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Infecções na Gestação Infecção Urinária: Problema urinário mais comum durante a gestação: ❖ 7 a 20% das gestantes; ❖ Complicações associadas: rotura prematura de membranas ovulares (fora do trabalho de parto), trabalho de parto prematuro, corioamnionite, febre no pós-parto, sepse materna e infecção neonatal. Cistite, pielonefrite, bacteriúria assintomática; Bactérias comumente associadas à ITÚ na gestante: ❖ Enterobactérias: E. coli, Klebsiella, Enterobacter; ❖ Gram negativas: Proteus mirabilis, pseudomonas, citrobacter; ❖ Gram positivas: Staphylococcus sp, do grupo B; ❖ Outras: Gardnerella vaginalis, Ureaplasma urealyticum. Alterações fisiológicas do sistema urinário na gestação: Aumento do fluxo sanguíneo; ❖ Fluxo sanguíneo e TGF aumentadas -> expansão volêmica; ❖ Mudança química na urina pela hemodiluição -> glicosúria, aminoacidúria discretas. Estase urinária; ❖ Progesterona -> relaxa musculatura lisa da bexiga, ureter, esfíncteres; ❖ Fatores mecânicos -> aumento uterino que comprime uretra, ureteres. Dilatação da pelve renal pela destroversão uterina; Colonização do intróito vaginal; Proximidade da uretra com a vagina. Bacteriúria assintomática: Presença de bactérias na urina sem sintomatologia específica; Cultura de urina é um exame obrigatório na primeira consulta pré-natal; ❖ Padrão ouro é a cultura quantitativa; ❖ no caso da gestante deve-se tratar a bacteriúria assintomática já que as alterações fisiológicas aumentam o risco de desenvolver infecções que podem cursar com complicações importantes; ❖ Presença de >100.000 colônias / ml de um único agente patogênico. 2 a 7% das grávidas; Risco de 20 a 30 x aumentado de pielonefrite. ❖ O tratamento de bacteriúria assintomática diminui o risco de pielonefrite de 20 a 35% para 1 a 4%. Cistite: Em aproximadamente 1 a 2% das grávidas; Quadro clínico: ❖ Disúria; ❖ Polaciúria; ❖ Urgência miccional; ❖ Dor retropúbica, suprapúbica e abdominal; ❖ Em menor frequência, hematúria; ❖ Pode ser confundida com as alterações fisiológicas da gravidez. Pielonefrite: 2% as grávidas - principalmente 2° e 3° trimestre; Mais comum acometer rim à direita; Principal causa de choque séptico na gestação; Sintomas de pielonefrite aguda: ❖ Queda do estado geral; ❖ Febre; ❖ Cefaleia; ❖ Calafrios; ❖ Cefaleia; ❖ Náuseas, vômitos; ❖ Hipersensibilidade do ângulo costo-vertebral (sinal de Giordano positivo). ❖ Pode levar à insuficiência renal aguda, síndrome de angústia respiratória aguda (SARA), septicemia. Conduta: Tratamento de bacteriúria assintomática, cistite aguda: ❖ Fosfomicina (3g em dose única) e nitrofurantoína (3 ou 7 dias) - medicamento de alto custo. Tratamento da pielonefrite aguda -> internação da gestante: ❖ Iniciar com Cefalosporina de 2° ou 3° gestação -> ceftraxona 1-2 g / dia IV; ❖ Se afebril sem sintomatologia por 24 a 48h: amoxicilina oral por 10 dias. Infecções recorrentes: ❖ Nitrofurantoína profilática (50 - 100 mg / dia). Infecções congênitas: Patogenia: ❖ Pré-natal; ❖ Paranatal: adquirida no parto. ❖ Herpes simples; ❖ Hepatite B; ❖ HIV; ❖ Streptococcus do grupo B (GBS). Vias de transmissão: ❖ Transplacentária (A); ❖ Transamniótica (ascendente) (B); ❖ Paranatal: adquirida no parto. ❖ Herpes simples, hepatite B, HIV, estreptococo do grupo B. Consequências: ❖ Depende do período gestacional; ❖ Período pré-implantação: fertilização à nidação; ❖ Sem trocas entre sangue materno e conceito. ❖ Período embrionário: 2° à 9° semana pós-concepção; ❖ Período mais crítico - patógenos têm acesso facilitado ao embrião + embrião pouco desenvolvido. ❖ Período fetal - 9° ao termo. ❖ A partir de então já é feto. Período embrionário: 2° a 9° semana pós-concepção: Período mais vulnerável à drogas e infecções; Fase organogênese; Alto risco de anomalias congênitas; Cada órgão tem seu período crítico de desenvolvimento. ❖ Em vermelho: período crítico para desenvolvimento de anomalias congênitas maiores de acordo com os locais comuns de ação dos teratógenos; ❖ Em amarelo: período crítico para desenvolvimento de anomalias congênitas menores de acordo com os locais comuns de ações dos teratógenos. Período fetal: 9° semana ao termo: Anomalias congênitas menores; Defeitos funcionais SNC; Em casos graves há morte fetal; ❖ Geralmente quando a gestante também fica grave; ❖ Ex: toxoplasmose. Se próximo ao parto RN pode apresentar quadro clínico agudo. ❖ Ex: rubéola. Sífilis: Doença venérea sistêmica causada pelo Treponema pallidum; Aumento dos casos de sífilis congênita e sífilis gestacional; Doença de notificação compulsória; Infecção transplacentária em qualquer estágio da doença e da gestação; ❖ Exclusivamente por transmissão sexual e infecção exclusiva em humanos. Pode determinar: ❖ Abortamento, natimortalidade, hidropisia fetal não imune, placentomegalia; ❖ 50% dos fetos escapam da infecção. Clínica: ❖ Sífilis primária: cancro duro na genitália; ❖ Sífilis secundária: exantema maculopapular em todo o corpo (mãos e pés) (após 2 meses); ❖ Fase latente; ❖ Sífilis terciária ou tardia (após 10-25 anos da infecção). ❖ Gomas em qualquer órgão; ❖ Sistema cardiovascular e neurológico: insuficiência aórtica, tabes dorsalis, demência e morte. Diagnóstico de sífilis: ❖ Inicia com a triagem por meio do VDLR; ❖ Teste negativo = repete o VDLR no 3° trimestre e no parto; ❖ Teste positivo = realizar teste treponêmico FTA-Abs. ❖ No caso de FTA-Abs positivo - tratamento da sífilis; ❖ Teste não-específicos: não treponêmicos -> VDLR ou teste rápido (título reagente); ❖ Rastreio de falso-positivos; ❖ Seguimento após tratamento; ❖ Aumento de 2 títulos - tratar. ❖ Seguido de teste treponêmicos: teste específico -> FTA-Abs. ❖ Confirmação. Tratamento: ❖ Sífilis primária: até 12 meses da infecção; ❖ Penicilina G-benzatina 2,4 milhões UI dose única IM (1,2 milhões UI em cada nádega). ❖ Sífilis secundária ou latente recente (> 1 ano); ❖ Mesmo esquema durante 2 semanas consecutivas (0,7). ❖ Sífilis terciária: ❖ Mesmo esquema durante 3 semanas consecutivas (0,7, 14). ❖ Considera-se sífilis inadequadamente tratada na gravidez, se: ❖ Parceiro sexual não tratado; ❖ Se não houver documentação do tratamento da gestante ou do parceiro; ❖ Se não houver queda dos títulos (VDLR) após terapia; ❖ Tratamento foi feito com fármaco diferente da penicilina; ❖ Tratamento incompleto; ❖ A mãe deve completar o tratamento a menos de 30 dias do parto. OBS: Dessensibilizar pacientes alérgicos à penicilina. ❖ O recém-nascido deve ser tratado para a sífilis congênita. HIV / AIDS: AIDS: doença causada pelo HIV; ❖ Retrovírus RNA, linfotrópico. Imunossupressão da resposta imune mediada pelos linfócitos; Contágio: ❖ Transfusão de sangue; ❖ Compartilhamento de seringas por usuários de drogas ilícitas; ❖ Relações sexuais - especialmente coito anal: mucosa anal tem capacidade de absorção; ❖ Transmissão vertical. Reduzida a < 2% (AIDSinfo-2013): com o uso da terapia antirretroviral na gestação, a prática da cesárea e a proibição da amamentação; Exames diagnósticos: ❖ Elisa (4° gestação): detecta anticorpos HIV-1 e HIV-2 no sangue, em menos de 2 semanas de contaminação; ❖ Se positivo: confirmação por Western Blot (identificação de proteínas em eletroforese em gel); ❖ Teste rápido: resultado em 30 min. Vias de transmissão: ❖ Transplacentária; ❖ Vertical; ❖ Amamentação; ❖ Gravidez + amamentação: risco de transmissão vertical de 40%. Terapia anti-retroviral (TARV): ❖ Para gestantes infectadas por HIV, já em uso de TARV prévio ao diagnóstico da gestação e apresentando CV-HIV indetectável ou abaixo de 50 cópias/ml, recomenda-se manter o mesmo esquema ARV, desde que não contenha do DTG (dorotogravir - anti-retroviral não indicado na gestação). Como escolher a via de parto? ❖ Baseado na carga viral realizada a partir da 34° semana; ❖ Carga viral menor que 1000cópias/ml: possibilidade de parto vaginal - indicação obstétrica. Cuidados na assistência ao parto vaginal: ❖ Contraindicado procedimentos invasivos; ❖ Evitar realização de episiotomia; ❖ Reduzir número de toques vaginais durante avaliação do TP; ❖ Amniotomia artificial deve ser evitadas; ❖ Evitar que as parturientes permaneçam em amniorrexe prolongada; ❖ Clampeamento imediato do cordão umbilical após a expulsão fetal; ❖ Os ARVS devem ser mantidos por via oral, durante todo o TP, nos horários habituais de uso. Contraindicar parto vaginal: ❖ Situações em que está contraindicado o parto vaginal e é necessário dar preferência a cesariana eletiva com 38 semanas em gestação HIV+; ❖ Se não realizou profilaxia antirretroviral combinada durante a gestação ou fez uso apenas de monoterapia com AZT; ❖ Se carga viral desconhecida; ❖ Se carga viral superior a 1000 cópias/ml. Uso de AZT venoso no parto para PTV: ❖ Tabela quanto as situações para administração de AZT intravenoso profilático para gestantes durante o parto; Gestante Indicação parto Fármaco no parto Carga viral desconhecida ou detectável maior que 1000 cópias/ml na 34° semana Parto cesáreo eletivo, de preferência empelicado, a partir da 38° semana Administrar AZT injetável IV no parto Carga viral detectável e menor que 1000 cópias/ml na 34° semana Parto segundo indicações obstétricas, podendo ser vaginal Administrar AZT injetável IV no parto Carga viral indetectável na 34° semana Parto segundo indicações obstétricas, preferencial mente vaginal Manter TARV habitual via oral ❖ Bebê: ❖ AZT (solução oral): nas primeiras 8h após o nascimento, permanecendo o tratamento por 6 semanas; ❖ 3 doses de nevirapina na primeira semana. Amamentação: ❖ Risco adicional de transmissão de HIV de 7 a 22% podendo chegar a 29% nos casos de infecção aguda materna; ❖ Inibição farmacológica da lactação: imediatamente após o parto. ❖ Cabergolina 1 mg / via oral - dose única (2cp de 0,5 mg). Toxoplasmose: Zoonose causada por toxoplasmose gondii (protozoário intracelular obrigatório); A maioria dos casos de toxoplasmose pode acontecer sem sintomas ou com sintomas inespecíficos; Hospedeiro definitivo: gato; ❖ Uso de luvas para manusear fezes / urina do gato na caixa de areia. Infecção primária: ❖ A infecção primária antes da gestação não afeta o conceito (exceto em gestantes imunossuprimidas); ❖ Na gestação: elevado risco de acometimento fetal. ❖ A incidência de toxoplasmose congênita no Brasil é de 3:10.000 nascidos vivos. Prevenção primária: medidas higienodietéticas: ❖ Indicado principalmente para as pacientes IgG - e IgM - -> paciente suscetível a se infectar; ❖ Ao manipular carnes cruas, não tocar a mucosa dos olhos e da boca; ❖ Lavar bem frutas e verduras antes de ingeri-las; ❖ Evitar contato com gatos ou qualquer objeto contaminado com as suas fezes; ❖ Usar luvas no manuseio da terra (jardinagem). Diagnóstico da infecção: ❖ No pré-natal pela sorologia materna -> IgG e IgM; ❖ IgM: infecção aguda = aumento a partir do 5° dia de valor máximo em 1 a 2 semanas; ❖ IgG: infecção antiga. ❖ Teste de Avidez IgG - quanto mais avidez mais antiga é a infecção; ❖ Deve ser feito o teste de avidez em pacientes com IgM+ no 1 trimestre; ❖ Permite diferenciar infecção "antiga" (mais de 3 meses) de uma infecção recente; ❖ Teste válido para toxoplasmose, rubéola, CMV. ❖ Discrimina a infecção recente da antiga (mais de 3 meses); ❖ Após a carga antigênica, o anticorpo IgG produzido inicialmente se liga fracamente ao antígeno -> baixa avidez; ❖ À medida que se desenvolve a resposta imune, há a maturação da resposta da resposta -> anticorpo IgG e a avidez aumenta progressivamente por semanas ou meses -> alta avidez. Diagnóstico da infecção fetal: ❖ PCR-LA (reação em cadeia da polimerase no líquido amniótico); ❖ Indicada após 18 semanas de gravidez; ❖ Após 4 semanas da infecção materna (melhor sensibilidade). ❖ Alterações ultrassonográficas: ❖ Avaliação da gravidade (CIR - crescimento intrauterino restrito, calcificações, hidrocefalia); ❖ Não é diagnóstico da patologia. Evolução: ❖ Abortamento - 10%; ❖ Das infecções fetais: infecção subclínica ou síndrome toxoplasmática; ❖ Infecção subclínica fetal - 70 a 85%; ❖ Infecções após 20 semanas; ❖ Risco de sequelas tardias: coriorretinite, deficiências neurológicas e mentais. ❖ Síndrome toxoplasmática congênita - 10%; ❖ Achados ultrassonográficos: coriorretinite =, calcificações intracerebrais, hidrocefalia. ❖ Morte neonatal - 10 a 15%. Conduta: ❖ Triagem materna: pesquisa de anticorpos IgM; ❖ Se positivo: determinar se é infecção recente ou não por meio de teste de avidez; ❖ Se negativo: suscetibilidade a adquirir infecção ou infecção passada -> orientações profiláticas. ❖ IgM positivo com alta avidez: infecção antiga; ❖ Seguimento pré-natal normal e interromper espiramicina. ❖ IgM positivo com baixa avidez: infecção recente. ❖ Realizar PCR líquido amniótico para determinar infecção fetal; ❖ USG fetal quando disponível para determinar se há complicações fetais; ❖ Iniciar sulfadiazina, pirimetamina e ácido fólico; ❖ Encaminhar para centro de referência. Tratamento: ❖ Espiramicina, 1 g (3.000.000 UI) de 8 em 8 horas, via oral; ❖ Não atravessa a barreira placentária; ❖ Impede / retarda a passagem do toxoplasma gondii para o feto; ❖ Manter até o final da gravidez em caso de PCR negativo, baixa avidez após o 1° trimestre. ❖ Baixa avidez no primeiro trimestre -> interrompe o tratamento com espiramicina. Esquema tríplice materno: ❖ Deve ser feito em caso de certeza ou grande probabilidade de infecção fetal; ❖ Em caso de infecção recente (IgM+ e baixa avidez de IgG) ou alterações ultrassonográficas que correspondam com a síndrome toxoplasmática fetal. ❖ Pirimetamina, 25mg de 12 em 12h por via oral; ❖ Sulfadiazina 100mg de 8 em 8h por via oral; ❖ Ácido folínico, 15mg/dia por via oral; ❖ Esse esquema trata também o feto; ❖ Realizar esquema em caso de certeza ou grande probabilidade de infecção fetal. Hepatite B: Importância obstétrica; Elevadas taxas de transmissão vertical; Gravidade da infecção neonatal; Possibilidade de prevenção; Via de transmissão. ❖ Paranatal. Risco de transmissão: ❖ Mãe HBsAg + e HbeAg + = 90%; ❖ Tem hepatite com alta replicação viral; ❖ Anti-HBS + = vacinada. ❖ Mãe HbsAg + = 15%; ❖ Tem hepatite B positiva. ❖ 70 a 90% dos recém-nascidos infectados desenvolverão a infecção crônica. ❖ Potencial para cirrose e câncer de fígado. Diagnóstico: ❖ Gestantes HbsAg reagentes no exame de triagem devem complementar com exames: HbeAg, ALT e CV-HBV; ❖ Exame de rotina pré-natal: HBsAG; ❖ Em caso de: perfil sorológico HBeAg positivo -> profilaxia com TDF no 3° trimestre gestacional; ❖ Recomenda-se seguir a terapia antiviral com TDF durante toda a gestação e após o parto. ❖ Prevenção da transmissão paranatal: ❖ Rastreio HBsAg (1a consulta pré-natal); ❖ Não há indicação de cesárea; ❖ Vacinação universal do RN; ❖ Imunoglobulina hiperimune anti-hepatite B (IGHAHB), se mãe HbsAg +. Conduta: ❖ HbsAg negativo: checar histórico de vacinação; ❖ No caso de ausência de documentação da vacinação, é possível vacinar em qualquer momento gestacional. ❖ No caso de HbsAg positivo: solicitar CV-HBV-DNA, HbeAg e ALT na primeira consulta e em 28 semanas de gestação + considerar tratamento de doença hepática ativa/cirrose + identificar pessoas que compartilham mesma residência e contactantes sexuais para rastreio; ❖ HbeAg reagente: considerar profilaxia entre 28-32 semanas de gestação independentemente do resultado de CV-HBV-DNA; ❖ Se HbeAg desconhecido ou não reagente: considerar a carga viral por meio do CV-HBV-DNA. ❖ CV-HBV-DNA maior que 200.000 UI/ml ou ALT>2x: considerar início de profilaxia entre 28-32 semanas de gestação; ❖ CV-HBV-DNA menor que 200.000 UI/ml ouALT<2x: sem necessidade de profilaxia. Vacina no recém-nascido: ❖ Vacinação de hepatite B universal para recém-nascidos; ❖ Vacina de imunoglobulina hiperimune anti-hepatite B - apenas em recém-nascidos com mãe HbsAg +. Rubéola: Doença viral - 60-70% assintomática; Grávida: ❖ Não é mais exame de rotina no pré-natal; ❖ Exceto em grávidas com manifestações clínicas e/ou vínculo epidemiológico. Brasil tem ótima cobertura vacinal para rubéola; Síndrome de rubéola congênita: ❖ Surdez central ou coclear; ❖ Microcefalia; ❖ Defeito cardíaco – cardiopatia congênita; ❖ Catarata congênita; ❖ Glaucoma; ❖ Cegueira; ❖ Microftalmia; ❖ Retardo mental. Risco na gestação: ❖ Infecção no 1° trimestre; ❖ 16 - 20 semanas < 1% (principalmente surdez); ❖ Após 20 semanas: praticamente inexistente. Conduta: ❖ Aborto terapêutico antes de 12 semanas. ❖ No Brasil não é permitido. Estreptococos do grupo B (GBS): Principal causa de infecção neonatal precoce e a maior causa de sepse no recém-nascido; Importante agente etiológico de infecção materna: corioamnionite, endometrite, infecção urinária, septicemia; Rastreio: ❖ Todas as grávidas entre 35 e 37 semanas da gestação (CDC, 2010); ❖ No Brasil não tem rastreio universal. ❖ Cultura vaginoanal. OBS: O Ministério da Saúde ainda não recomenda a cultura vaginoanal para GBS de rotina na gravidez (alto custo pro sistema de saúde). Profilaxia antibiótico intraparto: ❖ Em mulheres colonizadas (rastreio ❖ positivo) ou em rastreio desconhecido . ❖ Gestação com < 37 semanas; ❖ Duração da ruptura das membranas > ou igual 18 horas; ❖ Temperatura > ou igual 38°C; ❖ Bacteriúria por GBS na gravidez atual; ❖ Bebê prévio com doença GBS invasiva. Profilaxia: ❖ Penicilina G – 5 milhões UI, IV – seguidas de 2,5 milhões de UI a cada 4 horas até o nascimento (primeira escolha); ❖ Ampicilina, 2g IV, seguidos por 1g a cada 4 horas Herpes simples genital: Infecção pelo HSV-2; ❖ Infecção genital (90% dos casos); ❖ Pênis, uretra, vulva, vagina, cérvice, pele das coxas e das nádegas -> feridas abertas transmissíveis. Alta recorrência na gestação; Diagnóstico clínico: ❖ Ulcerações poliformes rasas que drenam secreção serosa com bolhas inicialmente pruriginosas que rompem; ❖ Surgimento de gânglios na região ❖ inguinal; ❖ Febre. Herpes Neonatal: ❖ A infecção HSV do recém-nascido pode ser: ❖ Intrauterina; ❖ Intraparto - paranatal - 85%; ❖ Pós-natal (mãe ou qualquer outro contato). Tratamento: ❖ Primo-infecção na gestação – aciclovir 400 mg 8 / 8h de 7 a 10 dias; ❖ Episódio recente sintomático – aciclovir 400 mg 8 / 8h ou 800 mg 12 / 12h por 5 dias; ❖ Supressão diária – aciclovir 400 mg 8 / 8 h – 36 semanas até o nascimento; ❖ Doença severa ou disseminada – aciclovir 5-10 mg/kg IV 8 / 8h (2-7 dias) e após + 400 mg 8 / 8h via oral (até completar 10 dias). Indicação de vias de parto: ❖ Cesárea: mulheres com lesão genital ativa / pródromos no momento do parto ou que referem no terceiro trimestre da gravidez; ❖ Parto vaginal: se utilizado aciclovir, a partir de 36 semanas de gravidez. Zika Vírus: Infecção viral transmitida pelo mosquito Aedes Aegypt; Complicações fetais: ❖ Microcefalia; ❖ Artrogripose. Complicações maternas: ❖ Síndrome de Guillain-Barré. Transmissão: ❖ Pré-natal – vertical. Profilaxia: ❖ Utilizar repelentes. Covid-19: SARS-COV 2 – pandemia; Gestantes possuem maior risco diante da doença, porém não são mais suscetíveis a se contaminar; Sintomas: tosse, anosmia, mialgia, dor de cabeça, etc Vacinação na gestação – evidência 1A Brasil: Pfizer, CoronaVac (suspensão da ❖ AstraZeneca); ❖ Anticorpos no cordão umbilical e no leite materno. Diagnóstico: Aspectos gerais: ❖ Transmissão vertical -parece ser incomum, mas possível; ❖ Risco de parto prematuro e cesariana - doenças de base/comorbidades associadas à infecção; ❖ Sem riscos no aleitamento; ❖ Conhecimento ainda é pouco e avançando. Varíola dos macacos: Doença viral; Autolimitada; Transmissão: ❖ Contato próximo e prolongado; ❖ Respiratório (?); ❖ Gestantes: transplacentária (?) e lesões cutâneas. Quadro clínico: lesões cutâneas (evolução); Diagnóstico: clínico, RT-PCR das lesões; Tratamento: ❖ Sintomáticos; ❖ Antibiótico para infecção secundária; ❖ Isolamento por 21 dias. Prevenção: ❖ Máscaras e precaução de contato; ❖ Uso de preservativos. Via de parto: a depender da presença / localização das lesões; Amamentação: proteção respiratória (máscaras) e de contato.
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