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Maria Lídia Resende - Medicina Veterinária malasseziose ♦ Malassezia pachydermatis ↳ mais comum em cães Basset Hound, Cocker, Dachshunds, Pastor Alemão ♦ Quando ocorre em felinos, o local mais comum é no queixo (região de acne felina). ↳ pode estar relacionada a tumores na região abdominal. ♦ É necessário um desbalanço da flora para que ocorra a proliferação do agente, sendo mais comum por dermatite atópica, seborréia oleosa e endocrinopatias ♦ Pode ser também idiopática, onde o animal apresenta sensibilidade à flora normal, sem que haja um desbalanço. ♦ Acomete região interdigital, inguinal, axilar, orelhas, lábios, região anal e venral, podendo ou não se sobreporem. Sinais Clínicos ♦ Prurido, eritema e escamas cerato-sebáceas, alopecia, paroníquia (inflamação no leito ungueal) e odor desagradável ♦ Seborréia ⇢ produzido em excesso para tentar proteger, isso em contato com o ambiente, oxida e ocasiona um odor ruim ♦ Casos crônicos: liquenificação (evidenciação do padrão cutâneo), hiperpigmentação, hiperqueratose, otite concomitante. Diagnóstico ♦ Citologia ⇢ por meio de fita adesiva, raspado, imprint, swab Tratamento ♦ Identificar e corrigir a causa subjacente, quando não for idiopática ♦ Banhos com Clorexidine 2% + Miconazol 2% q. 2 dias nas primeiras semanas e q. 4 dias por mais 2 semanas ↳ um fármaco potencializa a ação do outro ♦ Itraconazol 5 mg/kg VO SID 7 - 14 dias ⇢ para casos crônicos ou quando o tutor não tem condição de realizar os banhos a cada 2 dias. ✩ pode ser feito: 2 dias consecutivos + interrompe por 5 dias (por 3x) ⇢ dessa forma diminui os efeitos colaterais (a longo prazo ocasiona problemas hepáticos), ✩ oferecer junto com as refeições, para aumentar a absorção ♦ Sempre secar o paciente após o banho, de forma natural. Secadores ressecam a pele. Tosar o animal também facilita a penetração do shampoo. Maria Lídia Resende - Medicina Veterinária DERMATOFITOSE ♦ Microsporum canis, Microsporum gypseum e Trichophyton mentagrophytes ↳ fungos que vivem normalmente em matéria orgânica ↳ preferem queratina = pelos ♦ Geralmente acomete filhotes e animais de vida livre, de abrigos, envolvidos em caça ou que tenha baixa imunidade ✩ Persas e Yorkshire são mais acometidos e servem como carreadores assintomáticos ♦ Transmissão por contato direto, fômites, ambiente e microtraumas facilitam a transmissão (pulgas e carrapatos) Sinais clínicos ♦ Áreas de alopecia com escamação, pelos quebradiços, fácil epilação ♦ Eritema, pápulas, crostas, alterações nas unhas ♦ Nódulos (kerion), prurido variável (geralmente em infecção secundária) ↳ região cefálica, membros torácicos e dorso. Diagnóstico ♦ Lâmpada de Wood: auxilia na coleta de amostra, floresce apenas 50% de M. canis ✩ outras substâncias podem florescer também, como escamas e medicamentos ♦ Exame direto do pêlo: extremamente difícil ♦ Cultura: coletado os pelos e depositados no Dermatobac, em 5 - 14 dias, já tem crescimento (vermelho). ✩ Após crescimento, coleta a colônia com fita adesiva e colocar na lâmina para observação no microscópio Aspecto aglonodonoso, 6 ou mais septações e parede espessa Aspecto arenoso, até 6 septações, parede delgada Raro de encontrar, tem formato de chumbo. Tratamento ♦ Cura sintomática e sistêmica! ♦ Banhos com Miconazol 2,5% + Clorexidina 2% q. 4 dias ♦ Itraconazol 10 mg/kg VO SID por 30 dias ✩ Após isso, semanas alternadas. ✩ Quando der 2 a 3 culturas negativas, passa para quinzenal ✩ Apenas em animais com mais de 3 meses de idade ♦ Griseofulvina 25 - 50 mg/kg ↳ hemograma a cada 15 dias. ✩ pacientes com mais de 1 mês de idade ♦ Tratar todos os contactantes, inclusive assintomático Maria Lídia Resende - Medicina Veterinária ♦ Cultura positiva = tópico (banho) + sistêmico Cultura negativa = tópico (banho) ♦ Para o ambiente = detrito + detergente + desinfetante (hipoclorito de sódio + água 1:10) 2x na semana ♦ Tosar os animais de pelo longo para facilitar o manejo e diminuir o local para o fungo ♦ Pacientes filhotes, é preferível não isolar. É nessa fase que ele manifesta o seu comportamento/desenvolvimento social. DEMODICIOSE ♦ Demodex canis e Demodex cati ou gatoi ↳ habitante natural do folículo do cão. ♦ O filhote adquire da mãe por contato, mas apenas quando há imunossupressão que desenvolve a doença ✩ alguns animais não conseguem montar uma resposta TH1 efetiva e monta TH2 baseada em anticorpos, que não é eficiente ♦ Localizada ou generalizada (mais de um local acometido) ♦ Acomete cães de raças como Bull Terrier, Shar Pei, Bulldog inglês, Shih Tzu (prurido primário - nas demais, o prurido é secundário a infecção bacteriana) ♦ Surto juvenil (< 2 anos) ✩ espontâneo ⇢ genético ✩ secundário ⇢ genético + fator (cio, amamentação, pápulas/pústulas, hiperceratose, comedões, cilindro folicular, edema, eritema, exsudação) ♦ Surto adulto (> 4 anos): ocorre devido a uma imunossupressão Sinais clínicos ♦ Alopecia, descamação ♦ Pápulas/pústulas ♦ Comedões, cilindros foliculares (sebo) ♦ Edema, eritema, exsudação, letargia, febre e sepse ♦ Casos crônicos: hiperqueratose, hiperpigmentação e liquenificação Diagnóstico ♦ Raspado cutâneo profundo ↳ até sangrar = derme atingida Tratamento ♦ Localizada ⇢ Peróxido de benzoíla 2,5% (comedolíticos) e antisséptico bactericida ♦ Generalizada ✩ Banhos com comedolíticos q. 4 dias ✩ Ivermectina 0,3 - 0,6 mg/kg VO SID ✩ Moxidectina 0,3 - 0,5 mg/kg VO SID ✩ Doramectina 0,6 mg/kg SC q. 7 dias ✩ Fluralaner Maria Lídia Resende - Medicina Veterinária ✩ Milbemicina oxima 1-2 mg/kg VO SID (parecido com avermectina mas com menos efeito colateral) ↳ até ter 2 raspados negativos e mais 30 dias ESCABIOSE ♦ Sarcoptes scabiei (cães) e Notoedres cati (gatos) ♦ Altamente contagiosa de espécie para outra Sinais clínicos ♦ Alopecia, pápulas, crostas, hiperceratose, eritema, escoriações, acomete orelha, cotovelo, jarrete e abdômen ventral ♦ Gatos: região cefálica, anal e MT Diagnóstico ♦ Histórico, sinais clínicos e terapêutico ♦ Reflexo otopedal pode ser um encaminhamento, mas não é certo ↳ dermatite atópica também pode apresentar ♦ Exame parasitológico: raspado superficial ↳ gatos é possível achar o ácaro - borda da orelha e cotovelo Tratamento ♦ Ivermectina 0,2-0,4 mg/kg VO q. 7 dias ♦ Moxidectina 0,25 mg/kg VO q. 7 dias ♦ Doramectina 0,2 mg/kg VO q. 7 dias ↳ em gatos, dose única SC ♦ Selamectina q. 15 dias; fipronil spray q. 15 dias ♦ Advocate q. 15 das ♦ Banhos com peróxido de benzoíla q. 4 dias ♦ Prednisona 0,5 mg/kg VO SID 5 dias ♦ Tratar contactantes ♦ Tratar ambiente: 4 ml amitraz + 1L água q. 7 dias por 4 semanas ↳ se após 30 dias ainda tiver prurido, estender por mais 2 semanas OTOACARÍASE ♦ Otodectes cynotis ↳ principalmente em gatos filhotes, mas acomete qualquer idade. ♦ Considerada zoonose, mas de pouca importância Sinais clínicos ♦ Exsudato escuro nas orelhas, prurido, pode ter otohematoma, pápulas, crostas e prurido em pescoço, pelve e causa (miliar - além da orelha) Diagnóstico ♦ Visualização direta do ácaro em fundo escuro, otoscopia e microscopia Tratamento ♦ Sistêmico ✩ Ivermectina 0,2-0,4 mg/kg VO q. 7 dias por 4 semanas ✩ Selamectina/advocate/fipronil a cada 15 dias (2 administrações) ✩ Ceruminolítico 3-5 dias, 1 a 2x por dia dependendo do caso ↳ tratar otite, se necessário (coletar material e verificar microbiota)
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