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MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO @junamed Especialidades clínicas e cirúrgicas 1 Anatomia cervical e propedêutica Pescoço - É um segmento de conexão tubular e flexível entre a cabeça e o tórax, sendo composta por 7 vértebras cervicais e por músculos que fazem a sustentação - Sua base óssea é a coluna cervical onde a cabeça se apoia - A disposição e a estrutura das articulações cervicais permitem a rotação da cabeça cerca de 90º para cada lado, em relação ao tronco - Não é apenas uma área de conexão, mas também contém órgãos próprios como a glândula tireoide, a glândula paratireoide e a laringe - Lesões nessa região são consideradas muito perigosas, porque além da coluna vertebral, diversas estruturas importantes passam pelos tecidos moles (como grandes vasos sanguíneos e tratos nervosos, além de componentes dos sistemas respiratório e digestório) - Os limites ósseos do pescoço são: a mandíbula e o osso occipital (na junção craniana), e as clavículas e a margem superior das escápulas (caudalmente) * Importância de conhecer a anatomia cervical: descrever nódulos, proceder no atendimento de trauma * Espaço virtual = ele existe, mas quando abre a estrutura não está ali (não consegue ver) Anatomia de superfície Músculos cervicais Músculo platisma - Está situado diretamente abaixo da pele e faz parte dos músculos da mímica (expressão facial - É inervado pelo nervo facial Músculo digástrico - Possui dois ventres: ventre anterior (mais curto) e um ventre posterio (mais longo) que estão conectados entre si por meio de um tendão Músculo esternocleidomastóideo - Constitui o limite entre a região cervical anterior e a região cervical lateral - É inervado pelo nervo acessório MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO @junamed Vasos e nervos cervicais Vasos - Artéria carótida interna: não dá ramo nenhum ao pescoço; seu primeiro ramo é a oftálmica - Artéria carótida externa: seu primeiro ramo é a artéria facial - Veia jugular interna: é profunda em relação ao músculo esternocleidomastoideo - Veia jugular externa: corre atrás do músculo esternocleidomastoideo * Uma punção de veia subclávia esquerda pode lesionar o ducto torácico e gerar um quilotórax Nervos - Nervo laríngeo-recorrente: inerva as pregas vocais; uma lesão unilateral desse nervo faz com que a pessoa fique rouca; uma lesão bilateral faz com que a pessoa não consiga respirar (precisa fazer traqueostomia); a lesão bilateral pode ser uma complicação da cirurgia da tireoide - Nervo espinal-acessório: responsável pelo levantamento da escápula; pode ser lesado em esvaziamento de linfonodos - Plexo braquial/nervo axilar: sua lesão gera perda de movimentos do braço - Nervo vago - Nervo frênico MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO @junamed Linfonodos cervicais - São classificados em 6 níveis de cadeias linfáticas limitadas por reparos anatômicos (o que permite maior acurácia no contato do cirurgião com o patologista) Nível 1 . Subdivide-se em IA (anterior) e IB (posterior) . Situa-se entre a mandíbula, músculo digástrico e osso hióide Nível 2 . Corresponde ao 1/3 superior . Situa-se entre a cartilagem cricóide até a jugular na base do crânio (cirurgicamente entre estilo-hióide e a bifurcação da artéria carótida) Nível 3 . Situa-se do osso hioide até a cartilagem tireoide (abaixo da bifurcação e separado inferiormente no ponto onde o músculo omo- hióideo cruza a veia jugular interna) Nível 4 . Situa-se da cartilagem tireoide até a clavícula (dos jugulares inferiores, escalenos e supraclaviculares que estão abaixo do 1/3 inferior do músculo esternocleidomastoideo até a clavícula) Nível 5 . Situa-se entre o músculo trapézio, carótida e jugular (entre os linfonodos do triângulo cervical posterior, que acompanham o nervo acessório e a art. cervical transversa) Nível 6 . Situa-se na região próxima a glândula tireoide (entre as duas carótidas, com hióide superiormente e fúrcula inferiormente; engloba nervos pré-laríngeos, pré-traqueais, paratraqueais e cadeia do nervo recorrente) * Queixa mais comum para o médico de cabeça e pescoço = linfonodos cervicais aumentados * Segunda queixa mais comum = queixa relacionada a tireoide MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO @junamed Zonas de traumatismo cervicais - São 3 zonas usadas como orientações clínicas comuns sobre a gravidade do traumatismo do pescoço - Permitem que os médicos determinem as estruturas do pescoço sob risco no caso de lesões penetrantes Zona I - da cartilagem cricoide até a fossa supraclavicular . Inclui a raiz do pescoço e estende-se até o nível da margem inferior da cartilagem cricóidea . As estruturas sob risco são as cúpulas da pleura, os ápices dos pulmões (risco de hemotórax por lesão e vasos subclávios), as glândulas tireoide e paratireoides, a traqueia, o esôfago, as artérias carótidas comuns, as veias jugulares e a região cervical da coluna vertebral Zona II - do ângulo da mandíbula á cartilagem cricoide . Acometida em 77% dos traumas cervicais . Estende-se da cartilagem cricóidea até o nível dos ângulos da mandíbula . As estruturas em risco são os polos superiores da glândula tireoide, as cartilagens tireóidea e cricóidea, a laringe, a parte laríngea da faringe, as artérias carótidas, as veias jugulares, o esôfago e a região cervical da coluna vertebral . Pode haver uma multiplicidade de lesões com relativa facilidade de exploração Zona III - da base do crânio até a mandíbula . Corresponde aos ângulos das mandíbulas superiores . As estruturas em risco são as glândulas salivares (parótida e submandibular), carótida interna e jugular, as cavidades oral e nasal, as partes oral e nasal da faringe . Tem anatomia complexa e difícil abordagem cirúrgica Espaços - Espaço parafaringeo - Espaço parotideo - Espaço arotideo - Espaço mastigador - Espaço visceral - Espaço retrofaringeo MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO @junamed - Espaço perivertebral (único espaço que comunica totalmente o pescoço com o tórax) - Espaço submandibular - Espaço sublingual - Espaço bucal Trígonos A) Trígono occipital - Limite anterior = borda posterior do músculo ECM - Limite posterior = borda anterior do músculo trapézio - Limite inferior = borda superior do ventre inferior do músculo omo-hióideo - Limite superior = seu ápice fica no osso occipital - Assoalho = escápula e músculos escalenos médio e posterior - Teto = pele, TCSC e fáscia - Conteúdo = o nervo acessório é a estrutura mais figurativa, cruzando o trígono occipital nos 2/3 superiores; pouco abaixo os nervos transverso e supraclavicular (do plexo cervical superior) emergem da borda posterior do ECM B) Trígono carotídeo (carotídeo superior) - Limite posterior/lateral = a borda anterior da porção mediana do músculo ECM - Limite inferior/medial = ventre superior do músculo omo-hióideo - Limite superior = ventre posterior do músculo digástrico e músculo estilo-hióideo - Teto = pele, TCSC, músculo platisma e camada superficial da fáscia cervical - Assoalho = músculo tiro-hióide, hipoglosso e contritores médio e inferior da faringe - Conteúdo = as principais estruturas são os componentes da bainha carotídea C) Trígono submentoniano - Limite lateral = fornecido pelo ventre anterior do músculo digástrico - Limite medial = é dado pela linha mediana - Limite inferior = o corpo do osso hióide faz sua base - Limite superior = o ápice desse trígono é no mento - Assoalho = músculo milo-hióide - Teto = pele, TCSC, músculo platisma e fáscia cervical superficial - Conteúdo = possui algumas veias tributárias para veia jugular anterior e poucos linfonodos, em geral de cada lado (gânglios submentais) Propedêutica cervical 1- Anamnese - Identificação - Queixa principal e duração dos sintomas: a queixa mais comum relacionada aos pescoço são os linfonodos cervicais aumentados,e a segunda mais comum é queixa relacionada a tireoide - História da doença atual: no caso de queixas relacionadas aos linfonodos, deve ser pesquisado início, localização, mobilidade, deglutição e fatores associados (dor e sinais flogísticos) - Interrogatório por órgãos e sistemas - Hábitos (ex: tabagismo e etilismos) MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO @junamed - Comorbidades, medicações em uso e internações anteriores 2- Exame físico geral - Estado geral, estado de mucosas, nível de hidratação, de consciência e estado psicológico - Sinais vitais 3- Exame Físico A) Inspeção - Pesquisar por abaulamento, retrações, cicatrizes e nódulos (se presentes, avaliar a mobilidade a deglutição) - Localizar os linfonodos • Os linfonodos podem ser localizados utilizando a classificações em níveis cervicais: . Nível I: submandibular; . Nível II: júgulo-carotídeo superior; . Nível III: júgulo-carotídeo médio; . Nível IV: júgulo-carotídeo inferior; . Nível V: posterior ao músculo esternocleidomastóideo; . Nível VI: anterior ou paratraqueal B) Palpação - Estruturas que podem ser palpadas: linfonodos cervicais, osso hióide, cartilagem tireoide, glândula tireoide, cartilagem cricóide e anéis traqueais - A palpação das cadeias linfonadais cervicais pode ser realizada com o examinador à frente ou por trás do paciente, com o uso de 2 ou 3 dedos - Na palpação da tireoide, sempre deve pedir para o paciente deglutir, a fim de facilitar a identificação da glândula, que se move junto à traqueia (a tireoide deve ser caracterizada quanto ao tamanho, consistência, presença de nódulos e outras alterações anatômicas) 4- Propedêutica armada - USG - Punção - TC - Biópsia (quando forem encontradas lesões suspeitas de malignidade)
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