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UNIDADE II Morfologia do Português Grupo Ser Educacional 2021.2 Módulo A Sumário Retomando os processos de formação de palavras………………………...02 1) Composição…………………………………………………………………………...03 2) derivação……………………………………………………………………………….05 Conhecendo as flexões dos Nomes………………………………………………….08 1) Flexões dos substantivos - Gênero………………………………………….08 2) flexões dos substantivos - número………………………………………...10 3) flexões dos substantivos - grau……………………………………………...14 4) flexões dos adjetivos……………………………………………………………….16 5) flexões dos numerais……………………………………………………………...20 Entendendo as flexões dos verbos…………………………………………………...22 1) Flexões…………………………………………………………………………………….23 2) as vozes verbais……………………………………………………………………...26 3) as conjunções verbais……………………………………………………………..27 4) elementos estruturais dos verbos…………………………………………...27 Identificando os tempos e os modos verbais……………………………………..30 1) Tempos primitivos e derivados………………………………………………….31 2) formação dos tempos compostos…………………………………………….33 3) modos verbais………………………………………………………………………….33 4) as formas nominais dos verbos………………………………………………..35 5) as vozes verbais……………………………………………………………………….36 6) verbos auxiliares……………………………………………………………………...37 1 Retomando os processos de formação de palavras Nesta unidade, você retomará os diferentes processos de formação de palavras. Conforme já estudamos, as palavras do léxico da língua portuguesa são formadas por diferentes processos. Antes de iniciarmos nossos estudos no que se refere às flexões nominais e verbais, retornaremos esses processos, a fim de ampliar ainda mais nosso conhecimento sobre a morfologia. Ao término deste Capítulo, Você será capaz de entender como funcionam as flexões nominais e verbais das palavras. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão como docente e profissional da área de letras. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Vamos lá? Avante! 2 Composição O processo conhecido por composição consiste na União de uma palavra pelo acréscimo de dois ou mais radicais. A palavra composta, por sua vez, pode apresentar autonomia no seu sentido com relação aos vocábulos que lhe deram origem. Exemplo: olho+sogra=olho de sogra; água+ardente=aguardente No entanto, temos dois tipos de palavras formadas por composição dos pontos o de justaposição e aglutinação. Veremos a diferença a seguir. 1) Composição por justaposição: Quando já de Caju mantém uma integridade fonética, isto é, e não sofre nenhuma mudança em sua pronúncia, dizemos que as palavras são formadas pelo processo de composição por justaposição. Exemplo: gira+sol=Girassol; pé+de+moleque=pé de moleque.Para escrever corretamente essas palavras é fundamental que as regras do novo acordo ortográfico, em vigor no Brasil desde 2009, sejam consultadas. 3 2) Composição por aglutinação: Quando há perda ou mudança de um ou mais elementos na estrutura da nova palavra, chamamos este processo de composição por aglutinação. Exemplo: boca+aberto=boquiaberto; filho+de+algo=Fidalgo. 4 Derivação Quando ocorre a criação de uma nova palavra pela união de afixos, seja por um perfeito sufixo, a um determinado radical, temos uma palavra formada pelo processo de derivação. É muito importante que retomemos o conceito da palavra primitiva, que é aquela que dá origem a outra (s), enquanto a derivada é formada a partir de outra. Existem diferentes tipos de derivação dos pontos derivação prefixal, derivação sufixal, derivação parassintética, derivação regressiva e derivação imprópria. Chegou a vez de realizarmos as diferenças entre cada uma delas. 1) Derivação prefixal: esse processo consiste em formar palavras pela adição de um Prefixo, (elemento anteposto) a um radical (elemento impossível de ser decomposto e comum a todas as palavras da mesma família). Exemplo: de+cair=decair; de+composto=decomposto. 2) Derivação sufixal: consiste em formar palavras pela adição de um sufixo (elemento poste posto) ao radical. Exemplo dos pontos de papel+área=papelaria; feliz+mente=felizmente. As palavras formadas pelo processo de derivação sufixal dão origem aos substantivos, adjetivos, verbos e advérbios. Retome seus estudos verificando o e-book da unidade 1, em caso de dúvidas sobre esta temática. 5 3) Derivação parassintética: esse processo consiste em formar palavras pelo acréscimo, ao mesmo tempo, de prefixos e sufixos a um determinado radical. Exemplo: in+feliz+mente=infelizmente; des+alm+ado=desalmado. 4) Derivação regressiva: consiste em formar palavras pela supressão de elementos finais existentes nas palavras primitivas. A grande maioria dessas palavras engloba os substantivos derivados de verbos. Exemplo: dançar=dança; escovar=escova; beija=beijo. 5) Derivação imprópria: este processo ocorre quando uma palavra muda sua classe gramatical. Por isso, é muito importante que você saiba identificar cada uma das 10 classes de palavras da língua portuguesa. Exemplo: a resposta da professora foi ou não. Podemos notar que, neste exemplo, a palavra não (advérbio) foi empregada como um substantivo. De acordo com o que você estudou as palavras do léxico da língua portuguesa são formadas basicamente pelo processo de composição e derivação, os quais estão divididos de acordo com os elementos estruturais de cada palavra. Agora que já retomamos cada um deles, será possível ampliar nossos estudos sobre as flexões nominais e verbais. Em resumo, os processos de formação de palavras são divididos em derivação: processo formador de palavras, no qual a nova palavra é derivada de outra primitiva. Os processos de derivação estão divididos em: derivação 6 prefixal - um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva; derivação sufixal - um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva; derivação prefixal e sufixal - quando um prefixo e o sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado; derivação parassintética - ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, Isto é, os dois afixos não podem se separar, devendo ser usado ao mesmo tempo, pois tem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado; derivação regressiva - quando morfemas da palavra primitiva desaparecem; derivação imprópria - quando ocorre a mudança de classe gramatical. 7 Conhecendo as flexões dos nomes Nesta unidade, você será capaz de conhecer as flexões dos nomes da língua portuguesa. Por nome entendem-se as seguintes classes gramaticais: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome. Isto será fundamental para compreender mais sobre a sua língua materna, sobretudo, para o exercício da sua profissão como docente e profissional da área de letras. E então? Motivado para desenvolver essa competência possui interrogação Então vamos lá. Avante! Flexões dos substantivos - Gênero As flexões das palavras são indicadas pelas desinências. No que se refere às exigências dos nomes de regular elas podem indicar flexões de gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo) (CEGALLA, 2009). Este é um assunto que veremos a seguir. Na língua portuguesa, os substantivos podem pertencer aos gêneros feminino e masculino. A forma do masculino também é conhecida pela forma geral, Isto é veicular podendo ser utilizada para indicar os dois gêneros da mesma espécie. 8 Substantivos são palavras que designam os seres. Os substantivos exercem na frase diversas funções sintáticas dos pontos sujeito, objeto direto, objeto indireto (CEGALLA, 2009). Nos seres animados, o gênero dos substantivos remete a sua característica sexual (masculino ou feminino) e. Já nos seres inanimados, o gênero dos substantivos é convencional, ou seja, não admite nenhuma flexão. A regra geral de desinência de gênero é marcadapelo -O e o feminino pelo -A. Exemplo: pato/ pata; garoto/ garota. Mas há diversos casos em que o gênero masculino, por exemplo, não é marcado por nenhuma desinência específica. Exemplo: freguês - freguesa; juiz - juíza. vejamos alguns casos específicos: a) Substantivos femininos formados por meio de acréscimo de sufixos: Conde - Condessa; Imperador - Imperatriz. 9 b) substantivos masculinos terminados em - ÃO: formam femininos -AO; Ã; -ONA: Leitão - leitoa; anão - anã. c) Substantivos comuns de dois gêneros são aqueles que se referem a seres de dois gêneros sem alterar a forma: O Pianista - a pianista; o Cientista - a cientista. d) A posição de masculino e feminino também pode ser indicada por substantivos de radicais completamente diferentes, os quais se referem a seres da mesma espécie e: homem - mulher; boi - vaca. Flexões dos substantivos - Número Os substantivos admitem flexão de número (singular e plural), geralmente marcada pelo acréscimo da desinência - S a forma do singular. Exemplo: o aluno/os alunos; o mestre/ Os mestres. Porém, alguns casos apresentam algumas diferenças na estrutura das palavras. Vejamos: a) Os substantivos terminados em -AL, -EL, -OL e -UOL São indicados das seguintes formas: ● O jornal - os jornais; ● o pastel - os pastéis; ● o anzol - os anzóis. 10 b) os substantivos terminados em -IL São indicados no plural da seguinte forma: ● Se forem palavras oxítonas: o funil - os funis; ● se forem palavras paroxítonas: o fóssil - os fósseis. c) os substantivos terminados em N passam para o plural com o acréscimo de -ES ou apenas -S (a forma mais utilizada): ● o hífen - os hifens. d) os substantivos terminados em -ÃO passam para a fórmula plural de três maneiras diferentes: ● com o acréscimo do -S: o órfão - os órfãos; ● com a transformação do -AÕ em -ÃES: o leão - os leões e) Os substantivos terminados em -S formam o plural pelo acréscimo do -ES: ● O país - os países. f) os substantivos terminados em X não sofrem alteração quando passados para o plural: ● O tórax - os tórax. A substantivos Bíblia no entanto, que não passam do singular para o plural, ou ainda, não tem uma das formas: ● A fé; ● A caridade; 11 ● Os pêsames. Alguns substantivos, além da desinência -S, trazem na marca do plural a passagem do -O fechado (ô) para o -O aberto (ó) na sua pronúncia. Esse caso é conhecido como plural metafônico (meta=mudança; fonia=som). por exemplo: o ovo - os ovos. g) Há substantivos que mudam de sentido quando empregados nas formas singular e plural: ● Ontem a féria foi pequena ponto final (féria= lucro); ● Ontem as férias ponto final (férias = descanso). Flexões dos Substantivos Compostos Os substantivos compostos são aqueles que apresentam pelo menos dois radicais em sua estrutura (Pasquale, 2008). 12 De acordo com Cegalla (2009), os substantivos compostos seguem as seguintes normas: a) Pluralizam-se os dois elementos, Unidos por hífen, quando ocorre: ● Substantivo + substantivo: cirurgião-dentista = cirurgiões-dentistas. ● Substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-perfeitos. ● Numeral + substantivo: segunda-feira = segundas-feiras. ● Adjetivo + substantivo: boa-vida igual a boas-vidas. b) Varia apenas o segundo (ou último elemento), quando ocorrer: ● Elementos Unidos sem hífen: o girassol = os girassóis ● Verbos + substantivos: o guarda-roupa = os guarda-roupas ● Elemento invariável + palavra invariável: o abaixo-assinado = os abaixo assinados ● Palavras repetidas: o quero-quero = os quero-queros 13 Flexões dos Substantivos - Grau Segundo CEGALLA (2009, p. 151), "grau dos substantivos e a propriedade que essas palavras têm de exprimir as variações de tamanho dos seres". Assim, os substantivos admitem o grau aumentativo e diminutivo. 1) Grau aumentativo: o grau aumentativo exprime um aumento do ser relativamente ao seu tamanho normal. Podem ser formados sintética e analiticamente. a) Aumentativo sintético: forma-se com sufixos aumentativos, sendo os mais comuns: -aça: barcaça, barbaça, populaça, caraça; -aço: balaço, calhamaço, valumaço; -alha: Muralha, gentalha gentalha, fornalha; -ão (com as variantes -alhão, -arão, -zarrão, -arrão, -erão, -zão): cavalão, garrafão, vagalhão, casarão, homenzarrão, gatarrão, vozeirão, pezão; -arrão: bocarra, naviarra; -ázio: copázio, balázio; -ona: mulherona, vacona, pernona, vozona; -orra: cabeçorra, beiçorra, patorra, manzorra; -uça: dentuça; -aréu: povaréu, fogaréu, folharéu. b) Aumentativo analítico: Forma-se com auxílio do adjetivo grande, outros do mesmo sentido. Por exemplo: letra grande, pedra enorme, estátua Colossal, obra gigantesca, planície imensa. 14 2) Grau diminutivo: Pode ser formado sintética e analiticamente. a) Diminutivo sintético: forma-se com sufixos diminutivos. Eis os mais comuns: -acho: riacho, fogacho; -ebre: casebre; -eco: livreco, jornaleco, boieco; -ejo: lugarejo, animalejo, vilarejo; -elho: rapazelho, grupelho; -eto/-eta/-ete: poemeto, saleta, maleta, filete, diabrete; -ico: burrico, namorico; -im: espadim, flautim, selim, camarim; -inho: livrinho, dedinho; -inha: casinha, janelinha; -zinho/-zinha: irmãozinho, irmãzinha; -isco: chuvisco, pedrisco; -ito/-ita: mosquito, cabrito, senhorita; -oca: sitioca, engenhoca; -ola: sacola, bandeirola, rapazola, casinhola, arteríola; -ote: velhote, serrote, caixote, marrote; -ucho: papelucho; -(c)ulo/-(c)ula: glóbulo, homúnculo, radícula. 15 b) Diminutivo analítico: forma-se com o adjetivo pequeno, ou outros de igual sentido. Por exemplo: chave pequena, casa pequenina, semente minúscula. Flexões dos Adjetivos Adjetivos admitem flexão de gênero, número e grau. Adjetivos são palavras que expressam as qualidades ou características dos seres (CEGALLA, 2009). 1) Flexão do gênero: Quanto ao gênero, eles podem ser a) Uniformes: Quando apresentam uma só forma para o feminino e o masculino. Exemplo: homem cruel, mulher cruel. b) Biformes: Quando apresentam uma forma para o feminino e outra para o masculino. Exemplo: aluno dedicado; aluna dedicada. No entanto, quando o adjetivo é composto, apenas o segundo elemento passa a ser flexionado para o gênero feminino. Exemplo: festa luso-brasileira. 2) Flexão de número: Quanto ao número, eles sugerem as mesmas regras válidas para flexão dos substantivos. 16 3) Flexão de grau: De acordo com Cegalla (2009, p. 154) “ na linguagem emotiva e coloquial, é comum o emprego de adjetivos com flexões próprias do aumentativo e diminutivo". Exemplo: menino bonzinho, garota bonitinha, garoto espertinho, areia branquinha, café quentinho, moço bonitão, homem espertalhão, criança gorducha e moleirona, avô bonachão. Percebemos que essas formas aumentativas e diminutivas dos adjetivos equivalem, geralmente, a superlativos: areia branquinha = areia muito branca, moço bonitão = moço muito bonito. Usa-se o grau comparativo para comparar a qualidade dos seres. O grau comparativo pode ser: ● De igualdade: sou tão alto como (ou quanto) você. Analítico: Sou mais alto (do) que você. ● De superioridade sintético: o sol é maior (do) que a terra. ● De inferioridade: sou menos alto (do) que você. Pode-se dizer: Sou mais alto que (ou do que) você. Veja: a) No comparativo de igualdade, o segundo tema da comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão: Rui é tão belo quanto (ou quão), inteligente. 17 b) Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom, melhor, pequeno, menor, alto, superior, grande, maior, abaixo, inferior, etc. c) Excepcionalmente, usam-se as formas analíticas desses adjetivos quando se comparam duas qualidades do mesmo ser: aquele menino é mais bonito do que inteligente. Já o superlativo expressa qualidades no grau muito elevado ou em grau máximo ponto-final o grau superlativo pode ser absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades: ● Absoluto Sintético: A torre é altíssima!(de superioridade) ● Relativo de inferioridade analítico: João é o mais alto de todos ● Relativo de inferioridade sintético: Este monte é o maior de todos. Pedro é o menos alto de todos nós. O autor ainda ressalta para as seguintes exceções quando se trata de flexão dos adjetivos: ● Azul-marinho, azul-celeste e azul-ferrete são invariáveis: ternos azul-marinho, mantos azul-celeste, gravatas azul-ferrete. 18 I. Os componentes sendo palavra (ou elemento) invariável +adjetivo, somente esse último sem flexionar a: meninos mal educados, povos semi selvagens, esforços sobre-humanos, crianças recém-nascidas. Segue essa regra ou adjetivos sem vergonha, que alguns gramáticos consideram e variável: eles são muito sem vergonhas. II. Os componentes de adjetivo + substantivo são invariáveis: tapetes verde esmeralda, blusas amarelo-laranja, chapéus escuro-cinza, gravatas Verde-Malva, ternos verde-oliva, saias Azul-Pavão, olhos verde-mar, calções Azul-ferrete, vestidos azul-turquesa. Dos adjetivos compostos desse tipo, submete-se a expressão ela cor ele: tapetes verde esmeralda = tapete da cor verde da Esmeralda. 19 III. Invariáveis ficam também as locuções adjetivas formadas de cor mais ele mais substantivo dos pontos vestidos cor-de-rosa, olhos cor do mar, cabelos cor ele palha, olhos da cor da Safira, estofos ela cor cio abacate, suéteres cor de café, etc. Flexão dos Numerais Numeral é uma palavra que exprime número, ordem numérica, múltiplo ou fração. O numeral pode ser Cardinal, ordinal multiplicativo e fracionário (CEGALLA, 2009). Alguns numerais flexionam, outros não. Vejamos: ● Os cardinais, começa a função de um (fem.uma), dois (fem.duas) e daqueles terminados em -entos e - ão (200, 300, milhões, etc.), São invariáveis. ● Os ordinais variam em gênero e número: primeira volta, primeiros resultados, as segundas eleições, etc. ● No plural flexionam-se os numerais cardinais substantivadas que terminam por fonema vocálico: dois cinquentas, dois setes, três oitos, dois cens, quantro uns, etc. ● Permanecem invariáveis os que finalizam por fonema consonantal. 20 Exemplo: Pedro tirou quatro seis e dois dez, nos testes mensais. Tudo o que existe no universo necessita ter um nome, por isso, com essa competência, você pode conhecer mais sobre as classes gramaticais da Língua Portuguesa que estão relacionadas aos nomes. Além disso, ampliamos o nosso estudo para as flexões de cada uma das classes gramaticais: substantivo adjetivo, artigo, numeral, pronome, as quais são consideradas como palavras variáveis. Mediante a esse estudo, será possível darmos sequência as flexões dos verbos. Em resumo, os estudos das flexões nominais consiste no estudo do gênero (feminino e masculino), e número (singular e plural). Como já estudamos, as classe gramaticais consideradas nominais são o substantivo, o adjetivo, o artigo, o numeral e o pronome e agora, veremos Quais são as flexões admitidas pelos verbos. 21 Entendendo as flexões dos verbos Nesta unidade, você será capaz de entender como funcionam as flexões dos verbos. o verbo é a palavra indispensável na organização do período. Dentre as classes gramaticais, o verbo ou é a mais rica em flexões. Por isso, esse momento é muito importante para sua formação como docente de letras, mas acima de tudo, para que seja possível conhecer mais sobre a sua língua materna, de maneira a colaborar com a sua comunicação oral e escrita. Preparado para desenvolver essa competência? Vamos lá? Avante! Verbo é uma palavra que exprime ação, estado, fato ou fenômeno. O verbo reveste diferentes formas para indicar a pessoa do discurso, o número, o tempo, o modo e a voz (CEGALLA, 2009). Observe o quadro 1. Agora veremos cada uma das flexões dos verbos. 22 Flexão de pessoa e número O verbo pode variar em número e pessoa. Observe: ● 1ª pessoa do singular: eu ● 2ª pessoa do singular: tu ● 3ª pessoa do singular: ele/ela ● 1ª pessoa do plural: nós ● 2ª pessoa do plural: vós ● 3ª pessoa do plural: eles/elas Flexão de tempo Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentro de um determinado momento (durante o Ato da comunicação, antes ou depois dele). São três os tempos verbais (CEGALLA, 2009): ● Presente: agora eu leio ● Pretérito: a) Imperfeito: depois de entrar, ele trancava a porta; b) Perfeito: ele trancou a porta; c) Mais que perfeito: quando cheguei, ele já tá cara a porta. 23 ● Futuro: a) Imperfeito: depois de entrar, ele trancava a porta; b) Do Presente: Beatriz ganhará o prêmio; c) Do Pretérito: Beatriz ganharia o prêmio. Na voz ativa, os tempos simples apresentam-se sob formas simples (leio, andava, corremos, etc.) E os compostos, sob formas compostas (tenho lido, tinham andado, havia corrido, etc.). Na voz passiva, tanto os tempos simples como os compostos apresentam formas compostas. Flexão de modo Os modos indicam diferentes maneiras de um fato se concretizar. Na língua portuguesa, são 3: ● Indicativo - modo de certeza: exprime um fato certo, positivo. Exemplos: vou hoje ao cinema; Os alunos saíram cedo. ● Imperativo - modo da Ordem: exprime ordem, proibição, conselho, pedido, Súplica. Exemplos: venha logo; Não fiquem aqui! Tomem cuidado! 24 ● Subjuntivo - modo da dúvida: enuncia um fato possível, duvidoso, hipotético. Exemplos: é possível que chova; Se você trabalhasse, não passaria fome. Formas nominais dos verbos Além desses três modos, existem as formas nominais do verbo, que enunciam simplesmente um fato, de maneira vaga, precisa, impessoal. São formas nominais do verbo: ● O infinitivo: Comprar, vender, presentear; ● O Gerúndio: comprando, vendendo, presenteando; ● O Particípio: comprado, vendido, presenteado. 25 As vozes verbais Quanto a vós, os verbos se classificam em (CEGALLA, 2009): ● Ativos: O patrão encontrou o empregado; ● Passivos: O empregado foi encontrado pelo patrão; ● Reflexivos: A criança machucou-se na gangorra. 26 As conjugações verbais Os verbos da língua portuguesa se agrupam em três conjugações, de conformidade com a terminação do infinitivo: ● Os da 1ª conjugação terminam em -ar: cantar, falar, amar, etc. ● Os da 2ª conjugação terminam em -er: bater, comer, ver, etc. ● Os da 3ª conjugação terminam em - ir: partir, abrir, rir, etc. Cada conjugação se caracteriza por uma vogal temática: A- 1ª conjugação: levar; E- 2ª conjugação: bater; I- 3ª conjugação: unir. Ao radical acrescido de vogal temática chama-se tema. Elementos estruturais dos verbos Num verbo devemos distinguir o radical, que é o elemento básico, normalmente invariável, e a terminação, que varia para indicar o tempo e o modo, a pessoa e o número, elementos que já mencionamos nesta unidade. Veja, no quadro 2,1 como os verbos são estruturados, de acordo com cada um desses elementos: 27 Na terminação dos verbos, isto é, na sua parte reflexiva, encontramos, ao menos um desses elementos: ● Vogal temática: caracteriza a conjugação; ● Desinência modo-temporal: indica o modo e o tempo do verbo. exemplo: na forma andáSSEmos, por exemplo, o elemento destacado denota o pretérito imperfeito do subjuntivo. ● Desinência número-pessoal: a flexão -mos de partimos, por exemplo, configura a primeira pessoa do plural. 28 O verbo é considerado a classe gramatical mais rica dentre as 10 que fazem parte do léxico da nossa língua. Esse estudo requer muita atenção, e não deve terminar nessa unidade letiva. No entanto, até aqui, você já é capaz de verificar as flexões de número, pessoa, modo, tempo e a voz dos verbos. Em suma, as flexões dos verbos são divididas em: flexão de número, que consiste no singular e plural; flexão de pessoa que consiste em primeira, segunda e terceira; flexão de tempo, os quais se dividem em pretérito ou passado, presente e futuro; e por fim, à flexão de voz, dividindo-se em: voz ativa, passiva ou reflexiva. 29 Identificando os tempos e os modos verbais Ao final dessa competência, você será capaz de estudar os verbosquanto a sua formação. Os verbos dividem-se os tempos em primitivos e derivados. Portanto, nossa última competência consiste no estudo dos tempos verbais, os quais fazem parte da língua portuguesa. Como já mencionamos, o estudo dos verbos é fundamental para sua formação profissional e docente, por isso, como estudante do curso de letras, seu conhecimento acerca dessa classe gramatical tão importante, se tornará ainda maior. Motivado para dar sequência a esse estudo? Vamos lá. Avante! 30 Tempos primitivos e derivados São tempos primitivos: ● Presente do infinitivo impessoal: amar, caber, etc.; ● Presente do indicativo (primeira e segunda pessoas do singular e segunda pessoa do plural): Digo, dizes, dizeis; ● Pretérito perfeito do indicativo (terceira pessoa do plural): disseram. 31 Os tempos derivados formam-se como o radical dos primitivos. Vamos esquematizar a formação dos tempos simples da voz ativa: ● Presente do infinitivo: o presente do infinitivo do verbo caber forma: a) O pretérito imperfeito do indicativo: cabia, cabias, cabia, etc. b) O futuro do presente: caberei, caberás, caberá, etc. c) O futuro do presente: caberia, caberias, caberia, etc. d) O infinitivo pessoal: caber, caberes, caber, etc. e) O gerúndio: cabendo f) O Particípio: caibo ● O presente do indicativo: O presente do indicativo dos verbos Digo, dizes, dizeis forma: a) O presente do subjuntivo: digo b) O imperativo afirmativo: dizes, diga, digas, diga, digamos, digais, digam, dize, dizeis, dizei. ● Pretérito perfeito do indicativo: o pretérito perfeito do indicativo do verbo disseram forma: a) O pretérito-mais-que-perfeito do indicativo: dissera, disseras, dissera, etc. b) O pretérito imperfeito do subjuntivo: dissesse, dissesses , dissesse, etc. c) O futuro do subjuntivo: disser, disseres, disser, etc. 32 ● Imperativo afirmativo: formam-se assim: a segunda pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós)derivam das pessoas correspondentes do presente do indicativo, suprindo-se o final; as demais pessoas (você, nós, vocês) são tomadas do presente do subjuntivo sem qualquer alteração. ● Imperativo negativo: não possui, em português, formas especiais: suas pessoas são iguais às correspondentes do presente do subjuntivo. Formação dos tempos compostos Eis Como se formam os tempos compostos: ● Tempos compostos da voz ativa: São formados pelos verbos auxiliares ter ou haver, seguidos do particípio do verbo principal. 33 Exemplo: tenho trabalhado muito; Havíamos saído cedo; Tinham posto a mesa no salão ● Tempos compostos da voz passiva: Formam-se com o concurso simultâneo dos auxiliares ter (ou haver), e ser, seguidos do particípio do verbo principal. exemplo: tenho sido maltratado por ele; os dois tinham (ou haviam) sido vistos no cinema. ● Locuções verbais: Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as locuções verbais, constituídas de um verbo auxiliar seguido do gerúndio ou infinitivo do verbo principal. 34 As formas nominais dos verbos Existem, além dos modos verbais, as formas nominais dos verbos, que enunciam simplesmente um fato, de maneira vaga, imprecisa, impessoal. São formas nominais dos verbos (CEGALLA, 2009): ● Infinitivo: plantar, vender, ferir; ● gerúndio: plantando, vendendo, ferindo; ● particípio: plantado, vendido, ferido. O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal. Denomina-se a) Pessoal, quando tem sujeito: para sermos vencedores, é preciso lutar. [ Sujeito: nós] b) Impessoal, quando não tem sujeito: “ Ser ou não ser, eis a questão” (SHAKESPEARE) O infinitivo pessoal ora se apresenta flexionado, ora não flexionado: 35 a) Flexionado: andares tu, andarmos nós, andares, vós , andarem eles; b) Não flexionado: andar eu, andar ele. As vozes verbais 36 Verbos auxiliares São os que se juntam a uma forma nominal de outro verbo para constituir a voz passiva, os tempos compostos e as locuções verbais. ● Exemplos: somos castigados pelos nossos erros; tenho estudado muito esta semana; Jacinto havia chegado naquele momento; o mecânico estava consertando o carro; secretário vai anunciar os resultados; começava a escurecer na cidade de Itu. Na língua portuguesa, utilizamos os seguintes verbos como os principais auxiliares: ter, haver, ser, estar. Conjugações verbais Os verbos da língua portuguesa se agrupam em três conjugações, de conformidade com a terminação do infinitivo: 37 Ao radical acrescido de vogal temática chama-se tema. Nos verbos supracitados os temas são leva- bate- e uni-, respectivamente. Verbos abundantes São aqueles que apresentam duas ou mais formas em certos tempos, modos ou pessoas (CEGALLA, 2009). Exemplos: compraz-me e comprouve-me; apiedo-me e apiado-me (forma arcaica); elegido e eleito. Essas variantes verbais são mais frequentes no particípio, havendo numerosos verbos, geralmente transitivos, que, ao lado cio particípio regular em -ado, ou ido possuem outro, e regular, geralmente, proveniente do particípio Latino. 38 Encerramos o estudo da morfologia dos verbos, analisando Como se formam os tempos e os modos verbais. Sabemos que ainda existem muitas outras características dessa classe gramatical, devido à importância e a infinidade de verbos que compõem o nosso léxico, portanto, em momento oportuno, seguiremos estudando mais sobre os verbos. 39 Pronúncia correta de alguns verbos Nos verbos cujo radical termina em -ei, -eu, -oi, -ou, seguidos de consoante, é fechada a vogal base desses ditongos: 40 O u do dígrafo gu dos verbos distinguir e extinguir não soa. Pronuncie gue, gui, como no verbo seguir: distingue, distinguem, distinguiu, extinguiu, etc. 41 E então? Gostou de tudo que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o conteúdo de estudo deste Capítulo, vamos resumir tudo que vimos. Nesta unidade eletiva, nos preocupamos em retomar os processos de formação das palavras, para compreendermos Como estão estruturados os nomes e verbos da língua portuguesa. Verificamos que flexão nominal consiste no estudo do gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo) dos substantivos, adjetivos, numerais e pronomes.Além da Regra geral, verificamos cada um dos casos específicos das desinências dessas palavras. Por fim, estudamos as flexões dos verbos, as quais requerem um estudo mais amplo, pois essa é a classe gramatical que mais flexiona dentre os demais. As flexões verbais consistem nas variações de pessoa (primeira, segunda, terceira pessoa), número (singular e plural), tempo 42 (pretérito, presente e futuro), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e voz (ativa e passiva). Em nossa próxima unidade letiva, seguiremos com o estudo da morfologia analisando Essencialmente a classe gramatical dos substantivos e adjetivos. Até lá! 43
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