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Citoplasma e organelas CÉLULA E DESENVOLVIMENTO ANIMAL CITOSOL O citosol é considerado o verdadeiro meio interno da célula. Chaperonas: acompanham as proteínas e, sem exercer ação direta sobre elas, previnem seus dobramentos prematuros e garantem que sejam realizados da maneira correta. Elas consomem energia derivada do ATP e podem ser reutilizadas assim que completam sua função. Proteossoma: é um complexo enzimático responsável pela eliminação de proteínas. Isso acontece quando proteínas precisam ser degradadas devido, por exemplo, ao mal dobramento, término de função ou danificação. Ubiquitina: é um conjunto de polipeptídios que “marcam” as proteínas que devem ser eliminadas para que estas possam entrar no proteossoma. Quando a degradação da proteína termina, o proteossoma e as ubiquitinas permanecem disponíveis para serem reutilizados. CITOESQUELETO O citoesqueleto é constituído por três classes de filamentos (microtúbulos, filamentos intermediários e microfilamentos ou filamentos de actina) e por um conjunto de proteínas acessórias, chamadas de proteínas reguladoras, ligadoras e motoras. Também é responsável pela forma – estável ou instável – da célula. Proteínas reguladoras: controlam o aparecimento, o alongamento, o encurtamento e o desaparecimento dos três filamentos principais do citoesqueleto. Proteínas ligadoras: conectam os filamentos entre si e com outros componentes da célula. Proteínas motoras: servem para transportar macromoléculas e organelas de um ponto a outro do citoplasma. Além disso, fazem com que dois filamentos contíguos e paralelos entre si deslizem em direções opostas. Essa é a base da motilidade, da contração e das modificações da forma da célula. Essa propriedade confere uma função adicional ao citoesqueleto, a de ser o “sistema muscular” da célula, ou seja, a citomusculatura. Filamentos intermediários Os filamentos intermediários contribuem para a manutenção da forma das células e estabelecem as posições das organelas no interior da célula. Além disso, a função principal dos filamentos intermediários é mecânica. Portanto, eles são mais desenvolvidos nas células submetidas a grandes tensões. São denominados intermediários porque sua espessura é menor que a dos microtúbulos e maior que a dos filamentos de actina. A composição química dos filamentos intermediários é muito variável. Eles são agrupados em seis tipos: Laminofilamentos: São os únicos que não se localizam no citosol. Estão no núcleo. Filamentos de queratina: Também chamados de tonofilamentos, são encontrados nas células epiteliais, sobretudo na epiderme e em seus anexos, como pelos e unhas, nas mucosas e nas glândulas. Esses filamentos se associam aos desmossomos e aos hemidesmossomos, formando uma trama filamentosa contínua e espalhada por todo o epitélio, o que lhe confere grande parte de sua resistência. Filamentos de vimentina: São muito comuns nas células embrionárias. No organismo desenvolvido, os filamentos de vimentina localizam-se nas células de origem mesodérmica, como fibroblastos, células endoteliais, células sanguíneas etc. Filamentos de desmina: Encontrados no citoplasma de todas as células musculares, sejam estriadas ou lisas. Filamentos gliais: Os filamentos gliais encontrados no citosol dos astrócitos e de algumas células de Schwann. Neurofilamentos: São os principais elementos estruturais dos neurônios, incluindo dendritos e axônio. Todos apresentam a mesma organização estrutural: são polímeros lineares, o que os difere dos microtúbulos e dos filamentos de actina, que são globulares. Microtúbulos Os microtúbulos são filamentos de citoesqueleto encontrados em quase todas as células eucariontes. São polímeros constituídos por unidades proteicas denominadas tubulinas. Caracterizam-se por seu aspecto tubular e pelo fato de serem acentuadamente retilíneos e uniformes. Podem ser classificados em: Citoplasmáticos: encontrados na célula em intérfase. Surgem em uma estrutura contínua ao núcleo chamada de centrossomo. A partir daí estendem-se por todo citoplasma até chegar à membrana plasmática, na qual se fixam. São necessários para o transporte das organelas e de macromoléculas e também contribuem para o estabelecimento da forma das células. Mitóticos: correspondem às fibras do fuso mitótico. Eles mobilizam os cromossomos durante a mitose e a meiose. Ciliares: localizados no eixo dos cílios. Eles formam o eixo dos cílios e dos flagelos Centriolares: encontrados nos corpos basais e nos centríolos. Filamentos intermediários Também chamados de microfilamentos, os filamentos de actina são mais flexíveis que os microtúbulos. São classificados em: Corticais: estão localizados sob a membrana plasmática, na qual constituem o componente citosólico mais importante. Transcelulares: atravessam o citoplasma em todas as direções. Os filamentos de actina também possibilitam a motilidade celular, formam o esqueleto das microvilosidades e integram o arcabouço contrátil das células musculares. MITOCÔNDRIA As mitocôndrias são organelas esféricas ou alongadas. Sua distribuição na célula varia, tendendo a se acumular nos locais do citoplasma em que o gasto de energia é mais intenso. Essas organelas transformam a energia química contida nos metabólitos citoplasmáticos em energia facilmente utilizável pela célula. Aproximadamente 50% dessa energia é armazenada nas ligações fosfato do ATP e os outros 50% restantes são dissipados sob a forma de calor, utilizado para manter a temperatura do corpo. As mitocôndrias são constituídas por duas membranas. A membrana interna apresenta projeções para o interior da organela, as cristas mitocondriais. Essas duas membranas delimitam dois compartimentos. O localizado entre as duas membranas denomina-se espaço intermembranoso; o outro compartimento é limitado pela membrana interna e contém a matriz mitocondrial. As cristas aumentam a superfície da membrana interna da mitocôndria e contém as enzimas e outros componentes da fosforilação oxidativa e do sistema transportador de elétrons. A quantidade de mitocôndrias e o número de cristas por organela são proporcionais ao metabolismo energético das células. Fotomicrografia do revestimento interno do estômago. As células maiores mostram muitas mitocôndrias no citoplasma. Também podem ser vistos os núcleos, localizados nos centros dessas células. RIBOSSOMOS Os ribossomos são partículas elétron-densas, compostas de quatro tipos de RNA ribossomal. Há dois tipos de ribossomos: um tipo é encontrado nas células procariontes (bactérias), cloroplastos e mitocôndrias; o outro tipo ocorre em todas as células eucariontes. Os ribossomos desempenham um papel importante na tradução da mensagem para a síntese proteica. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO É uma rede intercomunicante de vesículas achatadas, vesículas redondas e túbulos, formada por uma membrana contínua e que delimita um espaço muito irregular, a cisterna do retículo endoplasmático. Retículo Endoplasmático Rugoso/Granuloso É abundante nas células especializadas na secreção de proteínas. O reticulo endoplasmático granuloso consiste em cisternas saculares ou achatadas, limitadas por membrana que é contínua com a membrana externa do envelope nuclear. A palavra rugoso/granuloso decorre da existência de ribossomos na superfície citosólica da membrana. Destino das proteínas produzidas no RER/REG: armazenamento intracelular, como nos lisossomos e nos grânulos dos leucócitos; armazenamento intracelularprovisório para exportação, como no pâncreas e em algumas glândulas endócrinas. Principal função: segregar no citosol proteínas destinadas à exportação ou para uso intracelular. Outras funções: glicosilação inicial das glicoproteínas, síntese de fosfolipídios, síntese das proteínas integrais da membrana plasmática e montagem de moléculas proteicas. Retículo Endoplasmático Liso O retículo endoplasmático liso não apresenta ribossomos e sua membrana geralmente se dispõe sobre a forma de túbulos que se anastomosam. A membrana do retículo endoplasmático liso é contínua com a do retículo granuloso. Nas células musculares estriadas, recebe o nome de retículo sarcoplasmático. Funções importantes: síntese de esteroides, neutraliza substâncias nocivas e tóxicas e participa da síntese de fosfolipídios para todas as membranas celulares. Outras funções: participa da hidrólise do glicogênio, produzindo glicose para o metabolismo energético. COMPLEXO DE GOLGI O complexo de Golgi é um conjunto de vesículas achatadas e empilhadas, com as porções laterais dilatadas. É uma estrutura polarizada, isto é, tem uma face diferente da outra. Sua superfície convexa ou cis recebe as vesículas que brotam do retículo endoplasmático, enquanto a superfície côncava ou trans origina vesículas onde o material deixa o Golgi. Funções: completa as modificações pós- tradução, empacota e coloca um endereço nas moléculas sintetizadas pelas células, encaminhando-as, principalmente, para vesículas de secreção, para lisossomos ou para a membrana celular. As proteínas sintetizadas no retículo granuloso são transferidas para o complexo de Golgi por meio de pequenas vesículas. LISOSSOMOS São vesículas delimitadas por membrana com a função de digestão intracitoplasmática. São encontrados em todas as células, mas são mais abundantes nas células fagocitárias. As enzimas dos lisossomos variam de acordo com o tipo de célula, porém, todas têm atividade máxima em pH 5,0. A membrana dos lisossomos constitui uma barreira, impedindo que as enzimas ataquem o citoplasma. O pH do citosol (7,2) constitui uma defesa adicional para proteger a célula contra a ação das enzimas que, acidentalmente, poderiam escapar dos lisossomos para o citosol. Outra função dos lisossomos está relacionada com a renovação das organelas celulares. Em alguns casos, organelas ou porções do citoplasma são envolvidas por membrana do REL. Lisossomos fundem-se com essas estruturas e digerem o material nelas contido. PROTEASSOMOS Os proteassomos são complexos de diversas proteases que digerem proteínas assinaladas para destruição pela união com a ubiquitina. A degradação de proteínas é necessária para remover excesso de enzimas e outras proteínas, quando elas, após exercerem suas funções normais, tornam-se inúteis para a célula. Os proteassomos também destroem moléculas proteicas que se formam com defeitos estruturais e as proteínas codificadas por vírus, que seriam usadas para produzir novos vírus. PEROXISSOMOS São organelas esféricas, delimitadas por membrana. Oxidam substratos orgânicos específicos, retirando átomos de hidrogênio e combinando-os com oxigênio molecular. Essa reação produz peróxido de hidrogênio, uma substância oxidante prejudicial à célula, que é imediatamente eliminada pela catalase, também contida nos peroxissomos. A catalase utiliza oxigênio do peróxido de hidrogênio para oxidar diversos substratos orgânicos. Essa enzima também decompõe o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio, segundo a reação: VESÍCULAS OU GRÂNULOS DE SECREÇÃO São encontrados nas células que armazenam material até que a sua secreção seja desencadeada por mensagens metabólicas, hormonais ou neurais (secreção regulada). As vesículas de secreção que contêm enzimas digestivas são chamadas grânulos de zimogênio. REFERÊNCIAS DE ROBERTIS, E. M. F.; HIB, Jose. Biologia celular e molecular. 16. ed. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. JUNQUEIRA, LC; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Karisse Farias
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