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CLASSE DE EQUIVALEˆNCIA E PARTIC¸A˜O DE UM CONJUNTO Diego Lu´ıs 9 de setembro de 2015 Suma´rio 1 Relac¸a˜o de Equivaleˆncia 3 2 Classe de Equivaleˆncia 4 3 Partic¸a˜o de um conjunto 5 4 Refereˆncia 7 2 1 Relac¸a˜o de Equivaleˆncia Definic¸a˜o 1 Uma relac¸a˜o R sobre um conjunto E na˜o vazio e´ chamado de relac¸a˜o de equivaleˆncia sobre E se, e somente se, R e´ reflexiva, sime´trica e transitiva. Ou seja, R deve cumprir, respectivamente, as seguintes proprie- dades: (i): se x ∈ E, enta˜o xRx; (ii): se x, y ∈ E e xRy enta˜o yRx; (iii): se x, y, z ∈ E, xRy e yRz enta˜o xRz. Exemplo 1 A relac¸a˜o de igualdade sobre R e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia, pois: (i): ∀x ∈ R⇒ x = x; (ii): ∀x, y ∈ R, x = y ⇒ y = x; (iii): ∀x, y, z ∈ R, x = y e y = z ⇒ x = z. Exemplo 2 A relac¸a˜o de paralelismo definida para as retas de um espac¸o E euclidiano e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia, pois sendo x,y e z retas de E, tem-se : (i): x//x; (ii): x//y ⇒ y//x; (iii): x//y e y//z ⇒ x//z. Exemplo 3 A relac¸a˜o de congrueˆncia mo´dulo m, em que m ∈ Z e m > 1, sobre Z e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia, pois: (i): ∀x ∈ Z⇒ x ≡ x(mod m); (ii): ∀x, y ∈ Z, x ≡ y(mod m)⇒ y ≡ x(mod m) (ii): ∀x, y, z ∈ Z, x ≡ y(mod m) e y ≡ z(mod m) ⇒ x ≡ z(mod m) 3 2 Classe de Equivaleˆncia Definic¸a˜o 2 Seja R uma relac¸a˜o de equivaleˆncia sobre E. Dado a, com a ∈ E, chama-se classe de equivaleˆncia determinada por a, mo´dulo R(ou segundo R), o subconjunto a¯ ⊂ E constituido pelos elementos x tais que xRa: a¯ = {x ∈ E | xRa} Ou seja, a¯ e´ um subconjunto de E onde nele esta´ contido todos os elementos x que tem uma relac¸a˜o de equivaleˆncia R com o elemento a. Propriedade 1 Em cada subconjunto a¯ ⊂ E, todos os seus elementos sa˜o equevalentes entre s´ı. Propriedade 2 Se xRy ⇒ x¯ = y¯; Propriedade 3 Dado a¯ e b¯ classes de equivaleˆncia, Se a¯ 6= b¯⇒ a¯⋂ b¯ = ∅; Propriedade 4 A unia˜o de todas as classes de equivaeˆncia de um conjunto e´ igual ao pro´prio conjunto: X = ⋃ ∀x∈X x¯ Exemplo 4 Tome X um subconjunto de Z em que todos os seus elementos sa˜o congruentes mo´dulo 5. Definamos a classe de equivaleˆncia a¯ de tal forma que a¯ = {x ∈ Z |x ≡ a mod 5}. Enta˜o: 0¯ = {x ∈ Z |x ≡ 0 mod 5} = {0,±5,±10,±15, ...}; 1¯ = {x ∈ Z |x ≡ 1 mod 5} = {...,−9,−4, 1, 6, 11, ....}; 2¯ = {x ∈ Z |x ≡ 2 mod 5} = {...,−8,−3, 2, 7, 12, ...}; 3¯ = {x ∈ Z |x ≡ 3 mod 5} = {...,−7,−2, 3, 8, 13, ...}; 4¯ = {x ∈ Z |x ≡ 4 mod 5} = {...,−6,−1, 4, 9, 14, ...}; Note que cada umas das classes acima e´ diferente uma das outras e que a unia˜o dessas classes resulta no conjunto Z, ou seja, 0¯∪ 1¯∪ 2¯∪ 3¯∪ 4¯∪ = Z. 4 3 Partic¸a˜o de um conjunto Definic¸a˜o 3 Seja E um conjunto na˜o vazio diz-se que uma classe X de sub- conjuntos na˜o vazios de E e´ uma partic¸a˜o de E se, e somente se: • Dois membros quaisquer de X ou sa˜o iguais ou sa˜o disjuntos; • A unia˜o dos membros de X e´ igual a E. Definic¸a˜o 4 Uma partic¸a˜o de um conjunto X e´ uma colec¸a˜o X1, X2, ..., Xk de subconjuntos na˜o vazios de X tal que cada elemento de X pertence a um e apenas um Xi. Cada Xj e´ um elemento ou bloco da partic¸a˜o. (n ao ´e correto dizer que ”Xj e´ uma partic¸a˜o”e que ”Xj e´ uma das partic¸o˜es”.) Se k = 2, diz-se que a partic¸a˜o e´ uma bipartic¸a˜o. (IME-USP) Exemplo 5 X={{1},{2,3},{4}} e´ uma partic¸a˜o do conjunto E={1,2,3,4} Exemplo 6 Sejam: P = {x ∈ Z|x e´ par} I = {x ∈ Z|x e´ impar} Enta˜o X={P,I} e´ uma partic¸a˜o de Z. Proposic¸a˜o 1 Se R e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia sobre o conjunto E, enta˜o E/R e´ uma partic¸a˜o do conjunto E. prova: A notac¸a˜o E/R pode ser entendida como uma partic¸a˜o do conjunto E estabelecida por uma relac¸a˜o R. Ou seja, a relac¸a˜o R e´ a caracter´ıstica que particiona o conjunto E. Partindo da definic¸a˜o 3 devemos mostrar que dados a¯, b¯ ∈ E/R eles sa˜o na˜o vazios e sa˜o iguais ou disjuntos: Seja a ∈ E/R enta˜o aRa e a ∈ a¯ logo a¯ 6= ∅, analogamente temos b¯ 6= ∅. Suponha que y = a¯ ∩ b¯, enta˜o y ∈ a¯ e y ∈ b¯ da´ı yRa e yRb, como R e´ uma relac¸a˜o sime´trica enta˜o aRy e yRb, portanto pela definic¸a˜o 1 item (iii) tem- pos que aRb, da´ı concluimos pela propriedade 2 que a¯ = b¯. Caso ∅ = a¯ ∩ b¯, de forma trivial podemos concluir que a¯ e b¯ sa˜o disjuntos. Agora provemos que a unia˜o dos membros de E/R e´ igual a E: A definic¸a˜o de classe de equivaleˆncia nos garente que para cada a ∈ E temos a¯ ⊂ E, enta˜o ∪a∈E a¯ ⊂ E. 5 para todo elemento x qualquer em E, sabe-se que xRx e x ∈ x¯, da´ı temos que x¯ ⊂ ∪a∈E a¯ o que nos leva a concluir que x ∈ ∪a∈E a¯, portanto E ⊂ ∪a∈E a¯. de ∪a∈E a¯ ⊂ E e E ⊂ ∪a∈E a¯ so´ podemos concluir que ∪a∈E a¯ = E. Proposic¸a˜o 2 Se X e´ uma partic¸a˜o do conjunto E, enta˜o existe uma relac¸a˜o R de equivaleˆncia sobre E tal que E/R=X. prova: Para fins desta demonstrac¸a˜o, podemos definir uma relac¸a˜o R sobre E da seguinte maneira: aRb⇐⇒ ∃A ⊂ X|{a, b} ⊂ A. Para mostrar que R e´ uma relac¸a˜o de Equivaleˆncia basta mostras os treˆs itens da definic¸a˜o 1, vejamos: (i): para todo a ∈ A temos a ∈ E pois A ⊂ X ⊂ E, e ainda a ∈ X o que conclui que aRa. (ii): tome dois elementos a, b ∈ E tais que aRb, enta˜o a, b ∈ A ⊂ X. Sabe- mos que a, b ∈ A e´ equivalente a dizer que b, a ∈ A portanto, logicamente bRa. (iii): Sejam a,b,c elementos quais quer de E, tais que aRb e bRc, tome os conjuntos A e B pertencentes a X de modo que a, b ∈ A e b, c ∈ B ou seja y ∈ A ∩ B. Conclu´ımos pela definic¸a˜o 3 que A=B, sendo assim a e c sa˜o elementos de um mesmo subconjunto contido em X, portanto aRc. Enta˜o, com esses intens verificados, mostramos que R e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia. 6 4 Refereˆncia DOMINGUES, H. H; IEZZI, G. Algebra Moderna. Sa˜o Paulo: Atual, 2003. Classe de Equivaleˆncia Dispon´ıvel em<https://pt.wikipedia.org/wiki/Classe de equivaleˆncia> Acesso em 06 de setembro de 2015. Partic¸a˜o de um conjunto Dispon´ıvel em <http://www.ime.usp.br/ pf/algoritmos para grafos/aulas /footnotes/partition.html>. Acesso em 06 de setembro de 2015. 7
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