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Fundamentos I
Serviço Social: identidade e alienação, de Mª Lúcia Martinelli
Tema da Apresentação
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Serviço Social:Rompendo com a alienação 
 
A Grande Depressão influenciou e afetou todos os países do mundo, seja direta ou indiretamente, de maneira que somente no século XX as coisas começavam a entrar numa situação de estabilidade, sendo que esta durou pouco e foi atropelada pelos problemas políticos, sociais e econômicos. Enquanto isso, a classe operária havia evoluído da simples prática sindical para a prática política.
 
Todos esses eventos, atrelados à incidência constante da luta operária levaram a duas perspectivas importantes: a ‘questão social’ no centro da discussão histórica e o capital não mais como o grande dominador das relações. Caía, portanto, a máscara do Capitalismo e perdia respaldo as suas ilusões.
 
O Capitalismo (a economia) entrava numa crise jamais vista (por causa da Segunda Guerra Mundial) o que fez necessária a intervenção do Estado. Dentre as ações dele criou-se uma nova forma de Capitalismo, o Monopolista. Iniciou-se também uma nova repressão sobre os sindicatos, o que contrariamente fortaleceu ainda mais a consciência de classe dos trabalhadores.
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E a medida “que cresciam os impérios econômicos, à medida que o Capitalismo Monopolista ganhava solidez, crescia também a pobreza e generalizava-se a miséria” (MARTINELLI, 2007, p. 95).
 
Sendo, então, “culpada” pelas mazelas sociais e pelo pauperismo ferrenho, a classe burguesa recorre aos agentes sociais, que já funcionavam com foro profissional propriamente dito.
 
Historicamente a ação deste profissional esteve mais associada à caridade. Há referências desde tempos da Antigüidade, no Egito, na Grécia, Itália, Índia, etc., o que remonta há 3000 anos a.C. Esses primeiros agentes eram chamados de Confrarias.
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O grande organizador da Doutrina Cristã, que colocou a caridade como um dos pilares da fé, foi Santo Tomás de Aquino. Mas, assim como a caridade era sinônimo de auxílio, foi também motivo para manter pobres ainda mais alienados e em constante repressão.
Saindo um pouco desta noção de caridade, a assistência desemboca (talvez pior perspectiva) a da Ideologia, sendo esta Ideologia retratação da classe burguesa, que através da função ideológica controlava os pauperizado e ‘fingia’ tratar da ‘questão social’, desta feita a assistência servia para atender aos anseios da classe dominante, enquanto controlava e refreava a ação furiosa dos revoltosos.
 
Havia, portanto, uma forte ruptura entre pobres e ricos, o que estimulou a criação de grupos de caridade, iniciava-se o longo processo de filantropia. Porém, a conjuntura histórica não permitia que grandes mudanças fossem efetivadas.
 
Tratava-se de um clima de crise e pauperismo, o que se caracterizava por uma forte ‘depressão’ no âmbito social. Na verdade a burguesia queria conter as rebeliões e assim conter possíveis ameaças, por parte da classe operária. Pensava também que a realidade em crise contribuiria para a ampliação capitalista
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Já no processo de racionalização da assistência e de sua organização de bases científicas ainda predominava as visitas domiciliares. Ainda em 1880 o Estado Burguês passou a receber de suas instituições de saúde, o Assistente Social, ele era, contudo, um membro colaborador.
 
Com isso a Sociedade de Organização da Caridade tornou-se uma das maiores instituições de assistência social (nos séculos XIX e XX) e esta levantava a bandeira da organização científica da assistência.
 
Os Assistentes Sociais contribuíam para a difusão da alienação, sendo que estavam também envolvidos pelas ideologias da época e, deste modo, agiam inconscientemente a favor da classe dominante em detrimento dos dominados.
 
Então, por detrás da profissão predominava um forte caráter de fundo ideológico.
 
O Serviço Social desenvolvia uma identidade de dominação, alienação política e social, econômica e cultural. Sendo que é importante destacar que a profissão do Serviço Social avançou em seu processo de institucionalização
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Os Assistentes Sociais, porém, respondiam aos engendramentos formulados pela classe dominante, dos capitalistas, na medida em que atendia mais aos burgueses do que mesmo aos proletários. A profissão, portanto, caminhava na marcha oposta (contrária) aos anseios e lutas dos trabalhadores.
 
Faltava ainda uma identidade profissional para o Serviço Social, o que tirava um pouco de sua firmação, visto político e socialmente, haja vista os fortes controles por parte da burguesia para manter seus agentes sob vigilante controle.
 
A partir de meados da década de 40 o Serviço Social no Brasil sofreu a influência da concepção norte-americana, o que até então, era embasado pela concepção européia.
 
O Assistente Social começou a ser legitimamente remunerado, tornou-se um profissional assalariado, o que o inclinou para o profissionalismo, o que representou não necessariamente uma melhoria de suas atividades que levassem a luta contra os dominantes, representou, porém, uma maior legitimação e conseqüentemente uma firmação do seu papel social.
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Inicialmente no Brasil o Serviço Social fora influenciado pela concepção européia, porém mais adiante fora impregnado de concepções norte-americanas.
 
Então, no Brasil sua inserção remonta a década de 30, respaldado pela Igreja Católica, assim como por alguns grupos burgueses.
 
É importante salientar, que no Brasil, o Serviço Social se originou profundamente relacionado com a conjuntura econômico-social pela qual o país passava naquela época.
 
A burguesia procurava (juntamente com a Igreja Católica e o Estado) implementar a ações para conter os proletários, que há tempos já vinham demonstrando descontentamentos com a situação de exploração, pobreza e falta de oportunidades.
 
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Especificamente em São Paulo, foi criado em 1932, o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), importante para qualificar pessoas para esta prática. Inicialmente foi oferecido um curso para jovens selecionadas da classe burguesa e que já realizavam algum trabalho de assistência, vinculado a Igreja Católica, na esperança que isso tomasse proporções maiores num período próximo.
 
“A identidade atribuída ao Serviço Social (...) era uma síntese de funções econômicas e ideológicas, que levava a produção de uma prática que se expressava (...) como mecanismo de reprodução das relações sociais (...) uma estratégia para garantir a expansão do capital”(MARTINELLI, 2007, p. 124). 
 
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Os ‘benefícios’ concedidos por esta prática no transcorrer das décadas de 30 e 40 serviram para encobrir as reais intenções subjacentes da classe burguesa. Além disso, os sindicatos da época eram marcados pela presença do Estado, onde deixava suas marca opressora e impedia de aflorar o direito político e social dos sindicalizados.
 
 Fica claro, certamente, que o Serviço Social (se entendido mesmo antes de sua profissionalização) está intimamente ligado à própria evolução do Capitalismo, assim como trás consigo a marca perturbante da opressão sobre os operários, da alienação e da exploração, inclusive a ausência de direitos básicos. Está, portanto, intimamente ligado com a ‘questão social’, e tem como fundamento básico acessar direitos para os menos favorecidos, para as camadas baixas e subalternas da população, onde atua.
 
 
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É evidente que é uma profissão que foi criada para, teoricamente, facilitar a vida dos necessitados, oprimidos e dos que não dispõe de outro recurso senão a força de trabalho, mas na prática é apenas mais um instrumento do capitalismo e da burguesia, na tentativa de refrear as manifestações eminentes que se ameaçavam a eclodir em todas as regiões, cujo senhor maior era o capitalismo. Porém, não significa dizer que deva (o profissional) trabalhar
a favor do capitalismo e dos burgueses, contribuindo com a ideologia que massacra e a alienação, deve, entretanto, usar de estratégias para atender aos ‘dois senhores’, ter conhecimento da legislação em vigor e da conjuntura em questão para saber dosar a atuação e satisfazer aos dois lados da mesma “moeda social” (burguesia e proletariado/ instituição
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