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CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS Cálcio sérico e seu regulamento metabólico A maior parte do cálcio é armazenado em ossos e dentes (hidroxiapatita) 99%. Os níveis de cálcio e fosfato em nosso organismo estão em constante intensidade de mobilização = para manter os níveis séricos, níveis normais do cálcio no organismo através dos seguintes processos: • Deposição, reabsorção e remodelação ósseas, absorção intestinal e excreção; Como controla-se isso? Através de: • Hormônio calcitonina – produzido na tireoide • Paratormônio – produzido na paratireoide • vitamina D Paratormônio • Produzido nas glândulas paratireoides (localizadas na face posterior da tireoide) • Compostas por dois tipos celulares, mas a célula que produz e excreta são as células principais. • Função = elevar os níveis de cálcio e diminuir os níveis de fósforo, ele age em 3 locais: • Ossos: Aumenta a atividade do osteoclasto (reabsorção óssea); • Rins: Aumento da reabsorção de cálcio, diminuição da reabsorção de fosforo (fosfato). A molécula de vitamina D inativa fica armazenada aqui, logo ela é ativada pelo estímulo do PTH; • Intestino: ativação da vitamina D, haja vista por essa ser essencial para que aconteça a absorção de cálcio pelo intestino, discutiremos mais a seguir; • Objetivo: aumentar a concentração de cálcio sérica Calcitonina • Produzido na glândula tireoide, nas células parafoliculares ou células C. • Função: diminui cálcio e age concomitantemente com o PTH, para manter o equilíbrio de cálcio sérico. • Aumentou níveis de cálcio no sangue → ativa tireoide→ libera calcitonina → inibe osteoclasto e aumenta atividade dos osteoblastos (deposição óssea) → inibe vitamina D → diminui absorção de cálcio → diminui reabsorção de cálcio pelos rins → diminui o nível de cálcio no sangue → PTH e todo aquele ciclo que faz aumentar o cálcio. Papel da vitamina D Nos rins a molécula de vitamina D fica inativa e o PTH ativa a mesma, pois ela ajuda no metabolismo do cálcio indo para o intestino e para os ossos. Fonte: Sol, alimentação, suplementação Essa vitamina D é importantíssima para o intestino, mas por quê? A vitamina D ajuda na síntese de uma proteína chamada calbindina (proteína intracelular- proteína ligante de cálcio). Nos enterócitos: Se liga a um receptor nuclear (receptor de vitamina D), estimulando a transcrição da calbindina e algumas ptns de transporte de membrana. A calbindina se liga ao cálcio, porque ela leva o cálcio até o interstício para ser reabsorvido pelos vasos sanguíneos. ATENÇÃO: Calcificação patológica = processo patológico geral ou básico Distrófica e metastática = específicos Calcificação Deposição anormal de sais de cálcio nos tecidos junto com quantidade menores de outros sais minerais. Só tem uma deposição normal em ossos e dentes. Não obedece ao processo de calcificação fisiológica e se acumulam em formas de cristais. Normal ou patológica = deposição de sais em forma de hidroxiapatita • Normal = sais depositados no colágeno • Patológico = sais depositados em substratos celulares e extracelulares Calcificação Distrófica • Deposição localizada • Independente dos níveis séricos de cálcio; • Encontrada em áreas de necrose tecidual / tecido em lenta progressão degenerativa / tecido com lesão • Pode iniciar intracelularmente (mitocôndria de células em lesão irreversível) ou extracelularmente. ISSO DEPENDE DO TEMPO DE NECROSE , tem de ser de forma lenta e progressiva. Teorias para justificar a deposição do cálcio: 1- Fosfatase alcalina = aumenta o fosfato de cálcio, mais matéria prima para precipitar 2- Alcalinidade = nos tecidos necrosados, tem-se um pH alto, diminuindo a solubilidade de carbonato de cálcio, e vai precipitar facilmente. 3- Presença de proteínas extracelulares= colágeno, possuem afinidade com o cálcio, pois essas proteínas estão desprotegidas e livres para associação com o cálcio. Iniciação Deposição de cristais de fosfato de cálcio Proliferação Progressão autocatalitica de deposição de sais , vai acontecendo aos poucos . Quando comparado ao meio intracelular a mitocôndria tem mais cálcio. Numa situação de falência de bombas, mais cálcio vai entrar nas mitocôndrias e elas vão calcificar, a membrana vai romper e vão morrer por necrose. Nesse caso vai ocorrer a calcificação da célula morta, pois as substâncias (fosfolipídios e proteínas livres) liberadas durante a morte têm afinidade com o cálcio. Com o aumento do cálcio extracelular, terei um aumento do cálcio intracelular, no qual esse tende a se acumular, levando a uma perda de função das organelas em questão, levando a morte celular. Aspectos macroscópicos • Sítio de lesão esbranquiçado • Consistência arenosa ou pétrea • Constatação do som de ranger da navalha ao corte na macroscopia. “barulhinho de restauração de dente” SÓ NO RX não consegue diferenciar em calcificação distrófica Microscopia H&E apresentação coloração basofílica → roxãaaaaaaao; Coloração histoquímica especial: VonKossa (coloração enegrecida); Coloração de Von Kossa Corpos de psamomas : calcificações redondas e com estrutura laminar , muito comum encontrarmos em neoplasias benignas e malignas. Exemplos de calcificação distrófica • Placas de ateromas, Válvulas cardíacas, túnica média das artérias, tumores (mama, ovário, tireoide), processos inflamatórios crônicos granulomatosos (tuberculose). Calcificação Metastática • Ocorre em tecidos normais sempre que houver HIPERCALCEMIA (hipersecreção de paratormônio ou de moléculas semelhantes) → – depende dos níveis séricos ; • Calcificação heterotópica; • Tendencia a ser mais generalizada ou multifocal. “Calcificação heterotópica provocada pelo aumento da calcemia em tecidos onde não exista necessariamente lesão prévia”. Situações Hiperparatireoidismo primário (afeta diretamente a paratireoide) • Carcinoma, adenoma, hiperplasia Muito paratormônio, levará a uma deposição de cálcio e precipitação do mesmo em vários órgãos. Hiperparatireoidismo secundário (acontece em outro órgão e afeta indiretamente a paratireoide) • Síndrome paraneoplásica; Ex: câncer de pulmão→ as células neoplásicas produzem moléculas que vao interferir no metabolismo da paratireoide (aumento de síntese de paratormônio) → hipercalcemia • Insuficiência renal crônica Aumento de fosfato e pouco cálcio. Ativação da paratireoide para diminuir o fosfato e aumentar cálcio, como os rins estão com a função comprometida eles ficam liberando muito paratormônio → muito cálcio → hipercalcemia → depósito de cálcio em qualquer órgão → calcificação metastática Mobilização excessiva de cálcio dos ossos Doença de Paget = aumento da remodelação óssea Neoplasias malignas primarias da medula óssea (ex: mieloma múltiplo), tumores metastáticos para ossos. Distúrbios relacionados a vitamina D Ex: toxicose, sarcoidose (doença inflamatória , os macrófagos ativam precursores de vitamina D ) Principais órgãos com calcificação metastática: Pode-se formar em quaisquer órgãos, mas especialmente em pulmões, rins, artérias sistêmicas, veias pulmonares e córneas Esses órgãos e estruturas têm em comum o fato de secretarem ácidos, criando um compartimento interno alcalinizado→ aumenta a deposição de sais. Macroscopia e microscopia Não é diferente das calcificações distróficas morfologicamente, precisa-se do histórico do paciente para verificar indícios de situações que levam à hipercalcemia, no intuito de definir um diagnóstico. A. Radiografia mostrando adiopacidade irregular em torno do fêmur proximal, na região do quadril. B. Aspecto histológico. Acúmulos de material basofílico, quebradiço, correspondendo a depósitos de cálcio no tecido fibroso. (Cortesia do Prof. José de Souza Andrade Filho, Belo Horizonte-MG.)Pulmão Rim Calculose Calculose é diferente de calcificação • Lembra uma pedra, cálculo, concreções, litíase, • Massa sólida, concreta e compactas, esferoides , ovoides ou facetadas de consistência argilosa ou pétrea . • Localizados em estruturas tubulares ocas e sem fluxo sanguíneo • Causam obstrução, lesão ou infecção de ductos. Formação de cálculos: Hipersaturação do constituinte → nucleação ou cristalização → crescimento → cálculos Referencias
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