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Calcificações patológicas

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Calcificações patológicas
Calcificações são deposições de sais de
cálcio em lugares que não deveria
acontecer
Ex: valvas, glândulas mamárias, etc
➔ Podem acontecer em situações de
hipercalcemia ou níveis de cálcio
normal
O cálcio sérico precisa ser muito bem
regulado, pois qualquer alteração causa
diversos problemas pela precipitação de
cálcio
Ex: hipercalcemia - hiperexcitação
do sistema nervoso e hipocalcemia -
processo contrário
Excesso de fosfato: distúrbios no
metabolismo do cálcio
Exemplo de doenças: insuficiência renal
(acúmulo de fosfato - hiperfosfatemia)
Tanto no tecido ósseo quanto em
calcificações patológicas, é formado
hidroxiapatita
● No tecido ósseo, forma-se a matriz
osteóide, onde o cálcio se deposita
● Em calcificações patológicas, o
depósito acontece em restos celular
e extracelulares (tecido conjuntivo
ou secreções)
Processo patológico básico: lesão celular
reversível e irreversível, distúrbios
circulatórios, alteração inflamatória,
alterações de crescimento e diferenciação
celular, cura e reparo tecidual, neoplasia,
pigmentação patológica e calcificação
patológica
99% do cálcio no organismo está
depositado nos tecidos ósseos em forma
de hidroxiapatita
Calcificação normal e calcificação
patológica difere na matriz onde está
sendo depositada
Núcleo primário = matriz osteóide
Calcificação patológica: não há matriz
osteóide e o cálcio será depositado, por
exemplo, na membrana plasmática, na
mitocôndria, nas membranas basais (onde
há grande quantidade de proteoglicana),
sendo em restos celular ou matriz
extracelular
Controle dos níveis séricos de cálcio
No organismo, há constante mobilização
dos estoques de cálcio e fosfato
● Deposição
● Reabsorção
● Remodelação óssea
● Absorção intestinal
● Excreção urinária
Níveis séricos normais:
Ca2+: 9-11 mg/dL
HPO4: 3-4 mg/dL
A precipitação de sais de fosfato de cálcio
é maior em meio alcalino
Após a formação de núcleo primário há a
precipitação de sais de hidroxiapatita que
conseguem sozinhos favorecer a
precipitação de mais cristais
➔ Por isso, os inibidores fisiológicos
precisam evitar a precipitação
Ingestão média de cálcio: 1000 mg/dia
A maior parte é excretado nas fezes e
apenas 35% é absorvido
Também é excretado na urina e pode ser
reabsorvido nos túbulos distais
@biancasabbag_
Estresse mecânico (ósseo) gera deposição
de cálcio no osso (associado a saúde
óssea)
Hormônios reguladores da concentração
sérica de cálcio
Paratormônio - PTH (paratireóide)
Equilibra o nível de cálcio plasmático
(aumento)
● Mobilização de cálcio dos ossos -
capacidade de ativar os
osteoclastos
● Estimula a conversão da vitamina D
inativa para ativa - ativação da
enzima nos rins
● Age nos túbulos renais distais,
fazendo a reabsorção de cálcio
Calcitonina (tireóide)
● Contrapõe a ação do paratormônio
para manter o equilíbrio
● A ativação desses hormônios
depende do nível de cálcio
● Diminui os níveis de cálcio
● Deposição de cálcio por meio da
ativação de osteoblastos
● Inibe a ativação de vitamina D
● Estimula excreção de cálcio pelos
rins
Vitamina D (exposição solar)
➔ Precisa ser metabolizada no fígado
e rins, onde é ativado
◆ 1,25-dihidroxicolecalciferol
➔ Absorção de cálcio pelo intestino:
◆ Estimulada pela vitamina D
◆ Adquirimos a vitamina D por
meio do processo de
exposição a luz solar
● Será metabolizada no
fígado e depois nos
rins, onde terá a sua
forma ativa
◆ Com isso, ela pode ajudar na
absorção de cálcio no
intestino
Cálcio é importante na circulação para
certas funções celulares, como contração
celular, condução do sistema nervoso e
para manutenção da mineralização dos
ossos
Tipos de calcificação
● Calcificação metastática
○ Acontece em diversas
regiões, espalhada
○ Pois todos os tecidos estarão
sofrendo um distúrbio do
cálcio → hipercalcemia
● Calcificação distrófica
○ Distrofia: alteração no tecido
○ Acontece em regiões
localizadas
○ Níveis de cálcio estão
normais
○ Há formação de núcleos
primários que permitem que o
cálcio seja depositado
○ Principalmente em regiões de
morte celular (necrose)
■ Restos de necrose que
não foi fagocitado por
macrófagos (área
grande ou de difícil
acesso)
■ Gera calcificação
Calcificação metastática
➔ Hipercalcemia
Pode acontecer em casos de:
● Intoxicação por vitamina D
○ Quando é ingerido muita
vitamina D
○ Acontece pelo acúmulo de
vitamina D no fígado
● Mobilização excessiva de Ca++ dos
ossos
○ Pode acontecer por
imobilização prolongada
■ Estresse mecânico é
necessário para
reabsorção de cálcio
no osso
■ Estímulo para depósito
está diminuido
enquanto continua
havendo reabsorção
■ Portanto, um paciente
acamado sem
fisioterapia vai ter
maior saída de cálcio
dos ossos
○ Câncer metastático
■ Aumenta os níveis de
cálcio sérico, indicando
uma metástase no osso
■ Células malignas se
depositam no osso e
começam a destruí-lo
○ Câncer - mieloma múltiplo
■ Plasmócitos ativam
osteoclastos
■ Libera muito cálcio
para a circulação
● Hiperparatireoidismo
○ Distúrbio na paratireoide que
faz produzir muito PTH,
aumentando os níveis séricos
de cálcio
○ Hiperparatireoidismo primário:
problema na paratireoide
■ Ex: adenoma -
neoplasia benigna em
glândula, onde há
proliferação benigna
das células (cria um
nódulo)
Aumenta a quantidade
de célula e, portanto,
aumento da produção
de PTH
○ Hiperparatireoidismo
secundário: paratireóide
normal, mas há disfunção que
gera um aumento da
secreção do PTH
■ Ex: neoplasias de
pequenas células do
pulmão (células
neuroendócrinas),
neoplasias renais -
produção ectópica de
PTH
■ Ex. 2: doença renal
crônica
■ Não há ativação da vit
D0
■ Diminui reabsorção de
Ca++
■ Diminuição da
reabsorção de PO4
renal
■ Aumenta de cálcio e
PO4 por meio da
reabsorção óssea
■ Hiperfosfatemia que
gera a deposição de
cálcio nos ossos
■ Gera uma
osteodistrofia renal
Patogênese da doença renal:
Início de um quadro de hiperfosfatemia
(explicar o porquê ocorre) que leva a uma
precipitação de cálcio e de potássio nos
tecidos ósseos e extra ósseos - dessa
forma, o cálcio sérico sempre estará baixo
e terá sempre ativação do paratormônio
● Pode precisar da retirada da
paratireóide em pacientes com essa
condição
Situação normal quando há baixos níveis
de cálcio:
Predileção da deposição do fosfato e de
cálcio (normalmente tecidos mais
alcalinos)
● Se o pH é mais ácido, o cálcio é
solubilizado mais facilmente
● Com um pH muito alto, a solubilidade
do cálcio diminui e,
consequentemente, se deposita
mais fácil
Principais locais de depósito de cálcio
metastáticos
➔ Pulmões
Pessoas que fazem hemodiálise podem ter
calcificação pulmonar devido a perda de
CO2
➔ Rins
Calcificação dos túbulos devido a perda de
amônia (gera um pH mais alcalino)
➔ Artérias sistêmicas
➔ Veias pulmonares
Sangue muito oxigenado e o pH mais alto
➔ Córnea
Muito bicarbonato, além de perder CO2 por
difusão
Pulmão com calcificação metastática
➔ Parte esbranquiçada
➔ Consistência pétrea - endurecido
➔ Deposição difusa/generalizada
O cálcio se cora de roxo muito forte -
basofílico
Calcificação distrófica
➔ Localizada
➔ Acontece com os níveis de cálcio
sérico normais
➔ Não ocorre nenhuma alteração de
paratormônio, hipercalcemia ou nem
hiperfosfatemia
➔ Existem substrato que fazem uma
área propícia para deposição de
cálcio → principalmente necrose
Principais causas:
● Restos necróticos
○ Ex: esteatonecrose - em
casos de pancreatite aguda, o
cálcio se junta aos ácidos
graxos liberados pela ação da
lipase pancreática sobre os
TAGs / infarto / tuberculose
● Ateromas
● Cartilagem
● Trombos - flebólitos (trombo
calcificado)
○ Fibrose dos trombos com
aumento do depósito de
colágeno gera uma região
propícia para o depósito de
cálcio
● Tumores - psamomas
○ Principalmente malignos
○ Devido ao crescimento rápido,
os vasos não conseguem
acompanhar esse
crescimento tecidual rápido
levando a morte celular
○ Células neoplásicas mortas
que não receberam
nutrientes podem calcificar
○ Comuns em casos de
carcinoma papilar da tireoide,
adenocarcinoma seroso
papilífero do ovárioe em
meningiomas
Morfologia microscópica
● Material amorfo
● Áreas quebradiças na lâmina
● Região basofílica
Corpos de psamomas: calcificações
arredondadas
Ex: Carcinoma de tireóide
Coloração: Von Kossa
Necrose
Em áreas necrosadas há aumento da
fosfatase alcalina
➔ Ajuda na formação de fosfato de
cálcio
Além da presença de bastante proteínas
livres, como fosfolipídios
São áreas bastante alcalinas
➔ Favorecem a formação de
precipitados de sais de cálcio
A deposição de cálcio, nesses casos,
ocorre de maneira gradativa, começando
por pequenos grânulos basófilos
periféricos
Patogênese:
● Iniciação: depósito de cristais de
fosfato de cálcio
● Proliferação: progressão
autocatalítica de deposição de sais
Mecanismos que explicam a formação de
depósitos de cálcio:
● Exposição de núcleos primários
○ Como fosfolipídeos de
membranas celulares
● Aumento da concentração de fosfato
e cálcio
● Remoção de inibidores de
calcificação
Morfologia:
● Esbranquiçada
● Pétrea
Calculose
Calcificações em órgãos ocos
● Nefrolitíase (rim)
● Colelitíase (vesícula biliar)
● Coledocolitíase (colédoco)
● Sialolitíase (glândula salivar)
Hipersaturação de algum componente e
baixa diluição. Ex: colelitíase - colesterol
Quando os mecanismos inibitórios não são
suficientes, acontece a precipitação
desses componentes formando pedras
Precisa de um núcleo primário para o
cálcio se depositar
● Debris celulares, restos de bactérias
Crescimento do cálculo por maior
deposição
Tipos de pedras nos rins
● Maior saturação dos constituintes do
cálculo
● Menor volume urinário
● Alterações de pH
○ pH alcalino: cálcio
○ Infecções bacteriana alteram
o pH
● Diminuição de inibidores de
formação de cristais
○ Pirofosfato, citrato, magnésio
Cálculos renais
● Oxalato de cálcio
○ Comum em quem come muita
carne vermelha
● Fosfato de cálcio
● Ácido úrico
○ Pessoas com tendência a
maior formação do ácido
úrico - ex: gota
● Fosfatos de amônio e magnésio
○ Infecções urinárias
● Cistina
○ Problemas genéticos da
metabolização de
aminoácidos
Referência
Filho, Geraldo B. Bogliolo - Patologia.
Disponível em: Minha Biblioteca, (9th
edição). Grupo GEN, 2016.

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