Prévia do material em texto
Alterações circulatórias: Embolia Por: Alessandra Costa Embolia – ocorrência de qualquer elemento estranho (êmbolo) à corrente circulatória, transportado por esta, até eventualmente se deter em vaso de menor calibre. Êmbolo – materiais particulados, líquidos ou gasosos, transportados desde o local de origem ou entrada na circulação, para as outras partes do organismo; qualquer corpo estranho em movimento na corrente sanguínea. Existe um determinado processo chamado tromboembolismo, que é oriundo de um trombo que está aderido na parede do vaso e acaba se desprendendo e esses fragmentos ganham a circulação sanguínea. No momento que esses fragmentos oriundos do trombo ganham a circulação, denominamos tromboembolismo. Duas principais consequências de um processo de embolia: 1. Oclusão de um vaso – a partir do momento que o embolo fica detido em um valor de menor calibre, mais estreito, não há fluxo sanguíneo passando para o ponto posterior, que sofre uma área de infarto/necrose, pela falta de aporte sanguíneo. 2. Disseminação de doenças bacterianas Tipos de Embolia De acordo com à circulação 1. Direta – mais frequente onde o embolo se desloca no sentido do fluxo sanguíneo. Sai das veias, por exemplo, vai sentido ao coração e posteriormente ao pulmão; o exemplo mais clássico é o da tromboembolia venosa profunda, patologia em que tem a formação de trombos nos membros inferiores, que põem soltar fragmentos e ganham a circulação sentido ao coração pelas veias e do coração chegam ao pulmão. Quando chegam ao pulmão ficam detidos na microvasculação do pulmão, podendo causar os infartos pulmonares. 2. Cruzada ou paradoxal – quando o embolo passa da circulação arterial para a venosa ou vice versa, mas sem passar pela rede de capilares. Circulação direta, quando ocorre interação interatrial ou interventricular, ou quando tem fistulas arteriovenosas. 3. Retrograda – quando os êmbolos se deslocam no sentido contrário do fluxo sanguíneo. Ex: tromboembolia arterial e migração de larvas de Schistossoma mansoni, que saem do leito portal intra-hepático e vão para as veias mesentéricas. De acordo com à localização 1. Êmbolos Arteriais – surgem de trombos intracardiacos e se direcionam para as artérias; êmbolos oriundos de aneurismas aórticos, aterosclerose e endocardites. 2. Êmbolos Venosos – se alojam principalmente nos pulmões, podem provocar infarto e comprometimento pulmonar. De acordo com o tipo de êmbolo 1. Êmbolo sólido – são os mais frequentes; podem ter origem dos trombos (tromboembolismo) e o que está sendo transportado nada mais é do que um fragmento; pode ser conhecido também como embolia trombótica; pode ter massas neoplásicas, bacterianas, larvas e ovos de parasitas, fragmentos de ateromas ulcerados podem alcançar a circulação e agir como êmbolos. Ex: onfaloflebite, “umbigo mal curado”; endocardite, caracterizada por inflamação das válvulas (exemplo de embolo bacteriano) I. Êmbolo neoplásico – não tem mais envolvimento bacteriano, mas tem o envolvimento de células neoplásicas. Pode disseminar para outros órgãos. Ex: hemangiossarcoma, carcinoma mamário, melanoma; para que as células saiam do sítio primário e cheguem ao sitio secundário como pulmão e baço, viajam através da circulação sanguínea. II. Melanoma – neoplasia de origem de células melanociticas, tem um sitio de pré disposição que é a pele e cavidade oral. De uma forma geral, tem um comportamento agressivo e de metástase maior. Pode acometer sítios secundários III. Disseminação secundária para o pulmão é muito frequente porque ele acaba atuando como solo fértil devido a extensa rede de capilares, o que acaba filtrando os êmbolos para o parênquima pulmonar Êmbolos pulmonares Múltiplos êmbolos – ducha (neoplasias, bactérias) Infarto pulmonar – circulação dupla, irrigado pela artéria pulmonar e artérias brônquicas. Mesmo que seja acometido por uma grande quantidade de células neoplásicas ou colônias bacterinas, o pulmão consegue não apresentar tantas áreas de infarto e isquemia, justamente por causa dessa circulação dupla. 2. Êmbolos líquidos – são menos frequentes; I. Embolia amniótica: o líquido amniótico é injetado pelas contrações uterinas, pode haver ruptura dos seios placentários. O liquido é rico em trombina, vai ativar os fatores de coagulação e ativar um quadro de CID; quando injetado para dentro dessa contração se torna um êmbolo II. Embolia lipídica ou gordurosa – mais comum em casos de acidentes que levem a lise do tecido adiposo ou esmagamento ósseo severo, quando isso ocorre, temos uma quantidade de gordura que está sendo liberada e tendo contato com circulação sanguínea e se torna um êmbolo. III. Injeção de grandes substâncias oleosas – indicado que se faça a aplicação de forma intramuscular para que essa substancia não entre em contato diretamente com a via endovenosa. 3. Êmbolos Gasosos – são mais raros, ocorrem nas seguintes situações: I. Injeção de ar nas contrações uterinas durante o parto; II. Lesão torácica grave com pneumotórax (como fratura de costelas) III. Nas descompressões súbitas (escafandristas, aviadores e astronautas); o ar inalado está em alta pressão e tem grande quantidade de nitrogênio que está dissolvido no sangue e nos tecidos, quando eles retornam pra pressão atmosférica, se fizer essa volta de forma muito súbita, ocorre a descompressão dos gases. Consequência dos êmbolos: I. Natureza do êmbolo – séptico (abcesso), neoplásicos (metástase) II. Tipo de local – essencialidade, tipo de rede vascular, presença e eficiência de circulação colateral, vulnerabilidade à hipóxia e etc Em geral podemos ter: I. Abcessos, sítios secundários a metástase II. Isquemia – onde a obstrução por esse embolo vai levar a falta de sangue pós obstrução e consequentemente infarto e necrose III. Hiperemia passiva – leva a alterações circulatórias como o aumento da impermeabilidade vascular, edema. Trombose x Embolia Trombose – solidificação dos componentes sanguíneos que ficam aderidos a parede do vaso Êmbolo – qualquer tipo de corpo estranho que está em movimento na circulação