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F Atenção: este Prog mesmo. O descritos Fisio O material grama de Ed Os créditos na Bibliogra C otera M deste módu ducação Con do conteúd fia Consultad Curs apia Ma MÓD lo está dispo ntinuada. É do aqui con da. so de no C ama ULO onível apena proibida qua tido são da e Cânc O I as como parâ alquer forma ados aos se cer d âmetro de e a de comerci eus respectiv e studos para ialização do vos autores 2 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores SUMÁRIO MÓDULO I 1.Conceitos Importantes dos Tecidos Envolvidos 1.1 Tecido epitelial 1.1.1 Epitélio de revestimento 1.1.2 Epitélio glandular 1.2 Tecido conjuntivo 1.2.1 Tecido conjuntivo propriamente dito 1.2.2 Tecido conjuntivo de propriedades especiais 1.2.3 Substância fundamental amorfa 1.2.4 Fibras colágenas 1.2.5 Fibras elásticas 1.2.6 Fibras reticulares 1.2.7 Células próprias do tecido conjuntivo 1.3 Sistema tegumentar 1.3.1 Pele 1.3.1.1 Epiderme 1.3.1.2 Derme 1.3.2 Hipoderme (tela subcutânea) 1.3.3 Anexos da pele 1.3.4 Vascularização e inervação 1.4 Sistema linfático 1.4.1 Linfa 1.4.2 Topografia do sistema linfático 1.4.2.1 Capilares linfáticos 1.4.2.2 Pré-coletores linfáticos 1.4.2.3 Coletores linfáticos 1.4.2.4 Troncos linfáticos 1.4.2.5 Ducto linfático direito 1.4.2.6 Ducto torácico 1.4.2.7 Linfangions 3 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.4.2.8 Válvulas linfáticas 1.4.2.9 Linfonodos 1.4.3 Circulação linfática 2. A Mama 2.1 Embriologia 2.2 Anatomia 2.2.1 Estrutura da glândula mamária 2.2.2 Circulação arterial e venosa 2.2.3 Inervação 2.2.4 Drenagem linfática do membro superior 2.2.5 Drenagem linfática da mama 2.2.6 Musculatura torácica 2.2.7 Fossa Axilar 3. Glossário MÓDULO II 1. Considerações sobre o processo de carcinogênese 2. Câncer de Mama 2.1 Aspectos gerais do câncer de mama 2.2 Incidência 2.3 Fatores de risco 2.4 Classificação dos tumores mamários 2.4.1 Tumores não-invasivos 2.4.1.1 Carcinoma ductal in situ (CDIS) 2.4.1.2 Carcinoma lobular in situ (CLIS) 2.4.2 Carcinomas invasivos 2.4.2.1 Carcinoma lobular infiltrante (CLI) 2.4.2.2 Carcinoma ductal infiltrante (CDI) 2.4.2.3 Carcinoma tubular 2.4.2.4 Carcinoma medular 2.4.2.5 Carcinoma mucinoso 4 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.4.2.6 Carcinoma papilífero 2.4.2.7 Carcinoma inflamatório 2.4.2.8 Doença de Paget 2.4.2.9 Tumor filodes 2.5 Metástases 2.6 Alterações benignas da mama 2.7 Câncer de mama masculino 2.8 Sinais e sintomas do câncer de mama 2.9 Estadiamento 2.10 Diagnóstico clínico das alterações mamárias 2.11 Auto-exame 2.12 Exames não invasivos 2.12.1 Mamografia 2.12.2 Ultra-sonografia 2.12.3 TAC e IRM 2.13 Exames invasivos 2.13.1 Punção aspirativa com agulha fina e citologia aspirativa 2.13.2 Biópsia 2.13.3 Cintilografia 3. Glossário MÓDULO III 1. O tratamento do câncer de mama 2. Tratamento cirúrgico 2.1 Cirurgias radicais de mama 2.1.1 Mastectomia radical de Halsted 2.1.2 Mastectomia radical modificada a Patey 2.1.3 Mastectomia radical modificada a Madden 2.1.4 Mastectomia total 2.2 Cirurgias conservadoras de mama 5 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.2.1 Quadrantectomia (segmentectomia) 2.2.2 Tumorectomia 2.2.3 Mastectomia 2.2.4 Mastectomia higiênica 2.3 Linfadenectomia axilar 2.4 Linfonodo sentinela 2.5 Complicações associadas à cirurgia de câncer de mama 3. Quimioterapia 3.1 Formas de administração 3.2 Classificação 3.3 Critérios para aplicação da quimioterapia 3.4 Reações adversas e efeitos colaterais 4. Radioterapia 4.1 Formas de radioterapia 4.2 Classificação 4.3 Critérios para aplicação da radioterapia 4.4 Efeitos adversos da radioterapia 5. Hormonioterapia 5.1 Hormonioterapia cirúrgica 5.2 Hormonioterapia medicamentosa 6. Tratamento do câncer de mama que se disseminou 7. Reconstrução mamária 7.1 Técnicas cirúrgicas 7.1.1 Reconstrução com retalhos de musculatura abdominal 7.1.2 Reconstrução com expansor tecidual 7.1.3 Reconstrução sem expansores de tecidos 7.1.4 Reconstrução com retalhos de musculatura dorsal 7.1.5 Reconstrução do complexo aréolo mamilar 7.1.6 Simetrização 8. Intervenções interdisciplinares 9. Glossário 6 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO IV 1. Principais disfunções físico-funcionais decorrentes da mastectomia 1.1 Edema 1.2 Linfedema 1.2.1 Classificação quanto à origem 1.2.2 Classificação quanto à instalação e os achados clínicos 1.2.3 Classificação quanto à intensidade 1.2.4 Classificação quanto à topografia 1.2.5 Conseqüências do linfedema 1.3 Seroma 1.4 Infecção 1.5 Lesão nervosa 1.6 Dor 1.7 Limitação de movimento 1.8 Alterações posturais 1.9 Fraqueza muscular 1.10 Retrações cicatriciais 1.11 Encarceramento nervoso 1.12 Alterações respiratórias 2. Avaliação físico-funcional de pacientes mastectomizadas 2.1 Anamnese 2.2 Exame físico 2.2.1 Inspeção 2.2.2 Palpação 2.2.3 Amplitude articular de movimento de MMSS (goniometria) 2.2.3.1 Amplitude articular do ombro 2.2.4 Testes de força muscular 2.2.5 Avaliação do edema e do linfedema 2.2.5.1 Perimetria 7 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.2.5.2 Volumetria 2.2.5.3 Linfocintilografia 3. Objetivos da assistência fisioterapêutica pré e pós-operatória 4. Recursos fisioterapêuticos 4.1 Orientações e cuidados gerais 4.2 Drenagem linfática manual 4.2.1 Efeitos 4.2.2 Indicações 4.2.3 Contra indicações 4.2.4 Componentes da drenagem linfática manual 4.3 Pressoterapia (compressão pneumática intermitente) 4.4 Cinesioterapia 4.4.1 Alongamentos 4.4.2 Exercícios passivos 4.4.3 Exercícios ativos-assistidos 4.4.4 Exercícios ativos livres 4.4.5 Exercícios resistivos 4.4.6 Mobilização articular passiva 4.4.7 Exercícios metabólicos 4.4.8 Exercícios pendulares de Codman 4.5 Eletroanalgesia 4.6 Termoterapia 4.7.1 Massagem clássica 4.7.2 Massagem do tecido conjuntivo 4.8 Terapias posturais 4.9 Hidroterapia 4.10 Acupuntura 4.11 Prescrição de órteses 5. Assistência fisioterapêutica em oncologia mamária 5.1 Pré-operatório 5.2 Pós-operatório imediato (POI) 8 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 5.3 Primeiro dia pós-operatório até a alta hospitalar 5.4 Tratamento ambulatorial 5.5 Terapia física complexa (linfoterapia) 5.5.1 Medidas de prevenção, higiene e cuidados com a pele 5.5.2 Drenagem linfática manual (DLM) 5.5.3 Enfaixamento compressivo 5.5.4 Contenção elástica 5.5.5 Cinesioterapia 6. Glossário 7. Bibliografia Consultada 9 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO I 1. Conceitos Importantes dos Tecidos Envolvidos 1.1 Tecido epitelial Os tecidos epiteliais são formados por células intimamente unidas, com pouquíssimo material intercelular. Recobrem as superfíciesdo corpo e suas cavidades, além de formar glândulas. O tecido epitelial é avascular. Sua nutrição acontece por difusão dos nutrientes através da membrana basal, que o conecta ao tecido conjuntivo. A membrana basal promove a adesão entre os tecidos, permitindo, contudo, a difusão de alimentos, catabólitos e oxigênio. Os epitélios são inervados, recebendo terminações nervosas livres que formam uma rica rede intra-epitelial. O tecido epitelial pode ser classificado em duas categorias: epitélio de revestimento e epitélio glandular. 1.1.1 Epitélio de revestimento Reveste as superfícies do corpo e as cavidades em geral. Apresenta diversas funções, dependendo do local em que ocorre. Pode ser simples (uma camada celular), estratificado (várias camadas) ou pseudo-estratificado, (as células da única camada apresentam núcleos em alturas diferentes, dando a impressão de estratificação). Suas células podem apresentar vários formatos, como achatadas (epitélio pavimentoso), cúbicas (epitélio cúbico) ou cilíndricas (epitélio cilíndrico). O tecido pode ainda ser de transição, como na bexiga urinária, devido à mudança constante de formato mediada pela distensão muscular. 10 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.1.2 Epitélio glandular Formado por um conjunto de células especializadas cuja função é a produção e liberação de secreção. As células secretoras são denominadas parênquima e o tecido conjuntivo no interior da glândula é denominado estroma. O estroma sustenta também vasos sangüíneos, linfáticos e nervos. Existem parâmetros para classificar os diferentes tipos glandulares, como o número de células e o local onde a secreção é lançada. Quanto ao número de células, as glândulas podem ser unicelulares (a secreção é realizada por células especializadas espalhadas entre outras células não-secretoras) ou multicelulares (a secreção é realizada por um conjunto de células). Quanto ao local em que a secreção é lançada, as glândulas podem ser classificadas como endócrinas (glândulas sem ductos em que a secreção é lançada na corrente sangüínea e é distribuída para todo o corpo. A secreção endócrina é a secreção de hormônios, que atuam em locais distantes de onde foram produzidos); ou exócrinas (glândulas com ducto excretor que transportam a secreção glandular para a superfície do corpo ou para o interior de um órgão). 1.2 Tecido conjuntivo Os tecidos conjuntivos caracterizam-se por apresentar tipos diversos de células, separadas por abundante material intercelular, que é sintetizado por elas e representado pelas fibras do conjuntivo e pela substância fundamental amorfa. Banhando este material e também as células, há uma pequena quantidade de fluido, o líquido intersticial. Este tipo de tecido é formado por células conjuntivas (blastos), que têm como função excretar colágeno e elastina. O conjuntivo forma o arcabouço que sustenta as partes moles, apoiando e ligando os outros tipos de tecido. Pode ser dividido em duas categorias principais: tecido conjuntivo propriamente dito e tecido conjuntivo de propriedades especiais. 11 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.2.1 Tecido conjuntivo propriamente dito Não há predominância acentuada de nenhum dos elementos constituintes e suas fibras não apresentam um arranjo organizado. Pode ser frouxo (tecido de consistência delicada, flexível e pouco resistente às trações) ou denso (com predominância acentuada de fibras colágenas. Os conjuntivos densos podem ser irregulares, com feixes colágenos em trama tridimensional, conferindo ao tecido resistência às trações em qualquer direção ou regulares, com feixes colágenos seguindo uma organização fixa, em respostas a trações exercidas em um mesmo sentido, como por exemplo, nos tendões). 1.2.2 Tecido conjuntivo de propriedades especiais Enquadram-se neste grupo os tecidos adiposo, elástico, reticular, mucoso, cartilaginoso e ósseo. 1.2.3 Substância fundamental amorfa Substância incolor, transparente e homogênea, formada principalmente por: glicosaminoglicanos, ácido hialurônico e glicoproteínas estruturais, caracterizada por preencher os espaços intercelulares e as fibras do tecido conjuntivo. Representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior dos tecidos. É o elemento não fibroso da matriz, em que as células e outros elementos estão mergulhados. 1.2.4 Fibras colágenas Tipo de fibra mais freqüente do tecido conjuntivo, sendo constituída por uma escleroproteína denominada colágeno. O colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano, representando 30% das proteínas totais. Representa cerca de 70% 12 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores do peso da pele seca e tem como função fornecer resistência e integridade estrutural a diversos órgãos e tecidos. Os tipos de colágenos mais freqüentes são: o tipo I, que é o mais abundante, encontrado nos tendões, ligamentos, derme, cápsula de órgãos, ossos e outros. É sintetizado pelos fibroblastos, odontoblastos e osteoblastos; o tipo II, encontrado nas cartilagens hialinas e sintetizado pelas células cartilaginosas; o tipo III, que forma as fibras reticulares e é produzido pelos fibroblastos e células reticulares; o tipo IV, presente nas lâminas basais e no tecido epitelial; o tipo V que se associa ao colágeno do tipo I para formar as fibrilas e é sintetizado pelos fibroblastos e o tipo VI, encontrado junto com o colágeno do tipo II e produzido pelos condroblastos. 1.2.5 Fibras elásticas Fibras delgadas, sem estriações longitudinais, que se ramificam de forma irregular. São amareladas e tem como componente principal a elastina, uma escleroproteína muito mais resistente que o colágeno, e a microfibrila elástica, formada por uma glicoproteína especializada. Essas fibras cedem facilmente a trações mínimas, porém retornam rapidamente à sua forma original, tão logo cessem as forças deformantes. Suportam grandes trações. Por volta dos 30 anos, iniciam-se uma série de alterações degenerativas deste tipo de fibra, relacionadas ao envelhecimento intrínseco. 1.2.6 Fibras reticulares Fibras anastomosadas umas às outras que se dispõem formando uma estrutura semelhante a uma rede. Constituem o arcabouço interno das glândulas, através do qual as células epiteliais que formam o corpo das glândulas permanecem unidas. São fibras curtas, finas e inelásticas, compostas principalmente por um tipo de colágeno denominado reticulina. Os fibroblastos são responsáveis pela sua produção na maioria dos tecidos conjuntivos. 13 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.2.7 Células próprias do tecido conjuntivo As células mais comuns do conjuntivo são os fibroblastos, responsáveis pela formação das fibras e do material celular amorfo. Eles sintetizam colágeno, mucopolissacarídeos e fibras elásticas. A forma ativa da célula é denominada fibroblasto e possui núcleo ovóide de cor clara. A forma inativa chama-se fibrócito e possui núcleo escuro e alongado. Mediante estímulos de cicatrização, o fibrócito reassume aspecto de fibroblasto. Nos adultos, os fibroblastos não se dividem com freqüência, entrando em mitose apenas quando há lesão do tecido conjuntivo. Além dos fibroblastos, dentro do tecido conjuntivo há os macrófagos, que desempenham papel importante na remoção de elementos intercelulares que se formam nos processos involutivos fisiológicos, comoo retorno do útero ao tamanho original, após a gestação; as células mesenquimatosas indiferenciadas que possuem a capacidade de originar qualquer outra célula do tecido conjuntivo; os mastócitos; plasmócitos e leucócitos, que atuam nos processos inflamatórios e infecciosos; e finalmente os adipócitos que são células derivadas dos fibroblastos, que compõem o tecido adiposo e são especializadas no armazenamento de gorduras neutras. 1.3 Sistema tegumentar É constituído pela pele e pela hipoderme, juntamente com os anexos cutâneos. O tegumento recobre toda a superfície do corpo, sendo constituído por uma porção epitelial, a epiderme e por uma porção conjuntiva, a derme. Abaixo e em continuidade com a derme está à hipoderme (tela subcutânea), que embora tenha a mesma morfologia da derme, não faz parte da pele, que é formada por apenas duas camadas. A hipoderme serve de suporte da derme com os órgãos subjacentes, além de permitir a pele uma considerável amplitude de movimento. As principais funções do sistema tegumentar são: proteção, regulação da temperatura do organismo, excreção, sensibilidade tátil e produção de vitamina D. 14 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 01 – Estrutura do Sistema Tegumentar Fonte: VILELA, 2008 1.3.1 Pele Arcabouço protetor do organismo humano, a pele é um grande órgão que representa aproximadamente 12% do peso seco total do corpo. Recobre o corpo protegendo-o da perda excessiva de água, do atrito e dos raios solares ultravioletas, graças a uma camada de queratina relativamente impermeável que recobre a epiderme. Também recebe estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular a temperatura corporal, por meio de vasos e glândulas, oferecendo uma grande superfície de dispersão calórica e evaporação. Compõe-se por duas camadas principais: a epiderme, que é a camada superficial composta de células epiteliais intimamente unidas e a derme que é a camada mais profunda composta por tecido conjuntivo denso e irregular. 15 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.3.1.1 Epiderme Superfície mais externa da pele, formada por um revestimento de células sobrepostas. Sua espessura varia de acordo com a região do corpo, chegando a 1,5mm na região plantar. É formada por quatro camadas. A camada córnea é a mais superficial. Embora seja de pequena espessura, sua capacidade de retenção hídrica conserva a superfície da pele macia. Essa camada forma uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e protege o organismo contra a invasão de vários tipos de agressores do meio externo. As células mais superficiais são continuamente eliminadas como resultado da abrasão, como, por exemplo, pelo atrito com a roupa e substituídas por células oriundas das camadas mais profundas da epiderme. Logo abaixo, está à camada granulosa, formada por células que já estão em franca degeneração. Caracteriza-se por conter grânulos de querato-hialina relacionados ao fenômeno de queratinização dos epitélios. Abaixo da camada granulosa, está à camada espinhosa, composta por células de aspecto espinhoso com importante função na manutenção da coesão das células da epiderme e, conseqüentemente na resistência ao atrito. A camada germinativa é a camada mais profunda e apresenta intensa atividade mitótica gerando novas células. É responsável pela constante renovação da epiderme, fornecendo células para substituir as que são perdidas na camada córnea. Nesse processo as células partem da camada germinativa e vão sendo deslocadas para a periferia até a camada córnea, num período de 21 a 28 dias. 1.3.1.2 Derme É uma espessa camada de tecido conjuntivo sobre a qual se apóia a epiderme. Está conectada com a fáscia dos músculos subjacentes por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a hipoderme. Na derme há fibras elásticas, reticulares e muitas fibras colágenas. Apresenta vasos sanguíneos, linfáticos e inervações. 16 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Contém glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. Sua superfície externa é muito irregular e varia de região para região. É composta por duas camadas: A mais externa é a camada papilar, constituída por tecido conjuntivo frouxo e assim denominada porque as papilas dérmicas constituem sua parte mais importante. A função das papilas é aumentar a zona de contato da derme com a epiderme, trazendo maior resistência à pele. Estende-se pouco abaixo das bases da papila onde se une à camada reticular. Apresenta rico suprimento sanguíneo. A camada reticular é a mais espessa, constituída por tecido conjuntivo denso, e é assim denominada devido ao fato de que os feixes de fibras colágenas que a compõem entrelaçam-se como uma rede. 1.3.2 Hipoderme (tela subcutânea) Tecido sobre o qual a pele repousa, formada por tecido conjuntivo que varia do tipo frouxo ao denso nas várias localizações e nos diferentes indivíduos. A hipoderme não faz parte da pele, porém a fixa às estruturas subjacentes. Pode ter uma camada variável de tecido adiposo dependendo da região do corpo. Além da função de reservatório energético, a hipoderme apresenta a função de isolamento térmico, modelagem da superfície corporal, absorção de choques e preenchimento para a fixação de órgãos. Compõe-se por duas camadas. A superficial é chamada de areolar e possui adipócitos globulares e volumosos. É ricamente irrigada. A mais profunda é chamada de lamelar e é onde ocorre aumento de espessura no ganho de peso. 1.3.3 Anexos da pele Na pele existem várias estruturas anexas: os pêlos, as unhas e as glândulas. Os pêlos se originam de uma invaginação da epiderme, o folículo piloso. São visíveis externamente por sua haste e estão distribuídos por quase todo o corpo. Em certas regiões exercem papel de proteção, principalmente nas aberturas do corpo. 17 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores As unhas são lâminas córneas formadas pela camada córnea. Em sua extremidade proximal uma estreita prega da epiderme se estende, formando o eponíquio (cutícula). Possuem coloração rosada e crescem cerca de 1 mm por semana. As glândulas sebáceas são encontradas anexas aos pêlos em todas as regiões do corpo, sendo mais numerosas, mas de menor volume, nas regiões onde os pêlos são abundantes. Sua secreção é uma mistura complexa de lipídios cuja função é a lubrificação da pele, além da ação bactericida. As glândulas sudoríparas distribuem-se em quase todo o corpo. Seu número varia em cada região e diminui com a idade. A estimulação dos nervos simpáticos faz com que estas glândulas secretem um fluido de cloreto de sódio, uréia, sulfatos e fosfatos a depender de fatores como temperatura e umidade do meio e atividade muscular. 1.3.4 Vascularização e inervação Há dois plexos arteriais que suprem à pele. Um se situa entre a derme e a hipoderme e outro entre as camadas: papilar e reticular. Há três plexos venosos. Dois na posição das artérias e um na região da derme. As sensações cutâneas como tato, dor, calor e frio são captadas por receptores especializados. Os receptores para dor são terminações nervosas livres situadas abaixo da epiderme. As sensações táteis são dadas pelos corpúsculos de Paccini e de Meissner, a sensação de frio pelos corpúsculos de Krause e a de calor pelos de Ruffini. 1.4 Sistema linfático O sistema linfático é uma via acessória da circulaçãosanguínea, pela qual líquidos, proteínas e pequenas células provenientes do interstício são devolvidas ao sistema venoso. É um sistema fechado, intimamente ligado a circulação sanguínea, 18 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores importante na manutenção da homeostase corporal. Tem sua origem embrionária no mesoderma, desenvolvendo-se junto aos vasos sanguíneos. São três as funções básicas do sistema linfático: ativação da resposta inflamatória para o controle de infecções e defesa contra os agentes invasores; o retorno do excesso de líquido intersticial e de proteínas à corrente sanguínea e a absorção de lipídios. É seu papel transportar as células mortas ou imunocompetentes, as partículas inorgânicas, às proteínas, os lipídeos, as bactérias, os vírus e os produtos do catabolismo. O sistema linfático não possui um elemento de bombeamento como o sistema circulatório sangüíneo. A circulação linfática acontece por meio de contrações do sistema muscular ou de pulsações de artérias próximas aos vasos linfáticos. Figura 02 – Distribuição do Sistema Linfático Fonte: CORNELL UNIVERSITY, 2008. 19 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.4.1 Linfa Líquido incolor e viscoso com composição quase igual a do plasma sanguíneo. Consistem principalmente de água, eletrólitos e proteínas que escapam do sangue através dos capilares. O que difere a linfa do sangue é a ausência de células sanguíneas. Representa aproximadamente 15% do peso corporal e seu escoamento diário no nível do ducto torácico fica em torno de 2 a 5 litros, podendo alcançar 20 litros em caso de um aumento patológico de demanda. O fluxo da linfa é relativamente lento. Cerca de três litros de linfa penetram no sistema cardiovascular em 24 horas. Em média, o fluxo total de linfa é da ordem de 1,5 ml por minuto. 1.4.2 Topografia do sistema linfático A rede linfática é formada pelos capilares linfáticos, que desembocam, nos pré-coletores, que por sua vez, desembocam nos vasos coletores e por fim nos troncos linfáticos. Figura 03 – Microestrutura do Sistema Linfático Fonte: CK, 2001 20 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.4.2.1 Capilares linfáticos A rede linfática tem seu início nos capilares linfáticos. Os capilares são os menores vasos condutores e possuem células endoteliais que se sobrepõem em escamas, formando microválvulas que se tornam pérvias, permitindo sua abertura ou fechamento, conforme o afrouxamento ou a tração dos filamentos de proteção. Quando tracionados, os filamentos permitem a penetração de água, partículas, pequenas células e moléculas de proteínas no interior do capilar, iniciando então a formação da linfa. O refluxo linfático não ocorre devido ao fechamento das microválvulas linfáticas. A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os capilares linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda, em relação à rede capilar sanguínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos linfáticos. Nos capilares linfáticos, os espaços intercelulares são mais amplos, permitindo que as trocas líquidas entre o interstício e o capilar linfático ocorram facilmente não só de dentro para fora, como de fora para dentro do vaso. 1.4.2.2 Pré-coletores linfáticos Os pré-coletores possuem estrutura semelhante ao capilar linfático. Seu endotélio é recoberto por tecido conjuntivo, que em certos pontos se prolonga juntamente com as células endoteliais, para o lúmen do vaso, formando as válvulas que direcionam o fluxo da linfa. Seguem um trajeto sinuoso e possuem fibras colágenas, elementos elásticos e musculares, que lhe proporcionam propriedades de alongamento e contratibilidade. 1.4.2.3 Coletores linfáticos O coletor linfático quer superficial ou profundo, possui numerosas válvulas bivalvulares, sendo os espaços compreendidos entre cada válvula denominados linfangions. São os vasos mais calibrosos, possuindo estrutura semelhante a das 21 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores grandes veias. Compõem-se por três camadas: a túnica íntima, mais interna, com fibras elásticas longitudinais que formam numerosas válvulas; a túnica média, que envolve a anterior e possui células da musculatura lisa, responsáveis pela contratilidade do vaso e pela propulsão da linfa e a túnica adventícia, mais externa e espessa formada por fibras colágenas longitudinais e por terminações nervosas. Os coletores podem ser pré-nodais (aferentes) ou pós-nodais (eferentes). 1.4.2.4 Troncos linfáticos Os troncos linfáticos, ou coletores terminais são vasos de maior calibre que recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares, intestinais, mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A união dos troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico. Os troncos jugulares, subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático direito. 1.4.2.5 Ducto linfático direito O ducto linfático direito corre ao longo da borda medial do músculo escaleno anterior na base do pescoço e termina na junção da veia subclávia direita com a veia jugular interna direita. Seu orifício possui duas válvulas semilunares, que evitam a entrada de sangue venoso. Recolhe a linfa oriunda do membro superior e hemitórax direito, do pescoço e da cabeça. 1.4.2.6 Ducto torácico O ducto torácico é o maior tronco linfático e geralmente desemboca na junção da veia jugular interna com a veia subclávia, do lado esquerdo. Origina-se na cisterna do quilo, uma dilatação situada anteriormente a segunda vértebra lombar, onde desembocam os vasos que recolhem o quilo intestinal. Recebe a linfa oriunda dos membros inferiores, do hemitronco esquerdo, do pescoço e da cabeça, além do membro superior esquerdo. 22 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 04 – Ductos Linfáticos Fonte: CK, 2001 1.4.2.7 Linfangions O linfangion é a unidade funcional do sistema linfático, responsável pela propulsão da linfa. Sua estrutura corresponde a um segmento com uma camada muscular central e válvulas formadas por prolongamentos da túnica íntima em ambas as extremidades. A borda de um linfangion forma a válvula do seguinte. A propulsão da linfa se inicia quando o linfangion apresenta sua válvula inicial aberta e a final fechada, então começa a se encher de linfa e quando estiver totalmente cheio, a linfa pressiona suas paredes estimulando as fibras musculares da túnica média que abrem à válvula final e fecham à inicial. Esse processo acontece sucessivamente nos linfagions seguintes, num movimento peristáltico, com pulsações variando entre oito e vinte e duas vezes por minuto, resultando em fluxo circulante no organismo de 2 a 5 litros de linfa em situações normais. 23 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.4.2.8 Válvulas linfáticas Os vasos linfáticos possuem válvulas que asseguram o fluxo da linfa numa só direção, ou seja, para o coração. Assim como para as veias, as válvulas linfáticas se projetam na direção da corrente linfática e estão dispostas de tal maneira que permitem um escoamento livre em direção aos grandes vasoslinfáticos e impedem o refluxo. As válvulas dos vasos linfáticos são formadas por finas camadas de tecido fibroso, cobertas em ambas as faces por endotélio. Quanto à sua forma, as válvulas são semilunares; estão inseridas por sua borda convexa à parede do vaso, sendo a borda côncava livre e dirigida no sentido da corrente. Nos vasos linfáticos, as válvulas são mais numerosas próximo aos linfonodos e são encontradas mais freqüentemente nos vasos linfáticos do pescoço e do membro superior do que nos do membro inferior. A parede do vaso linfático logo acima do local de inserção de cada válvula é dilatada em uma bolsa ou seio, que dá a esses vasos, quando distendidos, o aspecto nodoso ou em rosário. Figura 05 – Válvulas Linfáticas Fonte: CK, 2001 1.4.2.9 Linfonodos Também conhecido por gânglios ou nodos linfáticos, são aglomerados de tecido retículo-endotelial revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo, que se Este materia dispõ tama situa sang pélv ativid mec regu indiv a ida dren al deve ser utiliza õem ao lo anho e c ados na guíneos, c ica. Na axi São c dade primo canismo d uladores da víduos, e s ade, em d nagem tenh ado apenas como ongo dos v coloração, face ante como ocor ila e na reg constituído ordial é a f das reaçõe a corrente seu volume decorrência ha sofrido. parâmetro de es vasos do s ocorrend erior das rre no pe gião inguin s por doi fagocitose es imuno linfática. O e também a dos pro Figu F 24 tudo deste Progr sistema lin o normalm articulaçõ escoço e nal são abu s tipos d e a pinocit lógicas. D O número d é variável, cessos pa ura 06 – L Fonte: DAVI rama. Os créditos nfático. Ap mente em ões, ao l nas cavid undantes, s e células: tose e as c Desempen de linfonod , ocorrendo atológicos Linfonodo S, 2008 s deste conteúdo s resentam m grupos. ongo do dades torá sendo incl : as célul células linf ham em dos varia e o um impo ou agress são dados aos seu variações Estão g trajeto d ácicas, abd usive palp as reticula fóides, ess geral o entre as re ortante aum sões que us respectivos au na forma, geralmente dos vasos dominal e áveis. ares, cuja senciais no papel de giões e os mento com a área de utores , e s e a o e s m e 25 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.4.3 Circulação linfática As circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente relacionadas. As moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo conduzidas pelos capilares sanguíneos, e as grandes partículas alcançam a circulação através do sistema linfático. Entretanto, mesmo macromoléculas passam para o sangue via capilares venosos, sendo que o maior volume do fluxo venoso faz com que, no total, o sistema venoso capte muito mais proteínas que o sistema linfático. Contudo, a pequena drenagem linfática é vital para o organismo ao baixar a concentração protéica média dos tecidos e propiciar a pressão tecidual negativa fisiológica que previne a formação do edema e recupera a proteína extravasada. Figura 07 – Circulação Linfática Fonte: CK, 2001 Ao fluir pelos capilares, pré-coletores e coletores, o fluxo linfático proveniente de várias regiões do corpo, desemboca nos dois principais ductos 26 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores coletores do corpo humano: o canal linfático direito e o ducto torácico. Os ductos coletores transportam a linfa em direção às cadeias ganglionares. O transporte da linfa pode ser explicado pela hipótese de Starling sobre o equilíbrio existente entre os fenômenos de filtração e reabsorção que ocorrem nas terminações capilares. A água, rica em elementos nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao deixar a luz do capilar arterial, desembocam no interstício, onde as células retiram os elementos necessários ao seu metabolismo e eliminam os produtos de degradação celular. Em seguida, o líquido intersticial, através das pressões exercidas, retoma a rede de capilares venosos. Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar sanguíneo: a pressão hidrostática sanguínea impulsiona o fluido pela membrana capilar, em direção ao interstício. A pressão osmótica sanguínea tende a movimentar o fluido do interstício em direção ao capilar. A pressão de filtração surge da relação entre as pressões hidrostáticas e osmóticas. A pressão tissular é a pressão exercida sobre o fluido livre nos canais tissulares. 2. A Mama As mamas são órgãos pares, situados na parede anterior do tórax. São estruturas complexas, consideradas anexos cutâneos. Externamente, cada mama, na sua região central, apresenta uma aréola e uma papila. Na papila mamária exteriorizam-se 15 a 20 orifícios ductais, que correspondem às vias de drenagem das unidades funcionantes, que são os lobos mamários. A função fisiológica principal das mamas é a produção do leite para a amamentação, porém desempenham papel relevante na sensualidade feminina, embelezam a silhueta do corpo feminino e desempenham também função erógena. 2.1 Embriologia A formação das mamas, no desenvolvimento embrionário, se dá a partir do ectoderma ventral e do mesoderma subjacente. O ectoderma dá origem ao sistema ductal, e o mesoderma aos tecidos conjuntivo e adiposo. As glândulas mamárias 27 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores desenvolvem-se ao longo das linhas lácteas, que se estendem deste a futura axila até a futura região inguinal. Após o nascimento, as mamas permanecem rudimentares no homem, enquanto na mulher modificam-se de acordo com a idade induzidas pelos hormônios sexuais femininos. As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de tecido glandular, densas e firmes. Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e sendo substituído progressivamente por tecido gorduroso, até se constituir, quase exclusivamente, de gordura e resquícios de tecido glandular. 2.2 Anatomia A mama está posicionada no interior da fáscia superficial da parede anterior do tórax sobre a segunda e a sexta costelas e ventralmente sobre os músculos da região peitoral. É um órgão par, com variações de peso e formato de mulher para mulher. A superfície cutânea da mama é fina, elástica e mais clara, podendo ser dividida em três regiões: periférica, areolar e papilar. A região periférica é dotada de glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, pêlos e veias superficiais. A região areolar possui tamanho variável entre 3 a 6 cm, é centralizada, pouco rugosa, rósea ou acastanhada, devido à existência de células ricas em pigmentos melânicos. Na aréola encontram-se glândulas sebáceas, sudoríparas e areolares acessórias; estas glândulas sebáceas produzem saliências na superfície, constituindo os tubérculos de Morgagni, já as glândulas areolares acessórias aumentam de volume durante a gestação e passam a ser conhecidas como tubérculos de Montgomery. A região papilar é uma projeção cilíndrica, erétil, localizada no centro da aréola, desprovida de glândulas sebáceas, de onde desembocam de quinze a vinte ductos lactíferos dos respectivos lobos da glândula mamária. A papila possui tamanho variável e é revestida por um epitélio escamoso estratificado queratinizado, recoberta por um tecido cutâneo espesso e rugoso, onde desembocam os ductos principais. 28 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos desteconteúdo são dados aos seus respectivos autores A mama tem como limites à borda medial do esterno e o músculo grande dorsal lateralmente, a linha axilar anterior ou média e a clavícula superiormente, e inferiormente, o sulco submamário podendo, às vezes, atingir a parede abdominal superior. Na porção superior, a glândula se estende externamente até a axila, constituindo um prolongamento (prolongamento axilar de Spencer). Figura 08 – Anatomia Mamária Fonte: MACEA e FREGNANI, 2006. A superfície posterior da mama está localizada sobre a fáscia profunda do tórax, revestida pelos músculos: grande peitoral, serrátil maior, músculos oblíquos abdominais externos e a parte superior da bainha do reto abdominal. O termo seio corresponde ao espaço entre as mamas, que é mais pronunciado quanto maior for o volume mamário, e não a mama propriamente dita. A glândula mamária encontra-se envolvida por uma fáscia mamária, composta por uma cápsula superficial e outra profunda, sendo que dentre estas existem várias projeções de tecido fibroso orientadas perpendicularmente à pele, definidas como ligamentos suspensores da mama ou ligamentos de Cooper. 29 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.2.1 Estrutura da glândula mamária O tecido mamário é um parênquima epitelial formado por dois sistemas: o lobular e o ductal, envolvidos por tecido conjuntivo fibroso e adiposo, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. O sistema lobular é formado pelos lobos mamários que são a unidade anatomo-funcional da mama, em número de 10 a 20, que são constituídos pelo agrupamento de inúmeros lóbulos (pequenas formações saculares reunidas em número de 10 a 100). Já o sistema ductal é constituído por um ducto principal e suas ramificações intra e extralobulares (ductos galactóforos). Figura 09 – Estrutura da Glândula Mamária Fonte: BIAZÚS, 2008 O alvéolo mamário envolve o ducto galactóforo, e ao redor da luz do ducto encontram-se as células lactóforas que produzem o leite materno. No mesmo local também estão às células mioepiteliais que se contraem espremendo a célula Este materia gala duct 1. C 2.2.2 artér segu parte princ ante inter aorta al deve ser utiliza ctófora. O tos principa Caixa torácica 2 Circulaç A mam ria torácic undo ao qu e medial cipalmente eriores e rcostal, irrig a e da sub ado apenas como O leite pro ais). Figu a - 2. Múscu 6. ção arteria ma é ricam ca interna uarto espa da glând e dos ram laterais d gando a p bclávia tam parâmetro de es duzido ac ra 10 – Es los peitorais Ductos lactíf al e venosa mente irrig via ramo aço interco dula. Tam mos toráci das artéria porção sup mbém atrav 30 tudo deste Progr cumula-se strutura da - 3. Lóbulos feros - 7. Te Fonte: L a gada, princ os perfura ostal, vasc mbém rece co lateral as interco perior da m vessam o g rama. Os créditos nas ampo a Glândula s mamários - cido adiposo LYNCH, 2007 cipalmente antes inter ularizando ebem vári e toraco ostais, do mama. As a grande pei s deste conteúdo s olas lactóf a Mamária 4. Superfície o - 8. Pele 7 e pelas art rcostais, q o o múscul ios ramos oacromial, terceiro artérias int toral e irrig são dados aos seu foras (dila a e do mamilo térias orig que atrave lo peitoral s da arté e ramos ao quint tercostais, gam a face us respectivos au tação dos - 5. Aréola inadas da essam do maior e a ria axilar, cutâneos o espaço ramos da e profunda utores s a o a s o a a 31 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores da mama. A artéria torácica externa, com origem na região da axila, irriga a metade externa da mama. O retorno venoso é representado por três grupos de veias: ramos perfurantes que alcançam a veia mamária interna, ramos que chegam diretamente à veia axilar e ramos que alcançam as veias intercostais. Em geral, o retorno venoso acompanha a arquitetura do sistema arterial. 2.2.3 Inervação A mama é inervada pelos ramos da porção anterior dos 2º ao 6º nervos intercostais, ramos do plexo cervical e do nervo intercostobraquial. A inervação deriva primariamente do quarto, quinto e sexto nervos intercostais na região superior da mama. Parte da pele na metade superior da mama é inervada pelo terceiro e quarto ramos do plexo cervical, especificamente dos ramos anterior e medial do nervo supraclavicular. A extremidade da papila contém inúmeras terminações nervosas sensoriais livres e corpúsculos de Meissner. A aréola contém um pequeno número destas estruturas. Também são encontrados plexos neuronais ao redor dos folículos pilosos da pele que rodeia a aréola e corpúsculos de Pacini. Esta rica inervação sensorial, principalmente da aréola e da papila, possui grande importância funcional, já que o ato de sucção desencadeia uma série de mecanismos neuro-humorais e nervosos que levam a liberação de leite, sendo essencial para a lactação. 2.2.4 Drenagem linfática do membro superior Os linfáticos do membro superior dividem-se em superficiais, localizados na derme, no tecido celular subcutâneo e profundo, localizado abaixo dos superficiais. Os coletores linfáticos profundos, menos numerosos, acompanham os feixes vásculo-nervosos em toda a extensão do membro superior, em direção à região axilar, sendo que na altura do cotovelo, podem existir um ou dois linfonodos supratrocleares, que recebem linfáticos aferentes vindos da região anterior do 32 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores antebraço e cotovelo. A drenagem preferencial se dá para a axila, para onde convergem os linfáticos superficiais. Os vasos linfáticos profundos possuem dois coletores radiais profundos, na palma da mão, acompanhando a artéria radial e se anastomosam na altura da prega do cotovelo. Existem dois coletores ulnares profundos que sobem ao longo dos vasos ulnares até a prega do cotovelo. A partir desses coletores, há dois ou três coletores umerais. Os coletores linfáticos superficiais espalham-se por todo o tecido supra- aponeurótico, acompanhando a veia superficial radial, mediana e ulnar, em direção ao oco-axilar. Estão distribuídos por toda a superfície do membro, sendo mais densos nos dedos e na face palmar da mão. Os coletores interósseos anteriores e posteriores percorrem o antebraço e, em seguida, o braço, coletando a linfa trazida pelos capilares. A drenagem é feita principalmente pela face ântero-interna do antebraço e braço, passando pelos gânglios supratrocleares, atingindo finalmente a região axilar. Na região axilar, os linfonodos dispõem-se em grupos, podendo ser divididos sob o ponto de vista topográfico, em três níveis: no primeiro nível, os linfonodos estão localizados a partir da margem medial do músculo subescapular, tendo como limite à margem lateral do músculo peitoral menor. No segundo nível estão localizados na região abaixo do músculo peitoral menor. No terceiro nível estão localizados a partir da margem medial do músculo peitoral menor, tendo como limite o músculo subclávio, considerando o ápice da axila em termos de dissecção cirúrgica. 2.2.5 Drenagem linfática da mama A rede linfática da mama é bastante rica, tanto superficialmente, como no parênquima glandular. Os linfáticos superficiais formam parte de um plexo que drena a linfa de toda a área superior da região ântero-lateral da parede torácica. Os linfáticos do parênquima glandular originam-se numa rede perilobular seguindo os canaisgalactóforos em direção às vias axilar, mamária interna e infraclavicular transpeitoral, indo esta última em direção à cadeia supraclavicular. Este materia oriun mam form desc Esse term dren linfo retro três 2.2.6 e os gran al deve ser utiliza Os linf ndos do pl ma e segu mado por v cendo atra es dois co minam no g Embor nagem linf nodos do á omamário; coletores d 6 Muscula A mam s elemento nde parte d ado apenas como Figu fáticos da exo subare ue acompa vasos proc vés de um oletores v rupo axilar ra as vias fática da ápice da a e a via re de drenage atura torác ma apresen os ósseos da parede parâmetro de es ura 11 – D Font mama ch eolar: o lat anhando a cedentes d ma curvatur vão em d r ou centra laterais e mama, h axila que sã etropeitora em do qua cica nta uma ín das cintu torácica a 33 tudo deste Progr Drenagem te: TRANAS hegam à a teral, que a borda do da parte m ra na conc ireção ao al. mediais s há duas o ão: via tran al, nem se adrante súp ntima relaç ras escap nterior late rama. Os créditos Linfática MED, 2008 axila atrav recebe col o músculo mediana e cavidade s s linfonod sejam resp outras via nspeitoral, empre exis pero-media ção com a ulares e m eral e post s deste conteúdo s da Mama vés de do laterais da o peitoral e inferior d uperior, co dos axilare ponsáveis as que vã que receb stente, com al da mam parede to membros s erior. Qua são dados aos seu is troncos a metade s menor; e do plexo s ontornando es da ma pela maio ão diretam be linfático mpreenden ma. rácica. Os superiores lquer abor us respectivos au coletores uperior da o medial, subareolar, o a aréola. ama, onde or parte da mente aos s do plexo ndo dois a músculos recobrem rdagem na utores s a . e a s o a s m a Este materia mam hom suas pelo inse post face cora 2.2.7 tend funç ante al deve ser utiliza ma irá repe molateral. A pare s cartilagen s músculo rção dos teriormente anterior; acobraquia 7 Fossa A A cavi do uma fun ção da cavi eriormente ado apenas como ercutir fun ede torácic ns costais os intercos s músculo e, e é um na borda l, insere-se Axilar dade axila nção impor idade axila pela pa parâmetro de es ncionalmen Figura 12 Font ca é comp e o estern stais extern os subclá ponto imp a medial e a porção ar une a re rtante sobr ar é a prote arede mu 34 tudo deste Progr nte sobre a 2 – Muscul te: TRANAS posta por 1 no. Os esp nos e inter ávio e p portante de insere-se o curta do b egião cerv re os mov eção do fe sculoapon rama. Os créditos a cintura e latura Tor MED, 2008 12 vértebra paços entre rnos. Tem- peitoral m e fixação d o múscu bíceps e o ical, região vimentos da ixe vasculo neurótica s deste conteúdo s escapular rácica as torácica e as coste -se ainda maior. A dos múscu lo serrátil peitoral m o torácica a articulaç o-nervoso anterior, são dados aos seu e membro as, 12 cos elas são pr a clavícula escápula los subesc maior; n menor. e membro ção do om axilar que pelo gra us respectivos au o superior stelas com reenchidos a, local de situa-se capular na na apófise o superior, bro. Outra é limitado dil costal utores r m s e e a e a o l 35 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores internamente e externamente pelo músculo subescapular, grande dorsal e redondo maior. Na base da cavidade axilar localiza-se o ligamento suspensório da axila, os coletores e nodos linfáticos e a lâmina celulo-adiposa. Esta lâmina é a unidade funcional da articulação do ombro, pois permite o deslizamento interescapulotorácico. Consiste em uma simples bolsa gordurosa que faz com que todas as estruturas da axila deslizem entre si permitindo os movimentos do ombro. 36 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3. Glossário Avascular: relativo ao que não possui tecido de vascularização. Cartilagem hialina: tipo de tecido cartilaginoso cuja substância fundamental, de aparência amorfa, é muito resistente e elástica. A cartilagem hialina é a mais abundante dos tecidos cartilaginosos. Constitui o anel da traquéia e dos brônquios, assim como as partes cartilaginosas do nariz e das costelas, e recobre as superfícies ósseas articulares (joelho, cotovelo, punho, etc.). Cloreto de sódio: sal de sódio, que desempenha um papel biológico importante na manutenção da pressão osmótica do sangue e tecidos e na manutenção de balanços eletrolíticos. Condroblastos: célula cartilaginosa jovem, de origem conjuntiva, mergulhada na substância fundamental da cartilagem em vias de formação, da qual deriva o condrócito. Corpúsculos de Meissner: receptores táteis, alongados ou ovóides, encontrados dentro das papilas dérmicas. São numerosos nos dedos das mãos e dos pés. Apresentam uma bainha fina de tecido conjuntivo e, no seu interior, células achatadas que subdividem o corpúsculo em pequenos compartimentos transversais. Corpúsculos de Krause: equivalentes aos corpúsculos de Meissner na pele, presentes também nos lábios, língua e órgãos genitais. Apresenta-se como uma dilatação com terminações nervosas ramificadas, envolta por uma cápsula conjuntiva. Corpúsculos de Paccini: mecanorreceptores de pressão que se apresentam sob a forma de uma terminação nervosa, envolvida por camadas concêntricas de tecido 37 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores conjuntivo rico em fibrilas, cujas células são contínuas com o endoneuro. Presente nas camadas: subcutânea da pele, nos ligamentos, periósteo, peritônio, mesentério, pâncreas e outras vísceras. Corpúsculos de Ruffini: presentes na pele e nas articulações. Os terminais são associados com fibrilas colágenas na cápsula, confundindo-se com o colágeno dérmico. Uma fibra mielinizada entra na cápsula e divide-se em pequenos ramos não mielinizados. Semelhantes aos bulbos terminais de Krause, porém são mais achatados. Difusão: fenômeno de transporte de matéria em que um soluto é transportado devido aos movimentos das moléculas de um fluido. Estes movimentos fazem com que, do ponto de vista macroscópico, seja transportado soluto das zonas de concentração mais elevada para as zonas de concentração mais baixa. Ectoderme: camada exterior de um embrião em desenvolvimento. Forma-se durante a gastrulação, no estágio em que o sistema digestivo primitivo está se formando. Eletrólitos: condutor iônico, líquido, sólido ou pastoso, que ao ser dissolvido na água, forma uma solução que pode conduzir eletricidade. Eritrócitos: glóbulo vermelho, formado na medula óssea, que consiste em célula sem núcleo, de cor avermelhada, composta de proteína denominada hemoglobina, responsável pelo transporte do oxigênio que irá nutrir as células do organismo. Escleroproteínas: nome genérico das proteínas de consistência dura, insolúveis na água, com alto peso molecular. Suas funções principais são estrutura e suporte. 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fagocitose: englobamento de partículas sólidas pela célula, através da membrana celular - a partícula é envolvida num vacúolo digestivo, a partir do qual a matéria digerida passa depois para o citoplasma.Fibrilas: pequenas fibras rearranjadas. Fosfatos: sais inorgânicos do ácido fosfórico. Glicosaminoglicanas: são glicídios de alto peso molecular formados pela polarização de uma unidade constituída por ácido urônico e hesoxamina. Doenças relacionadas são chamadas de mucopolissacaridoses. São poliânions (muitos grupos negativos) podendo ligar-se a muitos cátions (sódio, geralmente). São muito hidrófilas. Glicoproteínas estruturais: são proteínas associadas a glicídios. Fibronectina é uma proteína de aderência para colágeno e glicosaminoglicanas. A laminina é outra responsável pela aderência das células epiteliais às lâminas basais. Homeostase: processo sangüíneo fisiológico mantido em estado de equilíbrio dinâmico constante pelo organismo. Lipídios: substância orgânica que é composta de ácidos graxos, insolúvel em água, formando uma reserva calórica para o organismo ou fornecendo elementos para produção de compostos complexos como hormônios. Mesoderma: tecido que forma folheto embrionário que se localiza entre a ectoderme e endoderme. Mucopolissacarídeos: são polímeros de condensação que geralmente contêm centenas de moléculas de monossacarídeos interligadas por pontes oxídicas. 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Odontoblastos: célula responsável pela síntese ou produção da dentina, a camada situada na parte de baixo do esmalte, sua principal função é a dentinogênese. Osteoblastos: células de revestimento responsáveis pelos constituintes da matriz, como o colágeno e a camada básica de proteoglicanos e glicoproteínas e se originam do tecido mesenquimal. O principal produto dos osteoblastos é o colágeno tipo 1. Peristaltismo: contrações segmentares da musculatura lisa, que configura a atividade motora de vísceras, como intestino e ureteres. Pinocitose: processo de endocitose em que a célula engloba uma substância em estado líquido por transporte ativo através da membrana celular. É um sistema de alimentação celular complementar à fagocitose. Plasma sanguíneo: hemocomponente rico em fatores de coagulação. Proteínas: grande molécula composta de uma ou mais cadeias de aminoácidos dispostas em uma ordem específica, determinada pela seqüência base dos nucleotídeos no código de DNA da proteína. As proteínas são necessárias para a estrutura, função e regulação das células, dos tecidos e dos órgãos do corpo. Cada proteína tem uma função única. São componentes essenciais para os músculos, pele, ossos e para o corpo como um todo. A proteína é um dos três tipos de nutrientes usados como fontes de energia pelo corpo. Sulfatos: sais inorgânicos do ácido sulfúrico Uréia: um composto gerado no fígado a partir da amônia produzida pela desaminação dos aminoácidos. É o principal produto final do catabolismo das proteínas e constitui aproximadamente metade do total de sólidos urinários. -----------FIM DO MÓDULO I ----------- Curso de Fisioterapia no Câncer de Mama MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 41 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO II 1. Considerações sobre o processo de carcinogênese Os seres vivos são formados por unidades microscópicas chamadas células, constituídas basicamente por três partes: membrana celular, a parte mais externa; o citoplasma, que é o corpo da célula; e o núcleo, sua parte mais interna, onde estão os cromossomas. Os cromossomas são compostos de unidades menores chamadas genes, por sua vez formados pelo ácido desoxirribonucléico, o DNA. Através do DNA, os cromossomas transmitem informações relativas à organização, forma, atividade e reprodução celular. As células do corpo humano se reproduzem através de um processo chamado divisão celular. Em condições normais, esse processo é ordenado e controlado e é responsável pela formação, crescimento e regeneração dos tecidos saudáveis do corpo. Frente a situações como agressões ambientais, exposição a certos agentes biológicos ou mesmo por predisposição genética, o comportamento das células pode alterar-se. As células perdem a capacidade de limitar e controlar o seu próprio crescimento e passam a se multiplicar rapidamente e sem nenhum controle. O resultado desse crescimento celular desordenado é a produção do que se conhece como tumor. Podemos dividir os tumores em: benignos quando as células tumorais crescem lentamente e são semelhantes às do tecido normal. Geralmente podem ser removidos totalmente através de cirurgia e na maioria dos casos não tornam a crescer, raramente constituindo um risco de vida e malignos (cancerígenos) quando as células tumorais crescem rapidamente, não são semelhantes às células que lhes deram origem e por isto não respeitam a estrutura e funções do órgão onde estão crescendo. Além disso, são capazes de invadir estruturas próximas e espalhar-se para diversas regiões do organismo. 42 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo ramificar-se para outras regiões do corpo. Se o câncer se inicia em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, ele é chamado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos, é chamado sarcoma. As células cancerosas desenvolvem-se a partir de células normais em um processo complexo denominado carcinogênese. A primeira etapa nesse processo é a iniciação, na qual uma alteração do material genético da célula a instrui para tornar-se cancerosa. A alteração do material genético da célula é ocasionada por um agente denominado carcinógeno. Uma alteração genética na célula pode torná-la mais suscetível. Mesmo a irritação física crônica pode tornar as células mais propensas a se tornarem cancerosas. Na etapa seguinte, a promoção, uma célula que iniciou sua alteração torna-se cancerosa. A promoção não tem efeito sobre as células não iniciadas. Portanto, para ocorrer o câncer, são necessários vários fatores, freqüentemente a combinação de uma célula suscetível e um carcinógeno. O último estágio é o da progressão, caracterizado pela multiplicação descontrolada, sendo um processo irreversível. O câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença. Figura 01 – Estágios da carcinogênese Fonte: MEDICALLOOK, 2008 Mesmo quando uma célula torna-se cancerosa, o sistema imune freqüentemente consegue destruí-la antes que ela se duplique e estabeleça um câncer. É mais provável que o câncer se desenvolva quando o sistema imune está comprometido. No entanto, o sistema imune não é à prova de erros; o câncer pode escapar à vigilância protetora desse sistema mesmo quando ele está funcionando normalmente. Uma grande quantidade de fatores genéticos e ambientais aumenta o risco de desenvolvimento de câncer. A história familiar é um fator importante. Algumas 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 44 Este material deveser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores famílias apresentam um risco significativamente mais elevado de apresentar certos tipos de câncer em comparação com outras. Os indivíduos com anormalidades cromossômicas apresentam maior risco de câncer. Fatores ambientais como o tabagismo e a exposição a certos produtos químicos também aumentam o risco de câncer. Os diversos tipos de câncer representam um grave problema mundial na área de saúde pública, acometendo, a cada ano, milhões de pessoas das quais mais da metade, evoluem para o óbito em decorrência da patologia. O conhecimento científico atual ainda não conseguiu determinar medidas comprovadamente eficazes de prevenção primária para os diversos tipos de câncer. A detecção precoce é o objetivo principal das equipes de saúde, para diminuir a mortalidade e as mutilações funcionais destes pacientes e aumentar a qualidade de vida. Entres as ações desenvolvidas pelos órgãos públicos estão às campanhas educativas para o estímulo à realização periódica de exames que possibilitam detecção precoce e orientações para o auto-exame. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhores as condições de tratamento e maior a sobrevida dos acometidos. 2. Câncer de Mama 2.1 Aspectos gerais do câncer de mama O câncer de mama é uma patologia complexa e heterogênea, que consiste na formação de um tumor maligno a partir da multiplicação exagerada e desordenada de células anormais, podendo apresentar-se através de inúmeras formas clínicas e morfológicas, diferentes graus de agressividade tumoral e um importante potencial metastático. O tempo médio para ocorrer à duplicação celular, no câncer de mama, é de 100 dias. O tumor pode ser palpável quando atinge 1 cm de diâmetro. Uma esfera de 1cm contém aproximadamente 1 bilhão de células que é o resultado de 30 duplicações celulares. Portanto, uma célula maligna levará 10 anos para se tornar um tumor de 1cm. 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A maioria das pacientes com diagnóstico de câncer de mama possivelmente já dever ter o câncer cinco ou dez anos antes da sua detecção, e uma porcentagem substancial já possui metástases estabelecidas por vários anos, mesmo que não sejam detectadas por exames físico, radiográficos, cintilográficos ou ressonância magnética. A partir da instalação do tumor primário de mama, ocorrerá a sua propagação às estruturas vizinhas e à distância, podendo esta ser por: via direta, atingindo seqüencialmente os ductos, parênquima mamário, podendo progredir até o tecido perimamário, culminando com a invasão de tecidos adjacentes; via linfática, que ocorre concomitante com a disseminação sanguínea, através da embolização das células neoplásicas ao serem veiculadas pela linfa; e por via vascular, originando-se a partir de pequenas veias intramamárias. Embora o câncer de mama não apresente muitos sinais e sintomas, quase sempre ele é descoberto pela própria paciente através da observação de alterações mamárias, tais como a presença de nódulos, mudanças repentinas no tamanho das mamas, retração cutânea ou mamilar e/ou escoamento sanguinolento, durante a realização do auto-exame. 2.2 Incidência No Brasil, o câncer de mama é o mais freqüente em incidência e mortalidade no sexo feminino, apresentando curva ascendente a partir dos 25 anos de idade e concentrando a maioria dos casos entre os 45 e 50 anos. Representa aproximadamente 20% do total de casos diagnosticados e 15%, em média, das mortes por câncer. É mais comum em mulheres de classe social alta e entre aquelas que vivem nas grandes cidades do que naquelas que vivem no campo. A análise das tendências nas taxas de mortalidade por câncer de mama observadas no Brasil aponta para um aumento progressivo na taxa de mortalidade entre 1979 a 1998, na idade acima de 50 anos. Em faixas etárias mais precoces a mortalidade permanece estável nos últimos 20 anos. Estima-se que o câncer de 46 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores mama se manterá como a primeira causa de morte por câncer no Brasil ainda por alguns anos. 2.3 Fatores de risco O termo risco refere-se à probabilidade de um evento indesejado ocorrer. Do ponto de vista epidemiológico, o termo é utilizado para definir a probabilidade de que indivíduos sem certa doença, mas expostos a determinados fatores, adquiram esta moléstia. Os fatores que se associam ao aumento do risco de se contrair uma doença são chamados fatores de risco. Atualmente, a gênese do câncer de mama e seus fatores de risco vêm recebendo uma importante consideração, uma vez que estes fatores são cruciais quando se pensa na prevenção do câncer de mama. Vários fatores contribuem para o desenvolvimento de um determinado câncer, e visto que alguns desses fatores podem ser removidos do meio ambiente, uma proporção de cânceres pode ser prevenida. Os principais fatores associados a um risco aumentado de desenvolver câncer de mama são: - Sexo feminino: 01 homem para cada 100 mulheres; - Idade: é mais raro entre os jovens, existindo um aumento crescente dos índices de incidência por idade até a menopausa. Aproximadamente 60% dos cânceres de mama ocorrem em mulheres com idade entre 50 e 60 anos; - Estado civil: as mulheres solteiras apresentam incidência menor de câncer de mama, quando comparadas com as casadas; - Cor da pele: mulheres brancas apresentam um índice global maior de incidência de câncer de mama que mulheres negras; - Doença mamária benigna prévia: o fato de a mulher ter apresentado uma doença mamária benigna parece aumentar o risco apenas em mulheres com uma maior quantidade de canais lactíferos. Mesmo nessas mulheres, o risco é moderado, exceto quando é detectada uma estrutura tissular anormal (hiperplasia atípica) em uma biópsia ou quando a mulher tem uma história familiar de câncer de mama; 47 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - Câncer de mama prévio: mulheres que já sofreram um câncer de mama in situ ou invasivo apresentam o maior risco. Após a remoção da mama doente, o risco de câncer na mama remanescente é de aproximadamente 0,5 a 1,0% a cada ano; - Fatores relacionados à vida reprodutiva feminina – primeira gestação após os 30 anos, menarca anterior aos 11 anos, menopausa após os 55 anos, nuliparidade, ciclos menstruais de curta duração: as mulheres com menarca precoce têm um risco maior em relação aquelas com menarca tardia e longos ciclos irregulares. Esta observação sugere que o ciclo ovulatório regular aumenta o risco de câncer de mama, uma vez que os níveis de estrogênio são maiores durante a fase lútea normal, e o índice de exposição acumulativa ao estrogênio é maior; - História familiar de câncer de mama: o câncer de mama em uma parente de primeiro grau (mãe, irmã, filha) aumenta o risco 2 a 3 vezes. O câncer de mama em parentes distantes (avó, tia, prima) aumenta o risco discretamente. O câncer de mama, com importante componente genético, ocorre na idade jovem, com probabilidade maior de bilateralidade, aparecendo em vários membros da família em três ou mais gerações; - Gene do câncer de mama: existem dois genes diferentes ligados ao câncer de mama. Quando uma mulher possui um desses genes as suas chances de desenvolver a doença são muito altas. No entanto, se ela desenvolver câncer de mama, as chances de óbito pela patologia não são necessariamente maiores que as de qualquer outra mulher com câncer de mama. Mulheres que podem possuirum desses genes são aquelas com uma alta incidência de câncer de mama na família (normalmente, várias mulheres de cada uma de três gerações tiveram câncer de mama); - Terapia de reposição hormonal combinada (estrogênio e progesterona): após a menopausa, a terapia de reposição hormonal com estrogênio durante 10 a 20 anos pode aumentar o risco discretamente. A terapia de reposição hormonal que combina o estrogênio com a progesterona pode aumentar o risco, mas isto ainda não foi confirmado; 48 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - Uso prolongado de contraceptivos orais: a maioria dos estudos não demonstra relação entre o uso de contraceptivos orais e o desenvolvimento posterior do câncer de mama, excetuando-se, possivelmente, as mulheres que utilizaram esses medicamentos durante muitos anos; - Dieta desequilibrada: rica em gordura animal e pobre em fibras; - Obesidade após a menopausa: o risco é um pouco mais elevado para as mulheres obesas na pós-menopausa, mas não existem provas de que uma dieta específica contribui para o desenvolvimento do câncer de mama; Radiações ionizantes; Padrão socioeconômico elevado; Ausência de atividade sexual; Residência em área urbana. Por outro lado, os principais fatores associados a um risco diminuído de desenvolver câncer de mama são: sexo masculino, menarca após os 14 anos, menopausa antes dos 45 anos, primeira gestação a termo e amamentação precoces (idade inferior a 30 anos), prática de atividade física regular e hábitos alimentares saudáveis. 2.4 Classificação dos tumores mamários O câncer de mama é classificado de acordo com o tipo de tecido no qual ele iniciou e com a extensão de sua disseminação. O câncer pode originar-se nas glândulas lactíferas, nos canais lactíferos, no tecido adiposo ou no tecido conjuntivo. Os diferentes tipos de cânceres de mama evoluem de forma diferente. As generalidades sobre os tipos particulares são baseadas nas similaridades quanto à forma como eles são descobertos, como eles evoluem e como eles são tratados. Alguns cânceres crescem muito lentamente e disseminam-se a outras partes do corpo (produzem metástases) apenas após tornarem-se muito grandes. Outros são mais agressivos, crescendo e disseminando-se rapidamente. No entanto, o mesmo tipo de câncer pode evoluir de maneira diferente em mulheres diferentes. 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Cerca de 50% dos casos de câncer de mama surgem no quadrante superior externo, 10% em cada um dos quadrantes restantes e 20% na região central ou subareolar. 2.4.1 Tumores não-invasivos São assim denominados por respeitarem a membrana basal epitelial. É um tumor localizado, geralmente em estágio inicial que não invadiu e nem se disseminou além do seu ponto de origem. Os tumores não-invasivos são responsáveis por grande parte dos cânceres de mama diagnosticados. 2.4.1.1Carcinoma ductal in situ (CDIS): Caracteriza-se por uma proliferação de células malignas dentro de um ducto, não ultrapassando os limites da membrana basal. Geralmente, inicia-se nas paredes dos canais lactíferos. Pode ocorrer antes ou após a menopausa. Essas células podem proliferar e obstruir completamente a luz dos ductos, causando sua dilatação e sua solidificação. À medida que a lesão progride, estendendo-se através da membrana basal e invadindo o estroma, transforma-se em um carcinoma invasor. É um tumor quase sempre descoberto em fase subclínica, por meio de mamografia, através da presença de microcalcificações, antes de ser suficientemente grande para ser palpado. O seu tratamento atinge índice de curabilidade próximo de 100% e é baseado em quadrantectomia ou mastectomia, dependendo da extensão do próprio tumor. Esse tipo de carcinoma pode ser dividido, histologicamente, em subtipos: comedocarcinoma, com detritos necróticos celulares, preenchendo os espaços ductais, lembrando comedões; micropapilar, caracterizado por projeções papilares homogêneas; cribriforme, com espaços glandulares nítidos e marcados; e sólido, com o lúmen ocupado por uma proliferação de células menores que as do tipo comedocarcinoma. Em termos de prognóstico, quanto maior o tamanho e o grau de necrose da lesão, maior o seu potencial para tornar-se invasora. As lesões do tipo comedocarcinoma apresentam prognóstico menos favorável comparado aos outros tipos histológicos. Aproximadamente 25% a 30% das lesões in situ, não-tratadas, desenvolvem carcinoma invasor nos próximos 10 anos. Figura 02 - Carcinoma ductal in situ Fonte: SUTTERHEALTH, 2008 2.4.1.2 Carcinoma lobular in situ (CLIS) É de diagnóstico mais difícil, uma vez que não apresenta sintomatologia e não é detectável a mamografia, sendo geralmente um achado histológico, tendendo 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores a ser multifocal, multicêntrico e bilateral. O carcinoma lobular in situ, que se origina nas glândulas lactíferas, geralmente ocorre antes da menopausa. A lesão caracteriza-se pela proliferação de células pequenas e uniformes no interior de ductos terminais e lóbulos, podendo, algumas vezes, estender-se a ductos extralobulares. Suas células apresentam baixas taxas proliferativas e são semelhantes às encontradas na hiperplasia lobular atípica, porém, nessa com acometimento menor. Segundo alguns autores, para caracterizar o CLIS, são necessários que pelo menos metade de um lóbulo esteja preenchido por células características. A evolução do CLIS pode ser bastante variável. Aproximadamente 20 a 30% das pacientes apresentarão desenvolvimento de carcinoma infiltrante em 15 anos, sendo 50% em cada mama, 75% do tipo ductal invasor e 25% lobular invasor. Baseada nessa evolução, tal lesão é reconhecida como um marcador tumoral, embora alguns autores, recentemente, também lhe tenham atribuído um caráter precursor. Figura 03 - Carcinoma lobular in situ Fonte: SUTTERHEALTH, 2008 51 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 52 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.4.2 Carcinomas invasivos Surgem quando as células epiteliais malignas ultrapassam a membrana basal, invadindo o estroma mamário. Os cânceres de mama invasivos podem ser localizados (confinados na mama) ou metastáticos (que se disseminaram a outras partes do corpo). Aproximadamente 80% dos cânceres de mama invasivos são ductais e cerca de 10% são lobulares. O prognóstico dos cânceres invasivos ductais e lobulares é similar. 2.4.2.1 Carcinoma lobular infiltrante (CLI) O carcinoma lobular invasor constitui de 10 a 14% dos carcinomas mamários. A idade média do diagnóstico varia de 45 a 56 anos. A maioria das pacientes apresenta apenas um adensamento ou um endurecimento local mal definido, por vezes, surgindo como uma nodularidade palpável. Em lesões avançadas, pode haver retração de pele e fixação. Em geral, as calcificações não estão presentes na lesão, mas podem aparecer em lesões benignas adjacentes. O CLI tende a ser freqüentemente multifocal e/ou multicêntrico. A bilateralidade é descrita em 6% a 28% dos casos. Histologicamente, a lesão caracteriza-se pela presença de células tumorais pequenas e homogêneas, semelhantes ao carcinoma lobular in situ, e crescem em "fila indiana" com um padrão concêntrico, circundando os ductos mamários