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DIVERSIDADES LINGUÍSTICAS NO ÂMBITO ESCOLAR

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1
DIVERSIDADES LINGUÍSTICAS NO ÂMBITO ESCOLAR
 
ARAUJO, Zenaide Moreira de, RU [footnoteRef:1] 110530 [1: Graduanda do curso de Letras, Centro Universitário Internacional (UNINTER)] 
SILVA, Zilma Batista da RU [footnoteRef:2] 3761862 [2: Graduanda do curso de Letras, Centro Universitário Internacional (UNINTER)
] 
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso Licenciatura em Letras propõe uma proposta de análise sociolinguística. O português brasileiro é um termo usado para classificar a variedade de língua portuguesa, propomos apurar de forma bibliográfica as concepções sobre a variação linguística, procurando nos fundamentar teoricamente em alguns autores. A diversidade linguística esta relacionada aos diversos fatores de origem social, histórico, cultural e geográfico. O objetivo pelo qual nos detivemos foi o de identificar as diversidades linguísticas no Âmbito escolar, abordar as contribuições de Marcos Bagno no preconceito linguístico. Analisar as diferenças de língua culta e língua coloquial abordando as características e distinções, verificar as variedades linguísticas nas cinco regiões brasileiras, existem nos meios sociais diversos falares, que geralmente são denominados de padrão e não padrão, respectivamente frente ao preconceito linguístico existente na sociedade que é um assunto de muita importância para ser tratado no âmbito social, para que valorizem as variações linguísticas como parte de nossa cultura, ressaltando as ideias de Marcos Bagno para abolir com o preconceito na sociedade. Foram utilizados a metodologia qualitativa e descritiva em livros, site que inclui o estudo das variações linguísticas na sociedade brasileira. A língua se transforma com o tempo, sendo que o que hoje é considerado padrão antigamente poderia não ser ou futuramente poderá não ser considerada. 
Palavras-chave: Diversidades linguísticas. Preconceito linguístico. Linguagem culta e coloquial
1 INTRODUÇÃO
 
Essa pesquisa aborda a realização de um trabalho voltado para as diversidades linguísticas no âmbito escolar, tendo em foco maior os conceitos do professor de Linguística, escritor, tradutor Marcos Bagno no processo de preconceito linguístico. O mesmo foi feito objetivando identificar as diferenças de língua culta e língua coloquial e verificar as variedades linguísticas nas cinco regiões brasileiras.
Variação linguística é uma diversificação comum da língua na qual seus falantes realizam alterações, segundo suas necessidades de comunicação ocorrem porque as línguas são dinâmicas e sensíveis a fatores como regiões geográficas, sexo, idade, classes sociais do falante e o grau de formalidade da situação.
As variações linguísticas surgem e apresentam diferentes características, sejam elas histórica, sociais, culturais e geográficas, os diferentes falares devem ser considerados como variações e não como erro, como diria Tarallo “A variação linguística são diversas maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto e com o mesmo valor”.
Os falantes devem ter conhecimento da linguagem e consiguir variar seus modos de ambiguidade linguístico-social. A diversidade linguística está relacionada com a linguagem (o sistema de comunicação que nos permite abstrair e comunicar conceitos) ou com a língua (o sistema de comunicação verbal próprio dos seres humanos). Bagno (1994) afirma que não existe nenhuma variedade nacional, regional ou local que seja intrinsecamente “melhor”, “mais pura”, “mais bonita”, “mais correta” que a outra. Toda variedade linguística atende às necessidades da comunidade de seres humanos que a empregam. 
A língua é a capacidade humana de se interagir e comunicar com seus semelhantes através de gestos, palavra oral, escrita, imagens, expressões fisionômicas, ocorrendo variações de acordo com o contexto de comunicação. O interlocutor, a mensagem, o uso da linguagem sempre objetivaram a produção de sentido, o processo de aquisição da linguagem diferencia e caracteriza a língua culta e coloquial. A língua culta e coloquial compõe o mesmo sistema, mas com características particulares.
O Brasil é um país que tem em sua nação a língua portuguesa oficialmente reconhecida falada pela maioria dos seus habitantes. De acordo com os historiadores a língua portuguesa foi herdada dos colonizadores portugueses, no século XVI, por volta do ano 1500 outros idiomas entraram na formação do português brasileiro com uma grande diversidade de hábitos culturais, religiosos, políticos e artísticos, a influência de várias culturas deixou na língua portuguesa marcas que acentuam a riqueza de vocabulário e de pronúncia.
No Brasil havia uma população de indígenas, africanos, além dos europeus, francês e Italianos, com diferentes culturas e dominações, cada povo portador de uma cultura tinha uma língua própria caracterizada por regras linguísticas, vocabulários, uma estrutura gramatical particular que se desenvolveu com o passar dos anos. A influência de diferentes povos presentes em cada região do país, aliada ao desenvolvimento histórico de cada lugar, fez com que surgissem regionalismos “Regionalismo é, na língua, o emprego de palavras ou expressões peculiares a determinadas regiões” proporcionando as cinco regiões brasileiras com variações distintas. 
Todas as informações contidas nesse trabalho têm como procedimento metodológico a pesquisa qualitativa e bibliográfica, tudo isso será analisado com leituras em livros, sites, artigos para o desenvolvimento do trabalho, que busca esclarecerem as informações necessárias assegurando a abordagem desta temática a fim de atingir os objetivos e proporcionar resultados significativos na área educacional, produzir novos conhecimentos e contribuir sobre o tema pesquisado.
 Foi abordado a visão de grandes pedagogos sobre a alfabetização, com um apanhado geral de todo o conteúdo no qual serão analisados os conhecimentos sobre as variedades linguísticas, com a suposição de que as variantes é uma forte aliada para os falantes, pois tem o papel de favorecer conhecimentos e aprendizagem ao processo de comunicação. Segundo Leonor Buescu “A língua faz parte do aparelho comunicativo e estético da sociedade que a própria língua define e individualiza”.
As variações são constituídas das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis ela sempre existiu e Sempre existirá Independente de qualquer ação normativa assim como se diz em língua portuguesa está se falando de humanidade que os constituintes de muitas variedades embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional nota-se diferenças de pronúncia de emprego de palavras morfologia e de construção sintática os quais não somente identifique os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplica em uma mesma comunidade de fala (Brasil 1998 p. 29).
As variações linguísticas são as ramificações naturais de uma língua que se diferenciam da norma padrão, é o conjunto das diferenças de realização linguísticas culturais e costumes de origem, à diferente forma de expressão da língua, as quais se baseiam nas normas impostas pela gramática prescritiva, adquirindo regras e características próprias. O sistema linguístico não é unitário, mas composta por vários eixos de diferenciação, estatística, regional, sociocultural, ocupacional e etário.
É através da linguagem que uma sociedade se comunica e retrata o conhecimento e entendimento de si própria e do mundo que a cerca. É na linguagem que se refletem a identificação e a diferenciação de cada comunidade e também a inserção do indivíduo em diferentes agrupamentos, estratos sociais, faixas etárias, gêneros, graus de escolaridade. A fala tem, assim, um caráter emblemático, que indica se o falante é brasileiro ou português, francês ou italiano, alemão ou holandês, americano ou inglês, e, mais ainda, sendo brasileiro, se é nordestino, sulista ou carioca. A linguagem também oferece pistas que permitem dizer se o locutor é homem ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem curso primário, universitário ou se é iletrado. E, porser um parâmetro que permite classificar o indivíduo de acordo com sua nacionalidade e naturalidade, sua condição econômica ou social e seu grau de instrução, é frequentemente usado para discriminar e estigmatizar o falante (ENEM 2019, p.07)
O trabalho está organizado em tópicos: tratamos das diversidades linguísticas, preconceito linguístico, as diferenças de língua culta e língua coloquial, estimulando os conhecimentos das variedades linguísticas nas cinco regiões brasileiras, e as teorias de Marcos Bagno mostrando que o termo variação se aplica a uma característica das línguas humanas que faz parte de sua própria natureza: a heterogeneidade. 
METODOLOGIA 
Este trabalho tem como objetivo identificar sobre as diversidades lingusticas, a partir de uma metodologia qualitativa e bibliográfica, baseando no levantamento de dados referente à temática, que permitiu complementar de formar sucinto o tema abordado. Segundo André e Ludke, “os pesquisadores qualitativos preocupam com os processos e não apenas com os resultados e o produto”. A pesquisa qualitativa permite conhecer novas formas no entendimento da realidade.
Com base na busca de dados, foram consideradas as variações linguísticas, objetivando identificar as diferenças de língua culta e língua coloquial, as definições de Marcos Bagno no preconceito linguístico e verificar as variedades linguísticas nas cinco regiões brasileiras, além disso, analisando os conceitos de grandes teóricos.
A descrição do que é e para que serve a pesquisa bibliográfica permite entender que, a resolução de um problema, a busca de novos conhecimentos pode ser alcançada através dela, sendo considerada como o primeiro passo de todas as pesquisas cientificas. Segundo Trujillo (1974, p230) A pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre o assunto, mas proporciona o exame de um tema sobre novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.
Dessa forma, no decorrer da pesquisa foram utilizados processos indispensáveis para a análise dos dados e melhor entendimento do tema pesquisado. Os instrumentos para a coleta de dados dão-se através de leituras e pesquisas em livros, sites, artigos e fontes eletrônicas que abordam os conceitos teóricos e práticos para cumprir os objetivos do trabalho. 
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituindo principalmente de livros e artigos científicos. Embora e quase todos os estudos sejam exigidos algum tipo de trabalho, desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. (GILL, 1999, p.65)
Assim, concluindo a pesquisa, um bom domínio educacional é fundamental para desenvolver competências e habilidades na vida profissional e social, porém, apesar da evolução na educação, ainda temos muitas dificuldades no processo aprendizagem, a qual os desafios na educação são um processo contínuo na sociedade. 
PRECONCEITO LINGUÍSTICO 
Este trabalho de conclusão do curso de tem como objetivo principal enaltecer a contribuição do professor, escritor e tradutor Marcos Bagno, conhecido por defender a revisão das normas cultas do português, pela inclusão de variações linguísticas e formas orais como expressão genuína e correta do português brasileiro. Entre os temas recorrentes tratados pelo autor está o preconceito linguístico, sendo uma autoridade reconhecida no assunto, com entrevistas, livros, palestras e aulas magnas ministradas em diversas instituições reconhecidas.
A escolha por focar a pesquisa no conhecido autor da área de diversidades ocorreu devido à contribuição dos seus textos para a formação dos professores, justificada também pela acentuada fundamentação teórica apresentada em tais textos. A pesquisa aponta seus conceitos sobre o preconceito linguístico realizando um paralelo com a realidade percebida atualmente nas salas de aula.
Lidar com grande variedade linguística é uma das maiores dificuldades do ser humano, ao se descobrir as diversidades, em muitas ocasiões, manifestam-se a tensão, a intolerância e, principalmente o preconceito que define diferenças como algo negativo sem fundamento que é manifestada em varias dimensões da vida humana. A falta de importância de valorização das diversidades linguísticas contribui para a confirmação do preconceito linguístico.
As variedades não são erros, mas diferenças. Não existe erro linguístico. O que há são inadequações de linguagem, que consistem não no uso de uma variedade em vez de outra, mas no uso de uma variedade em vez de outra numa situação em que as regras sociais não abonam aquela forma de sala. (GERALDI, 1997, p.52)
Existe hoje, dentro da escola um grande preconceito linguístico por parte de professores e alunos com aqueles que utilizam outras variedades linguísticas que não é a padrão, esse preconceito leva a discriminação, gerando problemas de interação entre os alunos e entre alunos e professores fazendo com que a sala de aula torne um ambiente desagradável de exclusão social. Segundo Luft (1985), todo falante nativo compreende sua língua materna e é sobre essa base que o educador deverá construir sua aula, procurando descobrir que tipo de gramática o aluno traz interiorizado, de onde ele vem, qual seu meio social e quais são as características pessoais de sua fala.
O problema do preconceito disseminado na sociedade em relação ás fala dialetal deve ser enfrentada, na escola, como parte do objetivo educacional mais amplo de educação para o respeito a diferença. Para isso, e também para poder ensinar língua portuguesa, a escola precisa livra-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma “certa” de falar- a que se parece com a escrita – e o de que a escrita é o espelho da fala – e, sendo assim seria preciso “concertar” a fala do aluno para evitar que ele escreva errado. (BAGNO, 1999, p. 171).
Bagno destaca que “cada situação exige do individuo que fala ou escreve um controle maior, ou menor, tanto de comportamento em geral, quanto do comportamento verbal da pessoa”. O Brasil possui uma vasta diversidade linguística, no entanto, as variações do idioma formal mesmo enriquecendo nossa língua são alvo de preconceitos. Essa diversidade condiz com a nossa popularidade cultural que se traduz na riqueza de tradições, crenças, costumes e diversos outros aspectos no Brasil cada estado possui elementos culturais próprios e isso se reflete também na diversidade linguística.
A verdade é que no Brasil, embora a língua falada pela grande maioria da população seja o português, esse português apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade, não por causa da grande extensão territorial do país- que gera as diferenças regionais, bastante conhecidas e também vítimas, algumas delas, de muito preconceito-, mas principalmente por causa da trágica injustiça social que faz do Brasil o segundo país com a pior distribuição de renda em todo mundo. (BAGNO, 2003, pág.16) 
 O professor e estudioso Marcos Bagno afirma que língua se constitui como uma entidade social e que justamente por ser social e constantemente modificada. Nordestinos, sulistas, nortistas, pessoas pertencentes a todas as regiões além do sotaque que também as caracteriza, utilizam palavras que fazem parte do seu dia a dia e constroem o seu modo de falar, a escola, espaço de aprendizagem e conhecimento, deve estar atenta a todas as questões, principalmente porque abriga diversas realidades sociais, culturais, econômicas.
A variedade linguística tem a missão de ligar a aprendizagem e o respeito às diferenças vocabulares, compreendendo que as escolas e professores devem buscar o ensino aprendizagem dos alunos algo significativo, valorizando a individualidade, e sua maneira de falar. O educador deve passar para os alunos que não existe um jeito certo e consequentemente um errado de falar, o que existe é a maneira adequada para utilização da linguagem em cada ocasião durante as interações sociais vivenciadas, que vão de acordo com os papeis sociais desenvolvidos por cada cidadão, a comunicação é uma das principaisfunções da língua, no ambiente escolar tem vários tipos de sotaques.
[...] a escolha de determinado grau de formalidade na fala depende basicamente do papel social que o falante desempenha a cada ato de interação verbal. [...] Em qualquer circunstância, porém, há pelo menos três fatores determinantes dessa seleção: os participantes da interação, o tópico da conversa e o local onde ela se processa. O falante ajusta a sua linguagem variando de um estilo informal a um estilo cerimonioso, a fim de se acomodar aos tipos específicos de situações. (STELLA, 2005, p. 42)
O ensino escolar deve estar aberto as diferentes variações linguísticas o reconhecimento e avaliação das características linguística de cada aluno é fundamental na condução de uma educação igualitária, na sala de aula ocorrem devido à maneira de falar do educando com isso ocorre porque alguns profissionais da educação ainda não assimilaram a imensa diversidade linguística que há em nosso país. Assim, muitos professores tradicionais discriminam seus alunos porque segundo eles, esses alunos não sabem o português. Na realidade, são esses profissionais que não reconhecem a diversidade linguística do país.
A escola deve assumir o compromisso de procurar garantir que a sala de aula seja um espaço onde cada sujeito tenha o direito à palavra reconhecida como legítimo, e essa palavra encontre ressonância no discurso do outro... Um espaço em que o diferente não seja nem melhor nem pior, mas apenas diferente, e que, por isso mesmo, precise ser considerado pelas possibilidades de reinterpretação do real que apresenta; um espaço em que seja possível compreender a diferença como constitutiva dos sujeitos. (PCN ,1998; p. 48),
 
Conforme Bagno (1999) estar provado e comprovado que uma criança entre os três e quatro anos de idade já domina perfeitamente as normas gramaticais de sua língua. Portanto, todo brasileiro sabe o português do Brasil, o que ele não sabe é o português de Portugal. Já de acordo com Cagliari (1994), o processo de alfabetização é o momento mais importante da formação escolar de uma pessoa e quanto mais ciente estiver o educador de como ocorre o processo de aquisição de conhecimento de cada aluno, melhores condições terão para tornar uma aula produtiva com métodos adequados a turma, facilitando dessa forma a aprendizagem dos sujeitos.
É de fundamental importância o ambiente escolar estimular e valorizar a cultura e o conhecimento individual que cada aluno possui, para que desta forma eles possam perceber a língua como um meio de interação, respeitando as diferenças individuais uns dos outros, compreendendo as variações linguísticas como um fenômeno social em constante transformação. Os falantes apresentam características diferentes, devem ser vistas de forma dicotômica, um fenômeno que está atrelado ao outro e não dissociado do outro.
Falar sobre a língua é uma questão que envolve a análise da linguagem regional e da norma padrão. O preconceito linguístico é segundo Marcos Bagno, todo juízo de valor negativo de reprovação, de repulsa ou mesmo de desrespeito as variedades linguísticas de menor prestígio social, é uma forma de discriminação social que consiste em julgar o individuo que domina o mesmo idioma pela forma com se comunica seja oral ou escrita. Desde o nascimento, todos os indivíduos crescem ouvindo outras pessoas conversarem e com elas conseguem aprender a se comunicar através da fala.
O preconceito linguístico é um dos tipos de preconceito mais empregados na atualidade e pode ser um importante propulsor da exclusão social, é algo muito notório, visto que muitos indivíduos consideram sua maneira de falar superior ao de outros grupos, resulta da comparação individua entre modelo idealizado de língua que apresenta nas gramáticas normativas, nos dicionários e nos modos de falar, a língua idealizada se inspira na literatura consagrada, nas opções subjetivas dos gramáticos, nas regras gramaticais, o preconceito linguístico esta diretamente, ligado a outros preconceitos.
Contudo, a intolerância linguística existe e é tão agressiva quanto outra qualquer, pois atinge o cerne das individualidades. A linguagem é o que o homem tem de mais íntimo e o que representa a sua subjetividade. Não é exagero, portanto, dizer que uma crítica à linguagem do outro é uma arma que fere tanto quanto todas as armas. ( LEITE, 2008, p. 13)
A língua é uma das mais importantes formas de expressão e manifestação da cultura de um povo, quer em âmbito oral, quer em âmbito escrito, uma pessoa que fala português independente de sua escolaridade sabe e usa a língua materna para interagir com as pessoas que convive. Por isso o “certo” e o “errado” nas diversas enunciações linguísticas devem ser relativizadas, Marcos Bagno afirma que a “velha doutrina do erro, tão arraigada em nossa cultura”, trata de “uma idealização nebulosa de correção linguística” e que o uso que não está consagrado como “norma culta” (o uso que não está abonado nas gramáticas normativas e nos dicionários) simplesmente “não existe” ou “não é português”.
A percepção de há uma variante linguística “certa” é tão equivocada em termos estritamente linguísticos como a ideia muito difundida de que há línguas superiores e línguas primitivas. Embora, obviamente, haja diferenças estruturais entre as línguas, não existe base científica para se afirmar que uma língua é intrinsecamente mais desenvolvida ou mais completa do que qualquer outra. (MAIA, 2006, p. 40).
Na gramática tudo o que falamos que não seja a boa variedade da língua será um erro, na gramática descritiva só haverá erro se existir formas que não fazem parte de maneira sistemática de nenhuma das variantes. Sírio Possenti, afirma que é fundamental considerar a distinção entre linguística e erro linguístico: “diferenças linguísticas não são erros, são apenas construções ou formas que divergem de um certo padrão”; “são erros aquelas construções que não se enquadram em qualquer das variedades de uma língua.”
O preconceito linguístico se baseia na crença de que só existe [...] uma única língua portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicionários. Qualquer manifestação linguística que escape desse triângulo escola-gramática-dicionário é considerada, sob a ótica do preconceito linguístico, “errada, feia, estropiada, rudimentar, deficiente [...] (BAGNO, 2007, p. 38)
O preconceito linguístico pode ser fonético, gramatical e lexical. O preconceito gramatical é voltado aos falantes os que falam “errado”, ou seja, aos que não se expressam segundo a norma culta, grande parte dos falantes que sofre esse tipo de preconceito é porque não teve a chance de estudar, alvo do preconceito é a classe social e não a gramática do indivíduo. Já o preconceito fonético e o léxico se direcionam preferencialmente contra os que são de outra região ou estrato social, que tem o tom de voz diferente e, por isso, têm vocabulário e pronúncia peculiares, sendo um preconceito voltado à origem do falante e não contra a fala.
O preconceito linguístico no Brasil é muito perceptível em dois âmbitos o regional e no socioeconômico, no regional é comum que os agentes estejam nos grandes centros populacionais, os quais monopolizam cultura, mídia e economia, o socioeconômico dirige-se da elite econômica para as classes mais pobres segundo Marcos Bagno “muitos usam a língua como ferramenta de dominação visto que o desconhecimento da norma-padrão” o preconceito linguístico é um dos pilares de manutenção da divisão de classes no Brasil.
O preconceito linguístico se baseia na crença de que existe [...] uma única língua portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicionários. Qualquer manifestação linguística que escape desse triângulo escola-gramática-dicionário é considerada, sob a ótica do preconceito linguístico, “errada, feia, estropiada, rudimentar, deficiente”. (Bagno,1999, p.40)
O preconceito situa-se na existência de uma língua padrãoe não padrão e por existir essa diferença começa o caos linguístico, que é justamente a presença de mais de uma variação existente na sociedade. Segundo os PCNs (2001), “há muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído aos diferentes modos de falar: é muito comum se considerarem as variedades linguísticas de menos prestígio como inferiores ou erradas.” Como se falantes de um dialeto diferente da norma padrão estivesse cometendo erros, cada ser tem o direito de se manifestar livremente principalmente quando é para mostrar sua identidade cultural e social.
No Brasil a língua idealizada tem um componente a mais, o português europeu tornando impossível que se escreva e fala seguindo as regras normativas porque descrevem, sobretudo prescrevem uma língua artificial, ultrapassada que não reflete os usos reais de nenhuma comunidade atual de falantes portugueses nem no Brasil, nem em Portugal, nem em qualquer lugar do mundo onde a língua é falada. Segundo Bagno é preciso mostrar a todos os brasileiros o reconhecimento da variação linguística, pois, o domínio da norma culta não é uma formação mágica que vai resolver o problema das pessoas mais pobres, de um dia para o outro.
É necessário também. Conscientizar-se de que todo falante nativo de uma língua é um usuário competente dessa língua. Aceitar a ideia de que não existe erro de português. Existem diferenças de uso ou alternativas de uso em relação à regra única proposta pela gramatica normativa. Respeitar a variedade linguística de toda e qualquer pessoa, pois isso equivale a respeitar a integridade física e espiritual dessa pessoa como ser humano. Ensinar bem é ensinar para o bem. Ensinar para o bem significa respeitar o conhecimento intuitivo do aluno, valorizar o que ele já sabe do mundo, da vida, reconhecer na língua que ele fala a sua própria identidade como ser humano. Ensinar para o bem é acrescentar e não suprimir, é elevar e não rebaixar a autoestima do indivíduo (BAGNO 1999, p.145)
É preciso reavaliar a noção de “erro” para acabarem com o preconceito linguístico, todas as pessoas oriundas de uma língua são capazes de apontar as regras de funcionamento de sua língua materna, essas pessoas não cometem erros, pois não formam frases que não respeitem as regras de funcionamento da língua. Precisamos encontrar o ponto de equilíbrio entre a adequação e a aceitação, pois a forma de falar vai depender de inúmeros fatores. 
A riqueza do nosso vocabulário é formada por todas as variantes da língua portuguesa, temos que reconhecer que o preconceito linguístico é muito forte, e nada irá mudar se a sociedade não mudar. É preciso que as pessoas se tornem críticas e investigadoras de seu próprio conhecimento linguístico e devemos acabar com a ideia de que quem escreve tudo errado é um ignorante da língua. Para que as pessoas tenham um bom aprendizado da ortografia devem manter contato com textos bem escritos e não com regras mal elaboradas, pois a riqueza do nosso vocabulário é formada por todas as variantes da língua portuguesa.
O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo também a gramática não é a língua. (BAGNO, 2007, p. 9)
No âmbito escolar devemos mostrar aos alunos que existe de fato a norma culta, mas, a mesma não é a única, existindo outras variações linguísticas e que todos precisam entender que não existe língua certa ou errada, no entanto, acontecem às situações de uso, sendo o principal objetivo do ensino é preparar cidadãos que conheçam a riqueza linguística presente nas diversas variedades que existem no português do Brasil.
A percepção de há uma variante linguística “certa” é tão equivocada em termos estritamente linguísticos como a ideia muito difundida de que há línguas superiores e línguas primitivas. Embora, obviamente, haja diferenças estruturais entre as línguas, não existe base científica para se afirmar que uma língua é intrinsecamente mais desenvolvida ou mais completa do que qualquer outra. (MAIA, 2006, p. 40).
Todos os dialetos têm seu valor e mesmo quando o educando se apropria da linguagem formal, a norma padrão vem para enriquecer seu conhecimento e não para substituir o modo de falar dos indivíduos, mas é preciso que haja uma adequação ao seu modo de falar de acordo com o ambiente no qual se encontra. O preconceito linguístico é uma palavra bonita que serve para camuflar o preconceito social que existe entre aqueles que dominam a norma padrão, daqueles que se expressam de modo espontâneo sem se prender a gramática formal. 
O grau dessa variação será maior em alguns domínios do que em outros. Por exemplo, no domínio do lar ou das atividades de lazer, observamos mais variação linguística do que na escola ou na igreja. Mas em todos eles há variação, porque é inerente à própria comunidade linguística. (BORTONI, 2004, pág. 25).
A variação linguística acontece em qualquer lugar, pois a sociedade é amplamente heterogênea e é através dessas diferenças que a comunidade escolar sai inovando e diversificando a aprendizagem dos educandos, exercendo o papel social, mostrando que é na diversidade linguística que os seres trocam experiências e aprendem de fato. Mostrando que não existe uma língua mais importante do que a outra, é que a diversidade existe, e é de extrema importância a sociedade compreender que essas diferenças nos dialetos refletem na cultura, na história, em questões socioeconômicas e que por conta desses, dentre outros fatores não pode e nem deve ser ignorados pela escola e nem pela a sociedade.
As línguas estão a serviço das pessoas, de seus propósitos interativos reais, os mais diversificados, conforme as configurações contextuais, conforme os eventos e os estados em que os interlocutores se encontram. Daí por que existe, na verdade, é a língua-em-função, a língua concretizada em atividades, em ações e em atuações comunicativas; isto é, a língua como modo de ação, como forma de prática social, direcionada para determinado objetivo. Na verdade, existem muitas formas de se exercer a prática social. A linguagem é apenas uma delas e se concretiza linguisticamente, por meio do discurso falado ou escrito. (ANTUNES, 2013, pág. 35, 36).
Cada falante tem sua particularidade específica., não devemos ter preconceito linguístico, a linguagem coloquial deve ser utilizada sem rótulos, sem desprezo por aqueles que fazem uso da língua culta, portanto é preciso termos conhecimento da culta, porque a mesma não deve ser vista como forma de acabar com a linguagem coloquial, mas sim, como meio de aprimorar o conhecimento adquirido no âmbito familiar e para um melhor rendimento no ambiente escolar.
A linguagem culta e utilizada em toda situação que exige uma comunicação formal, é responsável por representar as práticas linguísticas em textos formais, documentos, ofícios científicos, relatórios, livros teóricos, segue o estipulado dos dicionários e manuais da gramática, as palavras devem ser articuladas corretamente evitando-se abreviações e vícios de linguagem, as concordâncias verbais e nominais devem ser feitas da maneira correta não havendo espaço para gírias e adaptações e tem maior preocupação com a pronúncia das palavras. Assim define Magda Soares (2000, p. 82–83): o dialeto-padrão ou norma-padrão. 
 
Dialeto-padrão: também chamada norma-padrão culta, ou simplesmente norma culta, é o dialeto a que se atribui, e m de ter minado contexto social, maior prestígio ; é considerado o modelo – daí a designação de padrão, de norma – segundo o qual se avaliam os de mais dialeto s. É o dialeto falado pelas classes sociais privilegiadas, particularmente em situações de maior formalidade, usada nos meios de comunicação de massa (j ornais, noticiários de televisão, etc.) , ensinado na escola, e codificado nas gramáticasescolares (por isso, é corrente a falsa ideia de que só o dialeto-padrão pode ter uma gramática), quando qualquer variedade linguística pode ter a sua.” (MAGDA SOARES, 2000, p. 82–83):
 
A linguagem culta é uma variação linguística prestigiada, conta com maior prestígio social e normalmente e associada ao nível cultural dos falantes, pessoas que sabem utilizar essa variante tem mais chances de ser bem-sucedido, quanto maior a escolarização, maior adequação com a língua. Embora a língua culta seja atribuída a prestígio cultual, o uso da linguagem padrão está menos relacionado à questão estética e mais associada a sua democratização. Pessoas que não sabem utilizar essas variantes, muitas vezes são consideradas inferiores, situações que gerou reflexão sobre o conceito de preconceito linguístico.
[...] designando a norma linguística praticada em determinadas situações (aquelas que envolvem certo grau de formalidade, por aqueles grupos sociais mais diretamente relacionadas com a cultura escrita, em especial por aquela legitimada historicamente pelos grupos que controlam o poder social (FARACO, 2002, p.40)
Linguagem coloquial é o oposto da linguagem culta, é utilizada em nosso cotidiano nas situações informais requer menos adequação as regras gramaticais normativas, mais dinâmica com grande fluidez verbal, esta mais preocupada com a função da linguagem do que com a forma padrão, é espontânea sem alto grau de elaboração, essa variante é usada em diálogos com amigos, familiares, bilhetes, mensagens.
Ao utilizar a linguagem coloquial, o falante está mais, preocupado em transmitir o conteúdo da mensagem do que a bem estruturação do contexto, são permitidos as gírias, incorreções de coerência nominal e verbal, além de contração de formas e vícios de linguagem, pode ser facilmente incorporada nos textos literários, segundo Terra; Nicola (2006) O padrão coloquial é utilizado em contexto informal, familiar, íntimos, permitindo maior liberdade de expressão, e são encontrados em propagandas, programa de TV ou de rádio.
A língua coloquial é acessível a todos a qualquer falante, nem todas as pessoas têm acesso ao estudo, onde aprende o uso da linguagem culta, no entanto, desde que aprendem a falar, as pessoas já utilizam a linguagem coloquial. Saber quando utilizar cada uma das linguagens faz do falante um poliglota do próprio idioma que sabe definir o momento para adotar cada nível de linguagem, embora o domínio das variantes linguísticas possibilite melhores conhecimentos é a norma culta que garante manutenção linguística de um país. 
As diferenças entre a linguagem culta e coloquial não significa que existe uma modalidade superior à outra, ambas devem ser respeitadas seus usos devem estar condicionadas ao contexto comocional no qual os falantes estão inseridos. 
Segundo Andrade (1996), uma mesma pessoa pode utilizar a linguagem coloquial a culta, varia do local que ela está. Por exemplo, utiliza a linguagem culta com o chefe em uma reunião e a linguagem coloquial. Então se pode compreender que não somente uma forma de Língua deve ser usada, porque, segundo Saconi (1990) não acontece o erro em língua e sim uma transgressão, por isso é válido relevar os momentos do discurso que podem ser classificados em momento íntimo, neutro e solene.
Segundo a geografia da língua portuguesa, o Brasil possui 11 dialetos, sendo esse encaixado como “dialeto nortista”, no norte o sotaque é encontrado em boa parte dos habitantes da região amazônica e de seus sete estados, é um sotaque lusófono que abrange a maior extensão territorial entre todos no planeta. A região norte brasileira tem dois sotaques de destaque, o tradicional sotaque, utilizado pela maioria dos habitantes da área, e é parcialmente utilizado apenas em um estado, havendo ainda outros sotaques utilizados pelos “imigrantes” e seus descendentes.
Para Antenor de Nascentes o modo de falar do Norte e do Sul, apresenta traços diferenciadores fundamentais: a abertura das vogais pretônicas do Norte em palavras que não sejam diminutivos nem advérbios terminados em mente; o compasso do ritmo frasal, “cantada” no Norte, e normal ou descansada no Sul. O dialeto nordestino, é a variante da língua portuguesa mais usada nos estados do nordeste, com mais de 53 milhões falantes, sendo o dialeto com maior número dessa região.
É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo personagem de origem nordestina é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do espectador. No plano linguístico, atores não-nordestinos expressam-se num arremedo de língua que não é falada em lugar nenhum no Brasil, muito menos no Nordeste. Costumo dizer que aquela deve ser a língua do Nordeste de Marte! Mas nós sabemos muito bem que essa atitude representa uma forma de marginalização e exclusão. (BAGNO, 2007, p. 44)
Yonne Leite (2005) afirma que todo brasileiro pode reconhecer, intuitivamente, um grande eixo divisório entre falares do Norte e falares do Sul: uma cadência do nortista e outra do sulista, vogais pretônicas abertas do nordestino e fechadas do sulista, o “s” sibilado do sulista em oposição à chiante do carioca e o “r” rolado do gaúcho em oposição ao aspirado do carioca.
O dialeto sulista é uma das classificações dialetais da  língua portuguesa no Brasil, caracteriza-se pelos fenômenos de redução vocálica e de harmonia vocálica, relacionados às vogais médias em posição pretônica, em uma definição mais específica o é dialeto mais falado no estado do Paraná. Em algumas localidades dos estados da região Sul do Brasil, o dialeto é marcado pela pronúncia das consoantes nasais que estão no final de uma sílaba, redução de ditongos decrescentes. 
O dialeto do centro oeste é falado em quarto regiões possuindo características linguísticas próprias, o dialeto foi trazido pelos Bandeirantes na colonização que viviam na região, a linguagem que eles levaram influenciou a fala local. São usados os traços muito puxados no “r” que é chamado de caipira ou retroflexo.
O dialeto sudeste ocupa uma área correspondente ao quadrilátero frutífero, é um dos dialetos mais facilmente distinguíveis do português brasileiro. Suas características apareceram durante o século XIX, desenvolvendo um dialeto próprio conhecido com mineiro ou montanhês.
Sendo assim, no Brasil não há basicamente, um acaso entre o comportamento dos falares e de suas áreas geográficas respectivas.
	
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o que foi abordado percebe-se que as variedades linguísticas influenciam o processo de aquisição da língua. Através das variantes consegue-se auxiliar no desenvolvimento de melhores conhecimentos sociais e educacionais para a linguística nenhuma língua é inferior ou primitiva, já que falar diferente não é considerado falar errado, e o que para muitos é considerado erro, existe uma explicação científica (linguística, histórica, sociológica e/ou psicológica). As línguas são heranças históricas que passam de geração para geração. As variações da língua são relacionadas a vários fatores como: a faixa etária, grau de escolaridade, estatuto socioeconômico, cultural, entre outros.
[...] Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional, notam-se diferenças de pronúncia, de emprego de palavras, de morfologia e de construções sintáticas, as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões, como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala. Não existem, portanto, variedades fixas: em um mesmo espaço social convivem mescladas diferentes variedades linguísticas, geralmente associadas a diferentes valores sociais. (BRASIL, 1998, p. 29) 
As variações da língua são relacionadas a vários fatores como: a faixa etária, grau de escolaridade, estatuto socioeconômico, cultural, entre outros. A variação é um fenômeno social, que ocorre mudançasem vários subsistemas constitutivos de uma língua de acordo com grupo de falantes, época, lugar, a língua nunca é identificada ao qual era anteriormente e em outro lugar, a língua se diversifica em virtude das possibilidades de variações dos elementos dos sistemas vocabulários, síntese e pronúncia. 
O estudo das variantes linguísticas tem a missão de ligar aprendizagem e o respeito às diferenças vocabulários. A variação linguística é o movimento natural e comum de uma língua que varia principalmente por fatores históricos e culturais. Modo pelo qual ele se usa correntemente e sistemática, de acordo com o histórico, contexto, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente. Uma das melhores formas de acabar com o preconceito seria oportunizar a sociedade em geral ao reconhecimento e respeito as suas diferenças, assim entendendo o significado de preconceito da maneira como deve ser.
Segundo os linguistas a humanidade se organiza em sociedade e possui um código, ou seja, uma comunicação oral que seria a língua de cada falante, sendo assim não pode falar em linguagem sem relacioná-la com a sociedade, pois a relação que existe entre elas é a base que estabelece o ser humano. E devido as diversidades linguísticas, foi possível perceber que o preconceito é muito forte, e cabe a nós conscientizar a sociedade sobre o assunto, para que no presente e no futuro não venham discriminar uma pessoa pelo seu modo de falar.
O que precisamos na educação é constituir um domínio de nossa própria cultura e tradição, entendê-la em sua diversidade, aceitá-la e estudá-la e por último, ampliar o respeito mútuo para os falantes que ainda não tem o domínio da norma coloquial e culta, fazendo-os entender a grandiosidade dessa diversidade linguística que chega ser uma espécie emblema em nossa história e introduzindo-os no campo social.
REFERÊNCIAS 
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BERALDO, Jairo. "Preconceito linguístico"; Brasil Escola. Disponível em:https://brasilescola.uol.com.br/portugues/preconceito-linguistico.htm. Acesso em 28/06/2022.
CANDIDA, ALINE “Motivos que levam as pessoas A não utilizarem a linguagem da norma culta”; Disponível em:https://alinecandidajornalista.wordpress.com/2013/07/20/tcc-motivos-que-levam-as-pessoas-a-nao-utilizarem-a-linguagem-da-norma-culta/. Acesso em: 29/06/2022.
DIANA, Daniela. “Variações Linguísticas”; Disponível em:https://www.todamateria.com.br/variacoes-linguisticas/. Acesso em 29/07/2022.
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KUCHENBECKER, Luciana “Linguagem coloquial”; Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/linguagem-coloquial.htm. Acesso em 01/07/2027.
LIRA, Zulina de. “Dialeto nordestino: prosódia e representação social”; Disponível em:http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/ABRALIN_2009/PDF/Zulina%20de%20Lira.pdf. Acesso em 03/07/2022
RIGONATTO, Mariana. "O que é variação linguística"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-variacao-linguistica.htm. Acesso em 03/07/2022.
SILVA, Junior. “ A educação e a diversidade linguística”. Caldeirão Grande-BA,https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-educacao-diversidade-linguistica.htm. Acesso em 04/07/2022
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VICTOR, Edson. “Preconceito social e linguístico no ensino da língua materna: um olhar sociolinguístico e da análise do discurso”; São Paulo. Disponível em:https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/preconceito-social-linguistico-no-ensino-lingua-materna.htm. Acesso em 06/07/2022.
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Disponível em: http://www.saocamilo-es.br/centroeducacional/noticias/2016/06/variacao-linguistica-x-ensino-de-lingua.html. Acesso em 07/07/2022.

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