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DESCRIÇÃO O correto gerenciamento das operações de suprimento de mercadorias em nível internacional. PROPÓSITO Compreender a cadeia de suprimentos internacionais e como os produtos podem ser comercializados entre os diferentes países. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer a necessidade das trocas comerciais entre as nações MÓDULO 2 Distinguir o sistema de abastecimento de mercadorias em nível internacional MÓDULO 3 Identificar os principais entraves para a operação eficiente da logística global de suprimentos INTRODUÇÃO O comércio internacional é desenvolvido a partir das relações comerciais mútuas entre os países e é do interesse de todas as nações. As atividades oriundas dessas relações afetam a vida da sociedade mundial; é o processo natural de globalização que surgiu a partir da Segunda Guerra Mundial. Para garantir que as operações de comércio internacional ocorram de maneira eficiente e com a devida capilaridade, é necessário que os países exportadores de mercadorias garantam uma boa gestão da sua cadeia de suprimentos. Esse fato é muito importante para que o país exportador seja visto como um fornecedor eficiente, preciso e confiável. Semelhante ao que ocorre nas relações comerciais entre empresas, também haverá, nas relações entre os países, cobranças de pontualidade, de qualidade das mercadorias, dos serviços de entrega e dos demais itens que contribuem para um elevado nível de serviço da logística internacional. As relações comerciais entre os países precisam ser organizadas e disciplinadas para se desenvolverem da maneira mais correta possível, conforme será visto a seguir. MÓDULO 1 Reconhecer a necessidade das trocas comerciais entre as nações ACORDOS COMERCIAIS Do ponto de vista da economia, os acordos comerciais são essenciais para a eliminação de barreiras à exportação e para favorecer os investimentos de qualquer país no exterior, como modo de impulsionar eventuais reformas internas, incrementar a competitividade industrial e aumentar a sua produtividade. No entanto, os acordos precisam definir regras que tenham os objetivos de mais previsibilidade e segurança jurídica no ambiente de negócios e de equalização das condições de competição em mercados estratégicos, o que deverá facilitar o comércio e os investimentos. Os acordos internacionais de comércio preconizam duas partes distintas: UMA PARTE NORMATIVA Composta por regras que vão reger as operações comerciais entre os países signatários. OUTRA PARTE COMPOSTA PELA LISTA DE PRODUTOS NEGOCIADOS Com as devidas concessões outorgadas por cada um dos parceiros. Dependendo do grau de aprofundamento, a parte normativa dispõe sobre medidas sanitárias e fitossanitárias, equivalência e reconhecimento mútuo, obstáculos técnicos ao comércio, transparência, regionalização, cooperação técnica, regras de origem, procedimentos aduaneiros, cooperação em temas aduaneiros, valoração aduaneira e licença de importação, medidas antidumping, direitos compensatórios e salvaguardas, solução de controvérsias, entre outros. Os acordos podem ser alterados em negociações governamentais, com a assinatura de protocolos adicionais ou modificativos, que passam a fazer parte do acordo inicial. Atualmente, a atividade de qualquer país no comércio internacional é imprescindível para um bom relacionamento com os demais países ou blocos de países, permitindo a participação nas negociações de acordos internacionais, e a atualização em relação às mudanças comportamentais dos parceiros comerciais. Para que fosse possível a regulação das relações comerciais entre os países, tornou-se necessária a elaboração de um conjunto complexo de regras que garantisse a segurança jurídica dos comerciantes em todo o mundo globalizado. Para tanto, foi criada a Organização Mundial do Comércio (OMC), a partir de 1995, que tem como objetivo principal centralizar os acordos comerciais, seguindo um conjunto de princípios e normas que visam a regular o comércio internacional. Após a Segunda Guerra Mundial, o comércio internacional voltou a crescer, impulsionado, principalmente, pelos Estados Unidos, o que obrigou a criação de regras específicas e claras sobre as transações comerciais para facilitar os acordos multilaterais. Atualmente, a OMC é composta por diversos órgãos, sendo que os principais são: CONFERÊNCIA MINISTERIAL CONSELHOS ESPECÍFICOS CONSELHO GERAL CONFERÊNCIA MINISTERIAL É a instância máxima da organização; composta pelos ministros das relações exteriores ou de comércio exterior dos membros. CONSELHOS ESPECÍFICOS Existe um conselho para cada área do comércio internacional, como, por exemplo, Conselho para o Comércio de Bens e Conselho para o Comércio de Serviços. CONSELHO GERAL Responsável pela solução de controvérsias entre os Estados membros. O conselho geral possui grande importância para atuar no sistema de solução de controvérsias da OMC, pois é considerado um dos mais modernos meios para solucionar disputas comerciais internacionais. Em geral, as disputas surgem por causa de políticas ou atos domésticos considerados desleais por outros membros da organização e que ferem os acordos gerais da OMC. Quando algum membro se sentir prejudicado, poderá acionar o foro multilateral para julgar o caso. O sistema de solução de controvérsias funciona seguindo o passo a passo descrito a seguir: 1 Quando um país-membro perceber que outro está violando alguma norma dos acordos da OMC, poderá solicitar que sejam feitas consultas na Organização acerca do caso. Depois de realizadas as consultas, se ficar constatado a ocorrência de alguma violação, o país reclamante poderá solicitar a formação de um painel, composto por árbitros da Organização que decidirão acerca do caso. 2 3 Uma vez tomada a decisão final do painel, tanto o reclamante quanto o reclamado poderão apelar para o órgão de apelação da OMC. Se a decisão final do órgão for de que o reclamado estava realmente violando algum acordo, o órgão poderá permitir que o reclamante imponha as sanções comerciais ao reclamado. 4 No geral, as regras do Comércio Internacional defendidas pela OMC são baseadas nos princípios do Direito Internacional do Comércio, utilizado como base para diversas decisões nas disputas comerciais. Alguns princípios são: 1 NAÇÃO MAIS FAVORECIDA Caso algum país-membro da OMC conceda benefícios aduaneiros para produtos de outro membro, o mesmo benefício deverá ser estendido para os demais. O principal objetivo é evitar que haja privilégios entre apenas alguns países. A única exceção permitida para esse princípio ocorre no caso de alguns países formarem um bloco econômico, como o Mercosul, por exemplo. 2 TRATAMENTO NACIONAL Se um país-membro da OMC optar pela cobrança de impostos de determinado produto fabricado em seu território, deverá dar o mesmo tratamento de impostos ao mesmo produto quando este for importado. Por exemplo, os veículos importados estarão sujeitos aos mesmos impostos dos veículos nacionais. 3 TRANSPARÊNCIA Todos os países-membros da OMC deverão divulgar e tornar públicos os decretos e as leis acerca do tema comércio internacional, de modo que todos possam ter acesso e compreender o funcionamento da legislação do país em questão. Apesar de sua importância inquestionável, a OMC é criticada, muitas vezes, pelo fato de estar direcionada exclusivamente à eliminação de barreiras protecionistas, deixando de lado as questões relacionadas aos avanços tecnológicos e às medidas de proteção ambiental. BLOCOS ECONÔMICOS Os blocos econômicos são associações realizadas por alguns países, com o objetivo de desenvolvimento social, político e econômico dos seus membros. Essas associações visam a garantir o desenvolvimento econômico mútuo de todos os envolvidos no bloco. Como principal vantagem, tem-se a eliminação de tarifas e barreiras alfandegárias para se obter maior garantia de desenvolvimento do comércio interno e externo. Entretanto, existem, também, algumas desvantagens como os empecilhosdos membros a algumas parcerias comerciais. Os blocos econômicos surgiram após a Guerra Fria, quando a economia global percebeu que era possível uma nova fase de integração entre os países e que uma nova ordem mundial estava sendo estabelecida, fato que gerou a globalização. Diversas alianças foram feitas com o intuito de manter o funcionamento do comércio interno e externo de alguns países. Os blocos econômicos visam ao processo de facilitação do desenvolvimento da atividade comercial entre os seus membros. Assim, os países-membros do bloco: Facilitam A venda dos produtos e permitem o tráfego de informações, mercadorias e cidadãos. Dificultam A entrada de produtos de países que não são membros do bloco. Os primeiros blocos econômicos surgiram apenas com o objetivo de redução de tarifas comerciais, no entanto, com o passar do tempo e com a evolução das atividades comerciais, novas características surgiram e permitiram a eliminação completa de barreiras comerciais e alfandegárias, além da criação de tarifas para comércio com países que não eram membros do bloco. BLOCOS ECONÔMICOS Existem alguns tipos de blocos econômicos, e os principais estão descritos a seguir: 1 UNIÃO ADUANEIRA Caracteriza-se por uma zona de livre comércio com Tarifa Externa Comum (TEC), que se configura como uma taxa que incide sobre os produtos oriundos de países que não são do bloco. Por exemplo, Mercado Comum do Sul (Mercosul). 2 ZONA DE LIVRE COMÉRCIO Facilita o comércio por meio da eliminação de tarifas e barreiras alfandegárias, com o objetivo de garantir o desenvolvimento econômico e comercial. Por exemplo, o Tratado de Livre Comércio das Américas (Nafta) e a Comunidade Andina (CAN). 3 MERCADO COMUM É um bloco econômico com alto padrão de integração e que permite o livre comércio e a livre circulação de pessoas, informações, capitais e bens. Pode-se constatar que, nesses blocos, as fronteiras físicas praticamente não existem. Por exemplo, o Mercado Comum do Sul (Mercosul). 4 UNIÃO POLÍTICA E MONETÁRIA Consiste em uma integração ampla, inclusive, no campo econômico, permitindo o desenvolvimento do comércio (importação e exportação); e, também, do campo político, o que permite a adoção de políticas comuns entre os países e a criação e adoção de uma moeda única pelos membros. Por exemplo, a União Europeia. 5 ZONA DE PREFERÊNCIA TARIFÁRIA É um tipo de integração no qual são adotadas vantagens tarifárias apenas para alguns grupos de produtos, de modo a torná-los mais baratos para países não participantes do bloco. Por exemplo, a Associação Latino-americana de Integração (ALADI). PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS O surgimento dos blocos econômicos colocou os países no sistema de concorrência global, no qual cada país integrante consegue participar do comércio internacional. Em cada região do mundo existem associações com esse formato de blocos econômicos, sendo os principais: 1 Imagem: Shutterstock.com UNIÃO EUROPEIA Constituída por Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia. Criada em 1957, tem como principal função promover a livre circulação de pessoas e o desenvolvimento econômico entre os membros. NAFTA Acordo de livre comércio da América do Norte, criado em 1994, tem como objetivo principal desenvolver o comércio entre Estados Unidos, México e Canadá. Imagem: Shutterstock.com 2 3 Imagem: Shutterstock.com OPEP A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, é formada pelos países que produzem e vendem petróleo globalmente, como Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Sua criação ocorreu na década de 1960. APEC Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, foi criada em 1989, e é formada por Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coreia do Sul, Tailândia, Estados Unidos, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua-Nova Guiné, Chile, Peru, Rússia e Vietnã. Sua função central é promover uma área de desenvolvimento econômico e comercial entre os membros. Imagem: Shutterstock.com 4 5 Imagem: Immanuel Giel / Own work / Wikipedia / Public domain MCCA O Mercado Comum Centro-Americano foi fundado em 1960, e tem como membros Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua. COMUNIDADE ANDINA É formada pelos países da América Andina, como Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. O objetivo geral é desenvolver a economia, a política, os campos social e cultural por meio da integração dos países envolvidos. Imagem: Shutterstock.com 6 7 Imagem: Shutterstock.com MERCOSUL Mercado Comum do Sul é formado por Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Sua principal função é promover uma área de livre comércio, o desenvolvimento social e econômico entre os membros, além de permitir a livre circulação de pessoas, mercadorias e bens de modo geral. TIGRES ASIÁTICOS Foi criado na década de 1970 e é formado por países da Ásia Oriental, como Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan. Objetiva implementar barreiras alfandegárias e desenvolver novas tecnologias no processo competitivo mundial. Imagem: Furfur / This file was derived from: Flag of Hong Kong.svg, Flag of the Republic of China.svg, Flag of South Korea.svg, Flag of Singapore.svg, BlankMap-World6.svg / Wikipedia / CC-BY-SA-4.0 8 9 Imagem: Shutterstock.com CEI A Comunidade dos Estados Independentes foi criada para integrar os países às lógicas econômicas mundiais após o fim da União Soviética e é formada por países como Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Uzbequistão e Turcomenistão. SADC A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral foi criada em 1992, e tem como membros África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Maurício, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. O principal objetivo é estabelecer a paz e a segurança na região. Imagem: Shutterstock.com 10 Conforme já mencionado, as principais vantagens de se pertencer a um bloco econômico giram em torno do desenvolvimento econômico dos países, com consequente redução dos custos dos produtos, eliminação de barreiras à exportação e importação e um aumento gradativo do produto interno bruto. Isso se deve pelo fato das economias independentes passarem a constituir um sistema maior, no qual se permite o estabelecimento de uma associação de ajuda mútua, levando a maior facilidade de locomoção das pessoas, mercadorias e informações, elaboração de políticas comuns de desenvolvimento econômico e social e outros diversos benefícios. Entre as desvantagens observadas acerca da constituição de blocos econômicos, pode-se destacar: 1 2 3 4 5 1 A ausência da soberania nacional. 2 O enfraquecimento da economia multinacional em detrimento à economia regional. 3 A polarização das economias globais. 4 A dificuldade de empresas em participar de mercados mais abrangentes. 5 A possibilidade de países com economia mais frágil afetar aqueles mais desenvolvidos. Outra desvantagem observada incide no fato de que algumas economias mais frágeis pertencentes ao bloco poderão, também, ficar prejudicadas em alguns quesitos. EXEMPLO No caso do México, no Nafta, as empresas americanas utilizam a mão de obra barata do México para a fabricação dos produtos, que serão revendidos a preços elevados para os mexicanos e demais pertencentes ao bloco. Outro fator diz respeito ao protecionismo econômico estabelecido por alguns blocos em relação a produtos oriundos de outros países, o que contraria o livre comércio em tempos de globalização. Ressalta-se que a importância dos blocos econômicosnão se restringe somente aos aspectos econômicos, uma vez que é possível observar fatores sociais, tais como criação de novas fontes de renda, emprego e melhoria do padrão de vida dos cidadãos. Percebe-se, também, um crescimento empresarial e industrial, com aumento da participação de mercado e influências local, regional e global. MULTILATERALISMO São as formas de cooperação, principalmente no que se refere à diplomacia internacional e às relações que permitem que os países respeitem determinados limites. Esses limites podem ser considerados nos ambientes: SOCIAIS ECONÔMICOS POLÍTICOS SEGURANÇA NACIONAL E INTERNACIONAL Basicamente, o multilateralismo surgiu por um processo de evolução histórica, à medida que as nações perceberam que não poderiam, de forma individual, resolver questões que poderiam agredir outras nações. No multilateralismo, há um sistema multilateral de comércio que permite a estruturação dos processos regulatórios de compra e venda de produtos e serviços entre as nações. Tal sistema tem por objetivo a livre competição, eliminando-se, assim, obstáculos ao comércio, como tarifas, quotas e outras questões que precisam ser resolvidas, como mais acesso das empresas ao mercado externo. Conforme visto, a Organização Mundial do Comércio é responsável pela regulamentação e fiscalização dos acordos no sistema multilateral de comércio. Antes da OMC, havia o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), que servia como base de regras para direcionar o comércio de bens. No entanto, com o processo de globalização, que preconiza a abertura total do comércio internacional, o sistema multilateral foi colocado em questionamento sob o argumento de que existem as seguintes dificuldades: Distinguir exatamente a origem dos produtos, ou seja, se são nacionais ou internacionais. Distinguir estratégias de comércio e de investimentos, mesmo quando os métodos de produção e consumidores estejam globalizados. Reconhecer a identidade das empresas fabricantes. Necessidade de tratamento não discriminatório para os produtos e serviços dos países. Com essas questões, tornou-se mais difícil implementar regras da OMC, como era feito antes. Assim, surgiu a preocupação com os impactos de novas medidas nos âmbitos político e econômico do comércio internacional. Recentemente, nas reuniões internacionais entre os países, tem-se preconizado a liberalização comercial, o crescimento econômico em detrimento dos acordos multilaterais e mais ênfase nas necessidades dos países em desenvolvimento. Apesar de sofrer algumas críticas, o multilateralismo visa à tomada de decisões em cooperação entre as nações, o que é imprescindível para o desenvolvimento das relações internacionais entre os países. CONTRATOS OFFSET A dinâmica de relacionamento entre os países na sociedade internacional ocasiona diversos choques de legislações, o que pode se apresentar como um grande entrave para o desenvolvimento econômico. Com o objetivo de amenizar essa problemática jurídica envolvendo os países, a Organização das Nações Unidas criou a Comissão de Direito Comercial Internacional (Uncitral), cujo objetivo principal é: Reduzir ou remover os obstáculos jurídicos e permitir mais fluidez do comércio internacional. Essa comissão foi encarregada, também, de criar guias legais que sirvam de manuais para a padronização dos termos e institutos utilizados no comércio exterior. Desse modo, um dos institutos criados foi o offset, proveniente das ciências econômicas, que funciona como contrapartida em algumas situações específicas. De acordo com a Uncitral, as contrapartidas podem ser definidas como acordos de livre vontade, nos quais uma das partes provê onerosamente para a outra determinados bens, serviços e direitos. Em contrapartida, a parte beneficiada contratará em via inversa bens, serviços e direitos. Nesse sentido, offset seria um elemento, um agente ou um bem que promoveria o contrabalanceamento do contrato ou de qualquer outro acordo. Na prática, os contratos offset possuem objetivos amplos e variados e permitem compensações que, normalmente, envolvem o fornecimento de produtos de alto valor ou elevada sofisticação tecnológica, incluindo a transferência de tecnologia e de know-how, bem como a promoção de investimentos e facilitação de acesso a determinados mercados. Basicamente, os contratos offset se dividem duas modalidades: 1 OFFSET DIRETO As partes acordam em fornecer, uma à outra, produtos que são tecnológica ou comercialmente relacionados, como, por exemplo, partes integrantes de um todo ou produtos que são comercializados conjuntamente. 2 OFFSET INDIRETO O órgão governamental que obtém ou aprova a obtenção dos produtos que possuem alto valor, exige que o fornecedor efetue compras de produtos no país adquirente ou que as divisas ingressem no país na forma de investimento, tecnologia ou assistência a outros mercados. Ressalta-se que o órgão governamental, na maioria das vezes, estipula políticas de compensação convenientes ao interesse público em setores industriais ou regiões que possam ser assistidas por esse mecanismo. No Brasil, existem diversos exemplos, principalmente no âmbito militar, de acordos do tipo offset, como, por exemplo, a aquisição de novos caças para a Força Aérea Brasileira, aviões de transporte, radares de vigilância e aviões de patrulha. Como contrapartida, as empresas brasileiras foram amplamente utilizadas para a absorção da transferência de tecnologia por parte dos países fornecedores de tais equipamentos. Desse modo, os conhecimentos adquiridos nesse processo permitirão que o Brasil coloque em prática sua Estratégia Nacional de Defesa, por meio da reorganização das Forças Armadas, reestruturação da indústria brasileira de material de defesa e do desenvolvimento da política de composição dos efetivos das Forças Armadas. ORGANIZAÇÃO DAS RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE PAÍSES Nesse vídeo, o especialista Aurélio Lamare Soares Murta falará sobre o processo de organização das relações comerciais entre as diversas nações e quais instrumentos devem ser utilizados para tal finalidade. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (PUC-RS) A DIVISÃO DO MUNDO EM ESTADOS NACIONAIS, COM FRONTEIRAS, MOEDAS E ALFÂNDEGAS, CRIA BARREIRAS À LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS, SERVIÇOS, CAPITAIS E PESSOAS. A CRIAÇÃO DE BLOCOS ECONÔMICOS É UMA TENTATIVA DE REDUZIR ESSAS BARREIRAS EM ESCALA REGIONAL, MAS TAMBÉM UMA FORMA DE OS PAÍSES-MEMBROS SE FORTALECEREM FRENTE AO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO. NESSE PROCESSO, NÃO CONSTITUI UMA FORMA DE ORGANIZAÇÃO DE BLOCOS ECONÔMICOS: A) União aduaneira. B) União econômica e monetária. C) Criação de zonas de livre comércio. D) Eliminação das fronteiras físicas. E) Organização de mercados comuns. 2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTENHA SIGLAS APENAS DE BLOCOS ECONÔMICOS: A) Brics, Mercosul e União Europeia. B) Mercosul, União Europeia e G20. C) Nafta, União Europeia e Apec. D) Apec, União Europeia e Brics. E) Mercosul, G20 e União Europeia. GABARITO 1. (PUC-RS) A divisão do mundo em Estados nacionais, com fronteiras, moedas e alfândegas, cria barreiras à livre circulação de mercadorias, serviços, capitais e pessoas. A criação de blocos econômicos é uma tentativa de reduzir essas barreiras em escala regional, mas também uma forma de os países-membros se fortalecerem frente ao processo de globalização. Nesse processo, não constitui uma forma de organização de blocos econômicos: A alternativa "D " está correta. Os blocos econômicos têm como principal objetivo a eliminação de barreiras comerciais e alfandegárias, com o intuito de estreitar os laços comerciais entre as nações e beneficiar a economia de todos que pertencem ao bloco. Porém, não é objetivo de um bloco econômico eliminar fronteiras físicas. Muitos países, têm como fronteiras rios, montanhas, cachoeiras, florestas, sendo impossível eliminá-las. 2. Assinale a alternativa que contenha siglas apenas de blocos econômicos: A alternativa "C" está correta. Brics e G20 não são blocos econômicos, apenas grupos de países que possuem interesses em comum. MÓDULO 2 Distinguir o sistema de abastecimento de mercadorias em nível internacional RESPONSÁVEIS PELO PAGAMENTO DE DESPESAS LOGÍSTICAS NOS CONTRATOS DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL As transações comerciais existem desde a Antiguidade, no entanto, no cenário globalizado que vivenciamos atualmente, essas trocas comerciais se tornaram cada vez mais intensas, o que resultou em um comércio extremamente vantajoso e importante para os países. Realizar transações comerciais entre nações com diferentes costumes e legislações tornou-se um grande desafio a ser equacionado. Diversas foram as tentativas de se chegar a um consenso mínimo que pudesse abarcar todas as exigências e necessidades inerentes aos compradores e vendedores de mercadorias. Depois de diversas tentativas de solucionar essa problemática, chegou-se a um consenso de que a melhor forma seria a elaboração de um instrumento jurídico, denominado contrato, que seria reconhecido e aceito por todos os envolvidos nas transações comerciais. Os contratos de compra e venda internacionais são instrumentos jurídicos que oficializam a transação de compra e venda e estabelecem as regras a serem seguidas durante essas operações. Essas operações ocorrem entre nações que podem ter ordenamentos jurídicos diferentes; por isso, tornou-se necessário o desenvolvimento de mecanismos jurídicos reconhecidos internacionalmente, que dessem segurança aos envolvidos nas transações comerciais internacionais. As empresas que trabalham com compras e vendas internacionais precisam ter a devida atenção no momento da elaboração dos contratos, uma vez que esse documento estabelecerá todas as especificações e cláusulas referentes ao negócio formalmente concretizado. Para que seja possível a regulamentação das práticas a serem adotadas, existe uma legislação específica para esse tipo de negócio e, portanto, é necessário que essa legislação seja rigorosamente observada durante a elaboração do contrato, de modo que suas cláusulas possuam validade. Em um mercado cada vez mais exigente e competitivo, é natural que as nações se empenhem em corrigir suas diferenças de disponibilidade de recursos naturais e eventuais desigualdades de produção, por meio da aquisição de mercadorias de seus parceiros comerciais espalhados pelo mundo. Do mesmo modo, a oportunidade da venda dos seus produtos em outras localidades é bastante interessante, uma vez que é possível comercializar suas mercadorias em locais em que não há a sua produção, o que resulta em vantagens comerciais muito atrativas para o país vendedor. Com base nessas perspectivas, os contratos internacionais são utilizados para organizar as regras que serão seguidas para a comercialização das mercadorias. Desse modo, legislações e regras deverão ser estabelecidas especificamente para cada localidade e precisam ser devidamente respeitadas para que os contratos sejam válidos e incontestáveis. Imagem: Shutterstock.com De modo a estabelecer as bases para a formulação de contratos, conferir a relevância para o desenvolvimento e enquadramento jurídico necessários, e preparar textos legislativos a respeito da modernização do direito internacional foi criada a Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional (Uncitral). Os conteúdos legislativos criados pela Uncitral têm como principais objetivos: A venda internacional de mercadorias e bens O comércio eletrônico As disputas comerciais O transporte internacional e transfronteiriço O desenvolvimento e a aquisição de infraestrutura Os pagamentos internacionais Os títulos de créditos A Uncitral também produz textos não legislativos, que estabelecem regras para a conduta em processo de conciliação e arbitragem, guias jurídicos a respeito dos contratos de trocas comerciais, e construção industrial e notas a respeito da organização e condução de processos arbitrários. A Uncitral tornou-se extremamente relevante para o comércio internacional entre os países, uma vez que contribui para a clareza dos acordos e das regras determinadas, oferecendo, portanto, respaldo para que as condições firmadas sejam realmente válidas e cumpridas. As regras estabelecidas nos contratos comerciais incluem cláusulas acerca das obrigações para com as despesas logísticas referentes ao deslocamento das mercadorias entre os vendedores e compradores. De modo a estabelecerem regras para as operações logísticas do comércio internacional, os contratos preconizam a utilização dos Termos Internacionais de Comércio, os Incoterms, que visam, entre outros objetivos, a estabelecer as condições para o transporte e a entrega, além dos valores referentes. Os Incoterms são utilizados para estabelecer, no âmbito da estrutura de um contrato comercial internacional, direitos e deveres dos exportadores e importadores, estabelecendo-se um conjunto padrão de definições e determinadas regras e práticas neutras. EXEMPLO Pode-se citar determinados detalhes que fazem parte das transações comerciais, como o local onde o exportador deverá entregar a mercadoria, quem será o responsável pelo pagamento do frete e quem ficará encarregado da contratação do seguro. Desse modo, pode-se constatar que os Incoterms tratam de regras internacionais, imparciais, que possuem caráter de uniformização e que constituem a base para o desenvolvimento dos negócios internacionais, promovendo-se, inclusive, mais harmonia nas relações comerciais internacionais. Observa-se, ainda, que os Incoterms não impõem suas regras, mas propõem o entendimento entre o vendedor e comprador, no que se refere às tarefas necessárias para o correto deslocamento das mercadorias, desde o seu ponto de fabricação até o seu ponto de consumo, como embalagem, transportes internos, licença de exportação e de importação, movimentação em terminais, transporte, seguro internacional e outras. DIFERENTES PROCEDIMENTOS DE AQUISIÇÃO VINCULADOS À OPERAÇÃO INDUSTRIAL, SOB A FILOSOFIA JUST IN TIME O departamento de aquisição e compra de todas as empresas é um setor que deve ser devidamente observado e explorado, uma vez que nele se desenvolve a maior parte das transações de capital, influência direta sobre os estoques, relacionamentos com clientes e consequente interferência nos lucros. Sabe-se que, por diversas vezes, pequenas reduções no custo das aquisições de produtos poderão refletir no sucesso financeiro da empresa. Desse modo, pode-se constatar que quando se trata de compras e aquisições, não basta apenas comprar, é necessário que a aquisição seja bem-feita, procurando-se obter a maior vantagem possível. A evolução do setor de aquisições está diretamente ligada a outras evoluções relacionadas ao comércio internacional, como globalização, tecnologias, fornecedores mais especializados e outras mudanças contemporâneas. Todos esses fatores trabalham de forma conjunta, com o objetivo de oferecer maior valor agregado às mercadorias comercializadas aos clientes finais. Uma das evoluções que tem participado ativamente do processo de aquisição das mercadorias é a filosofia Just in Time, que teve sua origem no Japão e preconiza o desenvolvimento de um sistema de administração da produção capaz de reorganizar todo o ambiente produtivo. Imagem: Shutterstock.com Essa reorganização promove uma série de melhorias nos processos de produção e garante a alocação da matéria-prima na quantidade e no tempo necessário, sem que haja a necessidade da compra, transporte ou produção antes da sua efetiva necessidade. Ou seja, tudo será feito apenas quando for demandado. Como resultados positivos pode-se constatar que o Just in Time trabalha no sentido evitar desperdícios, disponibilização de grandes espaços de armazenagem, excessivas quantidades de estoque, imobilização de capital, entre outras despesas, além de possibilitar uma melhoria contínua dos processos de produção e umaumento da satisfação dos consumidores finais. Outro ponto que merece destaque é o fato de que, à medida que se tem menores lotes de aquisição e armazenamento, o risco de perdas também diminui, assim como a necessidade de grande efetivo de pessoal envolvido em todas as operações nos centros de distribuição. Assim, o objetivo do setor de aquisições com a utilização do Just in Time incide na coordenação do fluxo contínuo de suprimentos, de modo a ser capaz de atender as demandas de produção, permitindo a compra de materiais com melhores qualidades e por menores preços. Tecnicamente: 1 Para que esse método possa trabalhar de forma eficiente, é recomendável que haja um número fixo, porém reduzido, de fornecedores para mais estabilidade e frequência no fornecimento dos materiais. Com o número reduzido de fornecedores, deve-se investir em sua qualificação, para que seja possível o desenvolvimento de um trabalho em parceria, com visão de longo prazo e com mudança de cultura de relacionamento com os fornecedores. 2 3 O trabalho de implementação da filosofia Just in Time junto aos fornecedores não deve incluir inicialmente todos os produtos a serem fornecidos, mas apenas alguns itens mais importantes, que sirvam de teste e treinamento para o grupo de fornecedores e dos profissionais envolvidos nas operações. Adotando-se esse procedimento, será possível o desenvolvimento de um aprendizado conjunto que permita construir soluções para erros e aprimoramento dos acertos, uma vez que é normal ocorrerem falhas durante a implantação de um novo processo nunca antes utilizado na empresa. 4 É importante que no processo de implementação do Just in Time, a escolha do fornecedor que participará da empreitada seja criteriosamente realizada, optando-se, inicialmente, por fornecedores mais confiáveis e que já tenham realizado trabalhos em conjunto anteriormente. Entre os benefícios observados pela aquisição de suprimentos utilizando-se da filosofia Just in Time, podemos citar os seguintes: Aumento da qualidade e flexibilidade no processo de compras. Rapidez na conversão dos materiais. Redução de desperdícios. Melhoria do volume de estoques. Redução das quantidades de trabalhos em processo. Redução da necessidade de agendamentos e rastreamentos. Facilitação da cadeia logística. Redução dos custos finais dos produtos. Maior rapidez nos prazos de entrega. As empresas que objetivam reduzir seus custos de aquisição de materiais, por meio de uma boa gestão de compras, otimização dos espaços de estocagem e aprimoramento dos processos de distribuição logística, devem considerar a utilização do Just in Time no seu escopo de trabalho, uma vez que grandes vantagens competitivas poderão ser percebidas em relação aos seus concorrentes. Deve-se destacar que o principal desafio no processo de implementação do sistema Just in Time é cultural, tanto para a empresa quanto para os fornecedores. Para trabalhar de forma eficiente com o esse sistema, será necessária uma reorganização da empresa, principalmente, das atividades de planejamento, acompanhamento e controle das atividades. Do contrário, as operações poderão ocorrer de forma desastrosa, o que resultará em falta de materiais para a produção e consequente interrupção do fornecimento dos produtos finais ao mercado consumidor. ESTRATÉGIAS DE SUPRIMENTO INTERNACIONAL A definição das estratégias de suprimentos internacionais deve ser encarada como fator decisivo para o sucesso dos empreendimentos que visam à comercialização de produtos no exterior. Estratégias mal elaboradas podem causar diversos prejuízos financeiros e da imagem da empresa, o que pode comprometer os investimentos realizados para as operações da logística internacional. Com o passar dos anos e com a evolução dos meios tecnológicos e dos procedimentos de comercialização de mercadorias entre os países, diversas estratégias foram surgindo e trazendo consigo muitos benefícios para as empresas importadoras e exportadoras. Essas estratégias foram desenvolvidas com o objetivo de trazerem mais lucros e participação da empresa no mercado internacional, o que certamente resulta em vantagens competitivas frente à concorrência internacional. Os procedimentos tradicionais e consagrados pela logística internacional ainda são muito utilizados e permitem consideráveis ganhos de eficiência, mesmo com as grandes mudanças verificadas atualmente. Entre as estratégias tradicionais mais utilizadas para a otimização da cadeia de suprimentos internacionais, que visam a manter o fluxo contínuo de produtos ao cliente, podemos citar: 1 CONTROLE SOBRE OS FORNECEDORES É importante estabelecer um contínuo monitoramento desses parceiros, de modo a garantir melhores preços e condições de pagamento, além da qualidade dos produtos e serviços. Como eventuais falhas de fornecimento causarão impactos diretamente os negócios da empresa, deve-se estabelecer parcerias duradouras e confiáveis. MELHORIA CONSTANTE DE PROCESSOS A empresa deve buscar soluções para aumentar a produtividade, reduzir perdas e desperdícios, diminuir custos, eliminar etapas desnecessárias e adotar práticas mais modernas e eficientes. Assim, a melhoria dos procedimentos internos deverá estar alinhada às estratégias de controle dos fornecedores. 2 3 PREVISÃO DE DEMANDA A redução dos custos de estoque sempre deve ser alvo de melhorias por parte das empresas. É importante que a empresa realize análises constantes do histórico de vendas, de modo a identificar períodos de sazonalidade e elaborar modelos de projeção de demanda mais precisos e que permitam menores necessidades de estocagem de produtos. INTEGRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Uma das atividades essenciais quando se opta por trabalhar com logística é desenvolver processos de integração de todos os participantes da cadeia de suprimento e permitir um fluxo maior de informações correlatas a todas as atividades. 4 5 SISTEMA INTEGRADO É importante que a empresa invista no desenvolvimento de um sistema que integre os diferentes departamentos e permita mais controle dos dados e informações. Um sistema integrado permite mais controle das informações relativas ao estoque, acompanhamento mais próximo dos colaboradores e uma gestão mais eficiente dos processos de compras. PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS A criação de processos padronizados garante mais eficiência e facilita o controle e a coleta dos dados operacionais, o que permite uma visualização mais ampla de todo o contexto operacional da empresa. A padronização, também, permite à empresa experimentar ganhos de escala e mais eficiência na produção, com consequente redução de custo. 6 7 CONTROLE DE ESTOQUE EFICIENTE O aprimoramento dos procedimentos de controle de estoque é essencial para que a cadeia logística opere de modo mais eficiente. É importante que a gestão de estoques realize previsões de demanda mais precisas, gestão de compras mais eficientes e quantidades produzidas mais adequadas à demanda, de modo a experimentar ganhos com a redução das necessidades de estoques de matérias-primas e produtos acabados. Apesar de esses procedimentos serem de conhecimento da logística há muito tempo, sua operação eficiente participará ativamente do sucesso das atividades de suprimento internacional e permitirá à empresa vantagens competitivas no mercado do comércio exterior. Outras estratégias mais recentes têm demonstrado bom desempenho para as operações logísticas, como é o caso do global sourcing e do Just in Time, sobre os quais comentamos anteriormente. GLOBAL SOURCING É uma estratégia empresarial para se adquirir bens ou serviços em outros países que ofereçam melhores condições competitivas e preços mais atrativos. Essa estratégia torna-se extremamente vantajosa quando se encontra baixos custos de mão de obra produtiva em outros países ou mesmo quando se encontra uma produtividade extremamente elevada em outras nações. O global sourcing começou a ser mais utilizadopelas empresas com a evolução da globalização, com as vantagens econômicas encontradas pelas empresas fora do seu próprio território de origem. VANTAGENS DESVANTAGENS VANTAGENS Redução de custos, aprimoramento da qualidade e maior poder de negociação junto aos fornecedores locais, com possibilidade de redução de preços. DESVANTAGENS Custos ocultos, relativos a diferentes culturas e fusos horários, exposição a riscos financeiros e políticos em países emergentes, e risco da perda de propriedade intelectual. Exemplos da utilização do global sourcing: Foto: humphery/Shutterstock.com Procura mundial pela produção de bens em empresas chinesas, que oferecem preços reduzidos e grande capacidade produtiva. Foto: Shutterstock.com Produção de diversas partes do mesmo produto em países que ofereçam mais vantagens produtivas, com a montagem final no país de origem da empresa responsável pelo produto. JUST IN TIME Como já estudamos, a utilização dessa filosofia permite grandes ganhos financeiros e operacionais, pela redução de desperdícios e diminuição da necessidade de estocagem de grandes quantidades de mercadorias e matérias-primas. Essa técnica tem sido bastante difundida no meio empresarial internacional e tem se mostrado bastante atrativa quando se opta por aumentar a vantagem competitiva das empresas no mercado internacional e promover maior fidelização dos consumidores dos produtos da empresa. A implementação do Just in Time deve ser amplamente estudada pela empresa a fim de montar uma estratégia muito bem elaborada para sua incorporação nas atividades operacionais. VANTAGENS DESVANTAGENS VANTAGENS Ganhos de competitividade e redução de custos, amplamente vantajosos em relação às dificuldades de sua implementação. DESVANTAGENS Necessidade de mudança da cultura interna da empresa, que nem sempre será uma tarefa fácil de ser gerenciada. Empresas que operam modelos tradicionais e com colaboradores mais antigos poderão experimentar grandes dificuldades para a implementação eficiente dessa filosofia. SUPRIMENTOS INTERNACIONAIS Nesse vídeo, o especialista Aurélio Lamare Soares Murta falará sobre as questões que envolvem o deslocamento de mercadorias entre os países e quais responsabilidades são imputadas aos fornecedores e consumidores desses produtos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. PARA DAR MAIS SEGURANÇA ÀS OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAIS, FOI ELABORADO UM INSTRUMENTO JURÍDICO DENOMINADO: A) Contrato de compra e venda. B) Carta de intenções. C) Memorial de intenções. D) Declaração de compra e venda. E) Conhecimento de transporte. 2. A SEGUIR, ESTÃO LISTADOS OS BENEFÍCIOS DA UTILIZAÇÃO DA FILOSOFIA JUST IN TIME NOS PROCESSOS DE AQUISIÇÃO DE SUPRIMENTOS, COM EXCEÇÃO DE: A) Redução de desperdícios. B) Aumento dos volumes estocados. C) Facilitação da cadeia logística. D) Redução dos custos finais dos produtos. E) Mais rapidez nos prazos de entrega. GABARITO 1. Para dar mais segurança às operações de compra e venda internacionais, foi elaborado um instrumento jurídico denominado: A alternativa "A " está correta. Em virtude das diversas diferenças entre as nações e empresas que queriam desenvolver relações comerciais, tornou-se necessária a criação de um instrumento jurídico que desse maior segurança e que fosse aceito por todos os participantes da negociação. Esse instrumento é denominado contrato. 2. A seguir, estão listados os benefícios da utilização da filosofia Just in Time nos processos de aquisição de suprimentos, com exceção de: A alternativa "B " está correta. A filosofia Just in Time, quando implementada nas empresas que trabalham com aquisição de suprimentos internacionais, permite uma redução significativa das quantidades de produtos estocados em seus armazéns, o que contribui para redução de todos os custos inerentes a essas operações. MÓDULO 3 Identificar os principais entraves para a operação eficiente da logística global de suprimentos As operações logísticas para exportação ou importação de mercadorias preconiza deslocamento contínuo de cargas, que, por sua vez, ficam sujeitas a determinadas falhas operacionais ou de procedimentos documentais. Os riscos envolvidos em decorrência dessas falhas podem ocasionar grandes perdas financeiras e descontentamento por parte dos clientes, o que poderá depor contra a imagem da empresa. Diversas são as tentativas das empresas para reduzir os riscos ou as chances de ocorrerem problemas com as suas mercadorias. CLASSES DE RISCO DAS MERCADORIAS NO TRÂNSITO INTERNACIONAL E SUA RELAÇÃO COM O CUSTO DOS SEGUROS Dependendo do risco envolvido no transporte e na armazenagem das mercadorias, os seguros podem sofrer grandes variações nos preços a serem contratados. Essas variações ficam, também, implícitas nas modalidades de seguros que serão contratadas para garantir que as operações logísticas internacionais sejam desenvolvidas com a devida segurança para os consumidores finais e para os produtores dessas mercadorias. O seguro de transporte de cargas é uma categoria de seguros que comporta diversas modalidades, que podem ser utilizadas tanto para importação quanto para a exportação de mercadorias. Durante o processo de escolha da modalidade a ser contratada, alguns fatores devem ser observados, como: Imagem: Shutterstock.com Os portos a serem utilizados para o embarque e desembarque. A urgência na entrega das cargas. O peso da carga. Os custos envolvidos no serviço. A frequência de trânsito dessas mercadorias. Entre outros fatores que contribuem para a escolha do seguro mais indicado. Outro fator que merece destaque durante esse processo de avaliação diz respeito ao tipo de modal de transporte que será utilizado, uma vez que ele tem muita influência no custo final dos seguros. No processo de contratação do seguro, as empresas seguradoras costumam avaliar o modal de transporte e levam em consideração os seguintes quesitos que, em geral, são observados pelas empresas de logística: 1 TRANSPORTE AÉREO É realizado quando existe prioridade na agilidade de entrega das mercadorias aos consumidores finais, mesmo levando em consideração os custos mais altos. 2 TRANSPORTE MARÍTIMO Representa quase a totalidade dos embarques e desembarques de mercadorias para o comércio exterior, tendo como principal atrativo o seu baixo custo em relação ao transporte aeroviário. Naturalmente, o baixo curto dependerá da quantidade de carga e da distância a ser percorrida. 3 TRANSPORTES RODOVIÁRIO, FERROVIÁRIO E FLUVIAL São melhores alternativas para países limítrofes; seu emprego, geralmente, está associado ao transporte de curtas e médias distâncias. O processo de contratação de seguros para cobertura do transporte internacional de carga deve levar em consideração se a modalidade de seguro oferece cobertura porta a porta, ou seja, se realiza a cobertura de todas as etapas e condições necessárias. Isso é muito importante para compreender a abrangência do seguro contratado. É imprescindível saber se o seguro irá se responsabilizar pela mercadoria apenas quando ela chegar ao porto de destino ou se irá acompanhá-la até o seu destino final. Os seguros têm estrutura semelhante ao contrato de importação e exportação e, assim, são baseados nos Incoterms. É imprescindível, também, definir quais serão as regras a serem seguidas pelo importador e pelo exportador, como locais de entrega, responsabilidades e demais atributos. Por causa das peculiaridades dos diversos tipos de cargas e das diferenças entre suas origens e destinos, é importante que seja feita uma análise dos riscos envolvidos na operação, antes da contratação do seguro. Esses riscos a serem avaliados deverão contemplar, não somente a viagem, mas toda a operação de carga e descarga das mercadorias. As modalidades de seguro a serem contratadas serão baseadas nessas análises para que o processo de contratação seja o mais adequado e seguro possível. A legislação brasileira se comportade forma protecionista quanto à contratação dos seguros de cargas exportadas pelo Brasil. Desse modo, as mercadorias que saem do Brasil devem estar protegidas sob contratos com seguradoras brasileiras antes do transporte se iniciar. As cargas originárias em outros países, em direção ao Brasil, têm a opção de seguro com as empresas do país de origem. Existem muitos argumentos, que fazem da contratação dos seguros (obrigatórios ou opcionais), uma ação estratégica por parte das empresas. Isso ocorre pelo fato de que o seguro é visto como uma forma de reduzir os riscos inerentes às operações, o que permitirá que os interesses das empresas sejam resguardados e que os resultados da operação estejam devidamente garantidos. Desse modo, podemos constatar que as operações de suprimentos internacionais são muito beneficiadas pelas proteções oferecidas pelos seguros. Observe, a seguir, algumas situações e coberturas que mostram a utilidade do seguro, durante as atividades da logística internacional. PROPENSÃO A ROUBOS E FURTOS Em geral, as cargas movimentadas tanto para importação quanto para exportação podem despertar interesses para a atuação de quadrilhas especializadas em roubos e furtos de mercadorias. Isso pode causar grandes prejuízos financeiros e, ainda, contribuir negativamente para a imagem da empresa, uma vez que as mercadorias não serão entregues aos consumidores finais nos prazos prometidos. Nesses casos, a contratação do seguro pode reduzir os prejuízos ocasionados por essas ações criminosas que comprometem o fluxo dos produtos nas atividades logísticas internacionais. PIRATARIA MARÍTIMA Essa modalidade de assaltos e roubos de carga tem sido frequentemente vista em diversas regiões do mundo, onde as forças de segurança pública não conseguem atuar com a devida eficiência esperada. Como resultado da ação dessas quadrilhas organizadas, tem-se a perda de produtos destinados à exportação ou importação, bem como o sequestro de membros da tripulação. Existem modalidades de seguro que visam a cobrir os prejuízos causados por essa atividade criminosa. ACIDENTES MARÍTIMOS E AVARIAS NO NAVIO Apesar das embarcações atuais apresentarem diversos equipamentos modernos de navegação e estarem amparados por sistemas de apoio à navegação em terra, alguns acidentes ainda são verificados em diversas regiões. Esses acidentes, em geral, envolvem colisões entre embarcações, colisões contra recifes de corais, ruptura do casco durante tempestades, e outros tipos de acidentes que podem ocasionar a perda ou avaria da embarcação e das mercadorias. Modalidades de seguro adequadas para essa finalidade são muito úteis para a redução dos prejuízos. MULTIMODALIDADE A multimodalidade tem sido cada vez mais utilizada pelas operações da logística internacional, uma vez que ela permite o uso de vários modais de transporte para o deslocamento das cargas, com apenas um documento de transporte. As modalidades de seguro que garantem a cobertura das mercadorias durante o deslocamento porta a porta podem ser muito úteis para garantir que as operações ocorrerão sem problemas ou prejuízos para os interessados. COBERTURAS EXCLUSIVAS Existem modalidades específicas para a cobertura da perda total ou parcial das cargas a serem transportadas. Essas modalidades são muito flexíveis e podem ser utilizadas pelas empresas que desejam contratar um seguro adequado às suas necessidades para minimizar a probabilidade de riscos durante as operações logísticas. CARGAS E DESCARGA Durante as operações de carregamento e descarregamento nos veículos de transporte, as atividades de manuseio das mercadorias podem ocasionar quedas e demais situações, e provocar perdas ou danos aos produtos. Como consequência, os produtos podem demorar mais tempo para chegar ao consumidor final. As modalidades de seguro que garantem a cobertura dos produtos durante as atividades de carga e descarga podem ser bastante úteis para as empresas envolvidas, no sentido de se reduzir os prejuízos ocasionados. DANOS AMBIENTAIS Atualmente, a consciência ambiental da população em geral tem feito com que as empresas que trabalham com operações logísticas nacionais e internacionais tomem as devidas precauções para evitar acidentes que causem danos ao meio ambiente, como derramamento de óleo, vazamento de produtos químicos e demais acidentes que promovam algum prejuízo ambiental. Desse modo, além dos cuidados necessários para tornar as operações cada vez mais seguras, existe a possibilidade da contratação de modalidades de seguro específicas que garantam a cobertura em situações de acidentes que provoquem danos ambientais. ARMAZENAGEM DAS MERCADORIAS Durante as operações logísticas de transbordo das mercadorias para outros veículos de transporte ou entrega final aos consumidores, pode haver situações que ocasionam atrasos no desenvolvimento do fluxo Logístico. Esses atrasos, além de prejudicar o fluxo logístico para o deslocamento das cargas, impõem a necessidade de que as mercadorias fiquem armazenadas em determinados locais enquanto aguardam a solução do problema. Algumas modalidades de seguro garantem a cobertura dos custos inerentes à armazenagem dessas mercadorias durante as ações que visam à solução da problemática. Existem diversas modalidades de seguros que poderão se adequar às necessidades específicas dos exportadores e importadores. Essas modalidades terão custos diferentes em função do tipo de cobertura necessária à garantia da integridade das operações ou das cargas envolvidas no processo. É importante ressaltar que o seguro de cargas internacionais visa à redução dos prejuízos causados por situações inesperadas ou imprevisíveis, que podem atrapalhar ou prejudicar o desenvolvimento das operações da logística para o comércio exterior. Imagem: Shutterstock.com DIFERENTES TIPOS DE SEGUROS NO TRÁFEGO INTERNACIONAL DE MERCADORIAS Conforme vimos, os seguros de carga internacional e de transporte são contratos que visam a garantir indenização ao proprietário ou transportador caso ocorra qualquer dano à carga transportada. Apesar de ainda existirem dúvidas na cabeça de todo importador ou exportador acerca da contratação dos seguros, quando ocorrem acidentes ou determinadas situações indesejáveis ou imprevistas fica evidente a necessidade de ter o seguro contratado. Muitos ainda consideram o seguro internacional de cargas uma despesa e não uma proteção para suas mercadorias, porque querem reduzir os impactos dos custos sobre suas operações de comércio internacional. ATENÇÃO É importante não confundir os seguros internacionais de cargas com os seguros obrigatórios que os donos do modal de transporte devem contratar. Os seguros dos modais de transporte cobrem apenas os veículos envolvidos na operação, não a carga em si. A logística internacional oferece uma série de riscos à mercadoria transportada em qualquer opção de transporte escolhida. Em nenhuma situação, é possível considerar que as mercadorias estejam livres de qualquer tipo de problema: mesmo se considerarmos as diversas opções disponíveis para o transporte das mercadorias, bem como os vários roteiros para o deslocamento dos produtos, ou para cargas de baixo valor agregado, não é recomendável o transporte sem a garantia do seguro internacional. A contratação dos seguros internacionais de carga está diretamente ligada aos termos internacionais de comércio pactuados e existem algumas obrigações a serem seguidas, dependendo do contrato firmado entre o vendedor e o comprador. Como exemplo, podemos citar a contratação em duas modalidades: Imagem: Shutterstock.com CIF Cost, insurance and freight (Custo, seguro e frete) : largamente utilizada para o transporte aquaviário, no qual o vendedor entrega os bens a bordo do navio no porto de embarque, com o frete e o seguro pagos até o porto de destino designado. Imagem: Shutterstock.com CIP Carriage and insurance paid to (Transporte e seguro pagos até) : os custos relativosao frete e ao seguro internacional estão inclusos no preço da mercadoria e ele pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte, inclusive nas operações multimodais internacionais. Para outras modalidades, a contratação do seguro é facultativa para ambas as partes. No Brasil, não há obrigatoriedade da contratação do seguro internacional de cargas, com exceção dos dois termos apresentados anteriormente (CIF e CIP), em que o exportador envia a mercadoria segurada. Outro fator de grande importância para contratação dos seguros é a definição do valor do prêmio, ou seja, qual será o valor da indenização, caso ocorra alguma situação indesejável com a mercadoria segurada. Diversos elementos influenciam no preço a ser pago pelo prêmio, como: ORIGEM E DESTINO MODALIDADE DE TRANSPORTE EMBALAGEM UTILIZADA TIPO DE MERCADORIA VALOR DOS PRODUTOS SEGURADOS Não existe uma tabela única com valores organizados e padronizados, de modo a ter mais facilidade para o conhecimento dessa informação. Dependendo do tipo de mercadoria e cláusulas do contrato (Incoterms), a cobertura pode ser integral ou parcial e, ainda, contar com coberturas adicionais. Basicamente, existem duas modalidades: Seguro avulso Indicado para viagens isoladas. Seguro de apólice aberta Utilizado por empresas que realizam mais de uma operação durante o mês. As categorias de transporte também influenciam os tipos de cobertura dos seguros internacionais de carga e são divididas em categorias de transporte terrestre, marítimo e aéreo e ainda se dividem em dois tipos de cobertura (ampla e restrita). COBERTURA AMPLA COBERTURA RESTRITA COBERTURA AMPLA Bastante utilizada pelas empresas, é uma cobertura mais completa e assegura prejuízos que resultam em perdas, danos às mercadorias ocasionados por acidentes com meios de transporte, acidentes durante as operações de carga e descarga, além de outros problemas como roubo, quebra e extravio. COBERTURA RESTRITA Esse tipo de cobertura se difere da anterior, uma vez que é possível cobrir prejuízos causados por perdas ou danos às cargas, porém, somente quando acontecem em função de acidentes com os meios de transporte. Quando se trata de transporte terrestre no território nacional, o seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga (RCTR-C) é obrigatório para toda e qualquer transportadora movimentar sua carga. Entretanto, apesar dessa modalidade de seguro ter por objetivo cobrir acidentes envolvendo o veículo transportador, não faz parte da sua cobertura situações de roubo ou furto da carga. Desse modo, torna-se necessária a contratação de coberturas adicionais complementares disponíveis no mercado: é possível realizar complementos que assegurem todos os riscos excluídos das condições gerais do RCTR-C. 1 RCTR-VI Seguro de responsabilidade civil do transportador em viagem internacional, é indicado para cargas que são transportadas entre os países do Mercosul. À medida que o transportador passa a atender os países do Mercosul, torna-se necessária a contratação dessa modalidade de seguro para cobrir eventos indesejados ocorridos durante o trajeto da carga, para que o responsável tenha direito à devida indenização por parte da seguradora. 2 RCA-C Seguro de responsabilidade civil do transportador aquaviário de carga, é obrigatório para os transportes marítimos, fluviais e lacustres. Oferece garantia para riscos sofridos pela embarcação decorrentes de encalhe, naufrágio, afundamento, abalroamento ou colisão, contato da embarcação com qualquer corpo fixo ou móvel, incêndio ou explosão durante o percurso ou nos depósitos. 3 RCTA-C Seguro de responsabilidade civil transportador aéreo de carga, indispensável para o modal aeroviário. É contratado pela empresa aérea de carga e visa cobrir perdas e danos causados a bens e mercadorias transportadas sob sua responsabilidade. Oferece garantia para riscos decorrentes de acidentes aéreos, que danifiquem ou causem perda da carga durante o percurso da viagem. 4 RCF-DC Seguro de responsabilidade civil desaparecimento de carga é fundamental para o transportador rodoviário de cargas. De modo geral, esse seguro garante o reembolso ao transportador por perdas em função de furto ou roubo com ameaça grave ou violência e desaparecimento de veículo ou da carga. Existem outros tipos de despesas que são passíveis de cobertura pelos seguros e que podem ser acrescidos ao programa de seguro, como impostos, despesas variadas, fretes e lucros esperados. Cada modal de transporte de carga tem sua obrigatoriedade em relação às modalidades de seguros disponíveis, que se aplicam não somente para quem está transportando a carga de terceiros, mas também para quem está transportando a própria carga. Para algumas modalidades e coberturas de seguro é indispensável que o segurado cumpra algumas obrigações relacionadas ao gerenciamento de risco das cargas para a aceitação do seguro. Desse modo, em algumas ocasiões, surge a necessidade de contratar empresas de gerenciamento de risco, homologadas pelas seguradoras, e que tenham por objetivo desenvolver um plano de gerenciamento de riscos (PGR). Nesse caso, torna-se obrigatório o cumprimento de todas as regras previstas no PGR para que haja a efetiva garantia de indenização dos prejuízos no caso de sinistros. O prazo para a indenização de seguros é outro ponto que merece destaque e, constantemente, é alvo de discussões por parte dos contratantes e contratados. Esse tempo de recuperação acontece após o aviso de sinistro, quando tem início o processo de análise da ocorrência por um perito a serviço da seguradora. Após essa análise, será solicitado ao segurado o envio de toda documentação necessária para o desenrolar dos processos burocráticos. De acordo com a legislação brasileira, a seguradora tem um prazo legal de 30 dias para indenizar o segurado dos valores devidos e do valor líquido da franquia prevista na apólice, se aplicável. No entanto, na prática, algumas indenizações podem durar anos, principalmente, para aqueles casos que envolvem processos judiciais. CUSTOS E RISCOS DE CARGAS INTERNACIONAIS Nesse vídeo, o especialista Aurélio Lamare Soares Murta falará sobre quais os itens formadores de custo para a cadeia de suprimentos internacional e quais são os principais riscos envolvidos durante as operações logísticas que viabilizam as transações comerciais. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DURANTE O PROCESSO DE ESCOLHA DA MODALIDADE DE SEGURO A SER CONTRATADA, ALGUNS FATORES DEVERÃO SER OBSERVADOS, POIS INFLUENCIARÃO DIRETAMENTE OS CUSTOS DO SEGURO. ASSINALE, A SEGUIR, A OPÇÃO QUE NÃO INFLUENCIA DIRETAMENTE A CONTRATAÇÃO DE SEGUROS PARA TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGAS: A) Os portos que serão utilizados para o embarque e desembarque das cargas. B) A frequência de trânsito das mercadorias. C) A urgência na entrega das cargas. D) Os diversos custos envolvidos no serviço e nas operações. E) O tipo de cliente que adquiriu as mercadorias. 2. EXISTEM ALGUMAS SITUAÇÕES ÀS QUAIS AS COBERTURAS PROPORCIONADAS PELOS SEGUROS SE MOSTRAM BASTANTE ÚTEIS, COM EXCEÇÃO DE: A) Propensão a roubos e furtos. B) Pirataria marítima. C) Multimodalidade. D) Greve de operários. E) Acidentes marítimos. GABARITO 1. Durante o processo de escolha da modalidade de seguro a ser contratada, alguns fatores deverão ser observados, pois influenciarão diretamente os custos do seguro. Assinale, a seguir, a opção que não influencia diretamente a contratação de seguros para transporte internacional de cargas: A alternativa "E " está correta. Diversos fatores influenciam os custos de contratação do seguro, entretanto, o tipo de cliente não influencia esses custos. Outros fatores relacionados ao cliente poderão influenciar, como o local onde esse cliente está estabelecido, urgência, entre outros. 2. Existem algumas situações às quais as coberturas proporcionadas pelos seguros se mostram bastante úteis, com exceção de: A alternativa"D " está correta. Existem diversas situações em que a cobertura será utilizada para a indenização de eventuais problemas ou prejuízos inerentes à operação logística; no entanto, questões relacionadas a greves de trabalhadores portuários ou operários de terminais não estão contempladas nas principais categorias de seguros. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS As operações inerentes às atividades de suprimentos internacionais se mostram bastante complexas e necessitam dos devidos tratamentos técnicos e profissionais necessários ao seu desenvolvimento. Em virtude das grandes diferenças culturais, jurídicas, econômicas e de outras naturezas, as nações sempre procuraram meios ou instrumentos que pudessem unificar os procedimentos relacionados às trocas comerciais, que são extremamente benéficas aos países e à sua população. Com a evolução dos meios de transporte e comunicação, os processos relacionados à globalização foram intensificados, o que permitiu que as nações pudessem realizar transações comerciais de compra e venda cada vez mais frequentes e com maior interesse comercial. Para que isso fosse possível, foram criados grupos de interesse comum e vários mecanismos contratuais que viabilizassem a troca de mercadorias com a desenvoltura necessária. A comercialização de produtos em outros territórios sempre foi de interesse de todas as nações e, atualmente, essas trocas comerciais têm sido realizadas com muita frequência e de maneira mais organizada, o que propicia grandes lucros e acesso a mercadorias diferentes daquelas produzidas localmente. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ACKERMAN, Ken. 350 Dicas para Gerenciar seu Armazém. São Paulo: IMAM, 2004. ALVARENGA, Antônio Carlos; NOVAES, Antônio Galvão. Logística Aplicada: Suprimento e Distribuição Física. São Paulo: Blucher, 2000. BALLOU, Ronald R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BALLOU, Ronald R. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 1993. BANZATO, Eduardo et al. Atualidades na Armazenagem. São Paulo: IMAM, 2003. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David. J. Logística Empresarial: O processo de Integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Atlas, 2001. CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Estratégia, Planejamento e Operação. São Paulo: Pearson, 2003. MATOS, José Expedito Bastos. Gerenciamento de Estoques. Coleção: Um Bom Negócio Começa Assim. Ceará: SEBRAE, 1998. OMDN. Quais as diferenças entre barreiras tarifárias e não tarifárias? Portal OMDN – O Mundo dos Negócios, 2021. Consultado em meio eletrônico em: 29 mar. 2021. RODRIGUES, Paulo R. Ambrósio. Gestão Estratégica da Armazenagem. São Paulo: Aduaneiras, 2003. SANTOS, Gerson dos. Gestão de Almoxarifados. Florianópolis: Gráfica Palotti, 2003. VISONET. Barreiras Tarifárias e não tarifárias: você conhece cada uma delas? Visonet – Tecnologia da Informação, São Leopoldo, 6 fev. 2019. EXPLORE+ Assista ao vídeo Incoterms 2020 – logística internacional para importação e exportação – Aceleraexport, em que é possível entender um pouco mais sobre a cadeia de suprimentos internacional. Busque na internet mais informações sobre como as relações internacionais influenciam a cadeia de suprimentos. Aprofunde seu conhecimento, pesquisando na internet sobre a contratação de seguros para a logística internacional. CONTEUDISTA Aurélio Lamare Soares Murta CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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