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DIREITO PROCESSUAL PENAL 1 SENTENÇA REQUISITOS DA SENTENÇA Fundamento legal: artigo 381 do Código de Processo Penal. ESTRUTUTA DA SENTENÇA 1. Relatório 2. Fundamentação 3. Dispositivo Observação: no JECRIM há a dispensa do relatório. ATENÇÃO: motivação “per relacionem”, é uso de outra manifestação como razão de decidir, por exemplo “adoto as razões invocadas pelo Ministério Público, como fundamento da sentença”, esta motivação é possível, desde que o juiz acrescente fundamentação própria. SENTEÇA ABSOLUTÓRIA E CONDENATÓRIA 1. Sentença absolutória (artigo 386 do Código de Processo Penal): efeito da sentença absolutória nos processos cíveis/administrativos: tudo depende do fundamento da absolvição. Em regra, a absolvição por falta de prova ou por atipicidade da conduta, não afetam a esfera cível ou administrativa. Se a absolvição for pelos motivos abaixo, afetarão as esferas cíveis e administrativa, a saber: A. Se restar provado que o crime não existiu; B. Se provar que não foi o autor do crime; C. Se o crime foi cometido por causa de excludente da ilicitude. ATENÇÃO: sendo uma excludente agressiva, que sacrifica bem de terceiro, o terceiro poderá ingressar com ação contra a vítima inicial ou contra o infrator nas esferas cíveis ou administrativas. Exemplo: Paulo buscando evitar o seu assassinato, pega o tablet de terceiro próximo e atinge o infrator na cabeça, conseguindo fugir. Neste caso, o terceiro poderá processar a vítima inicial, podendo a vítima denunciar a lide em face do assaltante. 2. Sentença condenatória (artigo 387, IV do Código de Processo Penal): efeito da sentença condenatória nos processos cíveis/administrativos: o juiz fixará o valor mínimo da indenização, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido, não podendo o juiz, arbitrar o valor de DIREITO PROCESSUAL PENAL 2 ofício, sendo necessário pedido do Ministério Público ou do ofendido. Ainda, se houver elementos, o juiz poderá arbitrar o dano moral. ATENÇÃO: em se tratando de lei Maria da Penha o dano é in “re ipsa”, ou seja, basta que se prove o fato criminoso e a sua autoria. Seguindo, o artigo 387, parágrafo primeiro, do Código de Processo Penal, dispõe que o juiz decidirá fundamentadamente sobre a imposição de medida cautelar pessoal. A regra é, respondeu ao processo solto, vai recorrer solto, respondeu ao processo preso, vai recorrer preso. EXCEÇÕES a. Conforme disposição do artigo 492, I, E do Código de Processo Penal, no júri, se o réu for condenado a pena maior ou igual a 15 anos, o réu será imediatamente preso; Observação: o STJ, entende que o dispositivo acima é inconstitucional, porém o presidente do supremo o considera constitucional. b. Conforme disposição do artigo 387, parágrafo segundo do Código de Processo Penal, o tempo de prisão provisória será computado para fins de determinação do regime inicial de cumprimento de pena. Exemplo: Sabrina foi condenada ao cumprimento de pena no importe 12 anos, sendo que ela já está presa há 10 anos, há uma pena de 2 anos a ser cumprida, no regime aberto, em razão de ser apenas dois anos. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO ENTRE A IMPUTAÇÃO E A SENTENÇA Conceito: significa que a sentença deve estar adstrita à imputação, o que tem na denúncia ou na queixa, deve estar na sentença (limite). EXCEÇÕES A. de acordo com o artigo 385 do Código de Processo Penal, se o Ministério Público requerer a absolvição, o juiz pode condenar a vítima, se assim entender. Ainda, o juiz, nos crimes de ação penal pública, pode conhecer de ofício as agravantes, ainda que não tenham sido alegadas. EXCEÇÃO DA EXCEÇÃO: no júri só pode reconhecer agravantes alegadas em plenário. Neste mesmo sentido, temos dois institutos a serem tratados: DIREITO PROCESSUAL PENAL 3 1. Emendatio libelli Conceito: artigo 383 do Código de Processo Penal, trata-se de uma situação em que o fato está descrito na denúncia ou na queixa, em primeiro ou segundo grau poderá haver condenação por crime mais grave sem aditamento da denúncia ou emenda e sem ouvir ninguém; 2. Mutatio libelli Conceito: 384 do Código de Processo Penal, trata-se de uma situação em que o fato não está descrito na denúncia ou na queixa, apenas no primeiro grau, poderá haver a sua alegação, mediante aditamento pelo Ministério Público, imprescindível o aditamento, que é diverso da emenda. Procedimento do aditamento: o prazo de aditamento será de 5 dias, em seguida a defesa se manifesta em 5 dias, o juiz recebe o aditamento e em seguida é marcada nova audiência, podendo ser ouvida até 3 testemunhas da acusação e 3 testemunhas da defesa, havendo novo interrogatório, ato contínuo ocorrerão os memoriais e ao final o julgamento pelo juiz.
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