureus, Streptococcus… Patogenia: alterações renais, porque os rins são o alvo das bactérias e das toxinas bacterianas (elas alteram o padrão renal), formação de imunocomplexos leva à lesão glomerular por deposição nos rins, aumento dos valores de creatinina e de ureia, a lesão renal direta pela ação das bactérias leva a uma insensibilidade dos rins ao ADH (hormônio antidiurético), diminui a absorção de água pelos túbulos (poliúria), desidratação, polidipsia, emese, prostração. Diagnóstico: idade, estro, letargia, depressão, inapetência, emese, poliúria, polidipsia Pode ter ou não descarga vaginal com secreção purulenta (só em cérvix aberta), distensão abdominal e uterina, aumento de sensibilidade abdominal, desidratação, hipertermia ou hipotermia. Hemograma, FR/FH e US Tratamento: cirúrgico (OHE) ou medicamentoso (inibidores de P4 e prostaglandina, usadas em risco anest/cirurgico alto, reprodutoras, condição “boa” e piometra aberta) mais antibioticoterapia e suporte. Metrite (são infecções sistêmicas, acontece no momento do pós parto) Alterações congênitas Gestação (alteração fisiológica) OVÁRIOS Cistos foliculares Únicos ou múltiplos, uni ou bilateral. Os folículos crescem demasiadamente. Patogenia desconhecida, predisposição de cadelas idosas, provável falhas na ovulação ou administração exógena de E2 Sinais clínicos: cio prolongado, corrimento vaginal prolongado, alterações dermatológicas (excesso de E2 por tempo prolongado, alopecia bilateral simétrica apruriginosa-sem coceira, hiperqueratose, hiperpigmentação e comedos) e hematológicas (mielotóxico/interfere no processo de diferenciação celular e leva à anemia) e ninfomania. Complicações: Hiperplasia Endometrial Cística-piometra e anemia por conta do E2 na medula. Diagnóstico: células superficiais queratinizadas, sinais clínicos, US e dosagem hormonal sérica. Importante diferenciar das neoplasias ovarianas. Tratamento: OHE eletiva, indução da ovulação por ação hormonal, porém tende a recidivar o quadro. Neoplasias ovarianas (raras), normalmente são malignas e como tratamento é a OHE e quimioterapia, em alguns casos. Podendo alterar a produção de hormônio ou não 1) Tumores de células germinativas 2) Tumores estromais (granulosa e teca) 3) Tumores epiteliais (epitélio de revestimento ovariano) Diferencia-se dos cistos porque é fácil de ver no US e é bem menos comum. GLÂNDULA MAMÁRIA Hiperplasia mamária felina Definição: condição não neoplásica, responsiva à P4, caracterizada por rápida hipertrofia e hiperplasia, ou proliferação do estroma ductal e do epitélio das glândulas mamárias. Incidência: afecção exclusiva dos felinos fêmeas não castradas de 1 a 4 anos de idade, 1 a 2 semanas após o cio, fêmeas em lactação ou tratadas com medicamentos progestágenos. Sinais clínicos: nódulos mamários bem delimitados não encapsulados. edema, ulceração, áreas de necrose e infecção bacteriana secundária. Diagnóstico: histórico e sinais clínicos. Tratamento: remover o estímulo hormonal da progesterona por remissão espontânea após parto ou lactação, expectativa mais OHE (toda vez que a P4 é retirada de forma abrupta, a prolactina aumenta e a lactação é estimulada), medicamentos inibidores da P4 como o Alizin (mais indicada), mastectomia, suporte com AINE e ATB (antibioticoterapia), inibidores da lactação como a Metergolina. Neoplasia mamária Malignos: adenocarcinomas, adenossarcomas Benignos: fibroadenomas (tumores mistos) 1ª neoplasia mais frequente em cadelas Depende da raça e do sexo, em cadelas 50-80% são malignas, e em gatas 90% são. Pseudociese Síndrome observada em cadelas não gestantes de 6 a 14 semanas após o estro com sinais clínicos e mimetização dos comportamentos pré, peri e pós parto. Incidência: muito comum de 50 a 87%, não há predisposição racial, igual em nulíparas e pluríparas, investiga-se influência nutricional ou ambiental, não há correlação com taxas de fertilidade e possivelmente não há correlação com demais problemas reprodutivos. Sinais de pseudociese estão relacionados com prolactina alta. A Prolactina é um neuropeptídeo, ação luteotrófica, envolvida na progressão da secreção láctea do ácino para o canal do teto e no comportamento materno. É estimulada pela Serotonina e inibida pela dopamina. Sinais clínicos: comportamento pré, peri e pós parto, confecção de ninho, adoção de objetos, agressividade, distensão mamária, secreção láctea, ganho de peso, anorexia, emese, distensão e contração abdominal, polidipsia, polifagia. Diagnóstico: exame físico e sintomatologia. Importante excluir prenhez por US abdominal ou raio x. Tratamento: condição autolimitante, uma hora vai passar os sintomas. Evitar auto estimulação mamária, quanto mais se lambe, mais produz prolactina. Restrição hídrica de 5 a 7 dias a noite, estímulo a atividade física, tranquilização com benzodiazepínicos (evitar fenotiazínicos pois são antagonistas de dopamina) e OHE para prevenção. Metergolina tem ação dopaminérgica indireta pois ela atravessa a barreira hemato-encefálica e tem fraco efeito antiprolactímico e meia vida curta, ausência de efeitos colaterais e resposta excelente. E chá de salsinha. 03/05 Inseminação artificial em éguas Manejo geral: nutrição, treinamento, vacinação e vermifugação, bem estar, qualidade de descarte e proprietários. São fotoperíodo positivo sazonais, ciclam na primavera e verão. Mais horas de sol diminui a produção de melatonina. A estação de monta vai de agosto a março. Na fase de transição tem crescimento folicular mas não há ovulação, final do anestro até a estação de monta. Programas de luz: iniciando no solstício de inverno, expõem as éguas a mais 5 horas de luz por dia até a primeira ovulação que acontece após 35-40 dias. Antidopaminérgicos: Dopamina presente em grande quantidade nas éguas em anestro, e ela é inversamente proporcional à prolactina. A prolactina está relacionada com o crescimento folicular, pois aumenta os receptores de FSH. Dispositivos intravaginais de P4: simular um diestro (fase lútea), feedback negativo no eixo de GnRH que acumula gonadotrofina, e quando retirado, tem uma liberação acentuada de LH. Não pode estar em anestro profundo, deve estar na fase de transição, pois ela estará produzindo gonadotrofinas. Fases do ciclo: Estro, fase estrogênica, está receptiva ao macho, deixam ser montadas, urinam, edema uterino, lateralizam da cauda, na palpação percebe-se folículos, cérvix aberta, relaxada e US principalmente (quanto mais E2, mais o útero tem formato de “laranja cortada”) . Dura 7 dias Depois de induzir você deve inseminar entre 36 e 48 horas depois. hCG (função de LH, como não é natural dessa espécie, algumas éguas criam anticorpos contra o hCG e a eficácia dele diminui), GnRH (deslorelina, possui efeito de sazonalidade, então ela não é indicado em éguas em transição pois não tem gonadotrofinas o suficiente para a ovulação) Diestro, ovulação marca o início do diestro, sem receptividade ao macho, CL funcional, cérvix fechada, sem edema uterino, tônus uterino aumentado, Prostaglandina deve ser aplicada após 5 dias da ovulação e elas voltam para o estro 5 dias após a aplicação. Para sincronizar a ovulação faz-se duas aplicações de prostaglandinas, uma no dia 1 e outra no dia 14. Inseminação artificial: avaliar o sêmen, higiene da vulva, enfaixar a cauda lateralizando ela, secar, inseminar de maneira transvaginal. Semen fresco dura 48 horas, é inseminado junto com a indução. Semen resfriado dura 24 horas, é inseminado após 24 horas da inseminação. Semen congelado dura 6 horas depois de descongelado, é inseminado quando o ovário fica mais ecogênico (avaliado pelo US). 10/05 Anatomia masculina: bolsa escrotal, testículos, epidídimos, plexo pampiniforme, canal deferente, glândulas anexas, penis fibroelástico e músculo cavernoso (raiz, corpo com dois corpos cavernosos e um esponjoso, e glande) e prepúcio. Testículos: é
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