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SARNA SARCOPTICA

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SARNA SARCÓPTICA 
Doença cutânea parasitária dos cães, não sazonal, intensamente pruriginosa, contagiosa, provocada 
por ácaros Sarcoptes scabiei var. canis. 
Os ácaros cavam túneis através do estrato córneo e provocam prurido intenso por irritação 
mecânica, bem como pela produção de substâncias irritantes e alergênicas, que causam reação de 
hipersensibilidade nos cães sensibilizados. Reação de hipersensibilidade complexa, que envolve 
resposta imune humoral e mediada por célula, além de imunocomplexos circulantes. 
SINAIS CLÍNICOS 
• Prurido intenso não sazonal. Ocorre a formação de crostas na lateral dos cotovelos e nas margens 
dos pavilhões auriculares; os condutos auditivos não são acometidos. Desenvolvimento de erupção 
cutânea papular eritematosa nos pavilhões auriculares, cotovelos, jarretes, parte ventral do abdome 
e tórax; os cães gravemente acometidos apresentam alopecia e crostas generalizadas, além de 
prurido intenso.• Raros indivíduos não sofrem soroconversão e, portanto, podem não desenvolver 
prurido intenso. • Doses-padrão de anti-histamínicos e anti- inflamatórios de esteroides podem não 
reduzir o prurido. • Após a exposição, o prurido inicial pode ser leve, mas evolui para intenso. • O 
período de incubação após exposição de aproximadamente 5-6 semanas antes do início de prurido 
intenso pode indicar soroconversão e resposta de hipersensibilidade aprendida. • O 
autotraumatismo intenso leva a lesões secundárias. • A pele fica espessada, liquenificada e coberta 
por crosta amarelo-acinzentada. • Sobre todo o corpo, desenvolvem-se amplas placas de lesões e 
alopecia se não forem tratadas. • O número de ácaros é muito baixo em grande parte dos casos 
acometidos. • Indivíduos imunocomprometidos podem albergar um número maior de ácaros. 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS• Reflexo otopodal positivo — o ato de friccionar a margem da 
orelha entre o polegar e o indicador deve induzir o cão a se arranhar e se coçar com a perna traseira. • 
Raspados cutâneos superficiais — positivos em apenas 20% dos casos de escabiose; é extremamente 
difícil encontrar os ácaros, os ovos ou as pelotas de fezes; resultados falso-negativos são comuns. • 
Flutuação fecal — pode revelar os ácaros ou os ovos. • A resposta ao tratamento pode ser um critério 
necessário para estabelecimento do diagnóstico presuntivo. 
MEDICAMENTO(S) DE ESCOLHA 
• Selamectina — indicada para o tratamento da sarna quando aplicada a cada 30 dias; a aplicação a 
cada 2 semanas por, no mínimo, três tratamentos pode ser mais eficaz. • Ivermectina — eficaz; 0,2-0,4 
mg/kg SC ou VO a cada 1-2 semanas por 3 a 4 tratamentos (por, no mínimo, 1 mês);• Milbemicina — 
pode ser eficaz quando utilizada na dose de 0,75 mg/kg VO a cada 24 h ou 2 mg/ kg VO a cada 
semana durante 3 semanas.• Doramectina — 0,2-0,6 mg/kg SC ou IM a cada semana por 3-6 
tratamentos. • Combinação de imidacloprida/moxidectina — pode ser eficaz quando aplicada duas 
vezes em intervalo de 4 semanas. • Banho de imersão com amitraz (250 ppm) — eficaz quando 
utilizado semanalmente por, no mínimo, três tratamentos. • Banhos de imersão alternativos — solução 
de enxofre a 2-3% ou mercaptometil ftalimida (fosmet); aplicar semanalmente e continuar por, no 
mínimo, 6 semanas. • Terapia antisseborreica tópica em conjunto com o tratamento escabicida — 
ajuda a acelerar a resolução clínica das lesões descamativas e crostosas. • Antibióticos sistêmicos — 
podem ser necessários para resolver a piodermite secundária. • Prednisona ou prednisolona — 1 
mg/kg por 3 dias ou mais se necessário para aliviar o prurido e a automutilação. 
REFERENCIAS 
Fourie LJ, Heine J, Horak IG. The efficacy of an imidacloprid/moxidectin combination against 
naturally acquired Sarcoptes scabiei on dogs. Australian Vet J 2006, 84:17-21. 
Lower KS, Medleau L, Hnilica KA. Evaluation of an enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) 
for the serological diagnosis of sarcoptic mange in dogs. Vet Dermatol 2001,12:315-320. 
Scott DW, Miller WH, Griffin CE. Muller & Kirk’s Small Animal Dermatology, 6th ed. Philadelphia: 
Saunders, 2001, pp. 476-483.

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