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(AULA 05) Da política agrícola e fundiária e da reforma agrária

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Surgimento a partir dos embates entre Esquerda (defendendo os sem-terra e os ruralistas) e a classe dos proprietários rurais. As normas estão centralizadas no regime de propriedade rural o qual pauta-se na propriedade da terra, possuindo natureza de bem de produção (fator preponderante: produtividade). Arts. 184 à 191.  Da política agrícola e fundiária e da reforma agrária
1. Política Agricola
	Art. 187- OBS- esse artigo é uma norma programática na medida que prevê especificações em leis ordinárias- . A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:
I- os instrumentos creditícios e fiscais;
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV - a assistência técnica e extensão rural;
V - o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
VII - a eletrificação rural e irrigação;
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.
	Vê-se, pois, que a politica agricola, a assistência financeira e técnica, assim como outros estímulos não caracterizam a reforma agrária. (BULOS). A CF 88 amparou bem mais a política agricola do que a reforma agrária, onde a primeira não encontra obstáculos pois a classe rural é a beneficirária direta. (BULOS).
2. Política fundiária
	Destino de terras públicas e devolutas no Brasil. 
	Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
	“Hodiernamente, terras devolutas são as que se distanciam do patrimônio das pessoas jurídicas de Direito Público, sem se incorporar, a qualquer título, ao patrimônio dos particulares” (BULOS)
	§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.
§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.
Distribuição de imóveis rurais:
	Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos. Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.
	Deflui do fato que a reforma agrária tem como objetivo difundir a propriedade. 
Aquisição ou arrendamento de propriedade rural:
	Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.
É viável a aquisição ou arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira, cabendo à lei estabelecer o campo dessa possibilidade, além de exigência de autorização do Congresso Nacional.
Usucapião pro labore (usucapião constitucional rural):
	Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
	Pro labore: fato da área ter-se tornado produtiva em decorrência do trabalho do beneficiário ou de sua familia. Exclusivamente de áreas rurais, distingue-se das urbanas pelo aproveitamento econômico. Critério topográfico + produtividade
3. Reforma agrária
É o programa do governo, dado a partir da intervenção do Estado na economia agrícola, o qual mantém o modo de produção existente, promove a repartição da propriedade e da renda fundiária. A união desapropria por interesse social o imóvel rural que não está cumprindo sua funcão social:
	Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado; > Uso correto do solo, por meio do emprego de insumos, métodos mdernos e tecnologia avançada.
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; > Integridade do patrimônio ambiental (STF, MS 22.164, 17-11-95)
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; > Preocupação social
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
Não se sujeitam a reforma agrária: 
	Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; (STF, MS 23.006, 4-11-94)
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Títulos da dívida agrária: titulos públicos oriundos dos processos de desapropriação por interesse social, promovidos pela União. 
	Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, -DESAPROPRIAÇÃO - mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Indenização das benfeitorias úteis e necessárias
	184 § 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
Benfeitorias são obras que visam conservar, ou melhoras os bens móveis ou imóveis. Podem ser: voluptuárias, úteis ou necessárias. 
Decretos expropriatório: 
	§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. 
Pressupõe a existência de um decreto que a declare de interesse social. Esse decreto expropriatório somente será valido se for precedido de notificação. Esta pode ser recebida pelo administrador do imóvel rural. 
Procedimento contraditório especial:
	§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
1ª fase: levantamento de dados e informações do imóvel expropriando. 2ª fase: procedimento judicial, disciplinado por lei complementar, no qual a Administração poderá novamente vistoriar a área com intuito de avaliar a terra nua e as benfeitorias. 
Previsão orçamentária dos TDAs:
	§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
Exige-se previsão dos recursos que atenderão aos desígnios da reforma agrária, compatibilizando-se, assim, a execução das desapropriações com as possibilidades do erário. 
Imunidade tributária:
	§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Não alcança títulos de dívida agrária em poder de terceiro. A imunidade tem por objetivo a proteção do proprietário do imóvel expropriado e nçao se estende à negociação ds títulos decorrentes da desapropriação.

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