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Condicionamento_em_Odontologia

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CISPRE - Impressão http://www.cispre.com.br/acervo_print.asp?Id=7
1 de 5 1/8/2006 22:27
CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE PROFº ROBERTO
ELIAS
Terça, 1 de Agosto de 2006
Impresso a partir do site: www.cispre.com.br
 
Artigo Original
20/8/2003 
Paciente Especial: Condicionamento na Odontologia 
Roberto ELIAS* - Carmen ELIAS**
CISPRE
Resumo
Os autores descrevem métodos junto ao paciente com
necessidades especiais, sob o aspecto psicológico no
tratamento odontológico, na sua prática diária, como método
alternativo para pacientes de difícil de controle.
Unitermos:condicionamento, paciente especial, modificação
comportamental
Abstract
This author's describes methods close to the special patient, under the psychological aspect in the 
treatment odontológico, in her daily practice, as alternative method for patient special of difficult
control. 
Key-words: psychological aspects, handicapped patient, behavior modification.
* Presidente CISPRE
** Coordenadora Geral CISPRE
1. INTRODUÇÃO
Estamos vivendo em um período na historia da humanidade, na qual os avanços na área da
medicina são freqüentes. Na última década, avanços nos recursos diagnósticos, diretrizes de
assistência à saúde e técnicas cirúrgicas têm possibilitado que mais e mais crianças e adultos não
apenas sobrevivam, atingindo longevidade, obtendo uma melhora na qualidade de vida. Não poderia
deixar de acoplar a essa melhoria a qualidade de atendimento preventivo e curativo na 
estomatologia.
A saúde bucal perfeita em controle sempre é importante para o bem estar físico dos pacientes
clinicamente comprometidos (Pacientes com Necessidades Especiais) contribuindo para o sucesso de
uma melhora na qualidade de vida.
Por muitas vezes o cirurgião-dentista fazendo parte de um contexto interdisciplinar se vê as voltas
com pacientes que estão longe de uma cooperação mesma que mínima, no que se refere ao
tratamento odontológico a nível ambulatorial.
Segundo MAIA et al. (1996)(7) a responsabilidade do profissional de odontologia neste aspecto de 
condicionamento é grande: ele tem um papel importante na educação dos pacientes jovens e
deveria ajuda-los a lidar com suas ansiedades, ajustando-as ao nível apropriado para cada paciente
e a cada situação.
2. CONSIDERAÇÕES COMPORTAMENTAIS JUNTO AO PACIENTE ESPECIAL
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ELIAS (1995)(3) relata que profissionais que atendem pacientes especiais e odontopediatria, tem 
obtido muito sucesso em acalmar o medo e a ansiedade, criando uma relação de confiança com seu
paciente de que tratam. A ciência por detrás desse sucesso apenas recentemente tem sido estudada
na literatura psicológica. Dentre os preceitos no tratamento odontológico, o profissional com
habilidade, precisa primeiro aprender a reconhecer o perfil psicológico relacionando com a idade
cronológica e cognitiva do seu paciente. 
LOWEY (1998)(6) argumentou que medidas de comportamento e personalidade são "inexatas e
controversas", havendo teorias a respeito do desenvolvimento da personalidade.
KALTENBACH (1999)(5) relatou que o compreender e interpretar a personalidade do paciente seja 
fundamental em relação de confiança entre o cirurgião-dentista, paciente e família. 
3. DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DA CRIANÇA AO ADOLESCENTE
3.1. Do Nascimento aos Dois Anos de Idade - os lactentes iniciam seu desenvolvimento psicológico
como centro do universo, porém totalmente dependentes dos outros para suas necessidades, não
devendo esperar a cooperação dos lactentes na questão odontologia, segundo Anderson, 1998.(2)
3.2 Dois Anos de Idade - neste estágio, querem fazer as coisas sozinhas, preferem brincar
solitariamente, não dividindo seu espaço. Habitualmente são muito ligados a seus pais,
apresentando medo de estranhos, de sons altos, de movimento brusco e de quedas. Não gostam de
ver e tocar as coisas, sendo o consultório odontológico um habitat com muitos objetos que precisam
ser mostrados (ANDERSON 1998). (2)
3.3 Três Anos de Idade - são grandes faladores, gostam de ouvir e contar estórias, embora ainda
estejam muito ligados aos pais, gostam de agradar e reagem positivamente a qualquer reforço dado
(LOWEY 1998).(6)
3.4 Quatro Anos de Idade - são freqüentemente agressivas e tentam liderar impondo a sua vontade
sobre os outros. São com freqüência menos cooperativos nas consultas odontológicas do que as de
três anos de idade. São curiosas e utilizam suas perguntas para adiar o tratamento, apresentam
medo do desconhecido (ANDERSON, 1998).(2)
3.5 Cinco Anos de Idade - normalmente brincam cooperativamente com curiosidade, sendo
habitualmente receptiva durante o tratamento . Elogiá-las em seus valores e realizações são muito
importantes (KALTENBACH, 1999).(5)
3.6 Seis Anos de Idade - nessa idade o convívio de universo se torna maior, há demandas
competitivas, com confinamento ou restrição de atividades. É um período de alterações psicológicas,
sendo incansável e não toma decisões facilmente. Pode encarar o tratamento como uma punição
para os sentimentos de possessividade em relação ao genitor do sexo oposto. Pode apresentar
acessos de raiva temperamental de difícil controle. Seu comportamento pode ser explosivo ou
imprevisível (ELIAS, 2002).(4)
3.7 Sete Anos de Idade- seu pensamento é concreto, utilitário e associado a eventos cotidianos.
Gostam de contar aos adultos o que estão aprendendo ou fazendo. A interação com o
cirurgião-dentista pode ter início em perguntas sobre a escola ou de suas experiências lúdicas.
Apresenta ainda ansiedade e medo do tratamento (ELIAS, 2002).(4)
3.8 Adolescente - Freud caracteriza o adolescente como "ansiedade, o peso do orgulho ou a
profundidade do desespero, o entusiasmo rapidamente crescente, a total desesperança, a
preocupação filosófica e intelectual ardente ou algumas vezes estéril. Respeitando-os como
indivíduos completos, buscando conhece-los e compreendê-los, pode-se evitar comportamento
rancoroso e não cooperativo de muitos adolescentes (ELIAS, 2002)". (4)
Cabe a nós, darmos ênfase que a idade cronológica por muitas vezes em pacientes especiais foge
literalmente da idade mental, assim o cirurgião-dentista deve ter a sensibilidade e compreensão
técnica e científica de tentar enquadrar o seu paciente na faixa mais adequada, associando o estado
mental e a idade cronológica.
4. FASES DE CONDICIONAMENTO DO PACIENTE
4.1 Consentimento - os responsáveis pelo paciente clinicamente comprometido devem ser
esclarecido das metas e obstáculos a serem ultrapassados com o intuito de dar saúde oral ao
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paciente.
4.2 Aperfeiçoamento de Comunicação
4.2.1 Linguagem e Expressão - um item de suma importância, no qual muitos profissionais a luz do
paciente se tornam ridículos e exageram na sua linguagem, exemplo: queridinho, que gracinha,
filhinho 
4.2.2 Comunicação não Verbal - todos nós comunicamo-nos através de gestos, postura,
movimentos, expressão facial, contato físico entre outras formas. Assim, deve-se utilizar o máximo
possível esta técnica junto ao paciente, o toque, muitas vezes, vale mais do que a palavra dita.
4.2.3 Controle da Tonalidade da Voz - alterações controladas de volume, tom ou cadência da voz
podem influenciar positivamente ou negativamente junto ao estado comportamental do paciente.
4.2.4 Falar - Mostrar - Fazer - uma técnica muito utilizada em odontopediatria e em pacientes
especiais. Deve ser adaptada a cada situação comportamental, dependendo de cada momento e
condições física do paciente.
5. TÉCNICAS ALTERNATIVAS
5.1 Ludoterapia: a arte de brincar, transferindo seus anseios, vontades, expressões através de
brinquedos didáticos e psicológicos.
5.2 Cromoterapia: as cores apresentam influência positiva ou negativa. O cirurgião-dentista que
trabalha com pacientes especiais e domina esta técnica apresenta uma grande vantagem sobre os
demais.
5.3 Musicoterapia: técnica para auxilia fundamental, no condicionamento desses pacientes,porém
lembramos que não devemos realiza-la de forma empírica.
5.4 Hipnose: utilizada para auxiliar junto a pacientes que apresentam compreensão e colaboração,
porém com fobias ao tratamento.
5.5 Arte: conceito muito atual, onde pacientes são submetidos a seções de arte plástica (pintura,
colagem) momentos antes de sua consulta propriamente dita ao cirurgião-dentista.Há a tentativa de
se estabelecer um momento de abstração e relaxamento para no ato do tratamento obtermos um
melhor desempenho.
5.6 Restrição Física: técnica de restrição de movimentos voluntários ou involuntários dos pacientes
através de mecanismos como: papoose board, pediwrup ou mesmo macri e lençóis com uma série
de técnicas preconizadas no mundo inteiro como por exemplo de envelopamento.
5.7 Sedação Oral Consciente: controle comportamental através de drogas no auxilio do tratamento.
Figura 1: Condicionamento com auxilio da Ludoterapia
6. ESTRUTURA DE ATENDIMENTO
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A mais utilizada por nós é a interdisciplinaridade agregada a ludoterapia em todas as seções, a
técnica falar-mostrar-fazer, cromoterapia e artes, estão sempre presentes em nosso atendimento
diário.
Acreditamos ser de suma importância, o condicionamento em um primeiro plano. O inicio do
trabalho se dá com aos familiares, onde deverá existir uma interação completa. Após o contato e
sensibilização dos responsáveis, é que daremos início, junto ao paciente especial, ao seu
tratamento. Desta forma, percebemos uma maior concordância e colaboração com o planejamento
odontológico proposto.
Como colaboração aos profissionais, que se interessam pelo assunto em pauta, extraímos este
quadro abaixo (Fonte Medline) da Academia Americana de Odontologia (1999)(1), que serve como
orientação no seu condicionamento junto ao paciente especial.
Tabela 1. Resumo do protocolo de atendimento estomatológico
Paciente quer Ajudar: Guarde essa máxima em mente
Estabeleça comunicação
Converse ao nível do paciente
Mostre que é seu amigo
Encoraje-o, dê suporte de apoio
Paciente tem Medo Inato, Especialmente do Desconhecido:
Envie informações ao paciente antes da consulta - sala de espera
Estruture a consulta: mostre o que vai ser feito e diga quanto tempo vai demorar
Converse com o paciente de assuntos não odontológicos
Aplique técnicas alternativas
Forneça ao paciente algum controle, permita-o fazer algumas perguntas
Paciente Tímido:
Proceda vagarosamente e fale tranqüilamente
Dê tempo dele responder suas solicitações
Fale-mostre-faça
Paciente Testador: 
Tentam buscar seus limites
Seja firme e consistente
Nunca perca a calma 
CONCLUSÃO
Quando citamos que nossa margem de pacientes com necessidades especiais, que eram submetidos
ao tratamento odontológico sob anestesia geral está em torno de 3%, vemos com satisfação que
técnicas já preconizadas e alternativas são de extrema utilidade, pois a princípio todo paciente é
cooperativo ou apresenta um potencial de cooperação, cada um a seu nível de compreensão, o
cirurgião-dentista que se dedica ao tratamento do paciente especial tende cada vez mais a procurar
caminhos alternativos na busca de não fazer o seu paciente dependente da anestesia geral para um
tratamento odontológico, a prevenção, a interação profissional paciente-família traz um fator a mais
a esses pacientes que por muitos anos foram esquecidos em todos os seus níveis, e a odontologia
para pacientes especiais nesses últimos anos vem se firmando como uma especialidade latente e
respeitada por todas as equipes interdisciplinares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. American Academy of Pediatric Dentistry: Standards of care for behavior management. American
of Pediatry Dentistry, Chicago, v.5, n.3, p.29-45, 1995
2. ANDERSON, K.O. Psychological preparation for invasive medical and dental procedures. J Behav
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Med, v 9,n.8, p.76-82, 1998
3. ELIAS, R. Odontologia de Alto Risco - Pacientes Especiais, ed. REVINTER, 
Rio de Janeiro, 1995,p.189.
4.________________, Odontologia e os Pacientes Especiais, J Brasil, RJ nov, p.6, 2002
5. KALTENBACH R.F. Psychological aspects of pain. J Dent Pediatric, Houston, USA v 6, n.4,p.67-9,
6. LOWEY G.H. Growl and development of children, ed. 8, Year Book Medical, Chicago, p. 456-79,
1998.
7. MAIA, M.E.; CORRÊA, M.S.; FAZZI. R.: Estratégias de Conduta Clínica e Psicológica em
Odontopediatria - RBO, Rio de Janeiro, março /abril - p. 41-4 ,1996
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